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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, agosto 12, 2015

Pela segunda vez ! aeroporto MP

MP pede para arquivar investigação sobre aeroporto da família de Aécio


AECIO AEROPORTO


O Ministério Público de Minas Gerais pediu pela segunda vez em menos de dois anos o arquivamento das investigações sobre o aeroporto construído pelo Estado em Cláudio, no centro-oeste mineiro, durante o governo de Aécio Neves (PSDB).
O terreno utilizado na obra pertencia a um tio-avô do tucano, hoje senador. O projeto, orçado em R$ 13,9 milhões, foi concluído em 2010.
O pedido mais recente de arquivamento foi enviado ontem ao Conselho do Ministério Público pelos promotores Maria Elmira Evangelina do Amaral Dick, Fernanda Caram Monteiro, Tatiana Pereira e José Carlos Fernandes Junior, responsáveis pelas investigações.
O conselho é formado pelo procurador-geral do Estado, o corregedor-geral e nove procuradores de justiça eleitos. Não há data para a decisão.
No início do ano passado, a promotora Maria Elmira já havia solicitado ao conselho o arquivamento das investigações, iniciadas em 23 de março de 2009 a partir de denúncia anônima.
Para justificar a solicitação, a promotora utilizou argumentação encaminhada pelo próprio Governo do Estado, que entre 2002 e 2014 foi comando pelo PSDB.
Nos dados enviados ao Ministério Público, a Secretaria de Transportes e Obras Públicas afirma que o aeroporto foi construído dentro de programa do governo estadual para "adequação, ampliação, melhoria e revitalização da malha aeroportuária do Estado", conforme consta no pedido de arquivamento.
Cláudio fica a 55 quilômetros de Divinópolis, que possui aeroporto com capacidade para pouso de aviões de grande porte. Para efeito de comparação, o principal aeroporto de Minas Gerais, Confins, está a 42 quilômetros da capital.
Aeroporto de Cláudio, no interior de Minas Gerais
Porém, em julho do ano passado, antes mesmo de o conselho analisar o pedido de arquivamento, os jornais publicaram reportagens sobre a obra de Aécio em Claudio.
Na época, o senador era o candidato do PSDB á Presidência da República. Com base no material publicado pela imprensa, os deputados estaduais Rogério Correia (PT), Pompílio Canavez, e Sávio Souza Cruz (PMDB), hoje secretário de Meio Ambiente do governo mineiro, pediram abertura de investigação ao MP.
Com o novo pedido de averiguações, Maria Elmira Dick e os três promotores, que então passaram a ajudá-la nas apurações, solicitaram ao conselho que enviasse o inquérito de volta, para que outros procedimentos fossem adotados.
No novo pedido de investigações foi acrescentado ainda solicitação de averiguações em relação à construção de um outro aeroporto, em Montezuma, na Região Norte de Minas, onde familiares de Aécio também mantém propriedade.
As investigações do MP então passaram a se concentrar no custo de ambas as obras. Foram pedidas à Secretaria de Transportes e Obras explicações pelo fato de o aeroporto de Cláudio ter ficado mais caro que o de Montezuma.
Nas explicações, a secretaria informou que o projeto no Norte era apenas de recuperação de uma pista já existente. O Estado enviou ainda ao Ministério Público "planilha detalhada com todos os gastos referentes às duas obras”.
Com base nessas informações, os promotores produziram, então a solicitação final de arquivamento enviada ao Conselho.
Em nota, o deputado Rogério Correia afirmou ter tomado conhecimento da decisão dos promotores com "estranheza e perplexidade”.
Conforme o parlamentar, as obras em Cláudio e Montezuma "além de não se justificarem por demandas econômicas regionais, ainda trazem a condição de interesse familiar direto do governador (sic). Evidentemente que a deliberação pelo arquivamento de nossa petição sobre o caso não encerra a questão. A apuração do escândalo dos aeroportos de Cláudio e Montezuma prosseguirá", afirma o texto.
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