Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Neri: em cinco anos, o numero de miseráveis caiu 40%. Bye-bye Serra 2010
Saiu no Blog do Planalto, exposição do economista Marcelo Neri, da FGV- Rio, sobre a impressionante mobilidade social que se verifica no Brasil (do Governo Lula).
Foi uma exposição no Conselho de Desenvolvimento Social, devidamente ignorada pelo PiG (*).
Com uma defesa macroecômica muito bem postada, um ataque social forte, com o Bolsa Família, e tendo na nova classe média o seu Pelé, o Brasil chegará a 2014 com um grande time, tendo incorporado mais do que uma ‘França’ de cidadãos às classes A, B e C — 68 milhões de pessoas. Nos últimos oito anos, o Brasil incluiu 32 milhões de pessoas. O panorama foi dado nesta quinta-feira (17/6) pelo economista Marcelo Cortes Neri, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), realizada em Brasília.
Segundo dados apresentados por Neri, a renda do brasileiro vem crescendo 5,3% ao ano e houve uma queda de 43% do total de miseráveis do País num período de cinco anos — entre 19 e 20 milhões de brasileiros.
Fizemos muito em pouco tempo e acho que essa agenda procura elencar um conjunto de políticas. Nossa defesa macroeconômica está muito bem postada e nosso ataque social está muito forte, que é o Bolsa Família. O nosso Pelé é a nova classe média. Estamos falando de uma França a ser incorporada ao mercado e à cidadania. Isso é possível. Ou seja, crescimento com redução de desigualdade.
Para que os bons resultados obtidos no País até aqui sejam confirmados, é preciso que o Brasil invista em educação — um dos principais pontos da agenda proposta pelo Conselho.
Se no passado o Brasil era o mais ‘envergonhado’ dos Bric (grupo composto por Brasil, Rússia, Índia e China), agora estamos no mesmo nível, afirma Neri. E para que esse processo tenha sustentabilidade, é preciso investir em educação, reiteirou o economista.
A agenda de futuro é econômica, é social. O Brasil não é um país previsível. Temos revoluções acontecendo que só de vez enquanto nos damos conta. A dificuldade brasileira é jogar junto. E esse Conselho está conseguindo fazer que todos atuem juntos.
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
O economista Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas, é um dos maiores estudiosos da evolução da renda dos brasileiros.Pós-Doutorado em Princeton (EUA), não é um integrante do Governo, mas um economista independente e tem, como já disse aqui de alguns outros profissionais da área, o mérito de se expressar com muita clareza. Vale a pena ouvir um trechinho do que ele disse, semana passada, na reunião do Conselho de desenvolvimento Econômico e Social. Não o conheço pessoalmente, mas desde o ano passado me sensibilizei muito ao ouvir uma declaração sua de que parte dos recursos do pré-sal deveriam ser empregados na educação. Ouça o que ele diz sobre o processo de inclusão dos brasileiros. Impressiona. mas, sobretudo, conforta nossa consciência que não tem paz enquanto houver gente vivendo na miséria, neste rico país. País que deixa de ser dofuturo para fazer, aqui e agora, deste futuro o hoje.
"A História das Coisas" é um pequeno documentário educativo que apresenta importantes informações sobre questões ambientais e sociais dentro da temática do consumo de produtos, que representa um assunto urgente e de vital importância para a sobrevivência de todo o Planeta. Expõe as conexões entre um enorme número de questões importantes, demonstrando com fatos, que ao consumirmos de forma inconsciente e desmedida, estamos destruindo o mundo e a nós mesmos.
DADOS DO ARQUIVO Diretor: Louis Fox Áudio: Inglês Legendas: Português Duração: 21 min. Qualidade: DVDRip (AVI) Tamanho: 236 MB Servidor: Uploading (3 partes)
Santayana: sabotadores da política externa independente estão no país
Diplomacia sem medo
Se as grandes potências são incapazes de promover a paz, os emergentes têm o dever de buscá-la. O Brasil assumiu papel importante no mundo. Tem autoridade suficiente, mas antes lhe faltava coragem
Por: Mauro Santayana
Em entrevista ao Jornal do Brasil, o chanceler Celso Amorim atribuiu os ataques que a diplomacia de Lula recebe de alguns ex-embaixadores – todos eles vinculados ao governo de Fernando Henrique – à dificuldade de as pessoas se adaptarem aos tempos novos. É realmente o que está ocorrendo, não só com relação à diplomacia, mas a toda a sociedade atual, tanto no Brasil quanto em todos os países do globo. O mundo mudou, para melhor e para pior. Trotsky pregava a necessidade de uma “revolução permanente”, sem perceber que a História é, em si mesma, uma revolução sem fim, com seus momentos de avanço e de recuo, como ocorre no interior de cada período revolucionário visto isoladamente.
Comecemos pelo problema maior do século passado, que permanece: o artificial Estado de Israel. Foram as melhores as intenções dos países aliados ao criar aquele “lar nacional” para os judeus, depois do Holocausto. O Brasil tomou parte ativa nisso, coube a Oswaldo Aranha presidir a Segunda Assembleia Geral da ONU que aprovou a resolução. Poucos se recordam, no entanto, que, ao longo destes 62 anos, Israel, com o apoio dos Estados Unidos e da Inglaterra, jamais cumpriu o mandamento de respeitar a criação de um Estado palestino no mesmo território.
O Estado de Israel possui bombas atômicas – e dispôs-se mesmo a vendê-las ao regime racista da África do Sul, conforme revelou a imprensa britânica recentemente. Graças a isso, seus governantes mantêm os países vizinhos sob constante ameaça. Há quase 40 anos, quando houve a primeira revelação de que os cientistas de Israel estavam para armar o primeiro artefato nuclear, encontrei-me, na Europa, com dois amigos judeus nascidos no Brasil. Um deles, Louis Wiznitzer, estava exultante, porque Israel disporia de “uma arma de dissuasão”. O outro, o sociólogo mineiro Marcos Magalhães Rubinger, então em Genebra, estava desolado: “Estamos, como judeus, perdendo a última oportunidade de nos integrar à Humanidade, de renunciar a essa ideia particular de ‘povo diferente’ que nos atormenta”, me disse. Infelizmente, ambos já se foram.
Não se pode resolver o problema entre Israel e a Palestina sem que se resolva o problema entre Israel e seus vizinhos que, sendo muçulmanos, sentem-se no dever da solidariedade para com o sacrificado povo palestino. Isso explica a necessidade de negociar com o Irã, o mais poderoso dos países com maioria islâmica, como forma de esvaziar a tensão no Oriente Médio e retirar de Israel o pretexto para sua irracional política de aniquilamento paulatino dos palestinos.
Se as grandes potências são incapazes de promover a paz, os países que emergem como potências médias têm o dever de buscar o entendimento, de destravar o processo político. É nesse contexto que o Brasil está assumindo papel importante na sociedade mundial. O Brasil tem autoridade suficiente para isso. O que lhe estava faltando era coragem moral para assumir essa responsabilidade. De certa forma, não há nada de novo nessa postura, exposta por Ruy Barbosa há 103 anos, na II Conferência de Haia. Ali, diante da prepotência da Alemanha, da arrogância da Rússia tzarista e da presunção imperialista dos Estados Unidos, a delegação brasileira, chefiada pelo grande tribuno baiano, propôs a doutrina da plena igualdade política entre as nações soberanas. É na restauração dessa doutrina que o atual Itamaraty trabalha, sob a direção pessoal do presidente Lula.
Quando redigíamos este trabalho, Obama enviava ao Congresso sua mensagem com a nova estratégia norte-americana, que começa a reconhecer a responsabilidade de novos atores na cena internacional – entre eles, o Brasil. O famoso G-8 deixou de ser o clube dos donos do mundo, e a responsabilidade passa a ser do G-20 – grupo construído a partir da liderança brasileira entre os emergentes. Infelizmente, os maiores sabotadores da nova política externa independente se encontram em nosso próprio país – principalmente entre os que dominaram o Itamaraty no tempo de Fernando Henrique, o mais serviçal governante brasileiro ao interesse norte-americano em toda a história republicana.
Para os que acham que a crítica às ações expansionistas dos EUA é coisa de “esquerdistas com mentalidade conspirativa”, sugiro a leitura do livro “Legado de cinzas: uma história da CIA”, publicado pelo jornalista estadunidense Tim Weiner em 2008. Já para os que se iludiram com a eleição de Barack Obama, sonhando que ela poderia aplacar a gula imperialista, indico a leitura dos artigos da escritora estadunidense-venezuelana Eva Golinger, uma atenta pesquisadora dos documentos desclassificados das várias “agências de ajuda” ianques.
No seu mais recente artigo, ela comprova que os EUA continuam bastante ativos na montagem de rede de conspiradores pelo mundo. “Durante o último ano, distintas agências de Washington têm financiado, promovido e organizado grupos de jovens e estudantes na Venezuela, Irã e Cuba, para criar movimentos de oposição contra seus governos. Os três países, considerados ‘inimigos’ pelo governo estadunidense, têm sido vítimas do incremento de agressões de Washington, que busca provocar mudanças de ‘regime’ favoráveis aos seus interesses”.
Recursos milionários das “agências”
Na semana passada, um dos líderes da oposição anti-chavista, Roderick Navarro, presidente da Federação de Centros Universitários da Universidade Central da Venezuela, esteve em Miami para organizar “uma rede internacional, que inclua estudantes do Irã e Cuba, para que o mundo saiba das violações dos direitos humanos em nossos países”, segundo confessou à imprensa. A sua principal visita foi Diretório Democrático Cubano, organização de gusanos cubanos que é financiada pela USAID e pela NED, duas das mais ativas agências imperialistas dos EUA.
“Desde 2005, Washington está reorientando recursos através da NED e da USAID para o setor estudantil da Venezuela. Dos 15 milhões de dólares invertidos e canalizados por estas agências neste país, mais de 32% são dirigidos a organizações ‘juvenis’. Seu programa principal está direcionado à ‘capacitação no uso de novas tecnologias e de redes sociais para se organizar de maneira política’, segundo afirmam os próprios informes da USAID”, denuncia Golinger.
Ingerência agressiva no continente
A escritora afirma que Barack Obama não só manteve estes planos ilegais de ingerência, como intensificou as ações. “Em agosto de 2009, Washington começou uma ofensiva mundial usando estudantes venezuelanos como porta-vozes da oposição. De agosto a setembro, o Departamento de Estado organizou a visita de oito jovens aos EUA para denunciar o governo Chávez e para estreitar os vínculos com jovens estadunidenses. Os oito foram selecionados pelo Departamento de Estado como parte do programa ‘A democracia para os jovens líderes políticos’”.
“Os jovens venezuelanos, pagos e acompanhados pelo Departamento de Estado durante a visita, deram declarações à imprensa tentando desacreditar o governo Chávez. Justamente depois desta visita, foi organizada uma manifestação através do Facebook, intitulada “No más Chávez”, que incitou o magnicídio [assassinato] de Chávez... Um mês depois, em outubro de 2009, a Cidade do México sediou o segundo encontro da Aliança de Movimentos Juvenis (AYM). Patrocinado pelo Departamento de Estado, o evento contou com a participação de Hillary Clinton” e de vários direitistas da América Latina – incluindo do Brasil, que não teve o seu nome revelado.
Investindo pesado na internet
Além dos debates políticos, com palestras de agentes do Instituto Republicano Internacional, do Banco Mundial e do Departamento Estado, os presentes tiveram vários cursos de “capacitação e formação” em Twitter, Facebook, MySpace, Flicker e Youtube. O império estadunidense tem investido pesado na utilização destas ferramentas da internet. Segundo a AYM, entidade criada em 2008, o uso destas “técnicas mais modernas tem resultado em coisas assombrosas”. Ela se jacta de várias manifestações direitistas organizadas através da internet.
Como alerta Eva Golinger, “as novas tecnologias – Twitter, Facebook, Youtube e outros – são suas principais armas nesta nova estratégia, e os meios tradicionais, como a CNN e as afiliadas, exageram o impacto real destes movimentos, promovendo opiniões falsas e distorcidas”. Para a escritora, o objetivo é criar uma “ciber-dissidência”, que desestabilize governos progressistas, apropriando-se de bandeiras como as da “liberdade de expressão e dos direitos humanos”.
Inquérito sobre contratos de emplacamento constata uso de laranjas em licitação e números inflados para o pagamento do serviço
Marcelo Godoy – O Estado de S.Paulo
O inquérito da devassa nos contratos de emplacamento e lacração de carros do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de São Paulo concluiu que há indícios de dez tipos de crimes envolvendo 162 delegados da Polícia Civil. Este é o caso com o maior número de delegados investigados na história da polícia paulista.
Em seu relatório final, a Corregedoria da Polícia Civil diz que foram desviados R$ 11,9 milhões de janeiro de 2008 a julho de 2009 – mas a fraude pode ser de até R$ 40 milhões, pois teria começado em 2006. Determinada pelo secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, a devassa descobriu a fraude na execução dos contratos de emplacamento de maneira simples. Comparou os números de carros que as empresas contratadas para o serviço enviavam ao Detran, e que eram usados para liberar os pagamentos, com o número de emplacamentos efetivos registrados na Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp).
O relatório de 129 páginas do inquérito, feito pelo delegado Luiz Antônio Rezende Rebello, conclui que a empresa Cordeiro Lopes inflava os números e tinha seus relatórios referendados pelos delegados. Além disso, Rebello diz que a licitação foi fraudada por meio do uso de empresas laranjas a fim de simular a concorrência. As vencedoras do pregão ofereceram preços de R$ 2,50 e R$ 4,50 para fornecer placas comuns quando o custo de produção delas era de R$ 26.
“Como inexiste milagre nas leis que regem o mercado, a diferença era paga pelo consumidor”, diz o documento. O consumidor seria persuadido pelas empresas a adquirir placas especiais, por até R$ 60, sob a alegação de que as placas comuns (mais baratas) estavam em falta.
Entre os delegados investigados estão dois ex-diretores do Detran: Ivaney Cayres de Souza (2006) e Rui Estanislau Silveira Mello (2007 a 2009). Ambos negaram em depoimento participação nas fraudes e irregularidades. Mello disse que sua gestão sempre “foi pautada pela moralidade, legalidade e eficiência”.
São investigados outros 19 delegados do Detran e 141 que dirigiram 100 Circunscrições Regionais de Trânsito (Ciretrans) que lideram as suspeitas de fraudes. O relatório foi entregue ao Ministério Público Estadual na semana passada. Os crimes atribuídos aos investigados são: fraude em licitação e na execução de contratos, sonegação fiscal, falsificação de documentos, peculato, corrupção ativa e passiva, prevaricação, advocacia administrativa e formação de quadrilha.
O governo estadual cumpriu menos da metade das metas da área de Transporte Metropolitano estabelecidas para o ano passado no Plano Plurianual (PPA) 2008-2011. Segundo balanço feito pelo Executivo, 16 dos 30 objetivos traçados para o setor não foram alcançados, incluindo a ampliação das linhas de Metrô e a modernização dos trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
O plano de expansão das malhas metroviária e ferroviária é uma das principais peças de campanha do pré-candidato à Presidência e ex-governador José Serra (PSDB). Em nota, a Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM) afirmou que “alguns projetos sofreram atrasos inerentes a fatores externos que não podem ser controlados pela STM, como os processos de contratação e desapropriação e a demora no fornecimento do setor privado”. Leia a íntegra da nota.
A Linha 5 (Lilás) teve a maior diferença entre o previsto e o realizado. Deveria ter sido implantado 25% do trecho entre o Largo 13, em Santo Amaro, e a Chácara Klabin, na zona sul. Mas foram construídos 9,25%.
A previsão era que 38% da ampliação da Linha 2 (Verde) fosse concluída, mas foram feitos 14,7%. Na Linha 4 (Amarela), a meta era 36%, mas 28%,32% foi realizado.
Nenhuma das metas de modernização das linhas de trem foi atingida em 2009. O pior desempenho foi na Linha 10 (Turquesa), que vai do centro da capital a Rio Grande da Serra. A previsão era concluir 12% do projeto de revitalização da linha e implantação do Expresso ABC. Mas apenas 3% foram feitos. O principal benefício desse investimento é reduzir os intervalos entre as composições, que continuam lotadas nos horários de pico.
Especialistas em transporte minimizam os atrasos, alegando as dificuldades de executar obras públicas e a “raridade” dos investimentos em transporte de massa. “O governo deve ser cobrado pelo prazo, mas tem que tomar cuidado para não desqualificar o investimento”, diz Marcos Bicalho, superintendente da Associação Nacional do Transporte Público (ANTP). “É preciso entender as dificuldades que há na gestão pública.”
Para Bicalho, o governo deve ser transparente tanto na hora de anunciar os projetos como na hora de prestar contas. “Nós (no Brasil) deveríamos ter o hábito de prestar contas, ser mais franco, assumir atrasos.”
O consultor de transporte Horácio Figueira afirma que os investimentos estão melhorando a rede do Metrô e dos trens, mas que há problemas para serem resolvidos. “Está faltando trem. O Metrô e a CPTM estão superlotados. E o ônibus, outro transporte de massa, está esquecido. Só o trilho não vai dar conta da demanda.
Conselheiro do TCE investigado é dono de ilha e de prédio Robson Marinho diz que comprou ilha na baía de Paraty em 1993 por R$ 100 mil, antes de assumir cargo no governo CovasO prédio de oito andares, com 16 salas de escritório, vale cerca de R$ 2 milhões no mercado; Marinho diz ter aplicado metade desse valor
Ilhas são associadas no imaginário popular a milionários. O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo Robson Marinho, que não se considera milionário, tem uma ilha na baía de Paraty, litoral sul do Rio. Tem também um prédio comercial de oito andares numa das regiões nobres de São José dos Campos (SP).A ilha de Araçatiba tem cerca de 70 mil metros quadrados e construções modestas para uma região que abriga imóveis da Xuxa e da família Marinho, da Rede Globo: são duas casas pré-fabricadas, de acordo com o próprio conselheiro.Marinho chega à ilha em uma lancha sua, de 21 pés, com motor de popa, avaliada em R$ 25 mil, segundo ele. Lá, tem também uma traineira, avaliada por ele próprio em R$ 20 mil.O conselheiro é investigado pelo Ministério Público sob a suspeita de ter recebido propinas da Alstom para facilitar os negócios da empresa com o governo paulista.As iniciais RM aparecem em documentos enviados ao Brasil pelo Ministério Público Suíço. Num trecho de um documento, RM é apontado como "ex secretaire du governeur" (ex-secretário do governador). Há ainda uma anotação de que o dinheiro seria usado para fazer pagamentos a "le tribunal de comptes" (tribunal de contas).Marinho foi coordenador da campanha que levou Mário Covas (1930-2001) ao governo de São Paulo (1995-2001). Foi chefe da Casa Civil entre 1995 e 1997, quando Covas o nomeou conselheiro do TCE.Marinho gargalha quando associam a ilha às suspeitas em torno da propina paga pela Alstom. "Comprei essa ilha em 1993, antes de assumir qualquer cargo no governo", conta. "Eu tinha uma casa e um terreno em Caraguatatuba, e a corretora que vendeu me trouxe um filme da ilha".Diz ter pago por volta de R$ 100 mil, o mesmo preço de um apartamento de três dormitórios em Caraguatatuba na época, numa comparação feita por ele. Hoje, ele avalia a ilha entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão -as casas consumiram R$ 300 mil, segundo o conselheiro: "A ilha deu uma bela valorizada. Foi um excelente negócio".Dois corretores consultados pela Folha, sob a condição de que seus nomes não fossem citados, dizem que uma ilha como a de Marinho vale hoje de R$ 2 milhões a R$ 2,5 milhões.O prédio de oito andares, com 16 salas de escritório, vale cerca de R$ 2 milhões, segundo corretores. O conselheiro diz ter investido a metade desse valor. O dinheiro veio da venda de uma casa por R$ 750 mil, e R$ 300 mil foram financiados.Marinho diz ter renda suficiente para justificar essas compras -ganha R$ 21 mil mensais líquidos do tribunal e diz trabalhar desde os 13 anos. Conta que trabalhava com turismo na Breda.Afirma que foi envolvido numa trama que tem um quê de absurdo: "Estou sendo incriminado por um bilhete anônimo que diz que RM arrecadou R$ 7 milhões para distribuir para políticos que garantiriam contratos para a Alstom. Essas iniciais são as minhas, mas não assumo que seja eu no documento. Quem acusa tem de provar".Ele diz que essa suspeita só pode partir de alguém que não conheceu o estilo Covas: "Ele não deixava eu conversar com empresários. Só falava com prefeito, com deputado".O conselheiro repudia a idéia de que beneficiou a Alstom ao defender um contrato do Metrô de três anos que durou dez a mais: "Durou tudo isso porque a tecnologia mudou". O tribunal reprovou o contrato.
No começo desse ano o governo Serra teve que devolver ao Fundo Estadual da Saúde por ordem judicial os recursos destinados ao SUS e desviados para contas em nome do tesouro do estado.
A ordem judicial foi dada pelos Ministérios Públicos do Estado de São Paulo e Federal, que publicaram uma recomendação aos secretários de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, e da Fazenda, Mauro Ricardo Machado Costa.
O documento é uma reação tardia a dez anos de representações e denúncias de desvio e não aplicação dos recursos mínimos na saúde, estabelecido em 12% do orçamento estadual.
Além de devolver os recursos depositados na conta única do Estado, gerenciada pela Secretaria da Fazenda, o governo de SP terá de enviar mensalmente a documentação relativa à movimentação dos recursos do SUS ao Conselho Estadual de Saúde, o que não vem sendo feito, a fim de permitir a fiscalização.
O desvio de verbas foi comprovado pela auditoria realizada em 2009 pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) em todos os Estados da Federação. Somente nos anos de 2006 e 2007 (Alckmin/Serra), o valor chegou a R$ 2,1 bilhões.
Parte do dinheiro estava em contas ou aplicações financeiras em nome do Tesouro Estadual. Entre 2001 e 2009, os gastos indevidos somaram aproximadamente R$ 5,7 bilhões, valor suficiente para construir 114 hospitais.
Atualmente existem trinta ações em curso, que buscam explicação para aproximadamente R$ 1 bilhão dos recursos do SUS – alocados em nove secretarias que não a da Saúde – entre elas uma ação popular de 2004. Houve decisão judicial parcial e provisória favorável à ação.
Em fevereiro de 2006, deputados estaduais e sindicalistas protocolaram no Ministério Público de São Paulo uma representação contra o então governador Geraldo Alckmin (PSDB), acusado de deixar de aplicar na Saúde, desde 2001, cerca de R$ 2 bilhões.
Em dez anos a dupla Alckmin/Serra desviou quase dois bilhões de reais de recursos da saúde para aplicações no mercado financeiro, não é atoa que em São Paulo, ora não tem remédio nos postos para diabéticos, ora para o coquetel dos portadores de HIV, e até para os os idosos e hipertensos.
E parte da imprensa golpista ainda diz que Serra foi o melhor ministro da saúde, só se for da saúde financeira da rede bancária.
Jornal do Vaticano atira pedras no escritor José Saramago
Saramago não tinha o direito de incriminar a um Deus ao qual jamais acreditou, diz a Santa Sé
O diário do Vaticano, L'Osservatore Romano, atacou o recém falecido escritor português José Saramago, dedicando-lhe um artigo no qual o define como "um populista extremista de ideologia antirreligiosa ancorado no marxismo".
Um dia depois da morte do escritor, o vespertino da Santa Sé publica um duro obituário sob o título A onipotência (presumida) do narrador assinado por Claudio Toscani, no qual repassa a vida do Prêmio Nobel de Literatura de 1998, que foi muito crítico com o catolicismo.
"Foi um homem e um intelectual de nenhuma transigência metafísica, até o final ancorado numa confiança no materialismo histórico, aliás o marxismo", dispara o artigo.
O texto repassa a produção literária do português, analisando também sua novela O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991), uma obra "irreverente" que supõe um "desafio à memória do Cristianismo, do qual não sabe o que salvar".
"Com respeito à religião, sua mente fixada como sempre por uma desestabilizadora intenção de banalizar o sagrado e por um materialismo libertário que quanto mais avançava nos anos mais se radicalizava, Saramago nunca se abandonou à simplicidade teológica", afirma o artigo.
"Um populista extremista como ele, que se havia encarregado de examinar os males do mundo, deveria ter abordado em primeiro lugar o problema das falhas estruturais humanas, desde as histórico-políticas até as sócio-econômicas, em vez de atacar logo o plano metafísico", prossegue.
O artigo do L'Osservatore Romano assegura que Saramago não deveria "incriminar, inclusive demasiado comodamente e longe de qualquer consideração, a um Deus no qual jamais acreditou, pela via de sua onipotência, de sua onisciência, e de sua onividência". ..............................
Só vou lembrar uma das tantas frases geniais de Saramago, a propósito desse blablablá reativo e de argumentos indigentes da Santa Sé, escrito pelo sub do sub do sub Claudio Toscani:
"Eu não escrevo para agradar ou para desagradar, escrevo para perturbar".
Saramago, depois de morto, ganha outro Nobel
Fecho de ouro numa vida dedicada a denunciar o delírio na realidade
Quem não gostaria de ser objeto do tribunal eclesiástico da Santa Sé? Ainda bem que agora vibra apenas o seu martelo moral, porque uma vez o sujeito ia direto para a fogueira, sem apelação.
Tomás de Torquemada morreu no ano de 1498. Pois, mesmo passados cinco séculos suas práticas continuam vivas e aplicáveis, agora apenas com fogueira moral do PC (partido católico) do Vaticano.
Mesmo assim, com a fogueira simbólica e tudo, o Vaticano carbonizou sábado passado o recém falecido José Saramago. Antes de queimá-lo apedrejou-o mil vezes com as pedras do ramerrão dogmático católico.
Saramago, morto, não pode se defender. Bela lição de cristandade deixa a Igreja romana! Dos quase noventa anos de vida, Saramago criticou duramente as religiões em mais de três longas décadas. Silêncio. Morto, o vil tribunal resolve levantar suas objeções morais esfarrapadas contra o grande pensador.
De qualquer forma, a vileza presente tem o sabor simbólico do seu contrário. Sinto que estão premiando Saramago. E a energia cósmica do grande escritor diverte-se, dá cambalhotas em alguma estrela brilhante do páramo infinito.
Quem não gostaria de morrer e ser credenciado como o que sempre denunciou a farsa da ilusão religiosa?
Já se vê que Saramago acaba de merecer mais um Prêmio Nobel, o de ter ajudado a desconstituir o delírio na realidade que é a paranóia religiosa. Convenhamos, que com as armas da literatura, tecendo textos ditados pela imaginação, este escritor corajoso ajudou a minar a institucionalidade material das religiões, com seus podres poderes terrenos, suas trágicas opções políticas, seus bancos endinheirados e suas práticas de corrupção, violência física e simbólica contra crianças e jovens, alienação generalizada e sobretudo por espalhar dogmas que dividem os humanos ao invés de congraçá-los em boa vontade e tolerância mútua.
Saramago agora - de fato - deve estar perfeitamente feliz.
Coisas da vida.
Foto: Viúva de Saramago, Pilar del Rio, olha para o corpo no funeral em Lisboa ao lado da filha dele, Violante. Fotografia de Rui Gaudêncio/Publico.pt
Favorecimento da Justiça brasileira à TV Globo deverá ser denunciado à ONU, OEA e até ao Tribunal Internacional Penal de Haia
Caminha para seus capítulos finais a mais espantosa novela da vida jurídica nacional: o caso da usurpação da antiga TV Paulista por Roberto Marinho, durante a ditadura militar, quando ele se sentia à vontade para fazer o que bem quisesse, acima da lei e da ordem.
Ao que parece, está em boas mãos o recurso especial interposto pelos herdeiros dos antigos acionistas da TV Paulista (hoje TV Globo de São Paulo, responsável por mais de 50% do faturamento da rede) contra decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que julgou prescrita a ação, favorecendo no caso a família Marinho.
Trata-se de uma Ação Declaratória de Inexistência de Ato Jurídico, e o relator do processo é o ministro João Otávio de Noronha, mineiro, nascido em Três Corações e que está no Superior Tribunal de Justiça desde dezembro de 2002. A partir de abril passado, ele preside a Quarta Turma do STJ, encarregada do julgamento.
De acordo com o Anuário da Justiça editado pelo Consultor Jurídico, o ministro João Otávio de Noronha não fez carreira na magistratura e nem no Ministério Público. Foi nomeado ministro do STJ pelo quinto constitucional. Sua atividade profissional desenvolveu-se, em especial, no Banco do Brasil, onde ingressou em 1975. Por 17 anos foi advogado dessa instituição financeira, tendo inclusive exercido o cargo de diretor jurídico de 2001 a 2002, pouco antes de ser nomeado ministro do Superior Tribunal de Justiça.
Nenhum outro jornal, revista, site ou blog, faz acompanhamento desse importantíssimo julgamento no STJ, que parece correr sob “SEGREDO DE JUSTIÇA”, mas na verdade o que existe é “SEGREDO DE IMPRENSA”. Como se trata de um processo do interesse fundamental da família, no qual o patriarca Roberto Marinho surge praticando falsificação de documentos e uma série de outros crimes, o interesse da máfia da imprensa é soterrar, sepultar e emparedar esse julgamento.
Nos dois primeiros julgamentos, na Justiça do Rio de Janeiro, os resultados foram favoráveis à família Marinho, mediante fraude, leniência e favorecimento, exclusivamente isso. Na forma da lei, com base no que está nos autos, as sentenças teriam sido amplamente desfavoráveis à TV Globo.
Para proteger os interesses do mais poderoso grupo de comunicação do Hemisfério Sul, a “solução jurídica” encontrada por seus defensores, a família ZVEITER, foi julgar o processo como se fosse uma AÇÃO ANULATÓRIA, para então declará-lo “PRESCRITO” por TRANSCURSO DE PRAZO.
Foi um monumental erro jurídico, porque um dos fundamentos mais importantes no processo é justamente a forma da ação. Assim, ação anulatória é uma coisa, ação declaratória de inexistência de ato jurídico é outra completamente diferente, com uma peculiaridade essencial: a primeira prescreve, a segunda, não.
No processo contra a TV Globo, em nenhum momento se fala em AÇÃO ANULATÓRIA.O que existe é, única e exclusivamente, uma AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE ATO JURÍDICO.Assim, como pôde a juíza (não citarei o nome dela por piedade) julgar uma ação declaratória como se fosse ação anulatória. A magistrada (?) agiu como um feirante que confunde abacaxi e abacate, porque ambos são frutas. Ha!Ha!Ha!
O pior é que, no julgamento em segunda instância, os ilustres desembargadores (também por piedade, não citarei os nomes) confirmaram a sentença grotescamente equivocada, erro que nem mesmo o mais iniciante acadêmico de Direito ousaria cometer.
Parodiando Rui Barbosa, até mesmo as paredes do STJ sabem que uma ação declaratória não se confunde com ação anulatória, sendo pacífica a jurisprudência daquela Corte de que a ação declaratória é mesmo imprescritível.
A “Tribuna da Imprensa” é o único jornal brasileiro que desde 2000 vem acompanhando a luta dos herdeiros da família Ortiz Monteiro (os antigos acionistas da TV Paulista) na Justiça, onde buscam declaração sobre a inexistência de venda da TV Paulista por parte de seus parentes para o jornalista Roberto Marinho, entre 1964 e 1975.
No processo, o Espólio de Roberto Marinho e a TV Globo sustentam que, de fato, nada compraram da família Ortiz Monteiro, antiga controladora daquele canal, já que teriam adquirido 52 % do seu capital acionário de Victor Costa Júnior. Mas acontece que , segundo o Ministério das Comunicações, esse cidadão nunca teve ação alguma da TV Paulista e muito menos foi seu acionista controlador.
Parece um caso nada complexo, já que os próprios donos da TV Globo de São Paulo, defendidos pelo escritório dos ZVEITER, admitem que nada compraram de Oswaldo J. Ortiz Monteiro e de outros acionistas, que formavam o grupo majoritário.
Quanto ao restante das ações, 48%, pertencentes a acionistas minoritários, pouco há a fazer, vez que o empresário Roberto Marinho delas se apossou em 1976, alegando que os seus titulares, 625 acionistas, não foram localizados e nem se interessaram em buscar seus direitos. Por conta disso, fez um depósito simbólico de Cr$14.285,00 (quatorze mil, duzentos e oitenta e cinco cruzeiros) no Banco Nacional. Já imaginaram quanto não valeriam hoje esses 48% do antigo capital da Rádio Televisão Paulista S/A, hoje, TV Globo de São Paulo?
Estou sabendo que essa atípica e insustentável apropriação será denunciada na ONU, na OEA e, se cabível, até no Tribunal Penal Internacional, já que no Brasil qualquer ato ilícito societário não denunciado em tempo, é considerado prescrito, GERANDO, por decorrência, direito líquido e certo ao autor da ilicitude ou da infração societária.
Como já escrevi, a família Marinho controla a TV Globo de São Paulo, mas administrativa (perante o governo federal) e juridicamente não conseguiu ainda legitimar essa posse, pois, apesar das vicissitudes e das inacreditáveis “aberturas” legais, continua sem justificativa e explicação razoável a anacrônica transferência da concessão e do controle acionário daquele canal para eles, por meio de SIMPLES PORTARIAS, NÃO ACOMPANHADAS DE DOCUMENTAÇÃO VÁLIDA E CONVINCENTE.
***
PS – Os responsáveis pela TV Globo alegam que PERDERAM os documentos originais da compra e venda das ações e que, na pior das hipóteses, seriam os donos legais da emissora por conta do tempo transcorrido e do próprio usucapião. USUCAPIÃO EM TRANSFERÊNCIA DE CONCESSÃO FEDERAL? Essa é nova.
PS2 – Para alguns procuradores da República, que investigaram essa questão, tudo não passou de uma farsa mal montada, com documentos falsificados e que não geram direito algum, pois o ato nulo não tem validade hoje e nunca.
PS3 – Aliás, na Procuradoria da República já existe um procedimento administrativo sobre esses fatos, e providências legais poderão ser implementadas tão logo o ministro João Otávio de Noronha, presidente da 4ª. Turma do STJ, leve a julgamento o recurso especial interposto contra a família Marinho e a TV Globo, isto, independentemente do que venha a ser decidido.
PS4 – Com justa razão, o jurista Oscar Dias Correia, ex-ministro do Supremo e ex-ministro da Justiça, tinha pavor de advogar no Rio de Janeiro. Dizia ele: “Na Justiça do Rio, tudo é possível”. É justamente o que se comprova no caso desse processo contra a TV Globo.
Dunga tem recebido muitas críticas na crônica esportiva. Diante delas, fico sempre com a impressão de que não se trata do técnico, nem das partidas de futebol, mas da ideia que cada um tem sobre o futebol e sobre os modelos – sempre idealizados – do que seja “jogar bem”. Sim, é claro, Dunga poderia ter levado Ganso e Neymar, ao invés de, digamos, Josué e Grafite. Mas, convenhamos, isso não deveria importar muito diante do fato incontestável de que temos um time competitivo com o qual podemos ser campeões.
Nem deveria obscurecer os méritos de Dunga na formação de um conceito que se desloca – até aqui vitoriosamente – em campo. Bem, mas esta não é uma crônica sobre futebol. Antes, penso que seja uma crônica sobre o silêncio.O maior erro de Dunga não foi objeto de atenção dos comentaristas, nem produziu debate na imprensa brasileira. Refiro-me ao fato de o técnico da Seleção estar alugando sua merecida e respeitável imagem de “guerreiro” à venda de uma cerveja.
Como se sabe, alguns dos titulares da Seleção Brasileira também foram contratados para este papel de garotos-propaganda de bebida alcoólica. Tivemos, aqui e ali, uma ou outra observação sobre o fato, mas nenhum debate. Tudo se passa como se fosse um episódio “normal”. Será? Penso que não. Ilana Pinsky, em artigo na Folha de S. Paulo, chamou atenção para o fato de que 87% do merchandising e mais de 70% das propagandas da TV aberta de bebidas alcoólicas são veiculadas nos intervalos ou durante os programas esportivos. Só isso já seria preocupante quando se sabe, segundo estudos da Organização Mundial de Saúde, que os custos derivados do consumo de bebidas alcoólicas na América do Sul representam de 8% a 15% do total dos gastos com saúde pública, o que contrasta com o comprometimento médio de 4% dos orçamentos na área no resto do mundo. Bebe-se muito por aqui, então. Muito mais do que seria razoável.
Mas quando associamos o consumo de bebidas alcoólicas à prática esportiva – e, especialmente, quando vinculamos simbolicamente nossas maiores conquistas e nossos ídolos no futebol ao hábito de beber – o que fazemos é aumentar o problema.O consumo de bebidas alcoólicas no Brasil é um hábito firmado no público jovem – entre 18 e 29 anos – e se concentra muito entre os homens (78%). Não por acaso, então, as estratégias de marketing envolvem mensagens apelativas com mulheres (o que permite a associação entre desejo sexual masculino e bebidas) e esportes (destacadamente o futebol). A ironia é que o álcool deprecia as possibilidades de qualquer atleta e tende a transformar os mais ardentes sonhos sexuais masculinos em pesadelos patéticos.
Mais do que isso, o consumo de bebidas alcoólicas está correlacionado fortemente à violência, ao sexo desprotegido e aos acidentes de trânsito. Tratamos, então, queiramos ou não, dos estímulos que a propaganda pode oferecer à morte. Mas o que é a morte diante de lucros bilionários e milhões em verbas publicitárias? Um brinde ao silêncio, então.
O Itaú também torce contra o Dunga ? A Fiat acha que o Dunga tinha que tirar o Kaká?
Algum problema, Galvão ? Olha de frente !
O cala a boca Galvão agride o espectador com a sua máquina bombástica de lugares comuns – segundo o New York Times.
E se sente no direito de governar a seleção.
Toda a Globo se acha no direito de governar a seleção.
O cala a boca Galvão, por exemplo, acha que a expulsão do Kaká foi “desnecessária”.
E que o Dunga errou porque não o tirou antes de ser expulso.
Claro, o Dunga não deveria ter escalado o Kaká – um jogador imaturo, irresponsável, que prejudicou o time, porque se deixou levar pelas provocações.
Isso poderia ter acontecido aos 5’ do primeiro tempo.
A culpa seria do Dunga ?
O cala a boca Galvão e seus inúteis comentaristas espinafraram a seleção até o primeiro gol do Luis Fabiano.
O torcedor precisa ter certeza de que a seleção está bem – era uma das teses estapafúrdias que se ouviam.
E aí, depois do primeiro gol do Luis Fabiano, naquela linguagem pré-rústica, o cala a boca Galvão começou a dizer que o Brasil só joga bem por causa da “individualidade” e, não, da “coletividade”.
Ou seja, o Dunga, o responsável pela “coletividade”, não presta.
A Globo sempre quis derrubar o Dunga.
A Globo perdeu o controle da seleção.
O Dunga não é o Zagalo.
O Dunga não é o Parreira.
Zagalo e Parreira estão para a Globo como o Fernando Henrique.
Só que mudou o técnico e mudou o Presidente.
O Brasil mudou e só a Globo ainda não percebeu.
A Globo não está mais com aquela bola toda.
O Lula é presidente contra a Globo e o Dunga, técnico da seleção, contra a Globo.
O Dunga não deixa a Globo entrar no quarto do Ronaldinho Gaucho quando a Globo precisa.
Não dá folga ao Adriano, o Imperador, para encher o espaço dos jornais da Globo.
Não deixa a Globo escalar jogador, como nos bons tempos do Ronaldo, o Fenômeno, compadre do cala a boca Galvão.
Foi preciso o Dunga explodir na coletiva depois do jogo, para isso ficar muito claro: clique aqui para assistir!
E a Globo fazer um editorial no ar e dizer que “torce pelo Brasil”.
Como é que é isso ?
“Torce” ?
A Globo “torce” ?
Com que direito a Globo “torce” ?
Se tem o direito de “torcer” tem o de “distorcer”.
O cala a boca Galvão e a tentativa de derrubar o Dunga são patrocinados pelo Itaú, a Coca-Cola, a Brahma, a Oi, a Olympikus e a Fiat.
Eles também são contra o Dunga ?
Também acham que os jogadores devem ter folga, cair na gandaia e depois aparecer com cara de santinho para a Fátima Bernardes fazer aquelas entrevistas de escola maternal ?
Além de ganhar do Bradesco, o Roberto Setúbal também quer escalar a seleção ?
O Roberto Setúbal acha que o Dunga tinha que ter tirado o Kaká antes ?
O Itaú, a Fiat, a Coca-Cola, a Olympikus, a Oi e a Brahma acham que o torcedor é burro e ainda não percebeu que a Globo é contra o Dunga ?
Vocês também são ?
Vocês gostam de aquela máquina bombástica de dizer lugar comum infernizar o espectador ?
Aquela máquina de dizer lugar comum associar a marca de vocês à falta de informação ?
Não dar o nome de um jogador do time adversário ?
Atormentar a paciência do povo brasileiro com observações do tipo “o juiz tem que ter o controle do jogo, de um lado e de outro” ?
Seria muito bom se o Brasil fizesse outro gol.
O que vocês acham disso: que bom seria se o Brasil fizesse outro gol, não, Setúbal ?
Vocês pagam por isso ?
O que vocês acham de a marca de vocês ficar associada ao Galvão ?
E se o Dunga ganhar a Copa ?
Como é que fica ?
O Roberto Setúbal quer que o Itaú seja o banco que não gosta do Dunga ?
Cuidado com o Bradesco, Roberto !
Paulo Henrique Amorim
segunda-feira, 21 junho, 2010 às 11:31
Dunga desbancou o “Cala a Boca, Galvão” e se tornou, em apenas um dia o recorde mundial de mensagens no Twitter.
A TV Globo é tão poderosa, mas tão poderosa, que está conseguindo transformar o Dunga em unanimidade. O contestado técnico da seleção brasileira está sendo alçado a essa condição depois que desafiou a emissora e passou a sofrer uma perseguição terrível por parte do time da Vênus Platinada, que agora faz campanha por uma punição da Fifa a ele. Francamente, uma bobagem.
Mas como a Globo não anda com essa bola toda, o feitiço virou contra o feiticeiro. Depois do “Cala Boca, Galvão”, o editorial que o repórter Tadeu Schmidt foi obrigado a ler atacando Dunga mereceu uma avalanche de respostas, com o título de “Cala boca, Tadeu Schmidt”.
A indignação da Globo, na verdade, não se deve a uma ou duas palavras atravessadas do treinador e, sim, à sua atitude de não privilegiar a emissora do Jardim Botânico, enfrentando até determinação do presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
Um leitor nos alertou para o fórum “Botafogo em debate“, no qual o ex-médico do clube João Ignácio Muller, conta que Dunga recusou uma entrevista exclusiva para a Globo e rasgou um memorando enviado pelo presidente da CBF, atendendo reclamação de Fátima Bernardes. Dunga teria dito que, com ele, entrevista só se fosse para toda a imprensa. Depois da recusa de Dunga, a apresentadora do Jornal Nacional até voltou ao Brasil com “problemas vocais”. Pedi para checar e Muller confirma que postou a história e lembrou que, até hoje, só Leonel Brizola tinha “peitado” a Globo deste jeito.
Não é comum alguém ter peito de enfrentar a Globo, o que aumenta o respeito da torcida brasileira pelo treinador. Aliás, a Veja, que saiu com uma matéria de capa “Cala boca, Galvão” para falar do poder do Twitter, pode providenciar logo uma outra edição, já que o falante locutor foi superado por Tadeu Schmidt, na verdade um protesto não dirigido diretamente ao jornalista e sim à emissora em que trabalha.
Do jeito que a Globo anda apanhando na rede, acho que cometemos um erro ao protestar contra aquele clipe de apoio ao Serra que ela ia veicular.
Brizola Neto
Na véspera do primeiro jogo do Brasil, escrevi aqui: se o Brasil não ganhar de 5 a 0, nenhum significado. Portugal ganhou de 7, apenas 1 gol de Cristiano, aos 42 minutos.
A diferença no placar apenas psicológica, nenhuma possibilidade de decidirem no saldo de gols.
Se Brasil e Portugal empatarem 6ª feira, o Brasil vai a 7 pontos, Portugal a 5. Se o Brasil vencer, vai a 9, Portugal fica com 4. E se eles ganharem irão a 7, o Brasil ficará com 6.
De qualquer maneira, haja o que houver, Brasil e Portugal estão classificados. (Como todos esperavam). A dúvida é sobre o 1º e o 2º lugar.
De qualquer maneira, os “calculistas” da Copa, estão completamente equivocados, ao escreverem: “Portugal está perto da vaga”. Ha!Ha!Ha! Dúvida mesmo: os adversários para Brasil e Portugal. Chile, com 6 pontos, não está garantido. Suíça e Espanha, com 3, podem chegar a 6, e o saldo de gols entre eles é muito pequeno.
Circula na internet o seguinte texto de Jim Ignácio Muller, que nos foi enviado por Delmiro Gouveia:
Samoano escreveu:
Grande Jim, a fonte que te passou a informaçao é confiável ou foi algo aberto?? Se isso aconteceu nesses termos eu prevejo um futuro nebuloso para o Dunga, pois todos sabem o que significa peitar o chefe da máfia e a rede alienante de televisao!!! Mas o comportamento dele foi irretocável!! Ganhou minha admiraçao pela coragem demonstrada.
Agora existe um problema maior na reclusao ( correta na minha opinião) da seleção na Africa do sul. Andei lendo que os patrocinadores da selecao estão furiosos pela aus~encia de exposicao das marcas. O que acho ótimo também, ja que o cappo Ric Tex conseguiu costurar um acordo de premio irrisório pelo título mundial a ser pago aos jogadores. E só há premio em caso de título!!!!!!!!! ou seja, o cappo so entra pra ganhar! Sao valores em torno de 200 milhoes de patrocinio na CBF e caso a selecao vença a copa o premio nao chega nem a 5% disso somada toda a equipe…. ………………………………………………………….. Jim responde:
Prezado Samoano A fonte é sim, altamente confiável. Ainda mais quando vem de dentro da própria toca do urso… Por outro lado, notícias mais recentes, de ontem à noite, dão conta que a coisa azedou de tal forma que, ao que se comenta, haverá uma reunião hoje à tarde, envolvendo o “Capo”, o técnico Dunga e alta administração da rede Globo.
Não sei se o treinador resistirá a mais esse “Tsunami moral”, mas qualquer que seja o resultado final, a mijada que deu na Vênus Platinada, já terá valido o ingresso !
Circula na internet o seguinte texto de Jim Ignácio Muller, que nos foi enviado por Delmiro Gouveia:
O Jornal O Globo em sua primeira página da edição de hoje, quarta-feira 16 de junho de 2010, desce a lenha na seleção e principalmente no seu treinador.
Qual a razão dessa súbita mudança de comportamento ? Vamos aos fatos :
Segunda-feira, véspera do jogo de estréia da seleção brasileira contra a Coréia do Norte, por volta de 11 horas da manhã, hora local na África do Sul. Eis que de repente, aportam na entrada da concentração do Brasil, dona Fátima Bernardes, toda-poderosa Primeira Dama do jornalismo televisivo, acompanhada do repórter Tino Marcos e mais uma equipe completa de filmagem, iluminação etc.
Indagada pelo chefe de segurança do que se tratava, a dominadora esposa do chefão William Bonner sentenciou :
“ Estamos aqui para fazer uma REPORTAGEM EXCLUSIVA para a TV Globo, com o treinador e alguns jogadores…”
Comunicado do fato, o técnico Dunga, PESSOALMENTE dirigiu-se ao portão e após ouvir da sra. Fátima o mesmo blá-blá-blá, foi incisivo, curto e grosso, como convém a uma pessoa da sua formação.
“ Me desculpe, minha senhora, mas aqui não tem essa de “REPORTAGEM EXCLUSIVA” para a rede Globo. Ou a gente fala pra todas as emissoras de TV ou não fala pra nenhuma…”
Brilhante !!! Pela vez primeira em mais de 40 anos, um brasileiro peitava publicamente a Vênus Platinada !!!
“ Mas… prosseguiu dona Fátima – esse acordo foi feito ontem entre o Renato ( Maurício Prado, chefe de redação de Esportes de O Globo ) e o Presidente Ricardo Teixeira. Tenho autorização para realizar a matéria”.
“ Não tem autorização nem meia autorização, aqui nesse espaço eu é que resolvo o que é melhor para a minha equipe. E com licença que eu tenho mais o que fazer. E pode mandar dizer pro Ricardo ( Teixeira ) que se ele quer insistir com isso, eu entrego o cargo agora mesmo!”
O treinador então virou as costas para a supra sumo do pedantismo e saiu sem ao menos se despedir.
Dunga pode até perder a Copa , seu time pode até tomar uma goleada, mas sua atitude passa à história como um exemplo de coragem e independência. Dunga, simplesmente, mijou na Vênus Platinada ! Uma estátua para ele !!!
Circula na internet o seguinte texto de Jim Ignácio Muller, que nos foi enviado por Delmiro Gouveia:
Quem presenciou na noite de domingo o editorial do programa “Fantástico” da rede Globo, lido pelo repórter Tadeu Schmidt, há de ter compreendido todo o desespero que se apossou da “Vênus Platinada”, em relação ao técnico da seleção brasileira.
Chamando-o de “grosseiro, mal educado “ e outros mimos a mais, a poderosa estação do Jardim Botânico viu pela primeira vez em mais de 40 anos, um brasileiro desafiar seu domínio, e literalmente mijar na sua cabeça.
Recordando os fatos mais recentes, inconformado com a proibição das tais “entrevistas exclusivas” que só seriam concedidas à Globo, na sexta feira o Assessor de Imprensa da CBF levou ao técnico Dunga outro memorandum, dessa vez do próprio Presidente Ricardo Teixeira, solicitando que se ordenasse a abertura para que as tais “exclusivas” fossem concedidas.
Dunga então rasgou o memorandum na frente do Assessor de Imprensa e como a reclamação vinha diretamente por ordem da Todo-Poderosa sra. Fátima Bernardes, Prima Dona do jornalismo televisivo, Dunga foi mais uma vez taxativo :
- Diz pro Ricardo que se é o que ele deseja, que coloque essa senhora como treinadora da seleção, eu entrego meu cargo” !!!!
Lógico que o técnico permaneceu. Dona Fátima então, sentindo-se “desprestigiada”. alegou um problema de “cordas vocais” e teria tomado o primeiro avião retornando ao Brasil.
Na entrevista coletiva, após o jogo contra a Costa do Marfim, Dunga então resolveu “premiar “ os repórteres da rede Globo que lá se encontravam. Pela leitura labial ficou fácil identificar que ele chamou Marcos Uchoa de “chato” e Alex Escobar de “babaca” e “cagão”
E disse tudo. O sr. Marcos Uchoa com aquela cara de diarréia reprimida é realmente um chato de galochas, e o sr. Alex Escobar, metido a engraçadinho e a bobo da corte, é a própria imagem do babaca cagão.
Em razão disso tudo que foi descrito, o sr. William Bonner, absolutamente descontrolado, escreveu do próprio punho o editorial ridículo que foi lido no Fantástico.
Agora à tarde chega a notícia publicada no Portal do Lancenet que a FIFA punirá Dunga pelos fatos ocorridos. A rede Globo certamente está por detrás dessa punição covarde e canalha.
Dunga merece uma estátua em praça pública.
É o primeiro brasileiro vivo a desafiar publicamente a força e o poderio da rede Globo, numa competição de cunho internacional. Leonel Brizola já o fizera antes, mas em assuntos de política interna.
A seleção brasileira de 2010, muito mais que uma seleção, passa a ser o retrato fiel de seu treinador . Que o seu sucesso seja um insulto à podridão que reina nas hostes da emissora do Jardim Botânico.