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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, outubro 07, 2010

Recordar é (sobre)viver: Serra votou contra o 1/3 de férias, contra o direito de greve e contra a redução da carga horária semanal para 40 horas

Trabalhador consciente não vota em Serra!

José Serra (PSDB) disse hoje na Globo que deseja buscar aliados na sociedade.

Certamente esses aliados não serão os trabalhadores assalariados.

Como recordar é viver – e, no caso da política, sobreviver - importa rememorar o comportamento político de José Serra na constituinte:

1. votou contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas;

2. votou contra garantias ao trabalhador de estabilidade no emprego;

3. votou contra a implantação de Comissão de Fábrica nas indústrias;

4. votou contra o monopólio nacional da distribuição do petróleo;

5. negou seu voto pelo direito de greve;

6. negou seu voto pelo abono de férias de 1/3 do salário;

7. negou seu voto pelo aviso prévio proporcional;

8. negou seu voto pela estabilidade do dirigente sindical;

9. negou seu voto para garantir 30 dias de aviso prévio;

10. negou seu voto pela garantia do salário mínimo real.

Quem afirma isso é o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), na obra Quem foi quem na Constituinte, pag. 621.

Esse distanciamento em relação ao mundo do trabalho garante a Serra o apoio da grande mídia empresarial e de setores conservadores da sociedade.

Por isso, o mundo do trabalho deve marchar nesse 2º turno com Dilma. Serra representa outros interesses.

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