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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Haiti: “Reafirmo nossa determinação de ajudar na reconstrução desse país”



A presidenta Dilma Rousseff manifestou, por meio de mensagem por ocasião do transcurso de um ano do terremoto que devastou o Haiti, “nossa determinação de ajudar na reconstrução desse país”. Há um ano, um terremoto que atingiu grau 7 na escala Richter, arrasou Porto Príncipe, capital haitiana.
“Reafirmo nossa determinação de ajudar na reconstrução desse país, cujo povo não se rende diante das adversidades e tem dado provas de grande coragem e vontade de viver. O Brasil e a MINUSTAH vão perseverar, pois sabemos que os haitianos não desistirão.”
Leia abaixo a íntegra da mensagem da presidenta Dilma Rousseff.
Mensagem da Presidenta da República, Dilma Rousseff, por ocasião do transcurso de um ano do terremoto no Haiti.
“O terremoto que devastou o Haiti, ceifando centenas de milhares de vidas, completa hoje exatamente um ano. Quero me associar aos que participam, em todo o mundo, de cerimônias rememorativas dessa imensa tragédia que se abateu sobre aquele povo irmão. Esse é um momento de reflexão, de lembrarmos as vítimas, e de conclamarmos a comunidade internacional para um renovado esforço em prol da recuperação do país, que ainda vive uma situação de extrema gravidade.
Quero também enaltecer o trabalho dos nossos soldados que participaram da Missão das Nações Unidas (MINUSTAH), lutando incansavelmente para a estabilização e colaborando para a recuperação da infraestrutura do país. Lembro, e presto uma homenagem aos 18 militares brasileiros, à médica e humanista Zilda Arns e ao Representante Adjunto da ONU para o Haiti, Luiz Carlos da Costa, que estavam em missão de solidariedade e lamentavelmente perderam a vida durante o terremoto.
Reafirmo nossa determinação de ajudar na reconstrução desse país, cujo povo não se rende diante das adversidades e tem dado provas de grande coragem e vontade de viver. O Brasil e a MINUSTAH vão perseverar, pois sabemos que os haitianos não desistirão.
Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil
*

Haiti: um ano após terremoto, Brasil amplia ajuda humanitária e de segurança alimentar

Um ano após terremoto, haitianos ainda lutam para reconstrução do país. Foto: Marcello Casal/ABr arquivo
Há exato um ano, no dia 12 de janeiro de 2010, o mundo inteiro se impressionava com as imagens do maior desastre natural dos últimos 30 anos: o terremoto no Haiti, o país mais pobre das Américas, que deixou cerca 220 mil mortos, 300 mil feridos, incluindo milhares de pessoas que tiveram membros amputados, e 1,5 milhão de cidadãos desabrigados. Dentre os mortos, 18 militares brasileiros, a presidente da Pastoral da Criança, Zilda Arns, e o representante adjunto da ONU para o Haiti, Luiz Carlos da Costa
Desde então, o país iniciou seu processo de reconstrução, enfrentando ainda muitos problemas de infraestrutura, saúde pública, alimentação e saneamento básico. Apenas parte dos escombros foi removida e o Haiti agora enfrenta uma epidemia de cólera. Além da destruição, entretanto, o mundo pôde testemunhar uma inédita mobilização global em prol do Haiti e de seu povo, que luta para recomeçar a vida e reerguer o Estado, praticamente aniquilado pelo terremoto de magnitude 7 que destruiu a capital haitiana, Porto Príncipe.
O Brasil, que lidera a missão de paz da ONU naquele país, continua empenhando esforços na promoção de ações de assistência humanitária e de segurança alimentar e nutricional. Destaque para o Programa Nacional de Cantinas Escolares (PNCS), que contempla a capacitação de profissionais haitianos e a implantação de cozinhas escolares. Nos últimos dois anos, o Brasil destinou recursos da ordem de US$ 244 mil para o fortalecimento do Programa. Desde agosto de 2010, o Brasil apoia com custeio as missões técnicas de transferência de tecnologia indiana de produção de fogões especiais “ORKA”, movidos a dejetos sólidos. Atualmente, o Haiti importa os fogões especiais da Índia para atender às necessidades das cantinas escolares do PNCS.
O coordenador-geral de Ações Internacionais de Combate à Fome do Ministério das Relações Exteriores, Milton Rondó Filho, explica que o objetivo é que os projetos ao longo do tempo sejam sustentáveis social, econômico e ambientalmente.
“Você não pode ver a criança isolada do contexto da família e da comunidade. Se a gente distribuir alimento para a criança e se esse alimento for industrializado, importado de algum lugar distante, e a família não tiver como vender esse alimento, mais dia, menos dia eles vão terminar em uma favela. Então é muito importante a gente buscar o desenvolvimento local.”
*Planalto

Pastor dos EUA planeja realizar "julgamento" contra o Corão


*Sara Pailin incentivando o preconceito e a violência.
E tá cheio de gente aqui no Brasil que considera os EUA um modelo de civilização


Opera Mundi

O pastor cristão de uma pequena igreja da Flórida (EUA), Terry Jones, que queria queimar cópias do Corão no ano passado, agora planeja realizar um "julgamento" contra o livro sagrado do Islã. 

Jones, pastor da igreja evangélica Dove World Outreach, em Gainsville, no norte do estado, fixou o dia 20 de março como a data do "Dia do julgamento internacional do Corão", às 20h (de Brasília), informou nesta terça-feira (11/01) a imprensa local. 


O religioso divulgou seus planos em um vídeo que publicou no YouTube e no qual informa que "o Corão será julgado" e haverá advogados e testemunhas. 


Veja o vídeo: 




"O Corão é o acusado. Nós estamos acusando o Corão de assassinato, violação e de ser responsável por atividades terroristas ao redor do mundo. Estamos acusando o Corão destes atos violentos", disse Jones no vídeo. 


Incenticou os que defendem o Corão a ligarem e indicarem "quem será o advogado de defesa. Desafiamos que o façam. Não falemos, queremos ver ação e que nos demonstrem. Venham nos demonstrar nesse dia, 20 de março, o dia que o Corão será julgado". 


"Nós teremos um juiz, vamos chamar testemunhas e vocês podem chamar testemunhas", precisou. 


"Desafiamos vocês. Da última vez vocês, os islamitas, demonstraram ter uma boca muito grande. Falaram muito e seguiram falando para dizer o quão pacífico era o Corão. Bom, venham e demonstrem", acrescentou. 


Se o livro sagrado do Islã, detalhou, for considerado culpado poderá ter quatro castigos: "ser queimado, se essa for a vontade das pessoas, afogado, picado ou fuzilado". 


Em setembro de 2010, Jones chamou a atenção da comunidade internacional após anunciar que queimaria cópias do Corão, mas voltou atrás em seus planos depois que governantes do mundo advertiram que sua ação poderia incitar a violência. 


O pastor previa queimar exemplares do livro sagrado do Islã no nono aniversário dos atentados de 11 de setembro. 


A iniciativa de Jones suscitou a ira do mundo islâmico e a condenação do governo americano, do Vaticano e da União Europeia, entre outros
*cappacete 


Trogloditas não perdem o instinto assassino

Ou se trata seriamente a incitação ou haverá mais assassinatos
por WikiLeaks [*]
Wikileaks apresentou hoje sentimentos de simpatia e condolências às vítimas do tiroteio de Tucson, bem como os melhores desejos quanto à recuperação da deputada Gabrielle Giffords. Giffords, democrata do 8º distrito do Arizona, foi o alvo de uma orgia de tiros num evento político de 8 de Janeiro no qual seis outras pessoas foram assassinadas.
Clarence Dupnik, sheriff de Tucson que dirige a investigação dos tiros sobre Gifford, afirmou que a "retórica vitriólica" destinada a "inflamar o público numa base diária ... tem impacto sobre as pessoas, a principiar especialmente por aquelas que têm personalidades desequilibradas". Dupnik também observou que responsáveis e personalidades dos media empenhadas em retórica violenta "têm de considerar que têm alguma responsabilidade quando ocorrem incidentes como este e com os que possam ocorrer no futuro".
. A equipe e os colaboradores do WikiLeaks também tem sido alvo de retórica violenta sem precedentes por parte de personalidades eminentes dos media dos EUA, incluindo Sarah Palin, a qual instou a administração estado-unidense a "perseguir e capturar o chefe do WikiLeaks tal como o Taliban". O conhecido político dos EUA Mike Huckabee, no fim de Novembro, apelou à execução do porta-voz do WikiLeaks, Julian Assange, no seu programa da Fox News; e um comentarista da Fox News, Bob Beckel, referindo-se a Assange, apelou publicamente a "disparar ilegalmente sobre o filho da puta". Rush Limbaugh, personalidade da rádio dos EUA, pressionou Roger Ailes , presidente da Fox News, a "Dar a ordem e [então] já não há Assange, garanto-lhes, e não haverá impressões digitais sobre isto", ao passo que o colunista Jeffery T. Kuhner, do Washington Times, intitulou a sua coluna como "Assassinato de Assange" acompanhada por uma foto de Julian Assange com um local de tiro assinalado, a pingar sangue e a legenda "PROCURADO MORTO OU VIVO" com a palavra "vivo" riscada.
John Hawkins de Townhall.com declarou: "Se Julian Assange leva um tiro na cabeça amanhã ou se o seu carro explodir quando ele virar a chave, que mensagem pensa você que enviaria acerca da divulgação de dados americanos sensíveis?".
Christina Whiton, num artigo de opinião da Fox News, apelou à violência contra os editores do WikiLeaks, dizendo que os EUA deveriam "designar o WikiLeaks e os seus responsáveis como combatentes inimigos, abrindo o caminho para acções não judiciais contra eles".
Julian Assange, porta-voz do WikiLeaks, declarou: "Nenhuma organização em qualquer parte do mundo é um advogado mais dedicado do livre discurso do que WikLekas mas quando políticos seniors e comentaristas dos media à procura de atenção apelam à morte de indivíduos ou grupos específicos eles deveriam ser acusados de incitação – ao assassínio. Aqueles que apelam a um acto de assassínio merecem parte tão significativa da culpa quanto aqueles que empunham uma arma e puxam o gatilho".
"WikiLeaks tem uma equipe muito jovem, voluntários e apoiantes na mesma vizinhança geográfica daqueles que difundem ou circulam estas incitações à morte. Também temos visto pessoas mentalmente instáveis viajarem dos EUA e outros países para outros locais. Consequentemente temos de nos empenhar em medidas de segurança extremas".
"Apelamos às autoridades dos EUA e outras a protegerem a regra da lei processando agressivamente estas e semelhantes incitações a matar. Um país civil com leis não pode ter membros eminentes da sociedade a apelarem constantemente ao assassínio e à morte de outros indivíduos ou grupos".
10/Janeiro/2011

terça-feira, janeiro 11, 2011

Parabéns para Marta, melhor jogadora de futebol do mundo!

marta com trofeu de melhor jogadora do mundo - fifa


Em nota divulgada na noite desta segunda-feira (10/1), a presidenta Dilma Rousseff saudou a eleição de Marta como a melhor jogadora de futebol do mundo – foi a quinta vez consecutiva que a atleta conquistou o título. “A conquista de tantos títulos, e ainda em sequência, é um feito sem precedentes, que enche de orgulho a todos nós, brasileiros”, afirmou Dilma.
Leia a íntegra da nota:
Quero enviar minha saudação à brasileiríssima Marta, eleita pela quinta vez consecutiva a melhor jogadora de futebol do mundo. A conquista de tantos títulos, e ainda em sequência, é um feito sem precedentes, que enche de orgulho a todos nós, brasileiros. Especialmente agora, que o nosso país se prepara para sediar os dois maiores eventos esportivos do planeta: a Copa do Mundo e a Olimpíada.
Dilma Rousseff
Presidenta da República

“Batom na cueca”: porque a Míriam Leitão segue o Serra no twitter?







Porque Míriam segue o Serra no twitter?
A pergunta ganha relevância quando se constata que ela segue apenas 8 pessoas no twitter.
Dessas 8, apenas um ex-candidato a presidente e logo quem?
O José Serra, ex-desgovernador tucano do Estado de São Paulo.
Se ela é tão democrata, como diz, porque não segue a Dilma também? E a Marina Silva?
Afinal, no seu perfil, Leitão se define como "Economista, comentarista de rádio e TV, jornalista, mulher"
Que raios de mulher feminista é essa que não segue as duas principais lideranças políticas mulheres do país?
Porque segue apenas o machista do Serra que, inclusive, a destratou duas vezes em debates da rádio CBN?
Isso é o que, no popular machista, se chama “batom na cueca“…
*comtextolivre

Tucson e Cerra: a retórica da violência gera violência

Na foto, um colonista da Fox News
Enquanto os Estados Unidos choram os mortos do atentado político de Tucson, no Arizona, o New York Times publica reflexões sobre a relação entre violência e o discurso violento da política.

O Brasil acaba de assistir a uma campanha presidencial em que, nunca dantes na história deste país, um candidato fez o que José Serra fez.

Usou uma linguagem e um método que traziam no ventre a agressividade, a violência e a irracionalidade.

E a “calhordice”, expressão que Ciro Gomes usou para se referir à tentativa de associar a presidenta Dilma Rousseff à pratica indiscriminada do aborto (embora a mulher dele, Cerra, tenha feito aborto no Chile).

A campanha de Serra caiu no colo da extrema-direita – clique aqui para ler o que disse sobre isso o professor Wanderley Guilherme dos Santos -, e trouxe para as ruas a mais reacionária facção da Igreja.

O Papa, de sapato Armani, desembarcou na Móoca.

Serra insuflou – através do PiG (*) – o preconceito contra o nordestino faminto, responsável pela votação na Dilma.

Deu no que deu.

Serra perdeu.

Recebeu a alcunha de Padim Pade Cerra.

E disparou o gatilho do racismo e xenofobia na internet.

De volta a Tucson.

E à ligação intrínseca entre a linguagem política que incita à violência e a violência propriamente dita.

Este ansioso – clique aqui para ler “Comparato e o que fará o Advogado geral da Dilma ?” – blogueiro recomenda dois textos memoráveis sobre essa questão.

O de Timothy Egan – “A Política de Tombstone”:

Tombstone é uma cidade que fica também no Arizona e se imortalizou por assistir a inúmeros tiroteios de faroeste, entre eles o especialmente famoso “Gunfight at the OK Corral”.

Wyatt Earp (Burt Lancaster) e Doc Holliday (Kirk Douglas) fizeram um filme impecável sobre o episódio.

Egan transporta para o OK Corral a tragédia da deputada Gabreille Giffords, que começou a ser perseguida quando votou a favor da Reforma da Saúde de Obama, e quase morreu porque se opôs a parte e, não, a toda a legislação contra os imigrantes que o Arizona baixou.

Egan tem uma frase memorável (jornalistas americanos têm a mania de saber escrever … No PiG (*), se passarão cem anos até que um colonista (**) produza algo comparável):

“ … uma nação dividida tem a oportunidade de meditar sobre o que acontece quando as palavras são usadas em lugar das armas e as armas são usadas em lugar das palavras (ênfase minha – PHA).”

O Premio Nobel de Economia Paul Krugmam – é um caso raríssimo de economista que sabe escrever (sem falar dos jornalistas de economia …) trata de outra questão que tem a ver com o Brasil.

Os propagadores do ódio e do preconceito ocuparam a tevê e o rádio nos Estados Unidos, observa Krugman.

Aqui também.

Ocuparam o PiG (*).

Lá, o exemplo mais exuberante é o da Fox, do australiano naturalizado americano Rupert Murdoch, um arqui-reacionário que infestou o ambiente político da Austrália, da Inglaterra e, mais recentemente, dos Estados Unidos.

É a Globo deles.

Todos os colonistas (**) da Fox, de manhã à noite, pregam a intolerância, a xenofobia e o preconceito contra os trabalhadores – e seus representantes políticos.

Como na Globo.

Na Fox, de manhã à noite, colonistas (**) de voz alta e cabelo engomado berram contra os pobres e Obama.

Krugman cita David Frum, que foi redator de discursos para o Bush:

“Antes, os Republicanos (tucanos) achavam que a Fox (Globo) trabalhava para eles. Agora, os republicanos (tucanos) descobriram que trabalham para a Fox (Globo).”

Pano rápido.

Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

Mais um "maluco"???






Tiros em Tucson e a fascistização dos EUA
Reproduzo artigo do sociólogo argentino Atílio Boron

Uma nota sobre a tragédia em Tucson, Arizona. Como sempre, toda a obra foi de um “maluco”. Não existe nenhuma explicação na sociedade norte-americana sobre estas matanças recorrentes, às vezes com gente comum e outras com conotação política, ou com figuras queridas como John Lennon. A sociedade está bem, o que ocorre é que sempre há um vilão que comete algum crime hediondo.

É saudável uma sociedade que produz massivamente viciados em drogas e entorpecentes? É saudável uma sociedade que vende todo o tipo de armas de fogo com a mesma facilidade que se vende doces? Como relacionar a tragédia de Tucson com o amadurecimento do processo de fascistização da sociedade norte-americana? O que ocorre quando uma sociedade faz uma propaganda política que diz “envie um guerreiro ao Congresso” e o apresenta exibindo um fuzil de assalto M16? Na continuação, uma tentativa de resposta.

O atentado criminoso contra a congressista democrata, Gabrielle Giffords, e as várias pessoas que a rodeavam – até o momento custou a vida de seis pessoas, incluindo o juiz federal John M. Roll – mostra o alcance do processo de fascistização da sociedade norte-americana. Com certeza, a explicação será rejeitada tanto pela Casa Branca como pela mídia. O que ocorreu foi obra de um “maluco”, um a mais de uma venenosa linhagem que já matou a John F. e Robert Kennedy, Martin Luther King e Malcom X, só para citar personalidades significativas da cena pública estadunidense.

Não existe a menor intenção em vincular o ocorrido em Tucson com as profundas tendências da sociedade norte-americana que afloram periodicamente e cada vez com mais virulência e impacto massivo (McCarthy, Reagan, Bush Jr e agora Tea Party). Ocorreu o mesmo com os casos anteriores: aí está o sinistro Informe Warren como prova – assim chamado com o nome do presidente da Corte Suprema dos EUA que presidiu a comissão de investigação de John F. Kennedy – em que apenas uma única pessoa, Lee Harvey Oswald, foi a responsável pelo crime e que não houve conspiração para perpetrá-lo. Não é uma anedota lembrar um dado: um dos integrantes da comissão era o ex-diretor da CIA, Alan Dulles. Era a raposa cuidando do galinheiro.

Gabrielle Giffords, que agora luta desesperadamente por sua vida, representa uma corrente progressista dos democratas, algo muito perigoso num estado como o Arizona, cuja governadora é a republicana racista Jan Brewe – que aprovou uma lei em maio de 2010 que autoriza a polícia a deter e exigir documentos de qualquer pessoa com aparência suspeita, leia-se “latinos”. Giffords valentemente se opôs a essa lei e não só isso: apoiou no Congresso a Lei da Reforma do Sistema de Saúde e foi a favor da reforma migratória, das experiências com células-tronco e da produção de energias alternativas. Isto é, tornou-se um alvo perfeito para a crescente legião de fascistas norte-americanos.

Por isso, seu adversário nas recentes eleições parlamentares, Jesse Kelly, um ex-sargento dos “marines” que comeu o pó da derrota no Iraque, aparecia em um cartaz de campanha empunhando um rifle M16 e convidando os eleitores a esvaziar sua munição sobre Giffords. Candidato à tropa dos “freaks” (malucos) do Tea Party, o nome de sua “combatente” havia aparecido – como recorda Fidel Castro em suas Reflexões – em um anúncio patrocinado por Sarah Palin, como uma das cadeiras a ser conquistada pelo movimento nas eleições de novembro passado.

Seu distrito, como outros 19, estava marcado por uma mira de fuzil. Essa descarada apologia à violência não perturbou as engrenagens das abaladas instituições da república imperial. O desenlace trágico de tamanha violência era apenas uma questão de tempo. Em uma repugnante demonstração de hipocrisia, o sítio na internet de Jesse Kelly publicou que o autor intelectual do crime rezava pela recuperação da congressista e para as vítimas fatais do incidente.

Obama, incapaz de impor algumas medidas mais “terrenas” para terminar com as crises que corroem seu país, faz o mesmo. Com suas orações, não irá muito longe. No “18 Brumário”, Marx recordava que, quando “no Concílio de Constanza, os puritanos se queixavam da vida depravada dos papas e lamentavam sobre a necessidade de reformar os costumes, o cardeal Pierre d´Ailly disse, com voz firme: ‘Enquanto somente o demônio em pessoa pode salvar a igreja católica, vocês pedem anjos!’” Com suas orações, Obama está invocando o auxílio dos anjos, quando a única atitude que pode salvá-lo é o implacável exercício do poder (algo que algumas filosofias idealistas e religiosas consideram uma emanação demoníaca) contra a plutocracia que, com sua cumplicidade, está destruindo os Estados Unidos.

Será preciso analisar os detalhes para compreender o que ocorreu. Em primeiro lugar, o mais importante: um país que embarcou numa militarização internacional descomunal precisa cultivar, internamente, atitudes patrióticas, fanáticas e violentas para sustentar ideologicamente seus planos de conquista militar. O problema é que impossível evitar que essas “qualidades” não sejam praticadas no espaço doméstico – é impossível estabelecer um debate sereno e racional na política nacional. Esta advertência foi feita por Alexis de Tocqueville há mais de um século e meio nos EUA e é mais atual hoje do que no passado. Não foi casual que Kelly tenha proposto esvaziar seu fuzil M-16 sobre Giffords. Alguém tomou nota e seguiu a mensagem.

Em segundo lugar, é preciso avaliar o papel dos meios de comunicação nos EUA – em especial da Fox – que, salvo algumas exceções, alimenta permanentemente o racismo, o fanatismo, a intolerância e a violência diante da indiferença das instituições. Estas deveriam regularizar o exercício da liberdade de imprensa e não fazem isto sob o pretexto de defender a sacrossanta propriedade privada e a liberdade de expressão, embora a mesma esteja estimulando os crimes.

Terceiro: a crise econômica que, como sabemos, estimula toda ordem de comportamentos anti-sociais propensos a criminalizar e, inclusive, satanizar ao outro, ao diferente. Um país onde os pobres empobrecem mais a cada dia e os setores médios baixos estão caminhando para a pobreza, enquanto contemplam uma minoria que enriquece escandalosamente, cultiva o aparecimento de comportamentos e atitudes absurdas que, rapidamente, serão consideradas como normais. Por exemplo, descarregar simbolicamente um M16 em um adversário político. As conseqüências estão à vista de todos.

* Tradução de Sandra Luiz Alves
*Beatrice

Dilma a construção do Mito


*Nassif

Pobre São Paulo, Pobre Paulista





“Alaga São Paulo”: imprensa continua atuando de forma irresponsável!

Programa "Alaga São Paulo", versão 2011: o único programa do Serra que funciona
O caos de alagamentos e transbordamento de rios continua em São Paulo (Programa do Serra “Alaga São Paulo”) e a imprensa, como denunciamos ontem (clique aqui), continua atuando de forma irresponsável.
Com isso, as Organizações Serra (Globo, Folha, Estadão e Veja, entre outros) torna-se cúmplice e, portanto, co-responsável, juntos aos governos tucanos e do DEM (capital), ao não denunciar que estes não investiram o que seria necessário para impedir ou minimizar os efeitos de algumas (mas não todas) chuvas intensas, que ocorrem em São Paulo, durante o verão.
Vejam os títulos das matérias de alguns veículos das Organizações Serra, que continuam a “livrar a cara” do governo estadual e da prefeitura da capital.
Como se vê, a culpa é da chuva e nem uma linha sobre a responsabilidade dos governantes
Como se vê, é a chuva que alaga SP e mata 13 na região metropolitana. Nada sobre a responsabilidade dos governantes…
A chuva é a grande vilã assassina e os governantes tucanos e do DEM são umas santas criaturas, com suas bundas sentadas em seus gabinetes com ar refrigerado e helicópteros para seus deslocamentos.
O site do Estadão tem uma seção chamada SP da Enchentes. Lá diz que o Alckmin vai aumentar a dotação para o dessassoreamento do Rio Tietê. Ou seja, não fez no ano passado e diz que vai fazer agora.
Eu garanto a vocês, como garanti, neste blog, no ano passado: o Governo do Estado de São Paulo e a Prefeitura da Capital, passado o período de chuvas, não fará absolutamente nada. Anotem e me cobrem em janeiro de 2012!
*
A blogosfera progressista tem que denunciar essa co-responsabilidade da imprensa, mas está ainda muito devagar.
Daqui a pouco, as Organizações Serra vão inventar um jeito de mostrar que tudo isso que ocorre anualmente em São Paulo é culpa do Lula e será culpa da Dilma.
Temos que martelar esse assunto, como se estivéssemos no segundo turno da campanha da Dilma.
Pelo bem dos que moram, trabalham, estudam ou visitam o estado e a capital.
***
Abaixo, outras fotos do “Alaga São Paulo”, versão 2011, o único programa do Serra que funciona bem, copiadas do site da Folha.com
"Alaga São Paulo", v. 2011, o único programa do Serra que funciona (2)
"Alaga São Paulo", v. 2011 - uma conquista dos tucanos e do DEM
"Alaga São Paulo", v. 2011: com esse programa, o DEM fará o sucessor
 By: FBI
SP está mais bem preparada para as chuvas, diz secretário
Após uma manhã de caos por causa das chuvas, o secretário de Administração das Subprefeituras, Ronaldo Camargo, afirmou nesta terça-feira (11) que a cidade de São Paulo está “melhor (sic) preparada do que antes”. Em entrevista realizada na Ponte das Bandeiras, sobre o Rio Tietê, Camargo culpou o volume das chuvas pelos problemas.
“Em 11 dias, choveu praticamente o que era esperado para o mês de janeiro inteiro”, afirmou. Segundo a pasta, até a meia-noite de segunda (10), a capital paulista teve 204 milímetros de precipitação – o esperado para janeiro é de 239 mm). Ele acrescentou que o Rio Tietê ficou sobrecarregado por conta dos temporais na Grande São Paulo e no Vale do Paraíba.
Para exemplificar o que ocorreu na Marginal Tietê, uma das vias mais prejudicadas, ele comparou com o trânsito. “Uma avenida principal fica cheia de veículos que entram de ruas próximas. Foi assim que aconteceu com o Tietê”, disse Camargo.
Além de mais de cem pontos de alagamento, o temporal que atingiu o estado entre a noite de segunda e a madrugada desta terça deixou pelo menos sete mortos. Os bombeiros e a Defesa Civil registraram mortes em São Paulo (3 mortes), em Mauá (2), no ABC, em Embu (1) e em São José dos Campos (1), no interior. Em São José dos Campos, os bombeiros ainda procuram por quatro pessoas desaparecidas.
Até esta segunda-feira (10), a Defesa Civil do estado registrava 11 mortes causadas pelas chuvas durante a Operação Verão, desde o dia 1º de dezembro de 2010.
Paulo Toledo Piza, do G1 SP
By: Viomundo

Em São Paulo, enchentes. No Gaurujá, alagamento de esgoto da Sabesp

Cidade administrada por tucanos funciona assim. São Paulo está debaixo da água.Alagamentos e enchentes já provocaram a morte de 13 pessoas em decorrência de deslizamentos de terra. Mas na propaganda do PSDB, São Paulo um estado cada vez melhor!



Melhor pra quem? Só ser for para o Cunhado do governador Geraldo Alckmin que está metendo a mão nos cofres públicos. Para o povo, tem, metrô para  15 pessoas por metro quadrado, trânsito engarrafado, onibos 11% aumento e superlotado, saúde o caos, educação, o próprio secretário de educação, Herman Voorwald, do tucano governador Geraldo Akcmin afirma que,"os professores estão desmotivados e com salários baixos, que que o Estado não se preocupou em aumentar o comprometimento dos servidores".

No Guarujá, o problema é com o esgoto

A Prefeitura de Guarujá (86 km de SP) multou a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) em R$ 303 mil após registrar dois vazamentos na tubulação de esgoto no último dia 6.

Turistas e moradores tiveram de conviver com esgoto nas praias de Pitangueiras e da Enseada --os dejetos foram transportados pelas galerias de águas pluviais.

"A presença do esgoto na água pode acarretar em problemas de saúde pública, como uma série de doenças de pele, coceiras e agravamentos gastrointestinais, inclusive perigo de morte", disse o secretário do Meio Ambiente, Élio Lopes.
*osamigosdopresidentelula

Kassab culpa população pelas enchentes em São Paulo, e não é de hoje. Quando não é o povo, é São Pedro


Acabo de ouvir o prefeito paulistano Gilberto Kassab pedir num programa de rádio para a população colocar o lixo na rua minutos antes de passar o caminhão de lixo, para evitar enchentes. Simples assim, aí tudo se resolve, acaba o caos. Ou seja, a culpa é desse povo irresponsável, especialmente os pobres, lógico. E a imprensa com isso? Bom, esta está sempre pronta para limpar a barra dos demotucanos. Vejam o que Kassab e o PIG disseram sobre essa questão nos últimos anos. Também destaquei algumas críticas, para mostrar o quão crônico é o problema das enchentes em São Paulo, é o quão desonesta é a cobertura do PIG tucano com relação a esse grave problema.

22 de fevereiro de 2010

Diário do Grande ABC 


Em propaganda, Kassab culpa chuva pelas enchentes


Em propaganda exibida na noite desta segunda-feira, na TV aberta, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), afirmou que os sucessivos alagamentos e enchentes são consequências dos quase 50 dias de chuva que atingem o Estado. Ao dividir as responsabilidades com o "mau tempo", Kassab classificou as tempestades como "dilúvio" e disse que "não tem cidade que aguente".
As imagens exibidas por volta das 20h mostraram também uma ação da prefeitura de combate a enchentes na Zona Leste da Capital, uma das áreas mais afetadas desde dezembro do ano passado, quando os temporais começaram.



10/09/2009

Kassab culpa a população e Serra pede reza

Bruno Ribeiro e Folha de S. Paulo
do Agora
Após o caos de anteontem na capital por conta das enchentes, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) negou que a varrição de ruas na cidade seja ruim e culpou a população pelo excesso de lixo na rua. Já o governador do Estado, José Serra (PSDB), pediu para a população rezar contra outra "calamidade".
Kassab participou de uma entrevista coletiva e de dois telejornais para falar das enchentes. Nas três oportunidades, mostrou um discurso ensaiado. A principal questão que respondeu foi sobre o corte na verba para varrição de ruas, de 20% neste ano. Disse que o serviço "não está deixando a desejar".

Lixo toma conta da rua em uma das saídas para a avenida Pacaembu; Kassab diz que população joga lixo na rua
Lixo toma conta da rua em uma das saídas para a av. Pacaembu; Kassab diz que população joga lixo na rua
"Em 2004, quando todo mundo criticava a administração anterior [da petista Marta Suplicy] entendendo que era um absurdo o valor gasto [com lixo], o valor era deR$ 590 milhões. Ano passado [já na gestão dele], investimos R$ 903 milhões", disse.
O prefeito rebateu afirmações sobre excesso de lixo nas ruas culpando a população pelo quadro. "Temos na cidade aproximadamente 1.500 pontos de descarte de entulho ilegais. As pessoas descartam o lixo, o entulho, e isso infelizmente contribui, principalmente na época de chuva, para que as águas levem esse lixo. Isso acaba contribuindo para a criação de pontos de alagamento."
Fora isso, ele disse que "em época de chuvas [no verão], a população deixa o lixo no horário da coleta" mas, como ontem a chuva não era esperada, isso não ocorreu e aumentou a quantidade de lixo espalhado pelas ruas.


03/02/2008



Fortes chuvas causam enchente na região do Mercadão, no Centro. G1

Três pessoas ficaram ilhadas em uma calçada na Rua da Cantareira.
Foram registrados ao todo sete pontos de alagamento na cidade



09/02/2007

São Paulo tem 30 pontos crônicos de alagamento



ROGÉRIO PAGNAN
da Folha de S.Paulo




09/01/2006


ENCHENTES EM SÃO PAULO
A imprensa e a dentista

Observatório da Imprensa

Por que será que nenhum jornal, rádio ou TV entrevistou a dentista Simone Vassalo Correa (aquela que bateu boca com a então prefeita Marta Suplicy) por ocasião da enchente na região do córrego do Pirajussara, localizado na divisa da capital paulista com o município de Taboão da Serra?
Será que a dentista se mudou? Será que não teve enchente na rua da dentista? Será que o córrego Pirajussara se mudou? Será porque o prefeito José Serra e o governador Geraldo Alckmin não foram ver in loco a situação do Pirajussara? Será que a dentista agora corre dos repórteres e teme retomar sua carreira de celebridade instantânea num momento pré-big brother? Será porque agora, com os tucanos na prefeitura paulistana, o IPTU de seu consultório ficou mais barato? Era de 5 mil reais, segundo declarações da própria, quando Marta Suplicy era prefeita. Qual o valor do IPTU do imóvel agora? Será que a correnteza levou o "furor de cidadania" da dentista? Ou será que a correnteza levou a rua e por isso nenhuma equipe de reportagem conseguiu encontrá-la?
Por que será que será?



2005

ENCHENTE E CAOS EM SÃO PAULO

Blog Olhares




ENCHENTE E CAOS EM SÃO PAULO


Por onde você andou esses anos todos? Se você vive em São Paulo, com certeza andou com a calça encharcada. E assim vamos...




Veja também texto do Nassif sobre o mesmo assunto.





Programa de Serra, Alaga São Paulo é um sucesso

As obras nas calhas do Rio Tietê perderam R$ 105 milhões dos recursos, entre os anos de 2007 e 2009. Já para a ação de limpeza e conservação de córregos, o governo Serra, em 2009, não cumpriu 65,73% do previsto e para manutenção, operação e implantação de estruturas hidráulicas faltaram 33,33%.
Serra também prometeu a construção de 134 reservatórios em todo o Estado, mas só entregou 43 e ainda remeteu para as prefeituras a obrigação de efetuar e limpeza e a manutenção.
O Orçamento de 2009 previa recursos para obras de seis piscinões, no entanto, apenas três foram concluídos. Entre 2007 e 2009, os recursos para piscinões tiveram um corte de R$ 5,8 milhões.
O reflexo do descaso do governo estadual, 2006 a 2010, leia-se gestão Serra-Goldman, em todas regiões acontecem alagamentos, de norte a sul de São Paulo, no metrô, nos bairros nobres e da periferia também, é um sucesso o programa de Serra, Alaga São Paulo

*Celso Jardim

Cuba faz pelo Haiti o que o mundo prometeu e não fez




Observadores do terremoto no Haiti poderiam ser perdoados por pensar operações de agências de ajuda internacional e por os deixarem sozinhos na luta contra a devastação que matou 250.000 pessoas e deixou cerca de 1,5 milhões de desabrigados. De fato, trabalhadores da saúde cubanos estão no Haiti desde 1998, quando um forte terremoto atingiu o país. E em meio a fanfarra e publicidade em torno da chegada de ajuda dos EUA e do Reino Unido, centenas de médicos, enfermeiros e terapeutas cubanos chegaram discretamente. A maioria dos países foi embora em dois meses, novamente deixando os cubanos e os Médicos Sem Fronteiras como os principais prestadores de cuidados para a ilha caribenha.
Números divulgados na semana passada mostram que o pessoal médico cubano, trabalhando em 40 centros em todo o Haiti, tem tratado mais de 30.000 doentes de cólera desde outubro. Eles são o maior contingente estrangeiro, tratando cerca de 40% de todos os doentes de cólera. Um outro grupo de médicos da brigada cubana Henry Reeve, uma equipe especializada em desastre e em emergência, chegou recentemente, deixando claro que o Haiti está se esforçando para lidar com a epidemia que já matou centenas de pessoas.
Desde 1998, Cuba treinou 550 médicos haitianos gratuitamente na Escola Latinoamericana de Medicina em Cuba (Elam), um dos programas médicos mais radicais do país. Outros 400 estão sendo treinados na escola, que oferece ensino gratuito - incluindo livros gratuitos e um pouco de dinheiro para gastar - para qualquer pessoa suficientemente qualificada e que não pode pagar para estudar Medicina em seu próprio país.
John Kirk é um professor de Estudos Latino-Americanos na Universidade Dalhousie, no Canadá, que pesquisa equipes médicas internacionais de Cuba. Ele disse: "A contribuição de Cuba, como ocorre agora no Haiti, é o maior segredo do mundo. Eles são pouco mencionados, mesmo fazendo muito do trabalho pesado.".
Esta tradição remonta a 1960, quando Cuba enviou um punhado de médicos para o Chile, atingido por um forte terremoto, seguido por uma equipe de 50 a Argélia em 1963. Isso foi apenas quatro anos depois da Revolução.
Os médicos itinerantes têm servido como uma arma extremamente útil da política externa e econômica do governo, gahando amigos e favores em todo o globo. O programa mais conhecido é a "Operação Milagre", que começou com os oftalmologistas tratando os portadores de catarata em aldeias pobres venezuelanos em troca de petróleo. Esta iniciativa tem restaurado a visão de 1,8 milhões de pessoas em 35 países, incluindo o de Mario Terán, o sargento boliviano que matou Che Guevara em 1967.
A Brigada Henry Reeve, rejeitada pelos norteamericanos após o furacão Katrina, foi a primeira equipe a chegar ao Paquistão após o terremoto de 2005, e a última a sair seis meses depois.
A Constituição de Cuba estabelece a obrigação de ajudar os países em pior situação, quando possível, mas a solidariedade internacional não é a única razão, segundo o professor Kirk. "Isso permite que os médicos cubanos, que são terrivelmente mal pagos, possam ganhar dinheiro extra no estrangeiro e aprender mais sobre as doenças e condições que apenas estudaram. É também uma obsessão de Fidel e ele ganha votos na ONU."
Um terço dos 75 mil médicos de Cuba, juntamente com 10.000 trabalhadores de saúde, estão atualmente trabalhando em 77 países pobres, incluindo El Salvador, Mali e Timor Leste. Isso ainda deixa um médico para cada 220 pessoas em casa, uma das mais altas taxas do mundo, em comparação com um para cada 370 na Inglaterra.
Onde quer que sejam convidados, os cubanos implementam o seu modelo de prevenção com foco global, visitando famílias em casa, com monitoração proativa de saúde materna e infantil. Isso produziu "resultados impressionantes" em partes de El Salvador, Honduras e Guatemala, e redução das taxas de mortalidade infantil e materna, redução de doenças infecciosas e deixando para trás uma melhor formação dos trabalhadores de saúde locais, de acordo com a pesquisa do professor Kirk.
A formação médica em Cuba dura seis anos - um ano mais do que no Reino Unido - após o qual todos trabalham após a graduação como um médico de família por três anos no mínimo. Trabalhando ao lado de uma enfermeira, o médico de família cuida de 150 a 200 famílias na comunidade em que vive.
Este modelo ajudou Cuba a alcançar alguns índices invejáveis de melhoria em saúde no mundo, apesar de gastar apenas $ 400 (£ 260) por pessoa no ano passado em comparação com $ 3.000 (£ 1.950) no Reino Unido e $ 7.500 (£ 4,900) nos EUA, de acordo com Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento.
A taxa de mortalidade infantil, um dos índices mais confiáveis da saúde de uma nação, é de 4,8 por mil nascidos vivos - comparável com a Grã-Bretanha e menor do que os EUA. Apenas 5% dos bebês nascem com baixo peso ao nascer, um fator crucial para a saúde a longo prazo, e a mortalidade materna é a mais baixa da América Latina, mostram os números da Organização Mundial de Saúde.
As policlínicas de Cuba, abertas 24 horas por dia para emergências e cuidados especializados, é um degrau a partir do médico de família. Cada uma prevê 15.000 a 35.000 pacientes por meio de um grupo de consultores em tempo integral, assim como os médicos de visita, garantindo que a maioria dos cuidados médicos são prestados na comunidade.
Imti Choonara, um pediatra de Derby, lidera uma delegação de profissionais de saúde internacionais, em oficinas anuais na terceira maior cidade de Cuba, Camagüey. "A saúde em Cuba é fenomenal, e a chave é o médico de família, que é muito mais pró-ativo, e cujo foco é a prevenção. A ironia é que os cubanos vieram ao Reino Unido após a revolução para ver como o HNS [Serviço Nacional de Saúde] funcionava. Eles levaram de volta o que viram, refinaram e desenvolveram ainda mais, enquanto isso estamos nos movendo em direção ao modelo dos EUA ", disse o professor Choonara.
A política, inevitavelmente, penetra muitos aspectos da saúde cubana. Todos os anos os hospitais produzem uma lista de medicamentos e equipamentos que têm sido incapazes de acesso por causa do embargo americano, o qual que muitas empresas dos EUA de negociar com Cuba, e convence outros países a seguir o exemplo. O relatório 2009/10 inclui medicamentos para o câncer infantil, HIV e artrite, alguns anestésicos, bem como produtos químicos necessários para o diagnóstico de infecções e órgãos da loja. Farmácias em Cuba são caracterizados por longas filas e estantes com muitos vazios. Em parte, isso se deve ao fato de que eles estocam apenas marcas genéricas.
Antonio Fernandez, do Ministério da Saúde Pública, disse: "Nós fazemos 80% dos medicamentos que usamos. O resto nós importamos da China, da antiga União Soviética, da Europa - de quem vender para nós - mas isso é muito caro por causa das distâncias."
Em geral, os cubanos são imensamente orgulhosos e apóiam a contribuição no Haiti e outros países pobres, encantados por conquistar mais espaço no cenário internacional. No entanto, algumas pessoas queixam-se da espera para ver o seu médico, pois muitos estão trabalhando no exterior. E, como todas as commodities em Cuba, os medicamentos estão disponíveis no mercado negro para aqueles dispostos a arriscar grandes multas se forem pegos comprando ou vendendo.
As viagens internacionais estão além do alcance da maioria dos cubanos, mas os médicos e enfermeiros qualificados estão entre os proibidos de deixar o país por cinco anos após a graduação, salvo como parte de uma equipe médica oficial.
Como todo mundo, os profissionais de saúde ganham salários miseráveis em torno de 20 dólares (£ 13) por mês. Assim, contrariamente às contas oficiais, a corrupção existe no sistema hospitalar, o que significa que alguns médicos e até hospitais, estão fora dos limites a menos que o paciente possa oferecer alguma coisa, talvez almoçar ou alguns pesos, para tratamento preferencial.
Empresas internacionais de Cuba na área da saúde estão se tornando cada vez mais estratégicas. No mês passado, funcionários mantiveram conversações com o Brasil sobre o desenvolvimento do sistema de saúde pública no Haiti, que o Brasil e a Venezuela concordaram em ajudar a financiar.
A formação médica é outro exemplo. Existem atualmente 8.281 alunos de mais de 30 países matriculados na Elam, que no mês passado comemorou o seu 11 º aniversário. O governo espera transmitir um senso de responsabilidade social para os alunos, na esperança de que eles vão trabalhar dentro de suas próprias comunidades pobres pelo menos cinco anos.
Damien Joel Soares, 27 anos, estudante de segundo ano de New Jersey, é um dos 171 estudantes norte-americanos; 47 já se formaram. Ele rejeita as alegações de que Elam é parte da máquina de propaganda cubana. "É claro que Che é um herói, mas aqui isso não é forçado garganta abaixo."
Outros 49.000 alunos estão matriculados no "Novo Programa de Formação de Médicos Latino-americanos", a ideia de Fidel Castro e Hugo Chávez, que prometeu em 2005 formar 100 mil médicos para o continente. O curso é muito mais prático, e os críticos questionam a qualidade da formação.
O professor Kirk discorda: "A abordagem high-tech para as necessidades de saúde em Londres e Toronto é irrelevante para milhões de pessoas no Terceiro Mundo que estão vivendo na pobreza. É fácil ficar de fora e criticar a qualidade, mas se você está vivendo em algum lugar sem médicos, ficaria feliz quando chegasse algum."
Há nove milhões de haitianos que provavelmente concordariam.
*comtextolivre