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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, dezembro 25, 2011

Irã inicia exercícios militares no Estreito de Ormuz

, Por Redação, com Reuters - do Teerã

Irã
A decisão de fechar o Estreito de Ormuz deve ser tomada pelas principais autoridades do país, afirmou Habibollah Sayyari (foto), comandante da Marinha iraniana
O Irã começou 10 dias de exercícios navais no Estreito de Ormuz neste sábado, aumentando a preocupação sobre um possível fechamento do canal de transporte de óleo mais importante do mundo, caso ocorra um conflito militar entre Teerã e o Ocidente.
O exercício militar, chamado de “Velayat-e 90″, acontece enquanto a tensão entre o Ocidente e Irã vem aumentando, devido ao programa nuclear do país islâmico.
Alguns analistas e diplomatas acreditam que a República Islâmica poderá tentar bloquear o Estreito caso entre em guerra com o Ocidente devido à suspeitas de que o país esteja fabricando a bomba atômica.
Os arqui-inimigos do Irã, Israel e EUA não descartam uma ação militar, caso a diplomacia e as sanções contra o país não consigam deter a atividade nuclear do Irã.
O Irã diz que quer a energia nuclear apenas para fins pacíficos.
– O Irã certamente tem poder militar para executar a decisão de fechar o Estreito de Ormuz, mas essa decisão deve ser tomada pelas principais autoridades do país, teria dito Habibollah Sayyari, comandante da Marinha iraniana, de acordo com a agência de notícias trabalhista semioficial do país, a ILNA.
O Irã já disse antes que responderia a qualquer ataque tendo como alvo os interesses dos EUA na região e Israel, além de fechar o Estreito, o único canal de acesso para os mercados estrangeiros de oito países árabes do Golfo – parceiros dos EUA.
Autoridades iranianas não deram nenhuma indicação de que o Estreito será fechado durante o exercício e até agora, ele não foi fechado durante exercícios anteriores.
– Os principais objetivos desse exercício são: exibir o poder defensivo e dissuasivo do Irã, e, ao mesmo tempo, enviar uma mensagem de paz e amizade no Estreito de Ormuz e nas águas livres, disse Sayyari.
– Ele também mostrará o poder do país de controlar a região, além de testar mísseis, torpedos e armas.
“Velayat” é uma palavra em persa que significa “supremacia” e é usada atualmente como um título de deferência para o Líder Supremo Ayatollah Ali Khamenei.
EUA, Grã Bretanha e Canadá anunciaram novas medidas contra os setores de energia e financeiros do Irã no mês passado e a União Européia está estudando uma proibição às importações de petróleo iraniano, que já está em vigor nos EUA.
*CorreioBrasil

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