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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, outubro 13, 2010

Itamar: Serra boicotou o Plano Real. E roubou os genéricos do Itamar






    Eles sabem que o Serra boicotava o Plano Real para derrubar o Malan

    O QUE ELE DISSE EM 2002: Itamar ataca Serra e prevê derrota pior ainda no 2.º turno


    outubro 13th, 2010 | Autor: Jussara Seixas

    15/10/2002 às 20:56:22 – Atualizado em 19/07/2008 às 15:18:22

    Itamar ataca Serra e prevê derrota pior ainda no 2.º turno

    Agência Estado


    O governador de Minas Gerais, Itamar Franco, soltou o verbo hoje contra o presidenciável do PSDB, José Serra, acusando-o de disseminar “inverdades” e de ter “bombardeado” o Plano Real no seu início. “Ele nunca apoiou o Plano Real. Posso dizer porque fui presidente da República. Desde o início ele tentou bombardear o plano”, declarou Itamar, ao chegar a Brasília, onde reúne-se amanhã com o petista Luiz Inácio Lula da Silva e depois com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Saiu até em defesa do presidente, ainda que de forma indireta.


    “O candidato Serra quer viver à sombra do presidente (FHC), mas tem medo de sair às claras, ao sol, e dizer: ‘Sou o candidato do presidente’. Ele acha isso uma coisa vergonhosa. Por que ter vergonha de ser o candidato do presidente?”, questionou o governador mineiro. Segundo Itamar, “se Serra fosse um homem verdadeiro, deveria defender a política deste governo, ao qual serviu por oito anos, ou dizer o que realmente pensa”.


    Ressaltando que não criticava a pessoa de Fernando Henrique, Itamar afirmou que a atual política econômica resultou em “empobrecimento dos municípios, dos Estados e da população”. Acusou o ministro da Fazenda e o Banco Central de tentarem esconder os erros cometidos e obrigar os candidatos à Presidência a seguirem o mesmo caminho.


    “Há um desvio na rota da ordem econômica que vai precisar ser alterado”, disse o governador. “Chega hora em que o povo quer mudar.” Cabo eleitoral de Lula, para quem gravará mensagens de apoio amanhã, Itamar prometeu que “em Minas, o Serra vai ter uma derrota pior do que teve no primeiro turno”. Segundo ele, o arco de alianças em torno do petista deve se ampliar neste segundo turno em Minas, onde Lula já obteve 53% dos votos válidos.


    O governador disse ainda que o presidenciável do PSDB mente ao dizer que criou os medicamentos genéricos, porque isso teria ocorrido durante seu mandato, através de um decreto. “Ele deveria ter a decência de dizer que os genéricos surgiram no governo Itamar, não pelo Itamar, mas pelo grande ministro da Saúde que foi o Jamil Hadad”, afirmou Itamar.


    O ex-presidente também queixou-se da afirmação feita por Serra durante o primeiro turno, atribuindo a Itamar a privatização da Light e da companhia elétrica do Espírito Santo, ocorrida no governo Collor de Mello, quando Itamar era seu vice. ‘Ele falou uma deslavada inverdade, não sei um vocábulo mais forte do que este‘, disse o mineiro. ‘Eu não privatizei em meu governo nenhuma empresa de energia elétrica.‘


    Amanhã Itamar reúne-se com o presidente para discutir a situação financeira do Estado. Segundo ele, a dívida de Minas Gerais era de R$ 18 bilhões quando ele assumiu o governo estadual e, quatro anos depois, já chega a R$ 28 bilhões apesar de já ter pago R$ 8 bilhões ao Tesouro Nacional. Segundo ele, o vice de Lula, José Alencar, tem um projeto que reduz o comprometimento dos gastos dos Estados com a dívida de 13% da receita líquida para 5% e que poderá ser adotado no caso de vitória do petista.

    Navalha
    Como se sabe, Itamar foi quem lançou o Plano Real.
    O PiG (*) surripiou o Plano Real do Itamar e deu para o Fernando Henrique se eleger Presidente.
    Dois, Itamar foi quem fez os genéricos – e, não, o Serra.
    Mas, isso, é normal: o Serra é um mestre na arte de tomar idéias dos outros.
    Uma vez, o Ulysses Guimarães, paulista, quis que o Itamar nomeasse o Serra, paulista, Ministro da Fazenda.
    Depois do encontro com Serra, Itamar disse aos jornalistas: ele não quer ser Ministro; ele quer o meu lugar.
    Agora, o PiG (*) dá palanque para o Itamar falar mal do Lula.
    Mas, falar bem do Serra, isso, ele não vai fazer.
    Mesmo que o Serra coloque o Itamar na galeria dos grandes presidentes, no horário eleitoral.
    O Itamar parece doido, mas não é.



    Paulo Henrique Amorim

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