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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, julho 05, 2011

Bueiros da Light
explodem a privatização do FHC


Além de vender a Vale, ele vendeu a Light. Um jenio !
Segundo O Globo, os bueiros da Light explodem nas ruas do Rio à razão de quatro por dia !

A reportagem do Globo mostra a dificuldade de o poder público obrigar a Light a impedir as explosões – já houve mortes – ou puní-la.

É uma situação inacreditável em que a empresa decide se quer se punir ou não.

Absurdo que se pode repetir com o “PNBL do Bernardo, em que as telefônicas não vão fazer nada muito diferente do que fazem hoje”.

Em São Paulo, a Eletropaulo não consegue produzir eletricidade quando chove, segundo o testemunho insuspeito do tucano Governador do Estado.

Nas duas pontas – Light e Eletropaulo – figurou, exuberante, na privatização do Farol de Alexandria, a empresa americana AES.

Foi uma privatização que se lubrificou com o BNDES, da mesma forma que se lambuzaria a francesa do Abiliô: o casamento do Pão de Açúcar com o Carrefour.

(Se os franceses do Casino fossem bobos.)

Ou, como diz o Zé Simão: o pão é francês mas a rosca é brasileira.

Esse BNDES …

(Diz a Folha (*) na primeira página que a operação do Abiliô foi para o saco. Bem que este ansioso blogueiro avisou que o Abílio não era o Dantas e nem o Casino os fundos de pensão da BrOi.)

Quando os bueiros  do Rio explodem, explode  junto o programa de privatização do Farol de Alexandria.

Ele fez uma privatização sem xerife.

Sem controle.

Sem punição.

Tão desastrosa para o consumidor que nenhum tucano candidato a presidente consegue defendê-la.

O Geraldo Alckmin em 2006 vestiu o colete da Petrobras.

A campanha do Cerra de 2010, além de mostrar um cano que ia de Sergipe ao Ceará – até hoje ele não explicou o que ia fazer com o cano – acusou a Dilma de entreguista e se apresentou como mais  estatista que o Chávez.

Se os homens públicos brasileiros tivessem um grama da coragem do Brizola, em nome do interesse público, recompravam a Light e a Eletropaulo por R$ 1 – R$ 1 pelas duas.


Paulo Henrique Amorim


O martelinho de Serra e os bueiros explosivos

Serra, Ministro do Planejamento, bate o martelo da venda subsidiada da Light
Outro bueiro acaba de explodir no Rio de Janeiro. Uma tampa de ferro foi arremessada de uma galeria entre as ruas Dias da Rocha e Barata Ribeiro, em Copacabana, felizmente, desta vez sem provocar vítimas.
Por mais boa-vontade que se tenha, não é possível deixar de dizer que isto é um acidente.
Não há indício de que seja, também, sabotagem, pois não é possível que isso não deixasse vestígios.
O nome não pode ser outro senão incompetência e descaso com a segurança dos passantes num campo minado em que a concessionária transformou a cidade nas áreas onde sua rede é subterrânea.
Até agora, só o Ministério Público e a Prefeitura  agiram para responsabiliza-la por isso.
A Light, a jóia da privatização do setor elétrico, está um caco.
Mas, na  imprensa, até agora, não há um comentário sobre o que foi feito nestes quase 15 anos de controle – e desinvestimento – privado na empresa.
E ela, como a Eletropaulo, em São Paulo, foi comprada com dinheiro subsidiado. Pelos franceses da EDF e pelos americanos da AES, com aporte de capital do BNDES e da Eletrobras, diretamente e através da Companhia Siderúrgica Nacional, também privatizada.  depois, quando a Light privatizada comprou a Eletropaulo e separaram-se: a empresa do Rio ficou para os franceses e a de São Paulo para os americanos. E o rombo, claro, para o BNDES.
Aliás, isso só ocorreu porque Fernando Henrique mudou a legislação para permitir o financiamento do BNDES a grupos estrangeiros.
Estes dias, os comentaristas da grande imprensa e o próprio Fernando Henrique, num cinismo grosseiro, reduziram a participação do ex-presidente a um mero “ele não me atrapalhou”.
Por semelhança, então, é possível dizer que quer privatizou a Light não foi Fernando Henrique, mas Serra, seu então Ministro do Palnejamento, que bem poderia vir com aquele martelinho consertar os bueiros explosivos.
Porque no mesmo famoso vídeo onde FHC diz que Serra foi o responsável pela privatização da Vale, o ex-presidente diz, enfaticamente: “E da Light, também. Foi o Serra”.
*Tijolaço

Kassab: 20% de aumento; secretários: 250%; servidores municipais: 0,01%

Vereadores aprovam segundo reajuste de vencimentos para Kassab este ano
O prefeito Gilberto Kassab teve seu salário aumentado para R$ 24.117,62, ontem, pela Câmara Municipal de São Paulo, num reajuste de 20% sobre o anterior. Foi a segunda vez este ano que os vencimentos do prefeito subiram. Em fevereiro, ele passou a ganhar R$ 20.042. Antes, recebia R$ 10 mil. A velocidade dos aumentos só não é maior que o ritmo dos reajustes aos secretários, que tiveram ontem um aumento, de uma só vez, de 250%, indo de R$ 5.344 para R$ 19.294. A tramitação do projeto aconteceu com extrema rapidez, com base na lei de proporcionalidade em relação aos vencimentos dos juízes do Supremo Tribunal Federal, de R$ 26 mil.
Para a presidenta do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep-SP), Irene Batista, os aumentos são uma “agressão”. Diferentes categorias do funcionalismo público paulistano receberam reajuste de 0,01% nos salários no último dia 1º de maio e querem, pelo menos, 39%.
“Como é que ele se dá o aumento?”, criticou a dirigente. “Como estamos em um processo de negociação, temos até documento assinado com o compromisso da prefeitura em estudar o caso. Aí ocorre que, nesse meio-tempo, sai o reajuste do prefeito.” Para ela, a medida desrespeita as reivindicações que os servidores têm feito há dois meses.
Em um só dia, na quinta-feira 30, o Projeto de Lei 303/01 passou pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal – em sessão de duas horas – e em primeira votação no plenário. O texto concede reajuste ao salário de Kassab, que passará de R$ 20 mil para R$ 24 mil. A vice-prefeita, Alda Marco Antonio (PMDB), e os secretários municipais também recebem reajustes, que chegam a 250%. Segundo a Agência Estado, o impacto nas contas públicas será de R$ 4,8 milhões ao ano. Foram 37 votos a 12. A segunda votação ocorreu em sessão extraordinária neste sábado 2.
By: Brasil247 
*comtextolivre

Lula critica o Ocidente em cúpula da União Africana


Uma crítica arrojada da atitude do Ocidente em relação à África e à América Latina feita pelo ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva provocou aplausos de pé na cúpula da União Africana nesta quinta-feira.

Lula censurou em particular as Nações Unidas por não concederem a nenhum país africano ou latino-americano um assento permanente em seu Conselho de Segurança.

"Não é possível que o continente africano, com 53 países, não tenha uma representação (permanente) no Conselho de Segurança", afirmou.

"Não é possível que a América Latina, com seus 400 milhões de habitantes, não tenha uma representação (permanente), que cinco países decidam o que fazer, como fazer, sem levar em consideração o resto dos seres humanos que vivem neste planeta".

Lula se referia aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (Grã-Bretanha, China, França, Rússia e Estados Unidos).

O Brasil, uma potência emergente com um aumento progressivo de influência no cenário mundial, luta há muito tempo por um assento permanente no Conselho de 15 membros.

O conflito na Líbia é um foco da cúpula, que teve início nesta quinta-feira na capital da Guiné Equatorial, Malabo, com críticas à ação da Otan e ao envolvimento do Ocidente na crise líbia. Essa agressão à Líbia é a continuidade da política dos países colonialistas e imperialistas que sempre criaram guerras e revoluções na África para roubar as riquezas naturais dos países africanos ao longo dos séculos.
"Precisamos de uma Organização das Nações Unidas que tenha a coragem de impor um cessar-fogo na Líbia" e imponha negociações entre o presidente Muamar Kadhafi e seus opositores rebeldes, disse Lula. "A solução para o conflito na Líbia deve partir dos próprios líbios e não de potências colonialistas estrangeiras", finalizou.

O Brasil foi um dos cinco países que se abstiveram na votação do Conselho de Segurança da ONU em março sobre a Resolução 1973, que autorizou a utilização de "todos os meios necessários" para "proteger os civis das forças de Kadhafi",mas na realidade havia interesse em legitimar um ataque militar à Líbia para os governos dos EUA, França e Inglaterra roubarem o petróleo líbio. A autorização - contrariando todos os preceitos da ONU - se converteu em uma “carta branca” para a Otan bombardear indiscriminadamente a população civil da Líbia – algo que não consta no documento da ONU.

A crise é dos ricos

Lula também acusou o Ocidente de impor injustamente a países pobres, incluindo europeus, medidas de austeridade após uma crise financeira que, segundo ele, teve suas raízes nos Estados Unidos e na Europa.

"A crise veio dos Estados Unidos, de banqueiros americanos, de especulação financeira nos países mais ricos da Europa. E são os países pobres da África, América Latina e Ásia que vão pagar a conta", afirmou.

Agora as "vítimas pagarão o preço por um crime que não cometeram - isso é o que está acontecendo na Grécia", disse.

O Ocidente foi "incapaz de ver uma África que é composta por seres humanos iguais aos do continente europeu", ressaltou, acrescentando que talvez eles pensem que"nós africanos ou latino-americanos sejamos cidadãos de segunda classe ou porque parecemos com nativos".

"Nós queremos apenas ser tratados igualmente e dividir a riqueza que está sendo produzida neste mundo".
Lula pediu um aumento da integração entre nações africanas e emergentes.

Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul formam o grupo dos BRICS, que aparece como uma possível contra-força em assuntos internacionais em relação aos países do Ocidente.

O PLC122 poderá ser arquivado sem ser colocado em votação

A Senadora Marta Suplicy (PT) costura alianças e muda o destino da criminalização da homofobia a cada semana, primeiro disse que colocaria no texto do PLC122 a permissão de religiosos pregarem contra a homossexualidade dentro de cultos religiosos.
A proposta não foi bem recebida tanto por religiosos quanto por grupos LGBTs. Agora quer aprovar um texto, qualquer texto, o que importa é aprovar.
Dizem que o PLC122 não é colocado em votação por causa da base religiosa no congresso, sobretudo a evangélica, mas será?
O que lemos, ouvimos nos últimos meses são Senadores e Deputados da base aliada com discursos que longe de informar a população repetem as mesmas falácias vindas de grupos religiosos. Vejam exemplos:
“Para o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que também assinou o requerimento, será preciso chegar a um consenso com a bancada evangélica para que a proposta possa prosperar, possivelmente fazendo ajustes no texto. “O ponto que preocupa [as lideranças evangélicas] é o que toca na liberdade de culto.”

Uma nova sociedade ou um tsunami social-ecológico?

Leonardo Boff

No último artigo aventei a idéia, sustentada por minorias, de que estamos diante de uma crise sistêmica e terminal do capitalismo e não de uma crise cíclica. Dito em outras palavras: foram destroçadas as condições de sua reprodução seja por parte da devastação da natureza e dos limites alcançados de seus bens e serviços seja por parte da desorganização radical das relações sociais, dominadas pela economia de mercado com a predominância do capital financeiro.
A tendência dominante é pensar que se pode sair da crise, voltando ao que era antes, com pequenas correções, garantindo o crescimen7o, resgatando empregos e assegurando lucros. Portanto, continuarão os negócios as usual.
As bilionárias intervenções dos Estados industriais salvaram bancos, evitaram uma derrocada sistêmica, mas não transformaram o sistema econômico. Pior ainda, as injeções estatais facilitaram o triunfo do capital especulativo sobre a economia real. Aquele é tido com o principal deslanchador da crise, comandado por verdadeiros ladrões que colocam o lucro acima do destino dos povos, como se viu agora com a Grécia.
A lógica do lucro máximo está destruindo os indivíduos, as relações sociais, penalizando os pobres, acusados de dificultar a implantação do capital. A bomba foi mantida com o estopim. Um problema maior qualquer poderá acender o estopim. Muitos analistas se perguntam amedrontados: a ordem mundial sobreviveria a outra crise do tipo da que tivemos?
O sociólogo francês Alain Touraine assevera em seu recente livro Após a crise (Vozes 2011): ou a crise acelera a formação de uma nova sociedade ou vira um tsunami que poderá arrasar tudo o que encontrar pela frente, pondo em perigo mortal nossa própria existência no planeta Terra (p. 49.115).
Razão a mais para sustentar a tese de que estamos face a uma situação terminal deste tipo de capital. Impõe-se a urgência de pensar valores e princípios que poderão fundar um novo modo de habitar a Terra, organizar a produção e a distribuição dos bens, não só para nós (superar o antropocentrismo) mas para toda a comunidade de vida.
Este foi o objetivo da produção da Carta da Terra, animada por M. Gorbachev que, como ex-chefe de Estado da União Soviética, conhecia os instrumentos letais disponíveis para a destruição até da última vida humana, como afirmou em várias reuniões.
Aprovada pela UNESCO em 2003, ela contém, efetivamente, “princípios e valores para um modo de vida sustentável como critério comum para indivíduos, organizações, empresas e governos”. Urge estudá-la e deixar-se inspirar por ela, sobretudo agora, na preparação da Rio+20.
Ninguém pode prever o que virá após a crise. Há apenas insinuações. Estamos ainda na fase do diagnóstico de suas causas profundas. Lamentavelmente são, sobretudo, economistas que fazem análises da crise e menos sociólogos, antropólogos, filósofos e estudiosos das culturas. O que está ficando claro é o seguinte: houve um triplo descolamento: o capital financeiro se descolou da economia real; a economia em seu conjunto, da sociedade; e a sociedade em geral, da natureza. Esta separação criou uma fumaça tal que já não vemos quais caminhos seguir.
Os “indignados” que enchem as praças de alguns países europeus e do mundo árabe, estão colocando este sistema em xeque. Ele é ruim para a maioria da humanidade. Até agora eram vítimas silenciosas. Agora gritam alto. Não só buscam emprego mas reclamam direitos humanos fundamentais.
Querem ser sujeitos, vale dizer, atores de um outro tipo de sociedade na qual a economia esteja a serviço da política e a política a serviço do bem viver das pessoas entre si e com a natureza.
Seguramente não basta querer. Impõe-se uma articulação mundial, a criação de organismos que viabilizem outro modo de conviver e uma representação política ligada aos anseios gerais e não aos interesses do mercado. Trata-se de refundar a vida social.
Por mim, vejo os indícios, em muitas partes, do surgimento de uma sociedade mundial ecocentrada e biocentrada. O eixo será o sistema-vida, o sistema-Terra e a Humanidade. Tudo deve servir a esta nova centralidade. Caso contrário, dificilmente evitaremos um tsunami ecológico-social possível.
*Briguilino

QUANDO A VENEZUELA ERA APENAS UM PROTETORADO ESTADUNIDENSE , QUE ELES A INTRIGRAVAM CONTRA O BRASIL E A DOMINAVAM COM MÃO DE FERRO , TANTO QUE OS SEUS ESPORTES FAVORITOS SÃO BASEBOL E BASQUETE , PORQUE TINHAM MEDO DE PERDER O PETRÓLEO DOS VENEZUELANOS , A IMPRENSA BRASILEIRA(?) NUNCA SE IMPORTOU COM NADA QUE ACONTECIA NAQUELE PAÍS , MAS AGORA DIANTE DA SUA INDEPENDÊNCIA E MUDANÇA DA POLÍTICA SERVIL , A IMPRENSA CORRUPTA ATACA SEU PRESIDENTE DIUTURNAMENTE. É RIDÍCULO !

Chávez volta e é aclamado por multidão
`Batalha' contra câncer `não está vencida', afirma o mandatário venezuelano, que retornou de surpresa de Cuba


Vice-presidente diz que nesta semana será promovida mudança no gabinete para enfrentar a nova etapa do governo

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Juan Barreto/France Presse

Berlusconi afunda a Itália na crise

Por Altamiro Borges
 

Não é só a Grécia, em maior dimensão, Portugal e Irlanda que são vitimas da violenta crise econômica que atinge a velha Europa. Há fortes sinais de que ela já chegou à Itália. No final de junho, o desgastado e desmoralizado governo de Silvio Berlusconi aprovou um corte de 47 bilhões de euros no orçamento para se resguardar do contágio, que parece inevitável.

O gabinete do primeiro-ministro aprovou o pacote de ajuste num encontro em Roma e agora tentará passá-lo no Parlamento. Em entrevista à imprensa, Berlusconi pediu o “voto de confiança” da oposição, abusando da retórica patriótica. “Sem um orçamento equilibrado, não poderá haver desenvolvimento no futuro”, afirmou. Seu discurso terrorista, porém, parece que não convenceu o gelatinoso espectro partidário italiano.

Ricos beneficiados; trabalhadores prejudicados

A Itália possui a segunda maior dívida pública da Europa – a primeira é a da Grécia. A “disciplina fiscal” imposta pelo ministro das Finanças, Guido Tremonti, penalizou os trabalhadores e favoreceu os banqueiros, mas não conseguiu reduzir os impactos da crise no país. As agências internacionais dos agiotas rentistas, com a Standard & Poor´s e a Moody´s, exigem ainda mais sacrifícios.

O novo pacote de ajuste, marcadamente neoliberal, reduz a carga tributária dos ricaços – que cai de 43% para 40% -, congela os salários dos servidores públicos até 2014 e aumenta da idade da aposentadoria dos trabalhadores. Ele também promove cortes de gastos públicos, inclusive na área da saúde, segundo o jornal Corriere della Sera, que teve acesso a um estudo governamental.

O fim do bravateiro fascistóide

O anúncio das medidas gerou forte indignação no país. Analistas políticos avaliam que o pacote pode até encurtar o mandato do fascistóide Silvio Berlusconi, já desmoralizado pelas denúncias crescentes de corrupção e por suas orgias. No mês passado, o seu nível de popularidade teve queda recorde e a coalizão direitista que o apóia foi derrotada nas eleições locais em maio e junho.

Com a intensificação das lutas sociais contra o “pacote de maldades” do governo, a crise econômica na Itália pode resultar em algo positivo: o fim do reinado do bravateiro Silvio Berlusconi. Não são apenas as forças políticas de centro da Grécia e Portugal que sofrem com o agravamento da crise capitalista européia; a direita fascistóide também passa por enormes apuros.

Deleite


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Charge do Dia

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