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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, março 16, 2016

Quem paga mais imposto no Brasil?



Por Fernando Nogueira da Costa, no site Brasil Debate:

Estratificação, em Sociologia, é o processo de diferenciação das diversas camadas sociais que compõem uma sociedade, agrupadas a partir de suas relações e dos valores culturais, o que vem a constituir sua separação em classes, estados ou castas. É também a operação que, em uma sondagem estatística, consiste em distribuir previamente por estratos determinado conjunto que se quer estudar.

Tenho achado o conceito de castas mais útil para entender a estratificação social brasileira. Ele é mais abrangente do que classe, segmentando os vários tipos de grupos funcionais, desde os burocratas e sacerdotes até os capitalistas e trabalhadores. Quem fica de fora? O pária – ele é o indiano não pertencente a qualquer casta, considerado impuro e desprezível pela tradição cultural hinduísta. Casta inclui a perspectiva cultural, além dos interesses econômicos.

As castas constituem-se por membros de diversas redes e instituições de poder, cada uma apresentando sua própria cultura e incentivando determinado estilo de vida. Elas tendem a dar a seus integrantes determinadas atitudes para com a autoridade, a organização e a política. Permitem ilustrar melhor a complexidade social de toda a História da Humanidade do que o simplista modelo dicotômico – tipo “nós” (pobres) contra “eles” (ricos) – do século 19.

Como eu resumo, em números, a estratificação social no Brasil? Em uma população economicamente ativa em torno de 100 milhões de pessoas, 9 milhões aplicam no mercado financeiro e recebem também renda do capital. É o mesmo número de pessoas (8.979.706) que tem formação universitária completa.

Além dessas, 451.209 pessoas têm mestrado e 170.247 têm doutorado. Pelos cálculos da OCDE, um adulto com idade entre 25 e 64 anos que termina o ensino superior, no Brasil, receberá em média 157% mais renda do que quem só terminou o ensino médio. Essa média nos países da OCDE é de 57%.

Nos últimos 13 anos, a taxa de juros média real foi de 6,6% aa, cinco vezes maior do que o aumento anual do salário médio real, isto é, da renda do trabalho (1,3% aa). Reconhecendo esta dependência de trajetória em relação ao juro real médio de 0,5% am, os profissionais com ensino superior estabelecem sua estratégia de complementar a Previdência Social. Com investimento perseverante de 20% de sua renda mensal, em 360 meses (30 anos) eles já obtêm renda do capital equivalente à renda do trabalho.

Se, a cada 10 anos, ele muda de faixa salarial (graduado com R$ 5.000, mestre com R$ 10.000 e doutor com R$ 15.000), devido à titulação (mestrado-doutorado) ou à experiência, fazendo aporte inicial com o acumulado na faixa anterior, com mais 18 anos ele terá acumulado o suficiente para poder se aposentar com renda do capital similar à renda de trabalho dessa última faixa salarial.

Essa classe média se distingue da maioria da população brasileira em investimentos financeiros. Em março de 2015, 8.940.787 pessoas (descontando dupla contagem de CPFs) investiam em fundos e títulos e valores mobiliários (ações, títulos públicos e privados). A média de cada qual era de R$ 79.299,53.

Enquanto isso, eram cerca de 98 milhões de depositantes de poupança com a média individual de R$ 6.690,33. Deles, 87,4% do total de clientes (cerca de 85 milhões) tinham depósitos em média per capita de apenas R$ 481,79, ou seja, a grande maioria das cadernetas de poupança tinha apenas uma espécie de saldo de conta corrente. Era forma de evitar o pagamento de tarifas bancárias.

O top dos investidores pessoas físicas era constituído de 57.919 clientes de Private Banking. A média per capita de investimentos financeiros dessa casta era de – pasmem – R$ 11.507.492,23.

Pelas declarações de Imposto de Renda, os “super-ricos” no Brasil representam só 0,3% do total de contribuintes do IR ou 0,05% da PEA do país. Os 71.440 indivíduos que receberam no mínimo 160 salários mínimos (R$ 126.080,00) ao mês ou R$ 1,5 milhão no ano, obtiveram renda anual média, no ano-base de 2013, de R$ 4,170 milhões.

Sem abater as dívidas, a média per capita de bens e direitos desta faixa mais rica atingiu R$ 17,7 milhões. Este patrimônio líquido (contendo imóveis registrados em valores históricos) desse reduzido grupo equivale a 22,7% de toda a riqueza em bens e direitos no DIRPF 2014/13.

No entanto, o imposto de renda pago por essa faixa de rendimento acima de 160 salários mínimos equivale apenas a 6,51% de sua renda total. A faixa entre 20 e 40 salários mínimos (com renda anual per capita de R$ 226.273,37) é a que paga percentual maior: 11,96%.

Quanto à reforma tributária, imposto sobre herança e/ou doação os demais grandes países emergentes do BRIC não cobram, o que incentivará a fuga de capital caso o Brasil eleve suas alíquotas. Imposto sobre grandes fortunas quase nenhum país adota, devido ao mesmo risco de fuga. Porém, isenção sobre lucros e dividendos pagos por Pessoa Jurídica para Pessoa Física, só a Estônia, além do Brasil, concede! Cerca de 51 mil daqueles 71 mil “super-ricos” recebem essa isenção. Esta casta de comerciantes-financistas deveria dar sua contribuição ao ajuste fiscal.

O fim dessa isenção evitaria a ressurreição da CPMF. Esta, de fato, representa aumento da carga tributária. Mas, devido a seus poucos defeitos – cumulatividade e regressividade – as castas dos sábios e comerciantes-financistas usam a ignorância econômica das outras castas como massa de manobra, escondendo as maiores virtudes desse “imposto do cheque”: fácil arrecadação e difícil sonegação; tributar o setor informal; combater a sonegação de outros impostos pelo cruzamento de dados de movimentações financeiras; permitir a arrecadação independentemente de ciclo econômico.

Com alíquota de 0,38%, as receitas com a CPMF, antes de 2007, eram praticamente constantes, em torno de 1,3% do PIB ao ano. Esse montante arrecadado hoje seria o suficiente para o cobrir o déficit orçamentário.

Futebol e o projeto de desenvolvimento

Por Caio Botelho

Em meio à grave crise política em curso, muitos se recordam de um dos erros mais graves cometidos pela coalizão que governa o país desde 2003, quando da posse de Lula na presidência: ter subestimado a importância da luta de ideias e da disputa por uma hegemonia ideológica na sociedade em torno de princípios distintos daqueles que vigoram. O resultado, como vemos, é o avanço do conservadorismo mesmo entre a imensa parcela da população que passou a gozar de melhores condições de vida por conta das políticas implementadas nesse período.

Não se constrói outro tipo de sociedade, portanto, sem a disputa da subjetividade. É um erro acreditar que a luta política se dá apenas no marco das formas “tradicionais” de organização, como, por exemplo, a frente eleitoral. Esse ensinamento está presente em todos os intelectuais progressistas e revolucionários dos dois últimos séculos, a começar pelo alemão Karl Marx. O problema é que parte da esquerda, embora reconheça esse pressuposto, não raras vezes o ignora.

São inúmeros os exemplos que podem ser dados sobre as diversas formas que se pode travar a disputa da subjetividade: a luta pela construção de um novo modelo de educação, que transforme as Escolas e Universidades de fábricas de mão de obra em polos de produção e compartilhamento de conhecimento, por exemplo. Ou através da elevação do nível cultural do povo, garantindo amplo acesso a teatros, bibliotecas, cinemas, etc., e com uma cultura cujo conteúdo esteja mais vinculado a valores progressistas.

Mas fiquemos, nesse texto, com o exemplo do futebol.

Porque não há como falar em construção de um novo projeto nacional de desenvolvimento sem conhecer a fundo a identidade que nos caracteriza enquanto povo. E não há como falar em identidade do povo brasileiro sem tratar do esporte que mais move paixões por essa terra: o futebol. Tudo isto está intimamente interligado.

Desse modo, a luta pela democratização do futebol brasileiro deve ser colocada na agenda do campo progressista, na medida em que também interage com outras bandeiras igualmente importantes como, por exemplo, a reforma dos meios de comunicação.

Inclusive foi com esse objetivo que o Barão de Itararé – respeitado centro de estudos sobre a mídia – criou recentemente o coletivo “Futebol, Mídia e Democracia”. A proposta, segundo o manifesto do coletivo, é “debater as relações de poder entre a mídia e as instituições que organizam o futebol brasileiro”. Também criticam duramente a elitização do acesso aos estádios, a ausência de credibilidade da CBF e a influência negativa exercida pela grande mídia (notadamente a Rede Globo).

Assim, travam a luta política e ideológica através de uma bandeira ainda pouco levantada e cuja importância não é bem compreendida pelos setores mais avançados.

Mas vejamos bem: a maioria dos brasileiros torcem por um time de futebol e têm por ele uma relação de afeto que só quem é torcedor pode explicar (ou não). Fazem sacrifícios diversos, vão aos estádios, compram seus produtos, constroem amizades e mesmo inimizades nas discussões sobre o assunto, e por aí vai. Não é errado afirmar que o Clube de futebol é uma das “instituições” com a qual o brasileiro mais se identifica e interage.

Identifica-se muito mais do que com os partidos políticos, com o Congresso Nacional e outras formas de representação institucional, com os Sindicatos, entidades estudantis, associações de bairro, e disputa pau a pau com as poderosas igrejas. Para quem exerce militância nos movimentos sociais é duro admitir, mas essa é a realidade.


E isso não é uma boa notícia. Reflete um baixo grau de compreensão sobre a importância da luta política e é resultado de décadas de uma campanha de despolitização da sociedade, para o qual contribuíram a mídia e os diversos regimes de exceção, como a ainda recente ditadura militar.

Mas e se as pessoas pudessem votar e participar da vida de seu Clube? E se as arquibancadas ganhassem o colorido da diversidade do povo brasileiro com preços mais acessíveis? E se o futebol se tornasse um palco para o combate a preconceitos como o machismo, a homofobia e o racismo, tão presentes junto à sociedade e mais ainda entre os amantes desse esporte? E se os interesses da Globo e dos grandes meios de comunicação fossem contrariados em benefício da maioria do povo?

O resultado disso tudo seria uma sociedade mais antenada, inclusive para aprimorar a sua compreensão sobre a importância do Congresso Nacional, dos Sindicatos, das entidades estudantis, etc.

Portanto, a disputa da subjetividade a que nos referimos se dá também com a disputa daquilo com que o povo se identifica, não apenas daquilo que nós achamos que o povo tem que se identificar. Caso contrário, corremos o risco de falar para nós mesmos, e o pior: acreditar que estamos bombando.

O futebol, de tão popular, pode oferecer valorosas contribuições para a construção do novo tipo de sociedade com a qual sonhamos. Democratizá-lo significa dar passos adiante no sentido de implementar um novo projeto nacional de desenvolvimento.




Prezado Cláudio Pracownik, li com bastante curiosidade a sua resposta às críticas feitas através das redes sociais da presença da babá de seus filhos ao seu lado e de sua esposa na manifestação de hoje (13/03), cujo principal tema não é o combate à corrupção, mas o impedimento da Presidenta Dilma e a criminalização, mesmo sem provas, do ex-presidente Lula.

Li com curiosidade porque, na verdade, eu queria saber o que um legítimo filho da elite escravocrata tinha a dizer sobre o episódio. A arte de piorar o ruim pareceu ser um dos seus talentos. Explico as razões. Em primeiro lugar porque você não entendeu nada, Cláudio. Nada. E as suas palavras de bom empregador e aquele que supostamente presta um grande serviço ao país são prova cabal disso.

As críticas a você e sua esposa são críticas a toda a elite escravocrata brasileira. Sou filho de empregada doméstica, trabalhadora rural, minhas irmãs já foram empregadas e babás. As críticas a você e sua esposa são as críticas a um país escravocrata cuja história sempre produziu bastante fetichismo dos trabalhadores mais pobres, de modo que não basta terem escravizado negros e dizimado índios durante séculos, é preciso se desresponsabilizar das coisas básicas da vida doméstica e usar o trabalhador como símbolo de inferioridade numa sociedade de classes e apresentá-los como prêmio de uma suposta vida meritocrática. Sim, Cláudio, o repertório de vocês não passa de uma justificativa escravocrata de se dizerem merecedores da atitude de poder explorar um trabalhador mais pobre para coisas que vocês próprios podiam fazer. Prezado Cláudio, você faz parte de uma elite escravocrata herdeira das capitanias hereditárias. Os seus ancestrais receberam terras que foram passadas de pai para filho, trouxeram negros durante séculos do continente africano para serem escravizados no Brasil por quase 4 séculos e dizimaram milhares de comunidades tradicionais. Muito provavelmente você não se acha culpado por esse processo histórico, mas até hoje você recebe o privilégio por nossas desgraças. Você é culpado, como agente do sistema econômico, social e político, por cada uma das crianças de rua abandonadas de norte a sul do Brasil. E por mais que não se ache culpado, tudo que sua família lhe deixou por herança é produto da exploração dos mais pobres, dos negros e dos índios.

Além de ser herdeiro da Casa Grande, prezado Cláudio, você é banqueiro. Em nosso país você serve e tem servido como agente de desestabilização econômica e, em meio à crise que passamos, o seu setor é o que não tem o que reclamar. O exemplo disso é que os bancos privados lucraram, neste momento difícil que passamos, como nunca. Não se iluda, Cláudio, você não presta um grande serviço para o país. Ao contrário, por ser resultado desse processo histórico e herdeiro da Casa Grande, você e os seus devem muito mais ao nosso país do que empregar 4 trabalhadores em sua casa. Os direitos trabalhistas reservados a esses trabalhadores foram aprovados com forte oposição da sua classe social e lobistas representantes do seu extrato socioeconômico dia após dia fazem campanha e compra de votos para que a legislação trabalhista seja flexibilizada, o trabalho escravo ressignificado, permitindo menos punição aos latifundiários escravocratas, também herdeiros como você, a idade penal e a idade de trabalho reduzidas, levando ao crescimento da exploração do trabalho infantil e à criminalização da juventude.

Ter levado sua babá para uma manifestação tem um peso simbólico, querido Cláudio. Primeiro porque demonstra quem está querendo o impeachment da Presidenta Dilma. Tendo sido ex-presidente da Brasif, empresa acusada de intermediar envio de dinheiro para amante do ex-presidente FHC no exterior, você sabe como nunca que não está se manifestando contra a corrupção. Você está se manifestando por não aceitar que os pobres melhorem de vida, que as trabalhadoras domésticas tenham direitos historicamente negados, que os negros adentrem os muros das universidades e que os trabalhadores pobres brasileiros de fato tenham o voto de minerva nas decisões políticas, podendo eleger presidentes da República mais próximos do seu projeto. Admita, Cláudio, você não estava marchando contra a corrupção. Até porque você deve saber tanto quanto eu que a corrupção não emana da esfera pública, mas da privada. Deve saber ainda, e, se não sabe, deveria saber, que sempre houve muita corrupção no Brasil e os seus antepassados assistiram nas últimas décadas, até a redemocratização, militares jogando debaixo do tapete todo tipo de malfeito. Vocês se calaram diante da privataria tucana, do mensalão tucano e do Banestado. Essa indignação toda é muito seletiva e simplesmente por um incômodo ideológico. Vocês nunca protestaram contra essa corrupção apenas por um motivo: aqueles governos só olhavam para o umbigo de vocês. Admita, caro Cláudio, você faz parte de uma elite que, ao só pensar no próprio umbigo, é fascista e colonizada e presta grande serviço de papagaio dos Estados Unidos e da Europa. Diante desses fatos todos, eu só tenho a lamentar pela exposição de uma trabalhadora a fim de expor o poderio e o lugar comum de partida de vocês, escravocratas. A esse tipo de atitude vamos sempre resistir.

*Gabriel Nascimento é doutorando em Letras na USP, mestre em Linguística Aplicada pela UnB e filiado à União da Juventude Socialista.

ATO DE JURISTAS PELA LEGALIDADE E PELA DEMOCRACIA - LARGO SÃO FRANCISCO 17

Blog da Maria Frô
ATO DE JURISTAS PELA LEGALIDADE E PELA DEMOCRACIA - LARGO SÃO FRANCISCO
Com Fábio Konder Comparato, Pierpaolo Cruz Bottini, Márcia Semer (Procuradora do Estado de São Paulo), Gilberto Bercovici, Ana Elisa Bechara, Maria Paula Dallari Bucci, Sérgio Salomão Shecaira, Marcelo Semer (Associação Juízes para a Democracia - AJD), José Francisco Siqueira Neto (Mackenzie) e outros convidados/as
17 de março | quinta-feira | 19 horas
Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP
(Largo de São Francisco, 95 – Centro)
________________________________________________
Vivemos, hoje, sob fortes ameaças ao Estado Democrático de Direito.
Em várias esferas do Poder Judiciário, desmontam-se prerrogativas legais arduamente conquistadas no processo de redemocratização do país. A Justiça Federal e o Ministério Público Federal violam sistematicamente princípios como o devido processo legal no curso da operação Lava Jato, em ações que culminaram na ilegal condução coercitiva infligida contra o ex-presidente Lula. O Ministério Público de São Paulo, em uma manifesta ação partidarizada, irresponsável e carente de fundamentação jurídica, requereu a prisão preventiva do ex-presidente. Tudo isso ao mesmo tempo em que o STF flexibiliza seu entendimento quanto à presunção de inocência e o Tribunal de Justiça de São Paulo impõe perseguições aos seus quadros mais progressistas.
Tendo em vista esse cenário, estudantes e professores do Largo São Francisco convocam uma manifestação pública de personalidades do mundo do Direito, como acadêmicos, advogados, defensores públicos, magistrados e intelectuais, para reivindicar a defesa da legalidade nos processos em curso na Operação Lava Jato e uma guinada progressista no âmbito das instituições que compõem o Poder Judiciário.
O ato ocorrerá no Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP, lar de diversas lutas democráticas na história brasileira, no dia 17 de março em que se completam 43 anos da morte do estudante Alexandre Vannucchi Leme, assassinado pela Ditadura Militar.
Convidamos todos e todas para estarem presentes no Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP, no dia 17 de março, às 19h.

STJ mantém condenação de “Japonês da Federal” por corrupção passiva..

Velório da Direita
Diz aí, Bolsonarete. (Só para a gente saber).
STJ mantém condenação de “Japonês da Federal” por corrupção passiva..
Em julgamento de recurso Especial, o ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça, manteve a condenação de três policiais federais por corrupção passiva na Operação Sucuri, que investigou a atuação dos agentes em esquema de facilitação de contrabando em Foz do Iguaçu. Entre os condenados está Newton Hidenori Ishii, que, durante a Operação Lava Jato, ficou conhecido como o “Japonês da Federal”, por estar presente, escoltando os presos em praticamente todas as fases da Operação.
Ishii foi preso, em março de 2003, nos primeiros meses de governo Lula, na Operação Sucuri, junto com outros 22 agentes da Polícia Federal, sete auditores da Receita Federal e três Policiais Rodoviários Federais, todos de Foz do Iguaçu, na fronteira do Paraná com o Paraguai. Também foram atingidos contrabandistas e intermediários.
Segundo a denúncia, os servidores públicos “se omitiam de forma consciente e voluntária, de fiscalizar os veículos cujas placas lhes eram previamente informadas, ou realizavam fiscalização ficta, abordando os veículos para simular uma fiscalização sem a apreensão de qualquer mercadoria“.
Preso em 2003, condenado em primeira instância em 2009, Ishii manteve-se no cargo enquanto seu recurso não era julgado. O agente chegou a ser afastado dos serviços pela própria Polícia Federal, sem prejuízo em seus vencimentos, mas o Tribunal de Contas da União determinou seu retorno ao trabalho.
No recurso, os réus questionavam a legalidade das provas obtidas via interceptação telefônica e a determinação da Justiça de perda dos cargos, entre outras questões técnicas levantadas. Fischer decidiu pela perda imediata do cargo de outros dois condenados, cujos nomes são mantidos em sigilo, mas não se manifestou sobre a situação de Ishii.
Os réus ainda podem recorrer à turma e ao pleno do Tribunal.
http://paranaportal.uol.com.br/…/stj-mantem-condenacao-do-…/

terça-feira, março 15, 2016

Os ninguéns

“Os ninguéns”, por Eduardo Galeano


Publicado há 10 horas - em 15 de março de 2016 » Atualizado às 13:16 
Categoria » Em Pauta

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Leia a matéria completa em: “Os ninguéns”, por Eduardo Galeano - Geledéshttp://www.geledes.org.br/os-ninguens-por-eduardo-galeano/#ixzz431uIzbga 
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s pulgas sonham em comprar um cão, e os ninguéns com deixar a pobreza, que em algum dia mágico de sorte chova a boa sorte a cântaros; mas a boa sorte não chova ontem, nem hoje, nem amanhã, nem nunca, nem uma chuvinha cai do céu da boa sorte, por mais que os ninguéns a chamem e mesmo que a mão esquerda coce, ou se levantem com o pé direito, ou comecem o ano mudando de vassoura.
Os ninguéns: os filhos de ninguém, os dono de nada.
Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, fodidos e mal pagos:
Que não são embora sejam.
Que não falam idiomas, falam dialetos.
Que não praticam religiões, praticam superstições.
Que não fazem arte, fazem artesanato.
Que não são seres humanos, são recursos humanos.
Que não tem cultura, têm folclore.
Que não têm cara, têm braços.
Que não têm nome, têm número.
Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local.
Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata.
Eduardo Galeano

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SIR PAUL MCCARTNEY, FAZ DECLARAÇÃO A RESPEITO DO LULA

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Cris Ribeiro publicou 2 atualizações.
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Celso Camargo
SIR PAUL MCCARTNEY, FAZ DECLARAÇÃO A RESPEITO DO LULA

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