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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, agosto 20, 2015

LULA PROCESSA GLOBO POR MENTIRAS SOBRE TRIPLEX. JÁ ERA TEMPO!

quando a Dilma vai processar a Veja?

Do Instituto Lula:

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou nesta terça-feira (18) com uma ação pedindo reparação por danos morais contra matéria publicada pelo jornal O Globo, intitulada “Dinheiro liga doleiro da Lava-Jato à obra de prédio de Lula”. O diário carioca publicou no dia 12 de agosto uma reportagem na qual afirma que o ex-presidente seria dono de um apartamento triplex no Edifício Solaris, no Guarujá (SP), e que o empreendimento estaria ligado de alguma forma ao doleiro Alberto Youssef.

Antes da publicação do artigo, o Instituto Lula esclareceu ao jornalista, que Marisa Letícia, esposa do ex-presidente, adquiriu a prestações, uma cota no empreendimento e que a família do ex-presidente não tem nenhum apartamento, quanto menos um tríplex. Não foi a primeira vez que isso foi esclarecido a este repórter e o jornal carioca optou por dar continuidade a mentira que vem repetindo desde dezembro do ano passado.
O autor da matéria insistiu na versão mentirosa, com amplo destaque tanto na versão impressa do jornal, quanto na internet. O Instituto Lula respondeu ao Globo em nota no dia 14 “Lula não tem apartamento no Guarujá. E se tivesse?” (http://www.institutolula.org/lula-nao-e-dono-de-um-apartamento-no-guaruja-e-se-tivesse)
Em sua edição de sábado (15 de agosto), o jornal tentou justificar a atribuição da propriedade do imóvel pelo ex-presidente por informações passadas pela “vizinhança”, ou seja, fez um jornalismo baseado em fofocas de corredor de prédio.
(…)

Sobre a ação de Lula contra o Globo. 


Por Paulo Nogueira

Reproduzo aqui trecho de um artigo recente meu que falava das ações que Lula movera contra Gentili e a Veja. Volto ao tema pelo anúncio, feito hoje, de um novo processo de Lula, agora contra o Globo, por conta de um triplex que o jornal lhe atribui mesmo depois de desmentidos e mesmo sem um único documento alicerçando a afirmação.
O alemão Rudolf von Ihering, nascido e vivido no século 19, foi um dos maiores juristas da história.
Um livro seu, feito a partir de uma conferência e traduzido em dezenas de línguas, se transformou num clássico do direito: “A Luta pela Lei”.
Nele, Ihering trouxe um conceito inovador.
O direito, disse ele, não é uma coisa estática. É fruto de lutas sociais constantes.
Nenhuma conquista vem de graça. Proibir que ricos vendessem escravos, por exemplo, exigiu esforços seguidos de muita gente.
Por tudo isso, Ihering dizia que um indivíduo lutar pelo que considera justo é mais que um direito. É um dever perante a sociedade.
A justiça avança, para a coletividade, com o esforço de cada um dos injustiçados.
Não fazer nada diante de uma injustiça é se arrastar como um verme.
Trouxe tudo isso para falar dos processos que, finalmente, Lula decidiu mover contra detratores.
Com enorme atraso, é verdade, Lula está aplicando a tese extraordinariamente sábia de Ihering.
E isso é uma excelente notícia para a sociedade, dada a influência de Lula entre os brasileiros.

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