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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, agosto 28, 2015

Para conseguir seu objetivo, Washington emprega a fundo a velha direita anexionista latino-americana, herdeira do colonialismo europeu e treinada depois pelo neocolonialismo norte-americano

EUA não desistem na Pátria Grande

Via GranmaE
OS Estados Unidos sabem que perderam preponderância em Nossa América e querem recuperá-la a qualquer custo, com uma explosão em cadeia que consiga tirar do poder os governos progressistas da região, aos quais consideram “inimigos”, que devem ser destronados de qualquer forma e por meio de “golpes suaves, baixos ou violentos”, tanto faz.
Patricio Montesinos

nota do CHEbola: Plutocracia

OS Estados Unidos sabem que perderam preponderância em Nossa América e querem recuperá-la a qualquer custo, com uma explosão em cadeia que consiga tirar do poder os governos progressistas da região, aos quais consideram “inimigos”, que devem ser destronados de qualquer forma e por meio de “golpes suaves, baixos ou violentos”, tanto faz.
Estes são os casos atuais da Venezuela, Brasil, Equador, El Salvador, como tem sido a Argentina, e como poderão ser outros países daqui por diante, onde o controle é exercido pelos executivos que implementam processos autóctones, antiimperialistas e antineoliberais e em defesa da integração da Pátria Grande.
Para conseguir seu objetivo, Washington emprega a fundo a velha direita anexionista latino-americana, herdeira do colonialismo europeu e treinada depois pelo neocolonialismo norte-americano, e que só sabe lançar mão da força, tanto para permanecer no poder, como quando se quer impor a partir da oposição.
Naturalmente que estes partidos conservadores tradicionais, desgastados por suas ações repressivas contra os povos, o paramilitarismo, os fatos de corrupção, suas ligações com o tráfico de drogas e o servilismo sem fim à Casa Branca, sabem que nas urnas têm poucas chances de sucesso, a menos que cometam uma fraude escandalosa.
Eles levam como ponta de lança os meios de comunicação sob seu controle, os quais usam, ao mesmo tempo, como armadura da “liberdade de imprensa” para mentir, caluniar, apelar à desobediência civil e, inclusive, incentivar e convocar sem escrúpulos distúrbios de rua, como os montados no Brasil e no Equador.
Violam todas as regras da ‘democracia’ que alegam defender, e sua demanda é a mesma: que os presidentes dos governos progressistas demitam.
Travam verdadeiras guerras econômicas, como ainda fazem na Venezuela, criando escassez de alimentos básicos, ou como fizeram na Argentina com os fundos abutre, depravam políticos, militares e figuras fracas da ‘esquerda’ e até lançam mão de gangues criminosas para gerar situações de caos, como aconteceu em El Salvador.
Também, os EUA atiçam históricas disputas territoriais, que enfraquecem os governos ‘adversários’ da Pátria Grande, enquanto fazem brotar divisões contrárias à unidade regional.
Por outro lado, aqueles terceiros países considerados ‘amigos’ pela Casa Branca, atuam como bases operacionais dos serviços especiais do Pentágono para acompanhar e apoiar os planos desestabilizadores, aumentando neles sua presença militar.
É claro que o financiamento para todos esses programas o faz Washington, chefões da droga com diferentes disfarces, e organizações com “uniformes de cooperação e ajuda ao desenvolvimento”, escondendo seus verdadeiros objetivos: subverter a ordem nas bases populares e exacerbando as diferenças nas chamadas minorias étnicas, credos religiosos e diferentes grupos sociais das classes mais baixas, os camponeses, mineiros e trabalhadores em geral.
A nova grande operação contra a América Latina e o Caribe está em andamento, tal como alertaram vários dignitários, mas o que os Estados Unidos não conseguem entender, por sua arrogância imperial, é que estamos vivendo novos tempos, com grandes mudanças geopolíticas no mundo, o que certamente vai atrapalhar seu delírio de dominação da Pátria Grande. (Extraído de Rebelion.org)

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