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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, agosto 22, 2015

STF Gilmar Mendes vota a favor da descriminalização do porte de drogas

Ministro relator votou favoravelmente a que o porte de drogas para consumo próprio deixe de ser crime no Brasil; ministro Fachin pediu vista e interrompeu de novo a sessã

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STF

Gilmar Mendes vota a favor da descriminalização do porte de drogas
Gilmar Mendes é o relator do processo
Gilmar Mendes é o relator do processo
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O julgamento que discute a constitucionalidade do artigo 28 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006), que tipifica como crime o porte de drogas para consumo pessoal, foi retomado pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF).
 
A discussão começou na quarta-feira (19), quando o procurador geral da República, Rodrigo Janot, e advogados de várias entidades foram chamados para dar sua opinião sobre o debate. Mas o ministro relator, Gilmar Mendes, decidiu proferir seu voto apenas nesta quinta-feira (20).
 
Ele iniciou a sessão desta quinta e, ao final, votou favoravelmente a que o porte de drogas para consumo próprio deixe de ser crime no Brasil.

O próximo a votar seria o ministro Luiz Edson Fachin, que pediu vista do processo, interrompendo mais uma vez a sessão.


*http://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%ADtica/gilmar-mendes-vota-a-favor-da-descriminaliza%C3%A7%C3%A3o-do-porte-de-drogas-1.1090747

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