Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, março 13, 2011

ة ال

Mother Palestine
 
 
خلال زيارة الفنان البرازيلي كارلوس لطوف إلى الأردن بدعوة من فرقة الحنونة، و خلال لقائي الأول معه أنا نضال هاشم برفقة الزميل محمد أبو عفيفة، أبدى كارلوس رغبته في أن يزور المخيمات الفلسطينية في الأردن بعد أن عرضنا عليه إستضافته في اليوم التالي، و هكذا حصل.
زرنا مخيم شنلر (مخيم ماركا)، و إستضافتنا جدة الفنان محمد أبو عفيفة في بيتها، كما أستضفنا مجموعة من أولاد المخيم، و كتبنا خبر في حينه عن مجمل زيارة كارلوس للأردن.
كارلوس المتضامن معنا أكثر من أنفسنا، أطلق شخصية جديدة في رسومه، بإسم Mother Palestine، مستوحاة من جدة محمد ابو عفيفة.
هذه هي:
 
 

O discurso que matou JFK

Discurso do presidente John F. Kennedy no dia 27 de abril de 1961. Kennedy denuncia o perigo que as sociedades secretas representam e declara abertamente combatê-las... o final da história já sabemos.
Neste discurso Kennedy menciona sobre os planos para acabar com as soberanias dos países e a implantação um governo único mundial e, sobretudo, denuncia a manipulação da imprensa.

Deleite


Ze Ramalho - Batendo Na Porta Do Céu (Knock... por EMI_Music

Programa Vida Inteligente - O Cristo Cósmico



Cristo não é algo meramente histórico. As pessoas estão acostumadas a pensar em Cristo como um personagem histórico que existiu há dois mil anos. Tal conceito resulta equivocado porque o Cristo não é do tempo. O Cristo é atemporal. O Cristo desenvolve-se de instante em instante, de momento em momento. Ele em si mesmo é o Fogo Sagrado, o Fogo Cósmico Universal. Cristo é o fogo. Por isso, se vê sobre a cruz as quatro letras: INRI, as quais significam: IGNEA NATURA RENOVATUR INTEGRAM, cuja tradução é: O fogo renova incessantemente a natureza. Se nós esfregamos a cabeça de um palito de fósforo, brota o fogo. Os cientistas dirão que o fogo é o resultado da combustão, porém isso é falso. O fogo que surge de dentro do palito de fósforo está contido no próprio palito, apenas que com a fricção o libertamos de sua prisão e ele aparece. Podemos dizer que o fogo em si mesmo não é o resultado da combustão e sim que a combustão é o resultado do fogo. Convém entender que a nós o que mais interessa é o fogo do fogo, a chama da chama, a assinatura astral do fogo. A mão que movimenta o palito de fósforo para que dele surja a chama tem fogo, vida, senão não poderia se movimentar. Depois que o fósforo se apaga, a chama segue existindo na quarta vertical. Os cientistas não sabem que coisa é o fogo, utilizam-no, porém o desconhecem. Jorge Antonio Oro é nosso entrevistado.

PROGRAMA VIDA INTELIGENTE
com Eustáquio Andréa Patounas
Quinta-Feira as 20:00 Horas AO VIVO
TV Floripa Canal 4 da NET

A febre do ouro/ Óleo de planta ajuda a recuperar movimentos de vítimas de AVC/Estado pode emitir um número ilimitado de notas, pois estas já não representam a real quantia de ouro na posse do Estado. Então representam o quê?



Mino Carta
É a própria grana, objetivo único de um mundo que premia ladrões e impostores. Por Mino Carta. Imagem: Divulgação
Todo cidadão deveria assistir ao documentário Trabalho Interno que acaba de receber o Oscar da sua categoria, para espanto de quem, como o acima assinado, costuma desconfiar das escolhas da Academia de Hollywood. Trata-se de uma aula de cidadania, justamente. Assisti, e saí do cinema acabrunhado e indignado. Também como jornalista.
O filme conta a história da crise financeira mundial desde a sua origem até o desfecho e figura entre os motivos de Carta-Capital na escolha do tema do Especial desta semana. Não entro em pormenores porque mais adiante Trabalho Interno é largamente apresentado e analisado. Digo apenas que narra com precisão implacável e visão abrangente a monstruosa tragédia contemporânea que todos vivemos, muitos sem nos darmos conta.
Pela parte que toca ao jornalista, recebi uma aula de técnica e ética, e constatei com meus botões como um diretor de cinema logrou ser infinitamente mais eficaz do que qualquer profissional midiático. Uma lição impecável de verdade factual, aquela incontestável. E o resultado final é a parábola do funcionamento deste nosso mundo desigual e moralmente corrupto por sobre a impotência da maioria ignara.
Aposentados os princípios mais nobres e as regras mais comezinhas da competição leal, a acumulação passou definitivamente a ser o objetivo dos mais fortes. Acumulação de dinheiro em primeiro lugar. Nominor quoniam leo, diz o leão, mas é o rei da selva e da pradaria. Nunca a lei da mata valeu para o bicho homem com força tamanha e nunca como hoje o chamado vil metal foi tão decisivo para o destino da Terra e de cada ser humano.
O dinheiro, e a febre que provoca, está por trás de tudo, desde os mercados até os parlamentos, desde as galerias de arte até os gramados de futebol. Vale, o ducado, o sestércio, o florim, para manipular a trajetória de uma ação da Bolsa ou valorizar o artista que não merece, em detrimento da qualidade de quanto os donos do poder declamam promover. E os heróis do momento chamam-se Bernanke, Summers, Greenspan, Paulson, monumentais executores do neoliberalismo. Seguidos por uma plêiade de excelentes discípulos.
Vale acrescentar outros. Por exemplo, Ronald Reagan, a senhora Thatcher, Bill Clinton, a família Bush. E por que não Tony Blair e Silvio Berlusconi? Tentado pela iconoclastia, chego até o papa, que esconde enquanto pode os padres pedófilos e abriga dentro dos muros vaticanos o IOR, o banco que lava grana mafiosa. É por causa disso também que escasseiam pensadores, poetas e artistas, a bem da glória tilintante de uma chusma de impostores. Não teriam de ser indispensáveis óculos especiais para enxergar a decadência do mundo. Razões há, só encontram resposta, contudo, na versão atual da lei da selva.
A única nota positiva, o único sinal de esperança, vem da nação árabe, expandida entre o Magreb e o Oriente Médio. Em nome de interesses movidos a grana, o Ocidente insistiu na tese do conflito entre islamismo e cristianismo já em andamento, enquanto os EUA esmeravam-se na peculiar retórica pela qual seu exército estaria a serviço da democracia, a ser finalmente ensinada aos conquistados.
A hipocrisia não tem limites. Em compensação, os povos que se levantam no Norte da África não se envolvem em guerras de religião, querem é livrar-se dos seus tiranos, sátrapas, de fato, da formidável estrutura ocidental e cristã, situada a Oeste, certamente, e nem de leve cristã. O destino da rebelião é incerto, verifica-se de todo modo que ainda há homens sequiosos de liberdade. Este enredo evoca outro, a meu ver, aquele tecido por quem entende que o tempo das ideologias acabou, como se fosse possível eliminar da mente humana a eterna dicotomia: deus e diabo, luz e sombra.
Os adeptos da ideia pensavam exclusivamente no marxismo-leninismo, mas já manifestavam ao expô-la, incauta e toscamente, a sua própria ideologia, pela qual, com a queda do Muro de Berlim, celebrava-se o enterro da esquerda. De certa esquerda, talvez. De uma específica visão do mundo e da vida, vencida ao provar seu fracasso e seu anacronismo. De minha parte, fico com Norberto Bobbio. O significado das palavras está sempre sujeito à interpretação, necessariamente volúvel. Quem ainda se indigna, porém, com a desigualdade, com a miséria da maioria, com a prepotência do mais forte, e se empenha contra a injustiça, chamem-no como quiserem, mas ele é o exato contrário do partidário do deixa como está porque assim me convém. Se disserem que aquele é de esquerda, não me queixarei.

Mino Carta é diretor de redação de CartaCapital. Fundou as revistas Quatro Rodas, Veja e CartaCapital. Foi diretor de Redação das revistas Senhor e IstoÉ. Criou a Edição de Esportes do jornal O Estado de S. Paulo, criou e dirigiu o Jornal da Tarde. redacao@cartacapital.com.br



Óleo de planta ajuda a recuperar movimentos de vítimas de AVC

Via  JB
Viviane Paixão
O óleo essencial da Alpinia speciosa Schum, planta regional do Nordeste conhecida como 'Bastão do Imperador' e muito utilizada na fabricação de colônias para o candomblé, tem ação relaxante que ajuda na recuperação pacientes com o sistema nervoso lesionado por doença vascular encefálica, lesões de medula, paralisia cerebral, traumatismo crânio-encefálico, esclerose múltipla, entre outras enfermidades que atingem a via nervosa.
A descoberta, feita em Sergipe pela fisioterapeuta Edna Aragão Farias Cândido durante a conclusão do doutorado pela Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio), já gerou patentes nacional e internacional.
Edna Aragão, que desenvolveu pesquisas no Centro de Fisioterapia da Universidade Tiradentes, em Aracaju (SE), avaliou quase mil grupos musculares e acompanhou 75 pacientes. Todos recobraram os movimentos. O caso mais significativo é o do lutador de jiu-jitsu sergipano João Alberto Alves, 31 anos.
Segundo a pesquisa, o óleo ajuda a recuperar músculos de pacientes com AVC Foto: Vivianne Paixão/Terra
Em 2007, Alves sofreu um acidente vascular encefálico após cirurgia para retirada da glândula tireoide. "Eu era independente e, de uma hora para outra, me vi precisando de ajuda para fazer tudo. Foi muito difícil", afirma o lutador que sequer levantava da cama, mas hoje usa o andador com facilidade e faz exercícios físicos.
Em uma situação patológica, por falta de controle do sistema nervoso central, os impulsos nervosos vindos da medula para o músculo ficam acentuados, causando espasticidade (espasmos) e, ao mesmo tempo, paralisia muscular. Em sua tese, a pesquisadora mostrou que o óleo atua nos canais de cálcio, responsáveis pela contração muscular. O excesso de cálcio promove a tensão do músculo. Sua normalização permite que o músculo contraia e relaxe normalmente, o que gera energia para novos movimentos.
Patentes
A pesquisa desenvolvida em Sergipe despertou o interesse da Hebron, fabricante de fitoterápicos com sede em Recife (PE) e relações comerciais em países como Estados Unidos, Cuba, África do Sul, Portugal e Áustria. A empresa cultivou a planta, forneceu matéria-prima para o tratamento dos pacientes sergipanos e financiou equipamentos para a avaliação dos resultados.
Foram investidos cerca de R$ 30 mil que renderam patentes nacional e internacional à empresa pernambucana e ao Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), centro de laboratórios instalado em Aracaju, onde Edna Aragão realizou os estudos sobre a ação da Alpinia.
O próximo passo da Hebron e do ITP é conseguir autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para industrializar e comercializar o óleo essencial. A expectativa é que isso aconteça em 2012.

A Grande Mentira - Parte I



image
O leitor deseja fazer algo de útil e inteligente? Agora mesmo?
Então é só seguir as indicações:
1. Pegue nos livros de História que estão na sua casa.
2. Individue os últimos capítulos, os que falam da história moderna, desde 1970 até hoje.
3. Rasgue e deite no lixo.
Já está. O leitor acabou de fazer uma coisa muito inteligente: porque a História como foi contada desde a década dos anos '70 até hoje é apenas mentira.
O leitor continua com dúvida? Pegou nos livros mas ainda não tem a coragem para estragar uma edição tão bonita?
Então venha comigo, siga-me nesta curta viagem, no final da qual perceberá porque o que ensinaram nas escolas, a versão oficial, não passa duma piedosa mentira que tem um único objectivo: impedir que o cidadão possa perceber que o Estado, assim como contado, foi destruído há muito tempo.
A data
Se o leitor tivesse que escolher uma data importante após o fim da Segunda Guerra Mundial, que data escolheria?
Falamos, óbvio, duma data que marcou de maneira indelével a nossa sociedade, que mudou o rumo dos acontecimentos.
20 de Julho de 1969, o Homem na Lua?
9 de Novembro de 1989, a queda do Muro de Berlim?
1990, a Primeira Guerra do Iraque?
Todos acontecimentos importantes, sem dúvidas. Mas a data que deveria merecer o destaque maior seria outra: 15 de Agosto de 1971.
Naquele dia, o então Presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon,decretou o fim da convertibilidade entre Dólar e ouro. Em breve, todos os outros Países fizeram o mesmo.
O que significa isso?
A Nota
Observem a seguinte imagem:
Nesta antiga nota da República Italiana é possível encontrar a seguinte frase: "Pagabili a vista al portatore", que podemos traduzir como "Pagáveis à vista ao portador".
Uma nota pagável? Qual o sentido? Uma nota já é dinheiro, com que se pode pagar uma nota?
Estas perguntas parecem óbvias: e isso já é um preocupante indício do estado no qual a nossa sociedade se encontra e do condicionamento ao qual somos submetidos.
Por isso, parece normal o facto desta frase ter desaparecido: já não pode ser encontrada em nota nenhuma. Normal? Absolutamente não, vamos ver porquê.
O dinheiro, em teoria, é uma forma de pagamento, nada mais do que um meio de pagamento: o dinheiro não é riqueza, deveria representar a riqueza. Complicado? Nem por isso.
É mais prático comprar 6 ovos com barras de ouro ou com notas? Com notas, evidente. Por isso foi inventado o dinheiro: uma nota representa uma determinada quantia de ouro, uma riqueza real.
Até 1971, o portador duma nota de 1.000 Lire, a mesma da figura anterior, poderia entrar em qualquer banco, público ou privado, e exigir o pagamento da nota. Como? Com ouro.
O portador apresenta a nota e o banco troca a nota (o meio de pagamento) com a riqueza real, o ouro (do qual a nota é apenas uma representação).
"Pagáveis à vista ao portador" significa isso mesmo: a nota é um meio de pagamento que representa a riqueza, o ouro, guardado nos bancos. Simples, não é?
O papel
Isso, tal como dito, até 1971 (em verdade a Lira perdeu a convertibilidade mais tarde, e o mesmo aconteceu com o dinheiro dos outros Países: mas vamos simplificar).
A partir da decisão de Nixon, já não é possível entrar num banco e pedir para que a nota seja paga: o banco não vai trocar a nota do leitor com ouro. Isso porque o Dólar e as outras notas já não representam uma riqueza real. Porquê?
A convertibilidade (uma nota = uma determinada quantia de ouro) implica que por cada nota emitida exista o correspondente valor em ouro.
Eu, Estado, tenho 1.000 quilogramas de ouro; cada quilogramas vale 1 Dólar, então vou emitir 1.000 Dólares em notas. Assim, cada Dólar representa exactamente 1 quilo de ouro.
Mas quando a convertibilidade já não for a regra? Acontece uma coisa espantosa: o Estado pode emitir um número ilimitado de notas, pois estas já não representam a real quantia de ouro na posse do Estado.
Então representam o quê?
Este é o problema: representam nada, nada mais do que o papel das quais são feitas.
Com convertibilidade: 1 Dólar = 1 Quilo de ouro
Sem convertibilidade: 1 Dólar = papel e nada mais.
"Tá bom", pode pensar o leitor, "afinal esta não passa duma questão de contabilidade, um mero aspecto financeiro".
Não, não é assim: a diferença entre um sistema baseado na convertibilidade e um sistema sem a convertibilidade tem implicações extremamente profundas: tão profundas que abalam os alicerces da nossa sociedade e põem em discussão o nosso papel enquanto cidadãos.
Exagerado? Vamos em frente.
Salários de papel
Se uma moeda perder a convertibilidade, como vimos, deixa de representar a real riqueza, o ouro. De facto, deixa de representar qualquer coisa: num sistema sem convertibilidade a moeda torna-se a real riqueza.
Mais moedas? Mais riqueza. Menos moedas? Menos riqueza.
Mas será mesmo assim? Não, não é assim. Esta é a versão que os Estados querem transmitir. A verdade é bem diferente.
Se a moeda fosse a verdadeira riqueza, seria suficiente que um Estado tivesse os cofres cheios de notas para ser um Estado rico. Mas ainda hoje, a riqueza dum Estado é calculada com base na reserva áurea, isso é, na quantia de ouro que efectivamente detém.
Mais ouro? Mais riqueza. Menos ouro? Menos riqueza.
Mas então a moeda, as notas, quanto valem? Resposta: nada.
Esta é uma das realidades que bancos e Estados não querem divulgar.
Até 1971, cada trabalhador era pago com notas que representavam uma riqueza real, mantida nos cofres dos Estados. No final do mês, o trabalhador recebia como salário uma pequena percentagem da riqueza do próprio País, pois cada nota representava uma riqueza real.
Depois de 1971, cada trabalhador recebe papel, que já não representa nada, ao não ser o papel da qual a nota é feita. Hoje trabalhamos e no final do mês somos "premiados" com papel.
Acham isso um factor secundários? Se o leitor pensar isso, então tente responder à seguinte pergunta: para onde foi todo o ouro, a verdadeira riqueza?
Mas disso vamos falar mais à frente. Por enquanto vamos ver um dos outros efeito da perda da convertibilidade.
A Res Publica
Um salto atrás.
O termo "República" deriva do Latim Res Publica, isso é, "coisa pública, de todos". É uma ideia bastante antiga que remonta aos tempos dos Gregos clássicos, pois foram eles os primeiros a utilizar o conceito.
Passados mais de 2.000 anos, hoje a maioria dos Países são Repúblicas e mesmo os Estados de tipo monárquico têm constituições que permitem a decisiva participação dos povos nas decisões do próprio País.
Uma maravilha, não é?
Agora, pensamos nisso: numa República, o Estado gere a res publica, isso é, a coisa pública, de todos. Como a riqueza, por exemplo.
De facto, um dos deveres de qualquer Estado é a administração dos recursos de todos os cidadãos para o fornecimento de serviços em favor de todos os cidadãos.
Mas se o Estado deixar de gerir tas recursos? Se o Estado deixar de administrar a real riqueza dos cidadãos? Se o Estado começar a utilizar uma outra fonte de riqueza, não criada pelos cidadãos? E se os cidadãos não estiverem devidamente informados acerca da real situação? Podemos ainda falar em res publica?
Vamos ainda mais em frente: se o Estado criar dinheiro a partir do nada?
Dinheiro do nada
Pois é isso que acontece. Os últimos Quantitative Easing da Federal Reserve foram exactamente isso: centenas de milhões de Dólares criados a partir do nada, literalmente.
O que a Federal Reserve fez foi ligar as impressoras, deixar secar a tinta, e pronto, eis criados rios de notas: quanto ouro representa cada nota assim criada? Zero. Só papel.
Mesmo sistema utilizado na mesma altura pela Bank of England, pelo Bank of Japan, pelo Banco Central Europeu.
Todas notas criadas a partir do nada e distribuídas nos vários Países. Que, desta forma, aceitam, utilizam e fazem utilizar dinheiro que não pode representar a real riqueza do País: representam outra coisa.
Mas que coisa?
Não vamos responder a esta pergunta já. O que interessa agora é o seguinte: um Estado que aceita, utiliza e faz utilizar pelos próprios cidadãos uma riqueza que riqueza não é, pode ainda ser considerado uma República?
Vimos que as notas são imprimidas a partir do nada, não representam riqueza.
Mas nós trabalhamos: então para onde foi a real riqueza produzida pelos cidadãos? Onde está a res publica?
O perigo inflação
Um passo atrás, outra vez.
Após 1971, os Estados ficaram numa situação muito particular: pela primeira vez na história do homem, era possível criar dinheiro de forma totalmente independente da riqueza realmente possuída (o ouro).
É claro, não se pode ligar a impressora e começar a distribuir notas como se nada fosse. As operações de Quantitative Easing têm custos: quantas mais notas houver em circulação, tanto menor será o valor atribuído a cada nota. Isso tem um nome: inflação.
A Federal Reserve e os outros bancos, ao utilizar este sistema, criaram as bases para uma futura vaga inflacionária. Que não acaso começa a surgir. Não há maneira de evitar esta que é uma lei básica da economia e não só.
Por isso, não podemos imaginar Estados que a partir de 1971 começassem a imprimir notas e a distribui-las aos cidadãos de graça.
Cada cidadão teria ficado com quantias enormes de dinheiro, teoricamente ilimitadas: mas teria sido uma falsa riqueza e, sobretudo, de breve duração. Logo os preços teriam começado a subir de forma vertiginosa e a alegada vantagem de ter muitas notas teria sido compensada pela subida dos preços.
É uma situação que já aconteceu: na Alemanha dos anos '20, por exemplo.
Para pagar as dívidas da Primeira Guerra Mundial, o Estado começou a imprimir notas sem ter em conta a real riqueza em ouro; desta forma as dívidas foram pagas, mas o País entrou numa fase de hiper-inflação.
Os preços subiram de forma exponencial e o Estado teve que imprimir notas com valores cada vez mais elevados para permitir que os cidadãos tivessem notas suficientes para efectuar compras. Foram imprimidas até notas com o valor de 100.000.000.000.000 Marcos. De facto, a economia colapsou.
Outros exemplos de hiper-inflação tiveram lugar em alguns Países da América do Sul nos anos '90 e actualmente o Zimbabwe apresenta uma taxa de inflação de 231.000.000% .
Por isso, imprimir dinheiro sem cuidado é uma  medida que não faz sentido.
O Estado como família
Todavia pensamos no seguinte: se o Estado deixar de limitar a emissão de dinheiro consoante a quantia de real riqueza possuída (o ouro), então isso significa que o Estado terá oportunidade de empregar mais dinheiro em bens a favor dos cidadãos. Não de forma descontrolada (perigo inflação), mas de maneira cuidadosa e rentável.
Com o passar do tempo, os investimentos (na educação, na saúde, na formação, nas infraestruturas) começarão a devolver os capitais investidos e com os interesses também.
Com o passar das gerações, os Países poderiam ter-se tornado algo de muito diferente, no sentido melhor.
O caso de Portugal, por exemplo.
O País é obrigado a mendigar dinheiro no mercado dos investimentos, pagando juros altíssimos.
Mas porquê? Porque Portugal não imprime as próprias notas e, sem cair nos erros da hiper-inflação, não alivia assim a situação?
Porque, é explicado, o Estado é como uma família: não pode gastar mais do que ganha. Portugal produz e ganha pouco, por isso pode gastar pouco. Se gastar mais, então são precisos cortes. O mesmo, naturalmente, acontece com todos os Países em dificuldades, começando com os PIGS europeus.
O raciocínio é perfeito, não é possível encontrar falhas. Não acaso é dito e repetido inúmeras vezes.
Bom, se calhar uma falha existe; pequena, mas existe: Portugal e os outros Países não gastam a riqueza que produzem.
Uma vez, com a convertibilidade nota-ouro, era assim de facto (nota: em boa verdade, um País com moeda própria pode gastar até o infinito, sem limites de deficit: mas aqui o discurso é mais complexo e afastado do tema principal) . Mas já não é: como vimos, a moeda já está totalmente "desligada" da verdadeira riqueza, que continua a ser o ouro.
Estes Países gastam outras coisas: simulacros de riqueza, isso é, dinheiro que já não está relacionado com algum valor; dinheiro que pode ser criado a partir do nada; dinheiro que vale nada.
Perguntas
Chegou a altura de fazer algumas perguntas, não é?
Se o Estado pode imprimir dinheiro a partir do nada, como pode o Estado queixar-se do facto de ter pouco dinheiro?
Se o Estado pode imprimir dinheiro a partir do nada, como pode ter dívidas?
Porque o Estado corta os salários, os serviços, os investimentos se o que falta afinal é uma coisa que pode ser imprimida a partir do nada?
Porque o Estado não imprime e investe dinheiro (de forma cautelosa) para criar trabalho e aumentar o nível de vida dos próprios cidadãos?
Se o Estado deixou de desenvolver o próprio papel "republicano", o que é hoje?
Porque o Estado não diz aos cidadãos que o dinheiro utilizado já não é a real riqueza produzida com o trabalho?
Que aconteceu com a verdadeira riqueza, o ouro? Onde está, quem ficou com ele?
Boas perguntas.
E na segunda parte do artigo vamos procurar as respostas.
Ipse dixit.

sábado, março 12, 2011

Todo apoio aos trabalhadores dos EUA!




Opera Mundi




Milhares de pessoas foram às ruas de Madison, capital do estado norte-americano de Wisconsin, em repúdio ao acordo dos republicanos no Senado local, que corta radicalmente os direitos de negociação sindical, eleva os custos da saúde e reduz as aposentadorias. 


O jornal local The Washington Post informou nesta quinta-feira (10/09) que, por meio de uma manobra legislativa, foi aprovado o projeto de lei apresentado pelo governador Scott Walker, com 18 votos a favor e um contra. 


Segundo a mídia norte-americana, a decisão foi "brusca, acelerada e tomou de surpresa os democratas". 


Tão logo os trabalhadores souberam da decisão, foram às ruas e para a frente do edifício do Congresso local, onde gritaram "Essa é nossa casa. Fora!". 



 

Em frente a Assembleia, policias retiraram manifestantes para bloquear o acesso 



Por três semanas consecutivas milhares de trabalhadores públicos, professores, estudantes, policiais e bombeiros, entre outros profissionais, exigiram que seus direitos fossem respeitados e trataram de tentar evitar o que agora se transformou em lei. 

O Post assinalou que os democratas receberam a notícia com indignação e destacou que, para o presidente do Partido Democrata em Wisconsin, Michael Tate, tudo o que acontece agora é uma estratégia política. 


Ao separar o projeto de lei de medidas fiscais, no qual se exige o voto de 20 membros, os republicanos ultrapassaram os obstáculos criados pelos 14 democratas, que se encaminharam para Illinois na tentativa de bloquear o acordo. 


Nesta quinta-feira o projeto deverá ser examinado pela Câmara dos Representantes, de maioria republicana, e já se sabe o resultado antes mesmo de sua votação. 


Os republicanos usam como pretexto para aprovar as medidas a alegação de que elas reduziriam o deficit fiscal, mas seus opositores dizem que eles só pretendem debilitar o poder dos sindicatos, que tradicionalmente se alinham com os republicanos. 


O plano de Walker prevê cortar os investimentos de ajuda aos governos locais e distritos escolares, o que, segundo se diz, poderá traduzir-se em 12 mil demissões nos próximos anos. 


Para especialistas, a iniciativa de um estado para reduzir o deficit impulsiona agora um rio de protestos sindicais, estendidos a mais de 20 estados e que é considerado o maior nos últimos 30 anos. 




*Cappacete

PDB: O Partido da Boquinha já tem estatuto

A partir da próxima semana, a política nacional começará a viver uma das maiores movimentações partidárias das últimas décadas. O marco será a convenção do DEM, na terça-feira, 15, e o provável anúncio de criação do novo partido que abrigará o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e correligionários.
Em entrevista exclusiva à Agência Estado, os advogados Alberto Rollo e João Fernando Lopes de Carvalho, responsáveis pela elaboração do estatuto da sigla, batizada de Partido Democrático Brasileiro (PDB), afirmam que, do ponto de vista jurídico, está tudo pronto para o lançamento do PDB. Apesar de ter nascido da insatisfação do grupo de Kassab no DEM, os advogados informam que mais de três mil políticos de diversas correntes já demonstraram interesse em compor a nova legenda. "O PDB deve entrar para a história política como uma espécie de terceira via", diz Rollo.
Até que a nova sigla seja formalizada pelo TSE, o prefeito deve continuar nos quadros do DEM. De acordo com os advogados, para que o PDB esteja apto a disputar as eleições municipais de 2012, é preciso estar efetivamente criado até outubro deste ano. A legislação eleitoral obriga os partidos e políticos a estar em situação regular um ano antes da data do pleito.
O estatuto do novo partido já está pronto, faltando apenas preencher o campo com o nome da sigla. A ficha para recolhimento das assinaturas também já foi aprovada, restando só o manifesto e o programa partidário, que vem sendo produzido pela equipe política do prefeito. Os advogados aguardam apenas o aval do prefeito, que está retornando de uma viagem à França, para o início dos trâmites legais.

* Celso Jardim

Com aval dos EUA, ditadura saudita reprime e esvazia protestos


Dois pesos e duas medidas

Vermelho

Chávez está coberto de razão quando afirma que os Estados Unidos usa um peso e duas medidas nos conflitos em curso no Oriente Médio. Isto fica evidente no silêncio cúmplice diante dos últimos acontecimentos na Arábia Saudita, dominada por uma ditadura entreguista e submissa aos interesses do império. Também não se vê na mídia capitalista reportagens editorializadas sobre o tema, como ocorre em relação à Líbia.

A monarquia saudita lançou às ruas das principais cidades da Arábia nesta sexta-feira (11) um gigantesco esquema policial de repressão para evitar o "Dia de Fúria", protesto programado por manifestantes antimonarquistas para pressionar por reformas no poder ditatorial que governa o país há 85 anos.

Em algumas localidades, a polícia chegou a disparar contra o povo. As manifestações estavam previstas para o meio-dia, depois das orações desta sexta-feira, dia considerado pelos islâmicos como "santo". Porém, enquanto as mesquitas se esvaziavam, as forças de repressão instauravam postos de controle em pontos-chave de várias cidades.

No estratégico centro comercial Olaya, na capital Riad, onde manifestantes foram convocados a se reunir, centenas de membros de segurança cercaram uma mesquita e examinavam os documentos dos motoristas.

Os manifestantes exigem a eleição de um novo Parlamento e de um novo governante na ditadura monárquica. Outros ativistas convocaram protestos nacionais para 20 de março.

O ministério da Informação levou jornalistas para um tour por Riad, que revelou apenas uma forte presença das forças de repressão, sem sinais de manifestações. A cidade portuária de Jidá, no Mar Vermelho, a segunda maior cidade saudita, também estava superpovoada de policiais.

Tiros em manifestantes

Nas cidades menores, onde a força policial não era tão grande a ponto de dissipar as tentativas de reunião, houve disparos por parte de policiais contra alguns manifestantes.

Em Catifa, na província oriental, três manifestantes xiitas foram atingidos por disparos da polícia, que dispersava um protesto na noite de quinta-feira. Os disparos foram feitos quando cerca de 800 manifestantes, todos xiitas e incluindo mulheres, tomaram as ruas de Catifa exigindo a libertação de nove prisioneiros políticos xiitas.

Um pequeno protesto pedindo reformas e a libertação de prisioneiros xiitas também foi realizado no local.

A Arábia Saudita, com cerca de um quarto das reservas de petróleo do mundo, é o satélite americano de maior significado para o imperialismo, pois dali são monitoradas todas as operações bélicas no Oriente Médio.

Diante da forte repressão, o reino tem se livrado de qualquer rebelião política. Para Fuad al-Farhan, um ativista que atua na área dos direitos humanos, o povo saudita quer mudanças, mas "não está pronto para se revoltar".

"Isto explica porque as convocações de protestos fracassaram miseravelmente", tenta explicar. Os manifestantes pedem reformas amplas, como a adoção de um governo representativo, um judiciário independente, a abolição da polícia secreta, a libertação de todos os prisioneiros políticos e garantia de liberdade de expressão.

Na área econômica, pedem um salário mínimo de 10 mil rials (US$ 2.667) e trabalho em um país onde a taxa de desemprego é de 10,5% e chega a cerca de 30% na população com idades entre 20 e 29 anos. A origem da inquietação deve-se em grande medida à distribuição desigual da riqueza derivada do petróleo, enquanto cerca de 40% da população vivem em relativa pobreza.

De acordo com fontes internacionais, os membros da família real saudita se apropriaram de milhões de dólares da riqueza nacional do país, incluindo as receitas do petróleo, para seu uso pessoal.

Segundo um relatório da Reuters, os membros da realeza saudita se apoderaram de cerca de US$ 2 bilhões, assim como outros intimamente associados ao rei saudita Abdullah bin Abdel Aziz, que gastam US$ 10 bilhões da receita do país anualmente para despesas pessoais.

A conduta do império, que se diz orientada pela defesa da democracia e dos direitos humanos, é de uma hipocrisia chocante. Valores humanos universais servem como cortina de fumaça para encobrir os reais objetivos da maior potência capitalista do mundo e seus aliados imperialistas. O único valor que conta, neste caso, tem um nome: petróleo. 



Meditação Sobre os Poderes

Meditação Sobre os Poderes - José Jorge Letria...Bach - Harpsichord Concerto No.4 in A Major BWV 1055...




Rubricavam os decretos, as folhas tristes
sobre a mesa dos seus poderes efémeros.
Queriam ser reis, czares, tantas coisas,
e rodeavam-se de pequenos corvos,
palradores e reverentes, dos que repetem:
és grande, ninguém te iguala, ninguém.
Repartiam entre si os tesouros e as dádivas,
murmurando forjadas confidências,
não amando ninguém, nada respeitando.
Encantavam-se com o eco liquefeito
das suas vozes comandando, decretando.
Banqueteavam-se com a pequenez
de tudo quanto julgavam ser grande,
com os quadros, com o fulgor novo-rico
das vénias e dos protocolos. Vinha a morte
e mostrava-lhes como tudo é fugaz
quando, humanamente, se está de passagem,
corpo em trânsito para lado nenhum.
Acabaram sempre a chorar sobre a miséria
dos seus títulos afundados na terra lamacenta.

José Jorge Letria, in "Quem com Ferro Ama"
www.citador.pt/
*artedoslivrespensadores