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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sexta-feira, janeiro 14, 2011
quinta-feira, janeiro 13, 2011
Vereador aponta descaso de Kassab para prevenir enchentes
Adilson Amadeu acusa falta de vontade política, má gestão na contração de serviços e aplicação equivocada de recursos como causas dos transtornos causados à população
Ex-presidente da CPI das Enchentes da Câmara dos Vereadores de São Paulo, Adilson Amadeu (PTB) discorda das recentes declarações do secretário de coordenação das subprefeituras do prefeitura e do próprio Gilberto Kassab, que na semana passada disseram que a capital paulista estaria "preparada para enfrentar as enchentes".
Em vários depoimentos, conta o vereador, o prefeito e seus comandados têm falado de "pontos crônicos de alagamento" na cidade. "Crônico não significa sem solução", responde Amadeu. "O que falta é trabalho. É evidente que existem lugares em que são necessárias algumas obras mas, em outros, manutenção e limpeza de galerias e bueiros poderiam, ao menos, reduzir os danos."
Para o parlamentar, parte do problema que penaliza a cidade anualmente está na forma como a prefeitura contrata os serviços. "As empresas responsáveis pela poda de árvores não são as mesmas que fazem a varrição, que não são as que fazem a coleta. As que fazem a limpeza manual, não são as mesmas que fazem a limpeza mecanizada dos bueiros, que também não são que limpam os córregos, nem limpam os piscinões. Na hora de encontrar as falhas, um empurra a culpa para o outro e ninguém é responsabilizado."
Para Amadeu, uma das soluções seria a divisão da cidade em consórcios que se responsabilizariam por todos esses serviços. "Acabaria esse jogo de empurra", diz. "Além de concentrar os serviços, seria mais fácil fazer a fiscalização e a cobrança dos resultados junto às empresas e, assim, provavelmente elas investiriam mais em tecnologia e produtividade, o que não acontece hoje", acrescenta o vereador.
Consideração
Amadeu acusa ainda que o problema da cidade não passa pela falta de verbas. "Em 2010, o prefeito nem usou toda o orçamento previsto (para serviços e obras contra enchentes. Este ano já tem provisionamento, mas falta vontade política para fazer o que precisa ser feito. O que a prefeitura já gastou com estudos, pesquisas e levantamentos dava para ter construídos 20 piscinões", ilustra.
Mas a destinação equivocada das verbas que evitariam o nível de problemas gerados pelas últimas chuvas em São Paulo, aponta o petebista, também é cometida pela administração estadual, que teria reduzido a cerca de 20% o volume de recursos já previstos no Orçamento para a prevenção de enchentes.
O descaso com que Kassab trata o problema dos alagamentos na cidade ficou evidente, na opinião do vereador, quando ele presidiu a CPI das Enchentes, no ano passado. "Eu solicitei ao prefeito que destacasse ao menos um engenheiro, um técnico, que me acompanhasse nos trabalhos. Ele não mandou nenhum, nunca quis saber, ignorou completamente."
O futuro da cidade é sombrio, na avalização de Amadeu. "A água está se infiltrando de um tal jeito pelas ruas, que logo vamos ter verdadeirascrateras se abrindo na pela cidade. Nossas galerias estão todas obstruídas e 'atrasadas' pelo menos 20 anos. Sem vontade de fazer direito e sem fiscalização, vamos ter problemas ainda maiores."
*cappacete
Pelo menos o Kassab inflável não afunda
Kassabs: O da esquerda afunda cada dia mais |
As explicações usuais – excesso de chuva – são, além de cínicas, completamente inúteis. As chuvas são um dado da realidade que não é levado em conta por governantes cuja ênfase são as camadas mais altas da sociedade, a propaganda de sua própria imagem, a escandalosa perpetuação de um modelo urbano predatório e falido, baseado no uso intensivo do automóvel e na impermeabilização do solo em residências, áreas de estacionamento, asfaltamento compulsivo de ruas e avenidas, canalização de rios e córregos e intervenções urbanas semelhantes.
São Paulo, a cidade mais rica do país, é um exemplo notável.
O estado é administrado pelo PSDB desde 1995. E a cidade de São Paulo teve, desde 1993, administrações de direita, com o curto interregno de Marta Suplicy, de 2001 a 2005. Teve Paulo Maluf, Celso Pitta, José Serra e Gilberto Kassab, que governa a cidade desde 2006. Foram mandatos sem compromissos com o povo, durante os quais proliferaram desmandos e irresponsabilidade administrativa.
Por exemplo: entre 2006 e 2009 o prefeito Gilberto Kassab investiu apenas 217 milhões dos 570 milhões previstos para obras contra as enchentes, ao mesmo tempo em que o governo do Estado contingencia (isto é, corta) os recursos destinados ao mesmo fim. Só em 2009 o governo estadual de José Serra gastou mais que isso em publicidade: 287 milhões.
No ano passado, mesmo com o crescimento na arrecadação de impostos da ordem de 835 milhões, a prefeitura gastou com obras anti-enchentes menos do previsto: 430 milhões, contra os 504 milhões que haviam sido orçados.
Nem os criticados e, segundo muitos técnicos, pouco eficientes, piscinões para contenção das águas da chuva, foram entregues nas quantidades prometidas: José Serra havia prometido 134 mas só entregou 43.
Em consequência, São Paulo, como muitas cidades brasileiras, não tem plano de emergência contra inundações. Os técnicos acusam atraso e desatualização no mapeamento das áreas de risco, falta de ações preventivas, descaso com a ocupação de várzeas e com a impermeabilização do solo, e falta de monitoramento com as encostas dos morros. O professor Edílson Pissato, da Faculdade de Geociências da USP, especialista em geologia de engenharia, faz, no portal UOL, uma denúncia clara e grave: não há preparo para as chuvas de verão “por falta de interesse e de uma ação política para atuar e resolver”.
O quadro que ele descreve é o retrato de um desastre político e humano, e não natural. As enchentes vão continuar, diz em relação a São Paulo, porque a forma de ocupação da cidade não mudou, a impermeabilização do solo é crescente, e as várzeas são ocupadas com a construção de avenidas (como as marginais, por exemplo) dentro da área natural (a várzea) de inundação dos rios na cheia, levando as vias públicas praticamente para dentro do leito dos rios. Pissato vê um “um desleixo em relação à prevenção. Os problemas são deixados de lado quando a chuva não é tão forte e aparecem quando vêm os temporais. Mas a chuva forte sempre ocorre, cedo ou tarde”, diz.
O descaso que gera o desastre se traduz na falta de uma política pública para atender à necessidade de moradia das camadas mais pobres e impedir a ocupação de áreas de risco como várzeas e encostas. E revela, pode-se constatar, um conluio da administração pública com a especulação imobiliária que incentiva a ocupação irregular e constrói os cenários do desastre.
Portal Vermelho
Capitalismo Selvagem
Fabricados para não durarem: sabias que a morte de muitos aparelhos e produtos está programada?
Comprar, usar, comprar ou a história secreta da obsolescência programada Baterias que «morrem» 18 meses depois de terem sido estreadas, impressoras que bloqueiam depois de atingirem um determinado número de folhas impressas, lâmpadas que se fundem ao fim de mil horas de uso… Estes exemplos levam a interrogarmo-nos sobre as razões para que os produtos de consumo, apesar dos evidentes avanços tecnológicos, duram cada vez menos.
A explicação é simples, mas inaceitável: as empresas preparam e executam o que se costuma chamar de obsolescência programada, ou seja, a redução intencional e deliberada do prazo de vida dos seus produtos como forma de incrementar o consumismo.
O canal 2 da RTVE, televisão pública espanhola, emitiu no Domingo, 9 de Janeiro, às 22h., um documentário sobre o fenômeno da obsolescência programada que se tornou a filosofia produtiva de um cresecnte número de empresas e que se tem mostrado como um motor da economia industrial. «Comprar, tirar, comprar» é o título do documentário, realizado por Cosima Dannoritzer, que foi rodado na Catalunha, França, Alemanha, Alemanha, Estados Unidos e Gana, e descreve não só o fenómeno através de casos concretos e ilustrativos, as consequências ambientais negativas dele decorrentes, mas ainda exemplos de resistência que está a alastar entre os consumidores e as alternativas apresentadas que pretendem salvaguardar a economia e o meio ambiente, como é o caso dos irmãos Neistat, do programador informático Vitaly Kiselev, ou do catalão Marcos López. Fala-se ainda como um país africano comoo Gana se está a transformar numa lixeira informática, para onde é enviada uma boa parte do material usado nos países do primeiro mundo, ao mesmo tempo que entrevista autores que reflectem no assunto, como o economista e defensor da teoria do descrescimento, Serge Latouche que preconiza a redução do consumo e da produção a fim de promover outras formas de riqueza como a amizade e o conhecimento.
O documentário contém dados interessantes: Mostra, por exemplo, como os fabricantes de lâmpadas, a Philips e a Osram, acordaram secretamente entre si, a obsolescência programadas das lâmpadas por si produzidas. Foi assim que da produção e lâmpadas que tinham uma duração de 2.500 horas se passou à produção de lâmpadas com apenas uma duração de 1000 horas.
Refere-se também o caso do IPOD da Apple, em que a bateria deste aparelho tem uma duração de 18 meses, o que levou vários consumidores norte-americanos a recorrer aos tribunais a fim de denunciar a prática daquela empresa em reduzir o tempo útil dos seus produtos, contradizendo a imagem que a mesma empresa vende como respeitadora do meio ambiente.
A realizadora do documentário consegiu ainda encontrar na casa de uma antiga jornalista alemã um exemplar de meias de nylon antigas que duravam para toda a vida, tudo o contrário do que acontece com as meias de nylon produzidas actualmente.
A fotografia indica o chip instalado numa impressora destinado a registar o número de impressões |
quarta-feira, janeiro 12, 2011
Nem a Globo segurou o inimigo do pobre que tem carro
Saiu no Twitter:
Colunista Luiz Carlos Prates deixa o Grupo RBS
Comunicador se afasta para seguir com projetos pessoais
Em decisão conjunta com a empresa, o colunista Luiz Carlos Prates está deixando de atuar nos veículos do Grupo RBS. O comunicador se afasta para seguir com projetos pessoais depois de mais de duas décadas no grupo.
No Diário Catarinense, onde trabalhou por quase 23 anos, Prates começou escrevendo sobre esportes, passando a tratar sobre o cotidiano, área na qual também conquistou incontáveis admiradores.
— Sou grato pelo contato com os leitores e com o público. Parto para um novo ciclo em minha vida — diz o comunicador.
Durante o verão, o espaço da página 2 do DC será ocupado pela coluna Cadeira de Praia.
DIÁRIO CATARINENSE
E os outros inimigos do pobre que tem carro e que usam e abusam do espaço PÚBLICO que a Globo explora comercialmente ?
Quando eles vão parar de manifestar o ódio ao pobre que anda de avião ?Quando também esses vão preferir seus “projetos pessoais” ?
Clique aqui para ver o vídeo inesquecível: Prates ataca pobre que usa carro.
Paulo Henrique Amorim
Propina em família
A foto mostra a cara de felicidade de Lu Alckmin e Geraldo com o casamento da prima do lobista, trambiqueiro e propineiro Paulão, o cunhado de Alckmin.
Denúncia sobre merenda escolar atinge sobrinho de Lu Alckmin
Ex-secretário de Finanças de Pindamonhangaba (SP), Silvio Serrano afirmou em depoimento ao Ministério Público que uma empresa da família de Paulo César Ribeiro, cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), se beneficiou de contrato supostamente fraudado para fornecimento de merenda escolar no município.
Serrano, que foi exonerado do cargo após o surgimento das denúncias, declarou ter conhecimento de que um dos filhos de Ribeiro, Lucas César Ribeiro, "fazia transporte de gêneros alimentícios para a Verdurama".
A Verdurama é suspeita de ser pivô do esquema da merenda. O depoimento foi prestado no dia 26 de novembro do ano passado. O inquérito é sigiloso.
A microempresa da família se chama Lucas CR Transporte e Logística. O endereço informado é o mesmo de onde outro filho de Ribeiro, Thiago César, declara residência. A reportagem esteve no local ontem, mas não havia ninguém.
De acordo com documentos da Promotoria, que fez fotos do local durante diligências, o endereço "trata-se de uma residência".
A Folha apurou que a empresa da família do cunhado de Alckmin emitiu pelo menos 37 notas fiscais seriadas para a Verdurama. Segundo as investigações, há indícios de que se trata de uma empresa de fachada.
Ribeiro é um dos 11 irmãos da primeira-dama, Lu Alckmin. Em entrevista publicada ontem na Folha, o ex-vice-prefeito João Bosco Nogueira (PMDB) citou o envolvimento de Ribeiro no esquema de direcionamento de contratos com a prefeitura, mas disse que o governador não é próximo do cunhado.
Com forte influência na administração local, Ribeiro é suspeito de ter atuado para que a Verdurama vencesse a licitação.
Em troca, receberia uma parte dos valores pagos pela "terceirização" do serviço de entrega, por meio da empresa do filho.
A Verdurama ganhou a concorrência da merenda no valor de R$ 6,8 milhões. Segundo o Tribunal de Contas do Estado, o contrato é irregular e a licitação tem vários indícios de direcionamento.
Ao Ministério Público o ex-sócio da empresa Genivaldo dos Santos afirmou que "houve fraude" na disputa. Ele disse que 10% do valor pago à Verdurama servia para pagamento de propina.
Um dos supostos beneficiados, segundo Genivaldo, seria o próprio Silvio Serrano. O outro seria Paulo Ribeiro. Ambos negam.
Os depoimentos de envolvidos no caso, especialmente Genivaldo, sugerem que a empresa teria feito doações não declaradas à campanha à reeleição do prefeito João Ribeiro (PPS).
Além da empresa de transportes, a família de Ribeiro mantém outros negócios na cidade, como um cemitério, uma funerária e uma empresa de água e esgoto, tem participação no sindicato rural e organiza eventos.
OUTRO LADO
O advogado Gilberto Menin, que defende Paulo César Ribeiro, afirmou que seu cliente não concederá entrevistas "em respeito ao sigilo das investigações".
"Estamos, inclusive, estudando medidas sobre o vazamento do inquérito", afirmou o advogado.
Segundo ele, Ribeiro enfrenta problemas de saúde.
A família de Ribeiro não foi localizada em Pindamonhangaba nos endereços declarados à Junta Comercial de São Paulo. A funerária estava fechada na tarde de ontem.
A Prefeitura de Pindamonhangaba afirma que solicitou investigação do Ministério Público quando surgiram as denúncias e que há uma comissão analisando o caso na Câmara Municipal. Também nega doações não registradas à campanha.
A assessoria da prefeitura confirmou que Ribeiro, "assim como outros empresários, lideranças e pessoas com influência que participaram na campanha" estiveram na casa do prefeito durante a transição de governo. Deu na Folha tucana.
Ex-secretário de Finanças de Pindamonhangaba (SP), Silvio Serrano afirmou em depoimento ao Ministério Público que uma empresa da família de Paulo César Ribeiro, cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), se beneficiou de contrato supostamente fraudado para fornecimento de merenda escolar no município.
Serrano, que foi exonerado do cargo após o surgimento das denúncias, declarou ter conhecimento de que um dos filhos de Ribeiro, Lucas César Ribeiro, "fazia transporte de gêneros alimentícios para a Verdurama".
A Verdurama é suspeita de ser pivô do esquema da merenda. O depoimento foi prestado no dia 26 de novembro do ano passado. O inquérito é sigiloso.
A microempresa da família se chama Lucas CR Transporte e Logística. O endereço informado é o mesmo de onde outro filho de Ribeiro, Thiago César, declara residência. A reportagem esteve no local ontem, mas não havia ninguém.
De acordo com documentos da Promotoria, que fez fotos do local durante diligências, o endereço "trata-se de uma residência".
A Folha apurou que a empresa da família do cunhado de Alckmin emitiu pelo menos 37 notas fiscais seriadas para a Verdurama. Segundo as investigações, há indícios de que se trata de uma empresa de fachada.
Ribeiro é um dos 11 irmãos da primeira-dama, Lu Alckmin. Em entrevista publicada ontem na Folha, o ex-vice-prefeito João Bosco Nogueira (PMDB) citou o envolvimento de Ribeiro no esquema de direcionamento de contratos com a prefeitura, mas disse que o governador não é próximo do cunhado.
Com forte influência na administração local, Ribeiro é suspeito de ter atuado para que a Verdurama vencesse a licitação.
Em troca, receberia uma parte dos valores pagos pela "terceirização" do serviço de entrega, por meio da empresa do filho.
A Verdurama ganhou a concorrência da merenda no valor de R$ 6,8 milhões. Segundo o Tribunal de Contas do Estado, o contrato é irregular e a licitação tem vários indícios de direcionamento.
Ao Ministério Público o ex-sócio da empresa Genivaldo dos Santos afirmou que "houve fraude" na disputa. Ele disse que 10% do valor pago à Verdurama servia para pagamento de propina.
Um dos supostos beneficiados, segundo Genivaldo, seria o próprio Silvio Serrano. O outro seria Paulo Ribeiro. Ambos negam.
Os depoimentos de envolvidos no caso, especialmente Genivaldo, sugerem que a empresa teria feito doações não declaradas à campanha à reeleição do prefeito João Ribeiro (PPS).
Além da empresa de transportes, a família de Ribeiro mantém outros negócios na cidade, como um cemitério, uma funerária e uma empresa de água e esgoto, tem participação no sindicato rural e organiza eventos.
OUTRO LADO
O advogado Gilberto Menin, que defende Paulo César Ribeiro, afirmou que seu cliente não concederá entrevistas "em respeito ao sigilo das investigações".
"Estamos, inclusive, estudando medidas sobre o vazamento do inquérito", afirmou o advogado.
Segundo ele, Ribeiro enfrenta problemas de saúde.
A família de Ribeiro não foi localizada em Pindamonhangaba nos endereços declarados à Junta Comercial de São Paulo. A funerária estava fechada na tarde de ontem.
A Prefeitura de Pindamonhangaba afirma que solicitou investigação do Ministério Público quando surgiram as denúncias e que há uma comissão analisando o caso na Câmara Municipal. Também nega doações não registradas à campanha.
A assessoria da prefeitura confirmou que Ribeiro, "assim como outros empresários, lideranças e pessoas com influência que participaram na campanha" estiveram na casa do prefeito durante a transição de governo. Deu na Folha tucana.
Cunhado de Alckmin roubava merenda das criancinhas
Agentes vigiaram cunhado lobista durante 4 meses
Fausto Macedo
O Estado de S. Paulo - 12/01/2011
Irmão de Lu Alckmin, Paulo Ribeiro é investigado por compra superfaturada de merenda e foi espionado a pedido da promotoria
Paulo César Ribeiro, cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), foi seguido e espionado por agentes a serviço do Ministério Público do Estado durante quatro meses. Eles filmaram e fotografaram o lobista em Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba, onde ele mora. Também foi alvo do monitoramento o ex-secretário de Finanças da cidade Silvio Serrano.
Ao todo, 15 imagens ilustram o documento confidencial sobre a vigilância ao irmão de Lu Alckmin, mulher do governador, e ao ex-secretário. Em 24 de agosto, os agentes escreveram: "Conforme solicitação foram procedidas diligências na Rua Barghis Mathias, Parque Ypê, Pindamonhangaba, cadastrado em nome de Thiago César Ribeiro."
Paulão, como o cunhado de Alckmin é conhecido na cidade, mora na Rua Barghis Mathias. Thiago é um de seus filhos. "O local trata-se de uma residência e, ao lado, no número 140, existe um galpão com inscrições na parede (Velório Rede Sesolupe), cadastrado em nome de Nilton César Vieira", destaca o texto. Paulão é sócio do Cemitério Memorial da Paz.
A intenção do Ministério Público era conseguir um flagrante de encontro do lobista com Serrano. A promotoria suspeita que Ribeiro indicou Serrano para o cargo de secretário a fim de abrir as portas na administração municipal para a Verdurama, fornecedora de merenda escolar.
O cunhado de Alckmin seria o elo entre a Verdurama e pelo menos 20 prefeituras. A empresa, segundo suspeita o Ministério Público, era favorecida em licitações dirigidas: em troca, teria de fazer doações para campanhas eleitorais dos prefeitos.
Trânsito. No fim de outubro, Serrano foi demitido do cargo de secretário de Finanças pelo prefeito João Ribeiro (PPS), pressionado pela Câmara Municipal de Pindamonhangaba. O ex-vice prefeito João Bosco Nogueira afirmou à promotoria que o lobista tinha trânsito intenso na gestão municipal desde o período de transição - embora não fizesse parte da equipe -, inclusive na secretaria comandada por Serrano.
Os agentes da promotoria montaram bases em outros endereços - todos em Pindamonhangaba - para monitorar os investigados: Rua Major José dos Santos, Estrada Jesus Antonio de Miranda, Avenida Nossa Senhora do Bom Sucesso e Rua Dona Emília Imediato.
Durante vários dias, os agentes acompanharam o movimento no pátio de estacionamento da Prefeitura de Pindamonhangaba. Eles clicaram Serrano entrando em seu veículo, um Honda Civic dourado.
Também fixaram posto na Rua Monte Pascal, bairro da Lapa, na capital paulista, onde fica a sede da Verdurama. Os agentes tinham informação de que o lobista e Serrano iriam participar de uma reunião na empresa supostamente para fechar acordos e valores de comissões sobre os contratos com a prefeitura.
Irmão de Lu Alckmin, Paulo Ribeiro é investigado por compra superfaturada de merenda e foi espionado a pedido da promotoria
Paulo César Ribeiro, cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), foi seguido e espionado por agentes a serviço do Ministério Público do Estado durante quatro meses. Eles filmaram e fotografaram o lobista em Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba, onde ele mora. Também foi alvo do monitoramento o ex-secretário de Finanças da cidade Silvio Serrano.
Ao todo, 15 imagens ilustram o documento confidencial sobre a vigilância ao irmão de Lu Alckmin, mulher do governador, e ao ex-secretário. Em 24 de agosto, os agentes escreveram: "Conforme solicitação foram procedidas diligências na Rua Barghis Mathias, Parque Ypê, Pindamonhangaba, cadastrado em nome de Thiago César Ribeiro."
Paulão, como o cunhado de Alckmin é conhecido na cidade, mora na Rua Barghis Mathias. Thiago é um de seus filhos. "O local trata-se de uma residência e, ao lado, no número 140, existe um galpão com inscrições na parede (Velório Rede Sesolupe), cadastrado em nome de Nilton César Vieira", destaca o texto. Paulão é sócio do Cemitério Memorial da Paz.
A intenção do Ministério Público era conseguir um flagrante de encontro do lobista com Serrano. A promotoria suspeita que Ribeiro indicou Serrano para o cargo de secretário a fim de abrir as portas na administração municipal para a Verdurama, fornecedora de merenda escolar.
O cunhado de Alckmin seria o elo entre a Verdurama e pelo menos 20 prefeituras. A empresa, segundo suspeita o Ministério Público, era favorecida em licitações dirigidas: em troca, teria de fazer doações para campanhas eleitorais dos prefeitos.
Trânsito. No fim de outubro, Serrano foi demitido do cargo de secretário de Finanças pelo prefeito João Ribeiro (PPS), pressionado pela Câmara Municipal de Pindamonhangaba. O ex-vice prefeito João Bosco Nogueira afirmou à promotoria que o lobista tinha trânsito intenso na gestão municipal desde o período de transição - embora não fizesse parte da equipe -, inclusive na secretaria comandada por Serrano.
Os agentes da promotoria montaram bases em outros endereços - todos em Pindamonhangaba - para monitorar os investigados: Rua Major José dos Santos, Estrada Jesus Antonio de Miranda, Avenida Nossa Senhora do Bom Sucesso e Rua Dona Emília Imediato.
Durante vários dias, os agentes acompanharam o movimento no pátio de estacionamento da Prefeitura de Pindamonhangaba. Eles clicaram Serrano entrando em seu veículo, um Honda Civic dourado.
Também fixaram posto na Rua Monte Pascal, bairro da Lapa, na capital paulista, onde fica a sede da Verdurama. Os agentes tinham informação de que o lobista e Serrano iriam participar de uma reunião na empresa supostamente para fechar acordos e valores de comissões sobre os contratos com a prefeitura.
A massa cheirosa nem sempre cheira bem
O casal Alckmin na Daslu, a mega loja tranbiqueira |
Denúncia atinge sobrinho de Lu Alckmin
Testemunha disse em depoimento que contrato sob suspeita foi terceirizado para empresa de Thiago César Ribeiro.
Segundo investigação da Promotoria, existem indícios de que firma da família da primeira-dama de SP é de fachada
Ex-secretário de Finanças de Pindamonhangaba (SP), Silvio Serrano afirmou em depoimento ao Ministério Público que uma empresa da família de Paulo César Ribeiro, cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), se beneficiou de contrato supostamente fraudado para fornecimento de merenda escolar no município.
Serrano, que foi exonerado do cargo após o surgimento das denúncias, declarou ter conhecimento de que um dos filhos de Ribeiro, Lucas César Ribeiro, "fazia transporte de gêneros alimentícios para a Verdurama".
A Verdurama é suspeita de ser pivô do esquema da merenda. O depoimento foi prestado no dia 26 de novembro do ano passado. O inquérito é sigiloso.
A microempresa da família se chama Lucas CR Transporte e Logística. O endereço informado é o mesmo de onde outro filho de Ribeiro, Thiago César, declara residência. A reportagem esteve no local ontem, mas não havia ninguém.
De acordo com documentos da Promotoria, que fez fotos do local durante diligências, o endereço "trata-se de uma residência".
A Folha apurou que a empresa da família do cunhado de Alckmin emitiu pelo menos 37 notas fiscais seriadas para a Verdurama. Segundo as investigações, há indícios de que se trata de uma empresa de fachada.
Ribeiro é um dos 11 irmãos da primeira-dama, Lu Alckmin. Em entrevista publicada ontem na Folha, o ex-vice-prefeito João Bosco Nogueira (PMDB) citou o envolvimento de Ribeiro no esquema de direcionamento de contratos com a prefeitura, mas disse que o governador não é próximo do cunhado.
Com forte influência na administração local, Ribeiro é suspeito de ter atuado para que a Verdurama vencesse a licitação.
Em troca, receberia uma parte dos valores pagos pela "terceirização" do serviço de entrega, por meio da empresa do filho.
A Verdurama ganhou a concorrência da merenda no valor de R$ 6,8 milhões. Segundo o Tribunal de Contas do Estado, o contrato é irregular e a licitação tem vários indícios de direcionamento.
Ao Ministério Público o ex-sócio da empresa Genivaldo dos Santos afirmou que "houve fraude" na disputa. Ele disse que 10% do valor pago à Verdurama servia para pagamento de propina.
Um dos supostos beneficiados, segundo Genivaldo, seria o próprio Silvio Serrano. O outro seria Paulo Ribeiro. Ambos negam.
Os depoimentos de envolvidos no caso, especialmente Genivaldo, sugerem que a empresa teria feito doações não declaradas à campanha à reeleição do prefeito João Ribeiro (PPS).
Além da empresa de transportes, a família de Ribeiro mantém outros negócios na cidade, como um cemitério, uma funerária e uma empresa de água e esgoto, tem participação no sindicato rural e organiza eventos.
Silvio Navarro e Fábio Amato da FSP
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