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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, julho 08, 2011

Rafinha Bastos é alvo do Ministério Público

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Numa decisão que irritará os donos da mídia, que se consideram acima das leis e do Estado de Direito, o Ministério Público de São Paulo pediu a abertura de inquérito policial contra o humorista Rafinha Bastos, do programa "CQC" da TV Bandeirantes, para apurar suas recentes declarações machistas sobre o estupro, que caracterizariam incitação e apologia ao crime.
As declarações foram feitas em seu show de comédia stand-up e foram reproduzidas na revista "Rolling Stone". O "humorista" afirmou na ocasião que toda mulher que reclama que foi estuprada é feia, e que o homem que cometeu o ato merecia um abraço, e não cadeia.
"O estupro é um crime"
O pedido de abertura do inquérito foi feito pela promotora de Justiça Valéria Diez Scarance Fernandes, coordenadora do Núcleo de Combate à Violência Doméstica e Familiar. No ofício, ela argumenta que Rafinha Bastos compara o estupro a "uma oportunidade" para determinadas mulheres e o estuprador a um benfeitor, digno de "um abraço". "O estupro é um crime. O estuprador é um criminoso que deve ser punido e não publicamente incentivado", conclui Valéria Fernandes.
A ação é resultado de representação feita à Promotoria pela coordenadora do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher, da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Thais Helena Costa Nader. Quando da "piadinha" de péssimo gosto, o Conselho Estadual da Condição Feminina de São Paulo, órgão composto por representantes da sociedade e do poder público, divulgou dura nota de repúdio:
Reflexo da pressão popular
"A liberdade de expressão, direito previsto constitucionalmente, encontra limite quando em choque com outro direito, que é o da dignidade da pessoa humana, que está acima de qualquer outro", diz a nota. O conselho viu na piada de Bastos conteúdo machista e preconceituoso, "encorajando homens, bem como fazendo parecer que o crime de estupro, hediondo por sua natureza, não seja punível".
O "humorista" também foi alvo de várias manifestações de protesto. Em São Paulo, as participantes da Marcha das Vadias realizaram um ato de repúdio em frente ao Comedians, o clube de comédia de Rafinha Bastos. No Rio, ele também foi vaiado por suas declarações machistas. Agora, com a decisão do MP paulista, o "humorista" terá que prestar esclarecimentos. A coisa esquentou!

A conta da roubalheira tucana

Fraudes em licitações de hospital em Sorocaba podem chegar a R$ 30 mi



Os prejuízos causados por fraudes em licitações no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) podem atingir R$ 30 milhões, segundo o Ministério Público de São Paulo. Inicialmente debruçados sobre o esquema nos plantões médicos, a Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) se concentram na apuração de irregularidades em processos de licitações e compras com carta marcada.
 
 
O CHS realizava cerca de 70 pregões por mês e quase sempre quatro empresas - duas fornecedoras de materiais cirúrgicos, uma de próteses e equipamentos ortopédicos e outra de informática - saíam vencedoras. A tomada de preços era feita com a vencedora e duas "laranjas" que entravam para perder.
 
 
Segundo o MP, entre as irregularidades estão a adoção de pregão até para contratar obras, o que é proibido por lei. Há casos em que a empresa venceu a licitação para uma reforma, mas o CHS usou pregões para comprar materiais para a mesma obra.
 
 
Uma das empresas investigadas, a Unihealth Logística Ltda., aparece como ré em processo por improbidade administrativa instaurado em março na Vara da Fazenda Pública de Sorocaba. São citados na ação os dois sócios da empresa, seis servidores e um ex-diretor do CHS.
 
 
Segundo o inquérito, a Unihealth foi contratada em junho de 2006 para prestar serviços de gestão do fluxo de materiais e administração de estoques do CHS. O projeto foi aprovado 11 dias antes de ser apresentado para análise, diz o promotor de Justiça Orlando Bastos Filho.
 
 
A pesquisa de preços foi feita com as mesmas empresas que se apresentaram para a licitação e as assinaturas nos atestados dessas empresas seriam falsas. O promotor constatou que os responsáveis pelo pregão usaram o modelo de uma licitação do Hospital Dante Pazzanese, de São Paulo, e não se deram ao trabalho de mudá-lo.
 
 
O contrato inicial, de R$ 64 9,1 mil, foi aditado cinco vezes em valores superiores ao limite legal, totalizando R$ 3,3 milhões. Um dos gestores atestou os serviços sem a prestação de contas, "tendo-se verificado que nada ou quase nada do contrato foi cumprido", diz o promotor. Mesmo assim, o contrato foi prorrogado por mais quatro meses.
 
 
Mesmo diante das suspeitas, a Unihealth voltou a ser contratada pelo CHS em 2008. No total, recebeu mais de R$ 8 milhões.
 
 
Em nota, a Unihealth diz que desde 2006 cumpre as exigências das licitações e da execução dos contratos. "Todos os questionamentos feitos pela Justiça já foram esclarecidos em várias instâncias." Com relação à ação de improbidade administrativa, diz que não houve intimação para apresentação da defesa .
 
 
O CHS começou a ser investigado após denúncias de fraudes nos plantões. Profissionais colocariam o nome na escala, recebendo sem trabalhar. Em junho, 12 foram presos e depois liberados. O então secretário de Esportes, o neurocirurgião Jorge Pagura, supostamente envolvido no esquema, pediu demissão. AE.

O segundo enterro de Pinochet?

A crise no Chile 
Além de Economia

Se já não bastasse os países da Europa e os Estados Unidos estarem experimentando a radicalidade do modelo de mercado excessivamente desregulamentado, na América Latina, particularmente o Chile, está começando a viver um temor financeiro generalizado.

O Banco Central e o Ministério da Fazenda de uma das economias mais abertas e dita competitivas da América do Sul se deram conta de que 418 mil chilenos – o equivalente a 12% das famílias – estão envolvidas em uma espécie de crediário fraudado pela rede de lojas de departamentos La Polar S.A. uma das maiores do país, com filiais em todo o Chile e na Colômbia.

Qualquer semelhança com sub-prime norte americano é mera coincidência, entretanto, é importante observar, o modo tupiniquim. No Chile, é muito comum as lojas de departamentos administrarem seus próprios cartões de crédito. Por não serem consideradas “instituições bancárias”, houve uma tendência de o governo fazer “vista grossa” para este setor da economia.

O golpe dado pela empresa consistia em abrir crediário e conceder cartões de crédito a clientes considerados de risco para, em seguida, aplicar juros extorsivos e taxas administrativas sobre as prestações em atrasos. A dívida era, então, renegociada ou “repactuada” de forma unilateral, sem o consentimento do cliente, e a quantia devida no início aparecia multiplicada, paulatinamente, em até 30 vezes. Principalmente desde 2008, devido a esse procedimento, tornou a Polar uma referência para diversos tipos de aplicações no mercado financeiro.

As ações da Polar S.A. eram consideradas uma excelente opção de aplicação financeira, devida a sua liquidez e a facilidade de compra e venda, com isso, milhares de pessoas e fundos privados de pensão realizaram aplicações com a expectativa de ampliar sua renda.

Com o golpe militar em 1973, o Chile se tornou a primeira experiência neoliberal, a economia chilena passou por reformas profundas muito similares e até mesmo mais intensas que o restante da América Latina na década de 90. No Chile não há previdência pública, como por exemplo; há no Brasil. Neste sentido, os fundos de pensão privados e empresas para aumentarem seus rendimentos, investem em ações, que podem subir ou, em como no caso da Polar, correm o risco de desabar. Segundo a Associação de Fundos de Previdência do Chile estimam em prejuízos em torno de US$ 300 milhões.

Para além da crise financeira, há também a crise energética e educacional. Desde maio deste ano o Presidente Sebastián Piñera decidiu colocar para aprovação um projeto de instalação de uma grande usina hidrelétrica na Região de Aysén, no sul do país, numa das zonas mais belas e preservadas da Patagônia. A iniciativa provocou reação imediata dos movimentos de preservação ambiental chilenos e internacionais e fez com que, rapidamente, gigantescos protestos se espalhassem pelo país.

Há pelo menos um mês estudantes chilenos (secundaristas e universitários) não estão dando trégua ao governo de Piñera, reivindicam que a educação seja um direito e de responsabilidade do Estado; aumento imediato do financiamento público; o Estado deve assumir a formação técnica e assegurar liberdades de expressão à docentes e estudantes.

Queiram ou não, o neoliberalismo chileno está em xeque, a capacidade de arrefecimento ou encrudelecimento caberá, evidentemente, a organização dos movimentos populares e do tamanho da crise financeira, mas do ponto de vista, internacional os diversos países latino-americanos que não comungam política e ideologicamente com Piñera, também poderá contribuir para que o Chile comece a trilhar caminhos diferentes ao iniciado pelo golpe militar.

*esquerdopata

Traíra Silva: "Saio da vida política para entrar no esquecimento"

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Blá-blarina sai do PV e não sabe quem é 
Na foto, os fracassos da Marina
Ao sair do PV, Blá-blarina informou:

Ela vai “metabolizar uma nova forma de fazer política”.

A perplexidade é universal:

De A a Z, da Áustria à Zâmbia.

O que será “metabolizar” ?

Segundo ela, “o mundo inteiro não sabe como a nova política é (…) eu também estou em uma expectativa”.

Este ansioso blogueiro também está em “uma expectativa”.

Especialmente depois que a Blá-blarina informou:

Tudo o que o homem pretendeu planejar com começo meio e fim “foi um tremendo fracasso”.

Sem dúvida.

Foi o que aconteceu, por exemplo, com a Torre Eiffel.

Com a Brooklin Bridge e com a Divina Comédia, de Dante.

Essas obras, irrelevantes, foram construídas com começo, meio e fim.

E foram um retumbante fracasso.

É o caso, por exemplo, da eficientíssima empresa brasileira Natura que, por coincidência, cedeu a vice-presidência à Blablárina.

Na verdade, a Blá-blarina sabe muito bem, como sempre soube, o resultado dessa “metabolização”:

Ela foi, desde sempre, linha auxiliar do Cerra.

O resto é blá blá blá.

Clique aqui para ler: “Verdismo, o último reduto dos neoliberais
*PHA

Charge do Dia

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Carro voador é liberado nos EUA



Quantos geeks já sonharam em ter um carro voador estacionado na garagem? Pois o sonho parece ganhar asas, literalmente.
O TG Daily deu as boas novas: o modelo Transition Roadable da empresa especialista em veículos voadores Terrafugia recebeu concessão da National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), órgão responsável pela segurança do trânsito dos Estados Unidos, e está liberado tanto para voar como para utilizar as rodovias americanas legalmente.
O curioso transporte feito de policarbonato tem capacidade para duas pessoas, asas retráteis, alcança quase 200 quilômetros por hora e tem tanque com capacidade para 75 litros de combustível.
O custo do veículo está em torno de 200 mil dólares.
*comtextolivre

quinta-feira, julho 07, 2011

Deleite John Winston Lennon

A presidenta Dilma Rousseff inaugurou o transporte por teleféricos na comunidade carente do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.

O lado do Irã que a mídia não mostra

 

A “superioridade” com que o Ocidente trata as culturas islâmicas faz, muitas vezes, serem esquecidas as dificuldades que governantes que procuram modernizar aqueles países. E que sejam vistos, eles próprios, como conservadores, porque têm de aceitar um pouco para poderem mudar muito.
Claro que ninguém é favorável às restrições de direitos das mulheres – à nenhuma, em nenhuma cultura, religião ou sociedade – mas, muitas vezes, os processos são mais complexos do que parecem.
Uma matéria de hoje na Reuters, que não terá grande repercussão na mídia brasileira, mostra o contrário do que normalmente se percebe sobre o Irã.
Mostra o presidente Mahmoud Ahmadinejad sob uma tempestade de críticas do clero por se opor à separação dos sexos nas salas de aula das univesidades iranianas.
“Foi dito que, em algumas universidades, as aulas e disciplinas estão sendo segregadas, sem levar em conta as coincidências. São necessárias ações urgentes para impedir essas ações superficiais e não acadêmicas”, disse ele em seu site.
A isso, reagiu o mais importante clérigo iraniano, Ahmad Khatami: “Com que lógica o reitor de uma universidade de Teerã deveria ser repreendido por separar as classes entre homens e mulheres? Deveríamos (era)  lhe dar uma medalha.”
Se fosse o inverso,  Ahmadinejad estaria sendo apontado como um “monstro” em todos os jornais. E iria ser lembrado que a universidade foi um dos centros de manifestão do tal “mivimento verde” , de oposição a ele.
Ontem, no relatório sobre a condição feminina, a ONU lembrou que, há um século, apenas dois países davam à mulher o direito de voto.
Ainda há muito a conquistar em matéria de igualdade de direitos entre os gêneros e isso é um combate que não pode esmorecer. Nem mesmo nas críticas que se faz à desigualdade que se pratica em nome de culturas ancestrais.O Governo brasileiro, com Lula ou com Dilma, jamais deixou de protestar contra situações desumanas no Irã. O que é muito diferente de contestar a vontade eleitoral do povo iraniano, que elegeu Ahmadinejad.
Mas sempre deve se ter em vista que, se exige firmeza, esta luta também exige compreensão de que as mudanças culturais não se impõem a ferro e fogo, com uma “ocidentalização”  forçada, que, como numa Cruzada,  leve à fogueira todos que não se “convertam” a ela.
A ditadura do Xá Reza Pahlevi era “moderna”. E brutal, repressiva, excludente e entreguista. Desconsiderou os valores de seu povo e, afinal, fez com que eles ressurgissem odiando a “modernidade” até naquilo que ela tem de bom, justo e igualitário.
Quando queremos combater o preconceito cultural, o simplismo é sempre o primeiro inimigo a vencer. Porque ele leva também, por superficial, ao preconceito.
 *tijolaço