Dilma preside debate da Globo.
Serra não foi. Estava no telefone
Segundo o PiG (*) e seus colonistas (**), no debate da Globo o jenio ia trucidar a Dilma.
Foi o oposto.
Dilma desmoralizou a platéia tucana, quando riu por ela dizer que todas as doações da campanha estavam registradas.
Dilma fica melhor quando vai para o ataque.
Não tem nenhum Ricardo Sérgio nas finanças da campanha da Dilma.
Dilma explicou muito bem o papel das UPPs no combate à violência urbana.
Dilma explicou os planos de expansão das ferrovias.
E, mais importante, ela explicou por que vai fazer um Governo de coalizão com o PMDB.
Dilma falou como Presidenta.
O Serra não foi ao debate.
Quando conseguiu se articular, além da manifestação autônoma de seu dedo anular direito, o jenio não foi mais do que um “prático em contabilidade”, como diz o meu amigo mineiro.
O amigo navegante se perguntaria – se conseguiu ficar até o fim – o que a Bláblárina Silva fez ali, além de enunciar o óbvio: tudo é “muito grave” !
Como ela explicaria que um anúncio da Natura entrou no break comercial do debate ?
Esquisito, não, amigo navegante ?
E o Serra ?
O que ele tem a oferecer ?
Por que ele quis ser Presidente, além de querer ser ?
Esse tipo de debate não vai a lugar nenhum.
Amanhã, este Conversa Afiada pretende comparar o debate presidencial no Brasil e nos Estados Unidos, por exemplo.
Candidato não sabe fazer pergunta.
Quem sabe fazer pergunta é jornalista.
Mas, no Brasil, os candidatos e os partidos precisaram se proteger dos jornalistas, invariavelmente partidários e, na maioria, tucanos.
Deu nisso.
Um debate inócuo.
Em 2002, o Serra também anunciou que ia esmagar o Lula no debate final da Globo.
De fato, conseguiu.
O Serra esmagou o Lula na eleição por 39% a 61%.
Foi o que aconteceu agora.
O Serra massacrou a Dilma.
E vai perder no primeiro turno.
O Serra, desde 2002, tem 30%.
Bye-bye Serra forever.
Em tempo: Serra criou o Bolsa Família, o genérico, o programa anti-Aids, a bússola, a energia a vapor, o telescópio e o avião. A Lei da Gravidade, porém, é concepção original do Fernando Henrique.
Em tempo 2: falta esperar o que o Ali Kamel vai fazer na edição do debate. E o que o Lula poderia fazer, se o Kamel manipulasse a edição.
Em tempo 3: ninguém perguntou ao Serra sobre o telefonema ao Gilmar. Não deixe de votar na trepidante enquete: o que acontece se você telefonar para o Gilmar.
Em tempo 4: aos 20 minutos desta sexta-feira, Serra era um caco. A máscara da derrota. As olheiras, finalmente, se encontraram com as gengivas. Um encontro triunfal.
Paulo Henrique Amorim
MUITO BOM: NOVA VERSÃO PARA “E AGORA, JOSÉ?”, DE DRUMMOND, POR ADILSON FILHO
Oportuno, sugestivo, inteligente! Ótimo para dizer de forma artística, as verdades que merecem ser ouvidas por aquele tal de Zé Serra que quer ser presidente!
E agora, José?! (ou Canção do dia “pra sempre”)
E agora, José?
A festa acabou,
a Dilma ganhou
o Índio sumiu,
a Globo mudou..
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem graça,
que zomba da massa,
você que fez plágio
que amou o pedágio
e agora, José?
Está sem “migué”
está sem discurso,
está sem caminho..
não pode beber,
não pode fumar,
cuspir não se pode,
nem mesmo blogar?
a noite esfriou,
o farol apagou
o voto não veio,
o pobre não veio,
o rico não veio..
não veio a utopia
não veio o João
tão pouco a Maria
e tudo acabou
o Diogo fugiu
o Bornhausen mofou,
e agora, José
E agora, José ?
Sua outra palavra,
seu instante de Lula:
careca de barba!
sua gula e jejum,
sua favela dourada
sua “São-Paulo de ouro”
seu telhado de vidro,
sua incoerência,
seu ódio – e agora ?
com a chave na mão
quer abrir qualquer porta,
não existe porta;
o navio afundou
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
nem Rio, Bahia, Sergipe, Goiás..
José, e agora ?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa da despedida
e a Miriam tirasse…
se você dormisse,
se você cansasse,
como o leitor do Noblat
se você “morresse”
Mas você não morre,
você é vaso “duro”, José !
E sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem megalomania
Sem Folha, O Globo, Estadão, o Dia..
sem Cantanhede
para se encostar,
sem o cheiro da massa
pra você respirar..
e sem cavalo grego
que fuja a galope,
sem o Ali Babá
pra lhe arranjar algum golpe,
você marcha, José !
José, pra onde?
pra sempre?
E agora, José?
Se quando a festa acabou, o povo falou
que sem você, podia muito mais..
Então, nesse caso: Até nunca mais, José!
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