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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, agosto 25, 2015

. Na mídia existm acusações contra Mendes de sonegação fiscal, viajar em aviões do bicheiro Carlinhos Cachoeira


 de Paulo David.
Em nome da Democracia
Gilmar Mendes não é magistrado. Nunca foi magistrado. Nunca merecerá ser chamado de magistrado com o conteúdo respeitável e honorável desse termo. É um juiz, quase como a maioria; quase. A maioria, embora composta por juízes comuns que nunca terão o status de um Nelson Hungria ou Evandro Lins e Silva, conhecem e respeitam a liturgia do cargo e não fazem da cadeira da magistratura que ocupam, um palanque de politicagem. Sim, de politicagem. Política moleque, política de molecagem com a pátria, com o povo, a democracia e, principalmente, com os jurisdicionados que, no caso de um ministro do STF, é toda a nação brasileira. Ao politizar o rito processual, ao dar duas medidas diversas em suas decisões - uma para os ligados ao governo petista e outra aos ligados â oposição -, o que faz é danoso, é violador das próprias regras constitucionais e infraconstitucionais de nosso ordenamento jurídico, e por isso mesmo gerador de instabilidade política e institucional, além da jurídica, que podem desembocar até em golpes, como já ocorreu na história nacional, bem como na de países vizinhos, como o golpe branco no Paraguai. Já passou da hora de se cogitar um impeachment, sim, mas do próprio Gilmar Mendes, e diante de evidência existentes o Senado Federal, na forma do inciso II, do artigo 52 da Constituição Federal, poderia iniciar um processo de julgamento desse senhor, já que não é de hoje que seu nome surge envolvido com criminosos condenados, como o Cachoeira, por exemplo, ou com recebimento escuso de dinheiro. Mas se impeachment é longínquo, que se use a Lei 1079 de 10 de abril de 1950, que define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento. São crimes de responsabilidade os nela alinhados ( artigo primeiro) e os do Art. 39.: São crimes de responsabilidade dos Ministros do Supremo Tribunal Federal : 1- alterar, por qualquer forma, exceto por via de recurso, a decisão ou voto já proferido em sessão do Tribunal; 2 - proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa; 3 - ser patentemente desidioso no cumprimento dos deveres do cargo: 5 - proceder de modo incompatível com a honra dignidade e decôro de suas funções . Na mídia existm acusações contra Mendes de sonegação fiscal, viajar em aviões do bicheiro Carlinhos Cachoeira, além das feitas pelo ex-senador Demóstenes Torres, "de intervir em julgamentos em favor de José Serra ao arrepio da Lei, de nepotismo, e testemunho falso ao relatar uma chantagem do ex-presidente para que adiasse o processo do Mensalão para depois das eleições municipais de 2012", com testemunhas ilustres dessas acusações. Ora, A conduta de Gilmar Mendes se enquadra em mais de um dos comandos inibidores elencados na Lei 1079. Alem de um risco, é inadmissível um golpista ocupar cargo de tamanha relevância. O Senado Federal pode e deve agir. Em nome da Democracia. (Paulo da Vida Athos)

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