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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, abril 28, 2010


A Embraer informou que um contrato de venda de 20 jatos do modelo 190 para a Argentina foi efetivado nesta sexta-feira (9).
Os aviões serão destinados à Austral – subsidiária da Aerolíneas Argentinas – e começam a ser entregues em julho.
O contrato foi anunciado em maio de 2009, mas estava condicionado ao cumprimento de determinados requisitos, afirma a fabricante brasileira. O valor do negócio não foi informado.

Investigação

No final de março, escritórios da Aerolíneas Argentinas – controlada pelo governo – foram invadidos pela polícia argentina, como parte de uma investigação sobre suposto superfaturamento na compra dos jatos da Embraer.
Segundo a investigação, o preço de mercado de cada aeronave era de cerca de US$ 30 milhões, mas o governo argentino teria pago US$ 34,5 milhões. Suspeita-se que o montante da diferença teria sido usado para pagar propinas.
Na ocasião, a fabricante declarou que “refuta veementemente especulações sobre superfaturamento ou quaisquer irregularidades no processo de venda de aeronaves”.
Os jatos Embraer 190 encomendados pela Austral são do modelo AR (Advanced Range), de maior alcance, e podem voar 4.400 quilômetros sem escalas. A cabine comporta até 96 passageiros, divididos em duas classes, sendo oito na executiva e 88 na econômica.
A Austral utilizará as aeronaves principalmente para substituir jatos mais antigos em rotas domésticas, intensificar frequências de voos atuais e atender a novas cidades.
10/04/2010 lucasu Deixe um comentário Ir para os comentários
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A Embraer informou que um contrato de venda de 20 jatos do modelo 190 para a Argentina foi efetivado nesta sexta-feira (9).
Os aviões serão destinados à Austral – subsidiária da Aerolíneas Argentinas – e começam a ser entregues em julho.
O contrato foi anunciado em maio de 2009, mas estava condicionado ao cumprimento de determinados requisitos, afirma a fabricante brasileira. O valor do negócio não foi informado.

Investigação

No final de março, escritórios da Aerolíneas Argentinas – controlada pelo governo – foram invadidos pela polícia argentina, como parte de uma investigação sobre suposto superfaturamento na compra dos jatos da Embraer.
Segundo a investigação, o preço de mercado de cada aeronave era de cerca de US$ 30 milhões, mas o governo argentino teria pago US$ 34,5 milhões. Suspeita-se que o montante da diferença teria sido usado para pagar propinas.
Na ocasião, a fabricante declarou que “refuta veementemente especulações sobre superfaturamento ou quaisquer irregularidades no processo de venda de aeronaves”.
Os jatos Embraer 190 encomendados pela Austral são do modelo AR (Advanced Range), de maior alcance, e podem voar 4.400 quilômetros sem escalas. A cabine comporta até 96 passageiros, divididos em duas classes, sendo oito na executiva e 88 na econômica.
A Austral utilizará as aeronaves principalmente para substituir jatos mais antigos em rotas domésticas, intensificar frequências de voos atuais e atender a novas cidades.


Instrumento desnecessário e humilhante
SAMUEL PINHEIRO GUIMARÃES

O centro da questão é o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), cujo objetivo é evitar uma guerra nuclear. A possibilidade de tal conflito não está nos países que não detêm armas nucleares, mas, sim, naqueles que as detêm. Portanto, o principal objetivo do TNP deve ser a eliminação das armas dos países nuclearmente armados: Estados Unidos, Rússia, China, França e Inglaterra.
Há 42 anos esses países se comprometeram a eliminar suas armas, e há 42 anos não cumprem esse compromisso. Ao contrário, aumentaram a eficiência de suas armas nucleares.
Apesar de não terem se desarmado, esses países insistem em forçar os países não nucleares a aceitar obrigações crescentes, criando crescentes restrições à difusão de tecnologia, inclusive para fins pacíficos, a pretexto de evitar a proliferação.
Os países nucleares, ao continuarem a desenvolver suas armas e, portanto, a intimidar os países não nucleares, estimulam a proliferação, pois os países que se sentem mais ameaçados procuram se capacitar. Isso ocorreu com a então União Soviética (1949), com a França (1960) e com a China (1964).
Hoje, diante da inexistência de ameaça de conflito nuclear, o argumento dos países nucleares é a possibilidade de terroristas adquirirem a tecnologia ou as armas.
Essa tecnologia está disponível. A questão é a capacidade de desenvolver industrialmente as armas e os vetores para atingir os alvos.
Nenhum grupo terrorista detém os vetores (mísseis e aviões), nem a estrutura industrial para produzir o urânio enriquecido, nem a técnica para fabricar detonadores. Por outro lado, os terroristas poderiam obter essas armas justamente onde existem, nos países nucleares.
Nesse contexto se insere o Protocolo Adicional. O TNP prevê que todos os países-membros assinem acordos de salvaguardas com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), pelos quais os Estados não nucleares submetem a inspeção todas as suas instalações nucleares. O objetivo do acordo é verificar se há, para fins militares, desvio de material nuclear da instalação (reatores, usinas de enriquecimento etc.).
O Brasil tem atividades nucleares exclusivamente para fins pacíficos, como determina a Constituição, e tem um acordo de salvaguardas com a AIEA, que permite à agência inspecionar instalações brasileiras. Tudo com respeito à soberania nacional e a nossos interesses econômicos.
A AIEA, por proposta americana e a pretexto do programa do Iraque, elaborou um modelo de protocolo adicional aos acordos de salvaguardas, permitindo a visita de inspetores, sem aviso prévio, a qualquer local do território dos países não nucleares para verificar suspeitas sobre qualquer atividade nuclear, desde pesquisa acadêmica e usinas nucleares até a produção de equipamentos, como ultracentrífugas e reatores.
O Protocolo Adicional constituiria uma violação inaceitável da soberania diante da natureza pacífica das atividades nucleares no Brasil, uma suspeita injustificada sobre nossos compromissos constitucionais e internacionais e uma intromissão em atividades brasileiras na área nuclear.
Essa intromissão causaria graves danos econômicos, quando se consideram as perspectivas brasileiras na produção de combustível nuclear, que terá forte demanda com a necessidade de enfrentar a crise ambiental.
A solução ambiental exige a reforma da matriz energética, tanto nos emissores tradicionais, como os EUA, quanto nos de rápido desenvolvimento, como a China e a Índia.
Uma das mais importantes fontes de energia não geradora de gases de efeito estufa é a nuclear. O Brasil tem grandes reservas de urânio, tem o conhecimento do ciclo de enriquecimento do urânio e a capacidade para produzir reatores, ultracentrífugas, pastilhas etc. e, assim, pode vir a atender uma crescente demanda externa.
A preservação do conhecimento tecnológico é, assim, aspecto essencial na área nuclear. Ora, as ultracentrífugas de tecnologia brasileira são as mais eficientes do mundo. Há grande interesse de certos países em ter acesso a suas características, uma das consequências da assinatura do Protocolo Adicional, que, no caso do Brasil, seria um instrumento desnecessário, intrusivo, prejudicial e humilhante.
SAMUEL PINHEIRO GUIMARÃES , 70, diplomata, é ministro de Assuntos Estratégicos. Foi secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores

Lula defende a posição independente do Brasil


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu ontem as críticas dos EUA à sua visita ao Irã, marcada para maio, ao afirmar que nunca questionou as decisões políticas internacionais americanas. "Agora estão invocados que vou no Irã. Nunca perguntei por que estão fazendo guerra no Afeganistão."

Lula disse que chegou a receber dos americanos o apelido de "agente da CIA" (agência de inteligência americana) no passado por ter-se mostrado contra a invasão russa ao Afeganistão -posteriormente também invadido pelos americanos.

Em discurso durante ato de apoio à pré-candidatura de Dilma Rousseff (PT) para militantes do PC do B, Lula fez duras críticas aos EUA. O presidente disse que foi o único a não se levantar para o ex-presidente George W. Bush na reunião do G8 de 2003. "Quando o Bush entrou na sala, todo mundo levantou, fiquei sentado. Disse: não vamos levantar, ninguém levantou quando eu cheguei."

Lula disse ainda que os EUA não são o único autorizado a negociar a paz no Oriente Médio e que a ONU "deveria ter criado o Estado palestino para garantir a paz dos dois lados".

Lula disse, em defesa do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que os EUA não podem repetir no país a conduta de invasão tomada com o Iraque, mesmo com a suspeita de proliferação de armas. "Quero dizer ao Ahmadinejad: olha, o seu limite é o nosso. Nenhum passo a mais, nenhum passo a menos. O que não pode é pensar que vão fazer com o Irã o que fizeram com o Iraque."

O presidente disse que, no cenário internacional, nunca admitiu que o Brasil fosse tratado como "vira-lata ou país de segunda categoria" e que, se a pré-candidata do PT for eleita sua sucessora, ela adotará um tom ainda mais duro que o seu.
"Eles pensam que eu sou duro nas negociações? Vão ver quando Dilminha chegar lá. Vão ver o que é falar grosso ao defender os interesses do Brasil."


O presidente russo, Dmitri Medvedev, defendeu maior cooperação com Brasil, Índia e China, e disse que o incremento do comércio negociado em suas próprias moedas pode ajudar a forjar laços econômicos mais estreitos entre os países.
"As possibilidades de cooperação multilateral em energia nuclear, construção de aviões, exploração espacial e nanotecnologia são de largo alcance", disse Medvedev num artigo distribuído ontem por e-mail pela assessoria de imprensa do Kremlin. "Os acordos sobre comércio bilateral em moedas nacionais" deverão contribuir para essa cooperação, disse ele.
Medvedev e seus pares nos países do Bric deverão reunir-se para a sua segunda cúpula nos amanhã e depois, em Brasília. Em sua primeira conferência na cidade de Iekaterimburgo, nos montes Urais, em junho do ano passado, os quatro chefes de governo reivindicaram que as economias emergentes tenham mais voz nas instituições financeiras internacionais e defenderam um sistema monetário mundial mais diversificado.
Brasil, Rússia, Índia e China deveriam concluir as "muito atrasadas" reformas do sistema de Breton Woods, disse Medvedev. Os quatro países, que representam 42% da população mundial e contribuíram com mais de 50% crescimento econômico mundial nos últimos anos, poderiam também dar uma contribuição conjunta a um programa "pós-crise" do G-20, disse ele.
O presidente Medvedev disse também ser "importante" tomar medidas comuns, entre elas o intercâmbio de informações sobre possíveis "ataques especulativos" às moedas, títulos e mercados de commodities dos respectivos países, para garantir a segurança econômica.
"Ao fortalecer a base econômica do mundo multipolar, os países do Bric ajudam objetivamente a criar as condições para o fortalecimento da segurança internacional", disse Medvedev.

BRICs



O governo brasileiro quer que os quatro maiores países emergentes da atualidade – Brasil, Rússia, Índia e China – atuem com “mais empenho e união” em prol de uma reforma do sistema financeiro internacional.
Segundo um representante do Itamaraty, esta deve ser a principal mensagem do Brasil durante a 2ª cúpula de chefes de Estado dos Brics, nesta sexta-feira, em Brasília.
“O pior da crise econômica já passou, mas não podemos perder o momento para avançar nesse debate”, diz a fonte.
A avaliação é de que Brasil, Índia, Rússia e China têm peso econômico suficiente para “forçar” uma reforma em instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, mas que, para isso, precisam de “coordenação, de empenho”.
O subsecretário de Assuntos Políticos do Itamaraty, embaixador Roberto Jaguaribe, disse que existe uma “pressão crescente” na esfera internacional de que a reforma do sistema “não seja necessária”.
“Temos uma preocupação em levar adiante as reformas necessárias para evitar que a crise se repita. Precisamos consolidar esse processo, porque alguns países já estão achando que (as reformas) não sejam importantes”, disse o embaixador.
Citando estimativa do Fundo Monetário Internacional, Jaguaribe disse que os Brics serão responsável por 61% do crescimento econômico mundial, no período de 2008 a 2014.
A sigla Bric foi criada em 2001 pelo banco de investimentos Goldman Sachs, em um artigo sobre as potências econômicas do futuro, e acabou sendo abraçada pela diplomacia dos quatro países.
Moeda
Sobre a discussão quanto a uma moeda que sirva de alternativa ao dólar, Jaguaribe disse que o assunto continua sendo analisado pelos quatro países, mas “ainda em nível técnico”.
O tema dominou a 1ª cúpula dos Brics, em junho passado, depois que o governo chinês apontou a “primazia” do dólar americano como um dos responsáveis pela disseminação da crise.
De acordo com Jaguaribe, os quatro emergentes têm “fortíssimo interesse” na manutenção do equilíbrio na área financeira, mas que a discussão sobre uma nova moeda será feita “sem pressa”.
Segundo o embaixador, os representantes dos Brics estão preocupados em promover uma substituição do dólar que seja “imperceptível” e “sem especulação”.
“Inventar jogadas que vão gerar marolas não faz parte dos planos de nenhum dos países envolvidos”, disse Jaguaribe. “Não estamos pensando em uma mudança rápida”, acrescentou.
O assunto, segundo ele, não será incluído na pauta formal de debate dos chefes de Estado, estando restrito a um seminário, promovido pelo Banco Central do Brasil, com técnicos das instituições dos quatro países.
‘Ponto forte’
Segundo o Itamaraty, o “ponto forte” da coordenação entre os Brics têm sido as áreas financeiras e econômica, com conversas “frequentes” entre Bancos Centrais e Ministérios da Fazenda dos quatro emergentes. “E a expectativa é de que o foco siga sendo esse”, disse uma fonte do Ministério.
Por sugestão do Brasil, a reunião de chefes de Estado será precedida por uma série de eventos paralelos. Além de empresários dos quatros países, também vão se encontrar representantes dos respectivos bancos de desenvolvimento e de bancos comerciais.
Uma fonte do Ministério da Fazenda disse à BBC Brasil diz que o governo brasileiro, principalmente, sente-se “incomodado” com a “ausência” de bandeiras de bancos brasileiros em outros países em desenvolvimento.
“Estamos discutindo com nossos pares nos outros três países uma forma de estimular a presença dessas instituições nesses países, o que facilitaria em muito o comércio”, diz o representante da área econômica.
A avaliação do governo brasileiro é de que as instituições brasileiras, apesar de fortes no mercado nacional, não estão acompanhando a “nova dinâmica das relações comerciais entre os países do Sul”.
Política
Se no campo econômico a discurso do governo brasileiro é de que os Brics “já mostram avanços”, quando o assunto é a atuação política, a avaliação é de que o grupo deixa a desejar.
Assuntos como a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a política nuclear internacional e as mudanças climáticas ainda não são tratados com frequência entre os quatro emergentes.
Na avaliação de Jaguaribe, os Brics se destacam pelos trabalhos na área econômico-financeira, mas “sem uma mudança equivalente no âmbito político-estratégico”.
“Existe aí um espaço, onde nós batalhamos para que haja uma evolução compatível com as demandas e a expansão dos atores relevantes do mundo”, diz o embaixador.
Temas como o programa nuclear iraniano e um possível acordo climático serão discutidos em encontros “privados” entre os chefes de Estado, ou seja, não fazem parte da pauta formal da cúpula.
IBAS
Nesta quinta-feira, o Brasil sedia uma outra cúpula de chefes de Estado, no âmbito do IBAS – grupo formado por Índia, Brasil e África do Sul.
Esse é o quarto encontro desde que o grupo foi criado, em 2003, com o objetivo de unir os países do Sul em contraposição aos países ricos do Ocidente, representados principalmente pelo G8.
Entre os destaques da cúpula está um encontro com o chanceler palestino, Riad Malik, que será recebido em Brasília para discutir o processo de paz no Oriente Médio.
Segundo Jaguaribe, o encontro foi pedido pelos próprios palestinos, que segundo o embaixador, veem no IBAS uma instância “imparcial”, capaz de contribuir nas conversas com Israel.


Segundo a revista Flight, a Indonésia decidiu-se pela aquisição de oito turboélices de treinamento avançado e ataque leve Super Tucano, entretanto, o Ministério da Defesa do país ainda não aprovou o negócio.
O Super Tucano bateu seus dois maiores rivais na competição, o suiço Pilatus PC-9 e o sul-coreano KAI KT-1, este último já em serviço na Força Aérea indonésia como treinador básico. Segundo a mesma publicação, a Pilatus tem como política comercial o não fornecimento de aviões com capacidade de combate armado em alinhamento à posição de neutralidade do país, fato que contribuiu para que o modelo brasileiro ganhasse a preferência.
Essa será a primeira venda de aviões Super Tucano da Embraer para uma nação da região Ásia-pacífico. As aeronaves substituirão os antigos Rockweell OV-10 Bronco, em serviço desde os anos de 1960. Timor-Leste ganhou sua independência em 2002 e a Indonésia não registra atualmente insurgências significativas em suas outras províncias, contudo, na região da Papua Ocidental têm acontecido movimentações tribais em favor do desligamento do território da jurisdição de Jacarta, fato que torna necessária a manutenção de vetores aéreos anti-insurgência (COIN) sempre preparados para eventuais ações.

do blog espaço essencial

O presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, deu hoje as boas-vindas a uma eventual mediação do Brasil na polêmica questão do programa nuclear de Teerã, acusado por grande parte da comunidade internacional de ter fins militares.
Larijani recebeu nesta segunda-feira o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que chegou de madrugada a Teerã para preparar a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Irã.
O parlamentar, citado pela agência de notícias local “Mehr”, não ofereceu, no entanto, detalhes sobre o papel que o Brasil poderia desempenhar para solucionar a polêmica.
Amorim, por sua vez, manteve a postura do Governo brasileiro e insistiu que Brasília apóia o programa nuclear iraniano, desde que seja voltado para fins pacíficos, mas não comentou se o país apoiaria possíveis sanções internacionais contra o regime persa.
O ministro já havia anunciado há dois meses a vontade do Brasil de atuar como mediador do conflito, mas não oferecera detalhes.
“O que queremos para o povo brasileiro é o que queremos para o povo iraniano, ou seja, a expansão das atividades nucleares pacíficas”, disse Amorim, depois de se reunir também com o negociador nuclear iraniano na questão, Saeed Jalili.
Grande parte da comunidade internacional, sob a liderança dos Estados Unidos, acusa o regime dos aiatolás de ocultar, sob seu programa civil, outro de natureza clandestina e ambições bélicas, cujo objetivo seria adquirir um arsenal atômico, alegação negada por Teerã.
A polêmica se radicalizou no final do ano passado, depois de o Irã rejeitar uma oferta dos EUA, Reino Unido e Rússia para enviar seu urânio enriquecido a 3,5% ao exterior e recuperá-lo depois enriquecido a 20%, nas condições que diz precisar para manter em operação seu reator em Teerã.
Perante a falta de acordo, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, ordenou o início do enriquecimento a 20%, apesar das advertências internacionais.
Desde então, o Governo americano busca aprovar uma nova rodada de sanções internacionais para tentar frear o polêmico programa nuclear iraniano.
Neste ano, o Brasil assumiu uma das 15 cadeiras do Conselho de Segurança da ONU, órgão responsável pelas possíveis sanções ao regime iraniano.
A este respeito, o presidente do Parlamento iraniano voltou hoje a culpar as grandes potências pela falta de acordo e insistiu que chegar a uma solução é “simples”.
“Polemizar com dados irreais não terá efeito algum sobre a vontade do povo iraniano. As grandes potências tentam complicar este assunto para favorecer assim seus próprios interesses políticos”, criticou.
Durante a reunião, Larijani e Amorim expressaram a necessidade de ampliar as relações bilaterais em diversos campos, disseram à Agência Efe fontes diplomáticas brasileiras.



Índia quer aviões da Embraer para ampliar frota comercial

O governo indiano diz ver uma janela de oportunidade para a Embraer nos planos da Índia de alcançar a marca de 2 mil aeronaves em sua frota comercial até 2020. Atualmente, o país conta com 400 aviões que fazem voos domésticos e internacionais.

A avaliação é do secretário indiano de Aviação Civil Prashant Sukul. Ele afirma que os novos aviões serão usados para conectar o interior da Índia e que isso gera uma demanda por aviões de médio porte, que abrigam entre 25 a 50 assentos.

"Hoje em dia, as rotas nacionais são operadas por aviões muito grandes, feitos pela Airbus e Boeing, que não são os mais apropriados. As chances de fabricantes de aviões de médio porte são maiores, e este é um diferencial da Embraer", diz Sukul.

De acordo com dados do Ministério de Aviação Civil, cerca de 90 milhões de passageiros viajam pela Índia todos os anos. O número parece grande, mas não passa de 1,5% da população indiana. Deste volume, entre 10 mil e 12 mil passageiros têm destino internacional.

"Com a expansão do mercado de voos domésticos na Índia, eu vejo a Embraer entrando como uma das principais fornecedoras de aviões de médio porte", diz Sukul.

Mercado aberto

O governo indiano estima que a atuação da Embraer no mercado local de produção de aeronaves civis não vai encontrar resistência da indústria nacional.

Sukul garante que na Índia este é um mercado aberto, desregulamentado e que as empresas nacionais ainda estão em processo de desenvolvimento desta tecnologia. Ele afirma que a colaboração por meio de produção conjunta pode dar o pontapé inicial para o desenvolvimento da indústria local.

Outro segmento que está em expansão no setor aéreo indiano é o de jatos executivos, área em que a Embraer também se diferencia. O mercado cresceu 150% nos últimos cinco anos e alcançou a marca de 200 aeronaves.

"É um número pequeno se comparado à quantidade existente nos Estados Unidos, mas apostamos que este volume mais que dobre nos próximos cinco anos", estima Sukul.

Apesar do otimismo, o secretário indiano diz que a indústria ainda se recupera dos efeitos da turbulência financeira global e que só vai haver expansão à medida que a economia crescer e as empresas voltarem a apresentar resultados consistentes.

"Na Índia, houve uma queda de 8 a 9% no trafego aéreo internacional por causa da crise. Primeiro, temos que nos recuperar desta perda para, depois, crescer. E isso deve levar entre um ano e um ano e meio", afirmou.

Por hora, o secretário indiano diz que também descarta a possibilidade de fusões e aquisições no setor.