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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, agosto 13, 2015

EUA, John Kerry, fez declarações ) a favor da aprovação pelo Congresso do acordo com o Irã,

Vista de Teerã, capital do Irã

Dólar vs. petróleo: o futuro dos EUA depende do acordo com o Irã

© AFP 2015/ BEHROUZ MEHRI
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No momento em que o Congresso norte-americano se prepara para votar o acordo nuclear com o Irã, o chanceler dos EUA, John Kerry, apela a uma decisão positiva, advertindo contra o enfraquecimento do dólar.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, fez declarações à agência Reuters na terça-feira (11) a favor da aprovação pelo Congresso do acordo com o Irã, alcançado no mês passado.  O chanceler sublinhou a importância de aprovar o acordo visto que, caso não seja aprovado, os aliados dos EUA na União Europeia poderão se afastar dos EUA.
"Se nós voltarmos as costas e anularmos o acordo, e em seguida dissermos [aos nossos parceiros] que, de qualquer forma, eles precisam cumprir as nossas regras e sanções, então, rapidamente, o dólar deixará de ser a moeda de reserva do mundo", disse.
Segundo explica a publicação The Financial Times, o petróleo é um tipo de âncora para os mercados mundiais de capital por razão da sua conexão inversa com o dólar. Quando o preço do petróleo aumenta, a taxa de câmbio do dólar cai em relação a outras moedas. Os exportadores do petróleo recebem pagamentos em dólares e depois os vendem, pois, quanto mais caro se torna o petróleo, mais baixo cai o dólar.
O cientista político iraniano e redator-chefe da agência noticiosa Mehr, Hassan Hanizadeh, comentou o assunto à Sputnik Persian:
“A especificidade da moeda norte-americana consiste em que é muito dependente dos principais eventos políticos no mundo e especialmente dos que acontecem no Oriente Médio. Se o sexteto e o Irã não tivessem alcançado o acordo em 14 de julho, […] a situação poderia se tornar um choque para a economia americana, especialmente tendo em conta a queda dos preços do petróleo nos últimos seis meses.”
Lembramos que, em 2006, o Conselho de Segurança da ONU impôs sanções depois que o Irã se recusou a suspender seu programa de enriquecimento de urânio, argumentando que ele só tinha fins civis.
Em 14 de julho, 2015, após 12 anos de negociações, o Irã e o sexteto de mediadores internacionais (EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha), chegaram a um acordo abrangente para garantir a natureza pacífica do programa nuclear de Teerã em troca do alívio das sanções. 
As sanções tiveram um impacto muito sério na economia do Irã, sublinhou Hassan Hanizadeh:
“A União Europeia perdeu no mesmo período cerca de 400 bilhões de dólares por razão da cooperação econômica com o Irã. Atualmente, as empresas tentam reestabelecer sólidos laços econômicos e comerciais com o Irã.”
O acordo foi entregue ao Congresso dos EUA para ser aprovado. Os congressistas irão decidir o futuro do documento em 17 do setembro.


Leia mais: http://br.sputniknews.com/mundo/20150812/1840464.html#ixzz3if4CoGlU

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