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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, janeiro 30, 2011

Neschling confirma que Cerra o demitiu por causa do mictório

Neschling confirma que Cerra o demitiu por causa do mictório

O mictório foi o campo de batalha da OSESP


Amiga navegante, amante da boa música, telefona para comunicar que John Neschling deu uma entrevista à revista IstoÉ (pág. 8 ) em que confirma informação há muito divulgada por este ansioso blog.

Cerra demitiu Neschling por causa de um mictório.

Vários amigos navegantes duvidavam que o Cerra, mesmo sendo o nosso Putin, fosse capaz de tal mesquinharia.

Vem agora a confirmação histórica.

Cerra se elegeu prefeito e disse ao Boris Casoy que jamais renunciaria ao cargo.

Clique aqui para ler sobre a derrota de Casoy na Justiça.

E aqui para ver o vídeo histórico: Cumprirei o mandato de prefeito até o fim. Se não, não votem mais em mim.

O prefeito mandou o Neschling e a OSESP se apresentarem numa Virada Cultural.

Neschling mandou perguntar se tinha mictório para atender os músicos (quase cem).

Não recebeu resposta e não foi.

Por isso, mais tarde, o governador (Cerra não cumpriu o mandato de prefeito até o fim) demitiu o regente daquela que era, então, a melhor orquestra do Brasil.

(Hoje, como se sabe, a OSESP é como os tucanos paulistas: medíocre, mas fala francês.)

Nesta entrevista, Neschling confirma que Fernando Henrique foi o algoz, a mando de Cerra.

E que Cerra é o que sempre foi: um Putin mimado.

(Neschling prefere chamá-lo de “autoritário e mimado”.

“Mimado” pelo PiG (*).


Paulo Henrique Amorim

sábado, janeiro 29, 2011

Parceria brasileira injeta US$ 2,7 milhões para a inclusão social de catadores


No dia 23 de dezembro de 2010, a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula participaram de cerimônia de Natal dos catadores de materiais recicláveis, em São Paulo/SP. Foto: Ricardo Stuckert/PR/Arquivo
O governo federal, por meio da Caixa Econômica, contratou uma operação no valor de US$ 2,7 milhões – aproximadamente R$ 4,5 milhões – para a inclusão socioeconômica de catadores de materiais recicláveis. Os recursos serão doados pelo Fundo Japonês de Desenvolvimento Social (JSDF/BIRD) ao Banco Mundial, que escolheu a Caixa para implementar o programa. O piloto será o aterro controlado do Jardim Gramacho, em Duque de Caxias (RJ), e deverá ser expandido para mais dois lixões no Brasil.
Os recursos serão direcionados para dois projetos selecionados previamente pelo Banco Mundial, voltados para a erradicação de lixões e implantação de aterros sanitários. Os projetos devem estar vinculados a financiamentos da Caixa, no escopo da gestão de Resíduos Sólidos Urbanos e Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Com a iniciativa, serão implantados aterros sanitários modernos e ambientalmente sustentáveis, além de instalações alternativas para o tratamento do lixo.
A doação é resultado de parceria entre a Caixa e o Banco Mundial, iniciada em junho de 2008, no âmbito do projeto Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto no Protocolo de Kyoto. A parceria também prevê a comercialização, pelo banco brasileiro, de créditos de carbono, e a participação como agência coordenadora do 1º Programa de Atividades em Resíduos Sólidos Urbanos do Brasil, atualmente em fase de validação na Organização das Nações Unidas (ONU).

Inclusão - O Programa para Inclusão Social e Econômica de Catadores visa promover, por meio de um processo participativo, a inclusão de recicladores no sistema formal de prestação de serviços básicos do setor de manejo de resíduos sólidos. Para um período de três anos, espera-se o aumento de 50% na adesão de catadores às organizações de base comunitária voltadas para reciclagem e o aumento de 50% do volume de materiais reciclados.

O Programa prevê ainda a melhoria da saúde e da segurança dos catadores, o aumento da produtividade e renda, a formalização das atividades e acesso a direitos e serviços governamentais e a criação de alternativas com treinamento e colocação profissional.
Recentemente o tema ganhou destaque mundial com o documentário “Lixo Extraordinário”, que retrata o trabalho dos catadores de material reciclável no aterro de Duque de Caxias. O longa-metragem, coprodução do Brasil e Reino Unido, é um dos indicados ao Oscar 2011.
*planalto

Lungaretti derrota Casoy na Justiça por causa dos garis




Na foto, os garis em questão

O Conversa Afiada reproduz e-mail de Celso Lungaretti:

A SENTENÇA DO PROCESSO DE CASOY CONTRA MIM: ABSOLVIÇÃO


Celso Lungaretti (*)


“Julgo improcedente a presente ação penal, para absolver Celso Lungaretti dos delitos dos artigos 139 e 140 do Código Penal, que lhe foram imputados, o que faço com fundamento no artigo 386, III do Código de Processo Penal.”


Foi esta a decisão do juiz de Direito José Zoéga Coelho no processo nº 050.10.043276-0, que o jornalista Boris Casoy moveu contra mim no Juizado Especial Criminal da Barra Funda (SP), acusando-me de difamação e/ou injúria.


A minha defesa foi assumida pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, ficando a cargo do coordenador do Depto. Jurídico, dr. Jefferson Martins de Oliveira, que atuou com raro brilhantismo.


Para quem quiser conhecer os detalhes do caso, recomendo a leitura do artigo que escrevi ao ser intimado, Casoy me move ação criminal por artigo sobre o episódio dos garis.


Eis os trechos principais da sentença:


“A leitura do texto integral (…) não deixa dúvidas quanto ao propósito de dirigir à pessoa do querelante séria crítica. Isso, por si, não basta para configurar crime contra a honra.


Nesse pondo o Direito se defronta com questão de suma dificuldade, qual seja a de traçar, em critérios tão claros e objetivos quanto possível, a linha divisória entre dois direitos constitucionalmente tutelados: o direito à livre manifestação de pensamento (e à liberdade de informação), de um lado, e, de outro, os direitos fundamentais da pessoa, dentre os quais se inclui o direito à proteção da honra.


Cumpre reconhecer que o querelante, porque pessoa pública e homem de imprensa de grande renomada, é passível de maior exposição à crítica jornalística.


Por outras palavras, como homem de imprensa que fala ao grande pública, as convicções pessoais do querelante (estas que transparecem em seus atos, mesmo que pretéritos) tornam-se de interesse para a sociedade, sabido que a relação entre jornalista e seu público é fundada numa certa confiança quanto à qualidade da informação noticiada.


Sendo, assim, justificável que a crítica possa envolver fatos sobre a vida do querelante e que em princípio possam atingir sua pessoa e, via de consequência, também sua honra.


Em suma, como toda pessoa pública, sobretudo que desempenhe atividade de interesse público (…), também o querelante, por sua profissão de jornalista, está justificadamente exposto à crítica, sem que o exercício desta possa mitigado em defesa da honra.


Pelo exposto, entendo que a crítica, mesmo que envolvendo fatos em princípio aptos a afrontar a honra daquela pessoa assim criticada, não basta para evidenciar aqueles crimes de que trata a queixa.


Para além da questão atinente aos limites entre a liberdade de informação (e de crítica, mesmo que voltada à vida íntima de pessoas que desempenhem atividades de interesse público) e o direito à proteção da honra, há ainda a considerar a questão sob outro aspecto, este de aspecto já estritamente jurídico penal.


Os crimes contra a honra exigem dolo específico, ou seja, intenção deliberada e precípua de atingir a honra do ofendido. No caso ora em julgamento, verifica-se que a raiz de todas as expressões alegadamente infamantes está ina imputação do fato do querelante ter pertencido a determinada organização, denominada “CCC”.


Quanto a este ponto, a leitura do texto publicado na internet pelo ora querelado demonstra que, a tal respeito, ele menciona como fonte de uma tal informação notícia anteriormente publica em revista de grande circulação (na época em que dita informação ali se ventilou).


Menciona ainda informação dada por terceiro, não identificado, mas que teria sido contemporâneo do querelante nos bancos acadêmicos e que coincidiria com a participação do querelante na mencionada organização.


Menciona, finalmente, relato de pessoa identificada, agora reafirmando a participação do querelante na agremiação, o que inclusive teria causado embaraços para o querelante em clube da colônia hebraica (e o querelante faria parte da colônia), isto pelo uso da cruz suástica como símbolo pelo referido “CCC”.


Ora, se o querelado relata os fatos como tendo sido referidos por terceiros, um dos quais inclusive nominalmente identifica, como ainda refere estar reproduzindo notícia anteriormente divulgada em veículo de comunicação àquele tempo bastante conhecido, creio que nisso não se pode ver propósito deliberado de infamar, mas sim de meramente narrar fato, fato este cuja divulgação no texto veiculado na internet — e que ora é objeto da presente queixa — se deu em regular exercício do direito de crítica e liberdade de manifestação do pensamento.


No mais, os adjetivos — carregados, por certo — empregados no texto e atribuídos à pessoa do querelante guardam relação direta com os fatos ali também relatados. Não haveria sentido punir, a título de injúria, aquilo que decorre de fatos cuja divulgação, no entanto — e a meu ver — não poderia caracterizar o crime, mais grave, de difamação.


Assim, não houve dolo específico de atentar contra a hora do agente. E quando a honra foi por vezes atingida, assim ocorreu no exercício do direito à crítica. Sem dolo específico, não se pode então falar em crime contra a honra.”


(*) jornalista, escritor e ex-preso político. http://naufrago-da-utopia.blogspot.com

PARAÍSOS FISCAIS, OS PROSTÍBULOS DO CAPITALISMO


Por Emir Sader
[ParaisoFiscal.jpg]
Nesses territórios se praticam todos os tipos de atividade econômica que seriam ilegais em outros países, captando e limpando somas milionárias de negócios como o comércio de armamentos, do narcotráfico e de outras atividades similares.
Os paraísos fiscais, que devem somar um total entre 60 e 90 no mundo, são micro-territórios ou Estados com legislações fiscais frouxas ou mesmo inexistentes. Uma das suas características comuns é a prática do recebimento ilimitado e anônimo de capitais. São países que comercializam sua soberania oferecendo um regime legislativo e fiscal favorável aos detentores de capitais, qualquer que seja sua origem. Seu funcionamento é simples: vários bancos recebem dinheiro do mundo inteiro e de qualquer pessoa que, com custos bancários baixos, comparados com as médias praticadas por outros bancos em outros lugares.
Eles têm um papel central no universo das finanças negras, isto é, dos capitais originados de atividades ilícitas e criminosas. Máfias e políticos corruptos são frequentadores assíduos desses territórios. Segundo o FMI, a limpeza de dinheiro representa entre 2 e 5% foi PIB mundial e a metade dos fluxos de capitais internacionais transita ou reside nesses Estados, entre 600 bilhões e 1 trilhão e 500 bilhões de dólares sujos circulam por aí.
O numero de paraísos fiscais explodiu com a desregulamentação financeira promovida pelo neoliberalismo. As inovações tecnológicas e a constante invenção de novos produtos financeiros que escapam a qualquer regulamentação aceleraram esse fenômeno.
Tráfico de armas, empresas de mercenários, droga, prostituição, corrupção, assaltos, sequestros, contrabando, etc., são as fontes que alimentam esses Estados e a mecanismo de limpeza de dinheiro.
Um ministro da economia da Suíça – dos maiores e mais conhecidos paraísos – declarou em uma visita a Paris, defendendo o segredo bancário, chave para esses fenômenos: “Para nós, este reflete uma concepção filosófica da relação entre o Estado e o indivíduo.” E acrescentou que as contas secretas representam 11% do valor agregado bruto criado na Suíça.
Em um país como Liechtenstein, a taxa máxima de imposto sobre a renda é de 18% e o sobre a fortuna inferior a 0,1%. Ele se especializa em abrigar sociedades holdings e as transferências financeiras ou depósitos bancários.
Uma sociedade sem segredo bancário, em que todos soubessem o que cada um ganha – poderia ser chamado de paraíso. Mas é o contrário, porque se trata de paraísos para os capitais ilegais, originários do narcotráfico, do comercio de armamento, da corrupção.
Existem, são conhecidos, quase ninguém tem coragem de defendê-los, mas eles sobrevivem e se expandem, porque são como os prostíbulos – ilegais, mas indispensáveis para a sobrevivência de instituições falidas, que tem nesses espaços os complementos indispensáveis à sua existência.
*históriavermelha

ELOGIAR A POBREZA E A FALTA DE AMBIÇÃO É UMA GRANDE BOBAGEM,NÓS VIVEMOS NO CAPITALISMO E O DINHEIRO É FUNDAMENTAL

http://www.sitesnobrasil.com/fotos/images/fotos/homens/j/joao-gilberto4.jpg

RUY CASTRO
Pra que discutir com madame?


RIO DE JANEIRO - Deu no jornal: João Gilberto, o cantor, está ameaçado de despejo do apartamento alugado em que mora no Leblon. A proprietária é uma senhora da sociedade carioca e internacional, com título de condessa e dona de vários imóveis. O problema não envolve dinheiro, mas o que a senhoria acha um abuso: ele não deixa ninguém entrar ali, nem para fazer obras que ela julga necessárias.
O que, para muita gente, pode ser uma surpresa é a revelação de que João Gilberto, que fará 80 anos em junho próximo, não tem casa própria. Não tem, nunca teve. É verdade que, em mais de uma ocasião, fez contratos que lhe teriam permitido comprar à vista o que quisesse e resolver o problema. Mas a volúpia da propriedade não é seu estilo.
Nem de outros do seu círculo. Vinicius de Moraes passou a vida morando nas casas de sua família na Gávea ou pagando aluguel. Lucio Alves, um dos dois ou três maiores cantores da história deste país, estava sendo despejado no ano em que morreu, 1993. E não me consta que, algum dia, João Donato, Johnny Alf, Newton Mendonça, fossem proprietários -a ideia de assinar escrituras, pagar imposto predial e votar em reuniões de condomínio parecia não combinar com o ideário da bossa nova.
João Gilberto não gosta de interferências no seu dia-a-dia. Eu também não gosto, assim como você e todo mundo. João Gilberto talvez apenas radicalize esse gosto pela reclusão, no que está no seu direito. Em compensação, nunca processou jornalistas ou escritores que ousaram "violar" sua intimidade.
A condessa devia conhecer João Gilberto quando o aceitou como inquilino. Cabe-lhe, portanto, relaxar e, no futuro, orgulhar-se de que ele morou num de seus imóveis, entre cujas paredes quantas maravilhas não criou ao violão. Mas, se madame não vê isto, diria o samba, pra que discutir com madame?

PRESIDENTE LULA É HOMENAGEADO E O POVO CORRE PARA RECEBÊ-LO.A IMPRENSA CORRUPTA BRASILEIRA CHORA !

Doutor Lula

Lula recebe título de doutor da UFV

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, na noite desta sexta-feira (28), o título de doutor honoris causa na Universidade Federal de Viçosa (UFV).

O Conselho Superior da UFV decidiu agraciar o ex-presidente pela “permanente luta em defesa das causas sociais brasileiras”. Em seu primeiro discurso desde a posse de Dilma Rousseff, Lula disse que o título era o quarto diploma que recebia em sua vida, contando a conclusão do primário, o curso de torneiro mecânico pelo Senai e a diplomação como presidente da República.

“Quando olharem para mim com desdém porque eu não tenho diploma universitário, vou mostrar esta foto que tirei vestido como doutor honoris causa”, afirmou. Lula criticou seus antecessores, ao citar o “abandono” do ensino no País, a “lógica excludente desastrada do passado” e a “negligência com a formação profissional”. O ex-presidente declarou ter certeza de que Dilma consolidará o trabalho feito ao longo dos últimos oito anos e promoverá “novos e significativos avanços”.

A série de homenagens para Lula continua hoje (29), com a cerimônia de entrega de uma comenda pela prefeitura de Ubá.

*esquerdopata




Lula recebe mais homenagem e diz que 'quanto menos falar, melhor'


Sem atividades até março, ex-presidente disse querer ‘reencarnar como cidadão brasileiro’

Denise Motta, iG Minas Gerais

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na manhã deste sábado (29) que “precisa desencarnar da Presidência da República”. Questionado se pretendia no futuro voltar ao cargo de presidente, respondeu que vai “reencarnar como cidadão brasileiro”. De acordo com ele, “quanto menos falar, será melhor para todo mundo”. Hoje, Lula recebeu a medalha Ari Barroso, na cidade de Ubá, a 290 quilômetros de Belo Horizonte (MG). Ontem ele foi agraciado com o título de doutor honoris causa, concedido pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), e participou como paraninfo de formatura de centenas de universitários.

“Eu, na verdade, não quero ter atividade até março, vou esperar o Carnaval. O governo Dilma está montando o seu time e eu preciso desencarnar da Presidência. Então, quanto mais quieto eu ficar, quanto menos eu falar, melhor para todos nós”, discursou para dezenas de pessoas no aeroporto de Ubá, local onde recebeu a medalha Ari Barroso das mãos do prefeito Vadinho Baião (PT).


O ex-presidente abraçou, beijou, posou para fotos e deu autógrafos. Em rápido discurso, falou de sua alegria em estar na cidade onde nasceram filhos do ex-vice-presidente José Alencar. Ao receber a medalha, brincou: “Isso é até começar a olimpíada. Vai ter uma coisa da terceira idade para a gente ganhar medalha”. O ex-presidente recebeu do prefeito uma cesta com produtos tipicamente mineiros, incluindo doce de manga e cachaça. Ao ser orientado a entregar uma caixa de doce para Alencar, brincou novamente: “Isso vai depender da fome que eu estiver no avião”.

A medalha Ari Barroso, por ocasião do centenário de nascimento do compositor ubaense, foi entregue a diversas personalidades, das mais variadas regiões, em 2003, entre elas o ator Mauro Mendonça, nascido em Ubá, o governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) e o ex-vice de Lula, José Alencar.


Na sexta-feira à noite (28), Lula jantou no espaço chamado Casa dos Prefeitos, na UFV. No cardápio, feijão tropeiro e pururuca. Como sobremesa, doce de leite e goiabada cascão. No jantar restrito, na presença de representantes da UFV, Viçosa e Ubá, o ex-presidente disse que já teve mais de 100 indicações para receber o título de doutor honoris causa, vindas de diversas partes do mundo. Também no jantar Lula pediu que a entrega da medalha Ari Barroso fosse adiantada em uma hora, pois iria acordar às 7 horas e seguir por terra de Viçosa a Ubá. De ontem para hoje, ele pernoitou no hotel Alfa.

Mais acesso do brasileiro à cultura


A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, afirmou que já entrou em contato com parlamentares da Câmara dos Deputados para pedir mais agilidade na tramitação do projeto de lei que cria o Vale Cultura. A expectativa, segundo ela, é que o benefício seja aprovado ainda neste primeiro semestre.
O PL 5.798/09, que institui o Vale Cultura, prevê o pagamento de um valor mensal de R$ 50 em cartão magnético a trabalhadores que recebem até cinco salários mínimos. O valor poderá ser usado para a compra de livros, CDs e DVDs, ou para assistir a filmes, peças de teatro e espetáculos de dança.
“Acho que não há nenhum questionamento sobre a importância [do projeto de lei] e de disponibilizar logo para o trabalhador esse direito de ter acesso à cultura”, disse, após participar de entrevista a emissoras de rádio, durante o programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços.
Segundo Ana Hollanda, a cultura ainda é vista como um segmento “meio abstrato”, mas tem uma função muito objetiva de lidar com o cidadão. “Se a gente não trabalhar, a cultura estará perdendo uma grande oportunidade de se inserir no dia a dia do trabalhador.”

Com Agência Brasil

Em encontro com blogueiros potiguares

  Nicolelis fala sobre ciência, democracia, política e jornalismo

O movimento dos Blogueiros Progressistas do Rio Grande do Norte recebeu, na noite desta sexta-feira (28), o neurocientista Miguel Nicolelis, professor da Universidade de Duke (EUA) e co-fundador do Instituto Internacional de Neurociência de Natal Edmond e Lilly Safra. O evento, realizado no auditório da Livraria Siciliano (Shopping Midway Mall), serviu como preparação para o 1º Encontro de Blogueiros Progressistas do RN, marcado para os dias 25, 26 e 27 de março.
O tema do bate-papo foi “Redes sociais, participação política e desenvolvimento da ciência”. Nicolelis iniciou dizendo que sua participação no evento demonstrava o poder dessas novas formas de comunicação. “Estou no Twitter há apenas 15 dias, mas já estou aqui para falar sobre redes sociais – mesmo sem saber nada sobre isso”, brincou, arrancando risos da plateia.
Em seguida, disse que o título da palestra poderia ser “Eu juro que eu sou eu”, fazendo referência ao debate travado com uma badalada blogueira potiguar, a quem teve que provar que seu recém-criado perfil no Twitter não era um fake.
Nicolelis aproveitou o episódio como gancho para tratar da questão da identidade no contexto das redes sociais. Ele sustentou que o modelo de mundo que conhecemos, bem como nossa identidade, não passa de uma “simulação” do cérebro. Emendou dizendo que a “cultura do ‘eu’ é uma ilusão”.
“Eu me defrontei com essa ilusão ao tentar provar que eu sou eu. Eu me engajei num debate com uma jornalista que foi uma das coisas mais fascinantes. Comecei a falar das minhas opiniões, primeiro sobre a política do RN, mas não funcionou”.
“Pare pra pensar: nós vivemos num mundo em que qualquer um pode ser eu, qualquer um pode assumir qualquer personalidade. O sucesso das redes sociais, em minha opinião de neurocientista, se deve, primeiro, a uma coisa que vou tratar no livro que será lançado no próximo mês. Daqui a algumas centenas de anos não vamos precisar disso aqui, teclado, celular… Nós vamos pensar e nos comunicar, nos amalgamar numa rede conscientemente sem a necessidade dessas coisas pouco eficientes, como os nossos dedos, os teclados… Nós já estamos observando, mesmo com os limites que temos, já vivemos os primórdios de uma sociedade onde a identidade real não faz diferença nenhuma”, discorreu.
O neurocientista destacou que as redes sociais “conseguiram fazer as identidades, às quais a gente se apegou tanto, desaparecerem”. “Você pode assumir o que você sempre quis ser, mas não podia por medo do preconceito. Nós ainda não conseguimos lidar com o fato que as pessoas são de diferentes matizes. As redes têm essa vantagem de permitir que as pessoas possam assumir [suas ideias] livremente”.
“Não existe isso de imparcialidade”
Após discorrer sobre as redes sociais e a dispersão da identidade, Nicolelis afirmou que a ideia da “imparcialidade”, tanto jornalística quanto científica, não passa de “balela”. “Como neurocientistas, estamos cansados de saber que não existe isso de imparcialidade, como pretendem os jornalistas. Não existe imparcialidade nem jornalística nem científica”.
Para comprovar sua sentença, relembrou a cobertura midiática das eleições presidenciais do ano passado, quando a imprensa tradicional, mesmo se dizendo “imparcial”, se alinhou à candidatura do candidato do PSDB/DEM, o ex-governador de São Paulo José Serra.
“O que aconteceu no Brasil na eleição passada foi a demonstração da falácia de certos meios de imprensa e do partidarismo que invadiu essa opinião dita imparcial. Mas o desmentido só ocorreu nesse lugar capilarizado chamado blogosfera. A guerra da informação foi travada aí. A eleição foi ganha na trincheira da blogosfera, porque os desmentidos eram instantâneos”, comentou.
Nicolelis defendeu que a “teia” – termo que disse preferir usar para se referir às redes sociais – que está se formando no Brasil “é um fenômeno mundial de relevância fundamental”. Para ele, a blogosfera teve um papel de destaque nas eleições de 2010.
“Essa teia já ganhou uma eleição do ponto de vista da informação, já derrotou o exército de uma mídia que tem opinião, mas que exerceu essa opinião sem dizer. Aí é que tá o engodo. A opinião é legítima, mas esconder que tem opinião não é”.
Miguel Nicolelis frisou que outro efeito provocado pelo surgimento dessa teia é o fato de considerar “inevitável a quebra do monopólio do conhecimento, da noticia e do fato”. “Cada um de nós pode ser o propagador de um fato, de uma interpretação do fato”.
Mesmo ressaltando sua condição de neófito, Nicolelis demonstrou entusiasmo com o potencial dessa “teia” desembocar no surgimento de um novo modelo de democracia, em que os indivíduos tenham um novo papel.
“A democracia representativa é muito interessante, mas ela faliu, porque o grande objetivo dos representantes dos indivíduos do planeta é representar a si mesmo. Existe um potencial imenso de uma nova democracia, onde os indivíduos tenham um novo papel, em que possam ser agentes atuantes e definidores da nossa cidadania”.
By: Alisson Almeida
*comtextolivre

Mubarak está pronto para fugir do Egito






 



Israel e Estados Unidos já não sabem mais o que fazer. Querem porque querem participar da escolha do novo dirigente do Egito. Mas está difícil porque a população egípcia está irredutível.
Quer escorraçar o ditador Mubarak o mais rápido possível do poder.
Eles não o perdoam porque abandonou os palestinos.
Todos no Oriente Médio sabem disso menos a mídia ocidental.
O mesmo pode-se dizer da Tunísia, Líbano e agora Jordânia e Iêmen.
E logo, logo Mauritânia e Somália.
Líbia, Argélia e Marrocos já mobilizaram seus aparelhos repressivos para enfrentar suas populações.
Barack Obama sabe disso, mas ele nada pode fazer contra o lobby judaico que domina o parlamento e a mídia dos Estados Unidos.
O inconformismo dos árabes aumentou depois que o presidente Lula reconheceu o Estado Palestino, seguido por inúmeros países latino-americanos.
Já são mais de 100 países reconhecendo plenamente o Estado Palestino com fronteiras de 1967.
E soma-se a isso, mais de 60 Ongs de Israel.
Ron Pundak um dos dirigentes do comitê de coordenação das Ongs israelenses, declarou: "Decidimos reconhecer simbolicamente um Estado nas fronteiras de 1967 junto a Israel, com Jerusalém como capital dos dois Estados, assim como fizeram recentemente vários países da América do Sul".
Imaginem a repercussão dessa declaração entre a população árabe.
Mubarak, que tem o hálito de um faraó recém retirado da tumba, tem tanta certeza que seus dias estão contados, que já despachou seus familiares para fora do país com dezenas de malas abarrotadas de dólares e euros.
E se ele ainda não fugiu é porque Estados Unidos e Israel pediram para que permanecesse mais alguns dias para eles negociarem com seu sucessor.
Por enquanto eles só poderiam negociar com Mohamad Al-Baradei. Mas Baradei dificilmente contará com o apoio da população.
Soma-se a isso o fato de que ele dificilmente confiaria nos Estados Unidos. Afinal, apesar de ser Premio Nobel da Paz, foi literalmente escorraçado da Agencia Internacional de Energia Atômica por George W.Bush porque recusou-se a confirmar a existência de armas de destruição em massa no Iraque.
O que apavora Estados Unidos e Israel é a possibilidade de Os Irmãos Muçulmanos assumirem o poder, o que pode levar diversos outros aliados do Ocidente na região a seguir o exemplo egípcio.
A questão que se coloca é clara: ou se reconhece imediatamente o Estado Palestino, ou de nada adiantarão os conchavos.
E o Iran assiste a tudo de camarote...