Páginas
Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sexta-feira, maio 11, 2012
Rudolgo Lago, do Congresso em Foco, ultrapassa o limite do mau-caratismo
Relator do STF divide "organização criminosa" do mensalão em 3 núcleos
O negócio do PiG é melar a CPI do Cachoeira mesmo.Depois de Roberto
Engavetador Gurgel, Álvaro Botox Dias, Sérgio Anão do Orlamento Guerra,
Gilmar Dantas Mendes afirmarem que a CPI do Cachoeira
servirá para atrapalhar o julgamento do mensalão, o PiG,
desenvergonhosamente, cai em campo para chancelar este argumento tosco.O
Congresso em Foco, que passou mais de 40 dias para divulgar o Esquema
Demóstenes-Cachoeira, mesmo se dizendo um site fiscalizador do Congresso
Nacional, no dia de hoje ultrapassa o limite do jornalismo de esgoto ao
publicar matéria sobre o processo do mensalão.
Escreve o senhor Rudolfo Lago, editor do mencionado
site:"O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa
divulgou hoje (10) seu relatório com um resumo do processo do mensalão. O
relatório de Joaquim Barbosa, que acolhe a denúncia da Procuradoria
Geral da República contra 38 réus envolvidos com o esquema, tem 122
páginas e descreve como agiu a “sofisticada organização criminosa”, como
classifica a denúncia do procurador-geral da República, Roberto Gurgel,
para “garantir a continuidade do projeto poder do Partido dos
Trabalhadores, mediante a compra de suporte político de outros
partidos”.Não há nenhuma
novidade nisso, a não ser o mau-caratismo do senhor Rudolfo
Lago.Primeiro, a denúncia do mensalão não foi oferecida por Roberto
Gurgel, nem foi recebida agora por Joaquim Barbosa. A denúncia do
mensalão foi oferecida por Antônio de Souza e recebida, há uns três
anos, pelo Supremo Tribunal Federal.Não foi Barbosa, como afirma esse
bandido do Congresso em Foco, quem recebeu a denúncia.Ou Rudolfo Lago é
mau-caráter ou é burro, ou as duas coisas juntas.
Continua escrevendo o escroque:"Inicialmente, a denúncia feita por Roberto Gurgel
era contra 40 pessoas. Mas o ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira
foi afastado por ter colaborado com as coesstigações e o ex-deputado
José Janene (PP-SP) morreu.Como dito no parágrafo anterior, não foi Roberto Gurgel quem ofereceu a denúncia.Só essa anta do Congresso em Foco afirma isso.
De acordo com a denúncia, a “sofisticada organização criminosa” era
“dividida em setores de atuação”, e “se estruturou profissionalmente
para a prática de crimes como peculato, lavagem de dinheiro, corrupção
ativa, gestão fraudulenta, além das mais diversas formas de fraude”. Os
réus são divididos em grupos. O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o
ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, Sílvio Pereira e o ex-presidente do
PT José Genoino foram o primeiro grupo, que, para garantir o projeto de
poder do PT, criou um esquema para comprar “suporte político” de outros
partidos e garantir o financiamento de suas campanhas eleitorais.Não
há, também, nenhuma novidade nisso.Antônio de Souza foi quem dividiu a
denúncia em três núcleos, não foi Joaquim Barbosa quem dividiu.
Como se vê, não há nada, nadinha, de novo no processo do mensalão.Tudo
que o PiG publica hoje é de conhecimento de toda a sociedade
brasileira.O PiG usa a mesma tática de Goobels para enganar a
sociedade.
*Oterrordonordeste
Austeridade ou crescimento, a alternativa que não resolve os problemas da Europa.
As políticas de austeridade impostas pelos grandes poderes financeiros
por intermédio dos governos da França e Alemanha e do Banco
Central Europeu são um fracasso rematado: levaram quase toda a Europa a
outra recessão, agravaram o peso da dívida, as assimetrias e a
paralisação, estão a destruir a coesão social da
Europa e direitos sociais cuja conquista custou décadas de conflitos e
lutas, destroem milhares de empresas, criam pobreza e exclusão, produzem
um afastamento, quem sabe se definitivo, entre a população e as
autoridades públicas, e estão dando asas à extrema direita
fascista e neonazi que os banqueiros e grandes industriais sempre
açularam em época de crise.
Não há nenhuma experiência histórica nem evidência empírica que permita afirmar que se possa sair de uma crise como a que estamos (de racionamento financeiro e falta de procura efectiva) com menos gasto, de modo que insistir em reduzi-lo sem ao mesmo tempo tomar medidas que garantam novamente o financiamento e que proporcionem rendimentos adicionais à população consumidora é uma via que só leva à depressão e ao desastre.
A cegueira ideológica das autoridades políticas e dos economistas que assinalam o caminho impede-lhes de reconhecer esta realidade. E sua submissão aos poderes financeiros (agora só interessados em aproveitar a crise para aumentar seus privilégios) leva-os a insistir em novos cortes, que só servem para que os bancos, especuladores e grandes empresas aumentem seus lucros e um poder já absoluto que está a liquidar as já em si débeis democracias a que se permite o capitalismo da nossa época.
Os cortes em educação, investigação, inovação, em infraestruturas vitais e em prestações sociais só vão trazer anos de atraso e uma instabilidade sociais de terríveis antecedentes na Europa.
Tão clara é a evidência de tudo sito que, desde há semanas, começaram a abrir-se gretas nos blocos políticos dominantes e a filtrar-se a ideia de que é imprescindível por fim a esta barbaridade política e económica. A pressão de movimentos sociais, de economistas críticos ou inclusive das personalidades mais sensatas do próprio establishment contribuiu decisivamente para isso e a vitória do socialista Hollande nas eleições francesas possivelmente será o que obrigue definitivamente a por em causa as políticas de austeridade.
Mas a alternativa que se está a difundir frente a elas é insuficiente e inadequada: a do crescimento. Uma estratégia que já demonstrou poder ser muito perversa e pouco útil se não se explicitar claramente o que implica e aonde queremos que nos conduza.
CRESCIMENTO NÃO BASTA
Travar os cortes de despesas públicas e em geral todas as políticas de austeridade que estão a impedir que se regenere o privado e se recupere o pulso económico é uma pré-condição indispensável para que na Europa se volte a criar emprego e para garantir padrões mínimos de bem-estar e protecção a toda a população. Mas trata-se só de uma pré-condição para evitar o desastre. Para conseguir que não se volte a produzir outra crise maior e com piores perturbações e danos do que aqueles que agora estamos a sofrer são precisas mais coisas.
Não basta fazer com que cresça o Produto Interno Bruto de qualquer forma nem injectar mais dinheiro ainda de qualquer modo.
Ainda que a crise se tenha desencadeado, visto à superfície, pela desregulamentação financeira e pelos roubos continuados que centenas de bancos efectuaram com a anuência das autoridades, suas causas profundas (aquelas que a tornaram sistémica) e as que tornarão a provocá-la novamente se não forem resolvidas, são outras: a grande desigualdade que deriva rendas incessantes para a especulação financeira, a utilização intensiva e perdulária de recursos naturais e energia que rompe a harmonia básica e os equilíbrios imprescindíveis entre a sociedade e a natureza, e uma degeneração progressiva do trabalho que empobrece a população e o tecido empresarial e que trava a inovação e o incremento da produtividade.
Sem enfrentar tudo isso, promover novamente o crescimento do produto interno "à bruta", a base de despesa pública e injectando recursos para a criação de mais infraestruturas e para o fornecimento de mais serviços públicos, pode travar a deriva para a depressão na qual nos encontramos, como já ocorreu com os planos de estímulo, mas sem dúvida será insuficiente e terminaria por provocar problemas ainda mais graves do que os que temos.
O crescimento entendido como um objectivo em si mesmo, sem mais explicitações, medido através de um indicador tão perverso como o PIB e sem ter em conta os custos sociais, ambientais e antropológicos que traz consigo, favorecer a acumulação e voltará a dar bons lucros a certos ramos do capital, além de gerar algo mais de emprego em bem-estar. Mas, nessas condições, estes últimos não serão os suficientes para alcançar níveis mínimos de estabilidade e satisfação social, como demonstra a experiência vivida nos últimos trinta anos, nem com isso se poderá evitar reincidir no vício mais cedo do que tarde.
O que a Europa precisa não são planos de crescimento do PIB e sim uma estratégia global para a igualdade, o bem-estar e a responsabilidade ambiental baseada na promoção de novos tipos de actividade, de propriedade e de gestão empresarial, na generalização do emprego decente, na utilização sustentável das fontes de energia e dos recursos naturais que modifique radicalmente o actual modelo de metabolismo sócio económico, e na promoção de uma cidadania democrática, plural, participativa e cosmopolita. Em também, passe o paradoxo, baseada na austeridade mas no que esta tem de respeito para com o equilíbrio natural e pessoal e com a boa utilização dos recursos, de recusa do desperdício; mas não de renúncia aos direitos sociais e à igualdade, como entendem os neoliberais.
E além disso são imprescindíveis reformas políticas institucionais que travem o poder dos grandes grupos oligárquicos e que permitam que as autoridades representativas sejam aquelas que realmente adoptem as decisões em função dos mandatos da maioria social no âmbito de uma autêntica democracia. Sem criar um autêntico poder público na Europa, sem submeter a actuação do Banco Central Europeu às exigências dos interesses sociais e sem acabar com a sua cumplicidade com os interesses bancários privados, sem sanear o sistema financeiro europeu declarando o financiamento da vida económica como um serviço de interesse público essencial, nacionalizando os bancos que não se submeterem e fomentando novos tipos de finanças descentralizadas e de proximidade, sem dispor de um autêntico tesouro europeu e sem recolocar a concepção da união monetária, para não mencionar senão as questões mais urgentes, a Europa continuará a balouçar-se irresponsavelmente à beira do precipício e os apelos ao crescimento só servirão, se me permitem a expressão, pouco mais do que para embebedar o peru e enganar mais uma vez os povos.
A questão a colocar sobre a mesa na Europa não é se cortamos um pouco menos as despesas e injectamos algo mais de recursos para as mesmas actividades e infraestruturas de sempre (outra vez auto-estradas, habitações, mais comboios de alta velocidade...) e sim se rompemos ou não com o poder das finanças privadas e das grandes corporações empresariais e oligárquicas que nos dominam e que nos levaram à situação em que estamos.
fonte: resistir.info
*Guerrasilenciosa
Virada Cultural será investigada
Por Mario Henrique de Oliveira, no sítio SPressoSP:
Em reunião da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de São Paulo realizada na manhã desta quarta-feira, 09/05, foi aprovado o requerimento do vereador Donato (PT) para a convocação dos envolvidos no suposto esquema de fraudes a licitações e de favorecimento a algumas empresas para a realização da Virada Cultural.
*AltamiroBorges
A luta tem que continuar. Veta Dilma! O Código Florestal está sendo modificado no Congresso para satisfazer a bancada ruralista, abrindo brecha para mais desmatamentos. A sua aprovação final depende da presidente Dilma: peça a ela para cumprir suas promessas e vetar o projeto de lei que vai deixar nossas florestas sob a ameaça das motosserras. A presidente Dilma precisa cumprir sua promessa de campanha e VETAR o projeto de lei que desfigura o Código Florestal, aumenta o desmatamento e dá anistia aos criminosos. Assine a petição e ajude-nos a pedir a ela que evite o pior e preserve as florestas do Brasil
*Tireotubo
Da soja, da Argentina e da Zona N€uro
Um dos maiores mitos sobre a economia argentina, repetido quase todos os dias, é que o seu rápido crescimento nos últimos dez anos tem sido apenas um boom das exportações.
Por exemplo, na última semana o New York Times escrevia:
Na onda de um boom nas exportações de produtos como a soja, a economia da Argentina cresceu com uma taxa média de 7,7% de 2004 a 2010, quase o dobro em comparação com 4,3% do Chile, País que é frequentemente citado como um modelo para as políticas económicas.Michael Shifter, provavelmente a fonte mais citada acerca da América Latina na imprensa dos Estados Unidos, escreveu um artigo sobre a Argentina com um tom bastante depreciativo, declarando que:
Se a venda e o preço da soja, as principais exportações, permanecem altos, então o País pode continuar no caminho do crescimento económico.É difícil encontrar um economistas que diga que o notável crescimento económico notável da Argentina nos últimos 9 anos (que levou a níveis recordes em termos de emprego e de redução da pobreza) foi impulsionado pela soja ou pelo boom das exportações. Talvez porque isso não é verdade.
Pensará o Leitor: "O que interessa?". Interessa, interessa...
O que significa um boom de mercadorias ou bens de crescimento liderado pelas exportações? Uma possível resposta poderia ser baseada na simples quantidade: a produção e a exportação desses produtos estão a crescer ao ponto de representar muito do crescimento real do País em termos de produtividade. Será a Argentina uma república fundada no feijão de soja?
Então podemos fazer as contas e observar que o crescimento real do PIB (o Produto Interno Bruto) no período 2002-2010 (este o último ano em que podemos ter dados completos) e perguntar quanto desse crescimento foi devido à exportação de bens reais.
Acontece que apenas 12% do crescimento do PIB argentino nesse período deveu-se a qualquer tipo de exportação. E acontece que apenas uma fracção daquele 12% foi devido à exportação de feijões de soja. Assim, o crescimento económico da Argentina não foi determinado pelas exportações, nem mesmo remotamente.
Depois temos a outra possível resposta, baseada nos preços das commodities: será que o custo dos feijões de soja e dos outros produtos argentinos favoreceu de forma determinante o crescimento do País? Pois o preço subiu, de facto, e este pode ter sido um estímulo para a economia, de várias maneiras, mesmo que a quantidade física de exportação não esteja a crescer tão rapidamente quanto a economia (dito de outra forma: a Argentina pode produzir sempre a mesma quantidade de commodities, mas, como os preços destas aumentaram no mercado internacional, o País ganha mais).
Se isso fosse verdade, seria de esperar que o valor em Dólares das exportações desses produtos crescesse rapidamente também, mais rapidamente do que o resto da economia. Mas não foi isso que aconteceu.
O valor das exportações agrícolas, incluindo, claro, a soja, como proporção do PIB da Argentina não aumentou: constituíam cerca de 5% do PIB em 2002, quando a economia começou a crescer, e 3,7% em 2010. Até baixou.
Em outras palavras, não há uma história plausível que, de acordo com os dados, possa apoiar a ideia de que o crescimento da Argentina nos últimos 9 anos tem sido favorecido (ou até determinado) pelo boom das exportações.
Mas porque é importante? Porque não deixar em paz os Argentinos com a soja deles?
Porque as informações viajam, dum lado até o outro do planeta: e, se bem manipuladas, podem fornecer uma imagem distorcida da realidade. E favorecer determinados pontos de vista em detrimento de outros.
Como foi observado pelo economista Paul Krugman:
Os artigos sobre a Argentina quase sempre têm um tom negativo: são irresponsáveis, querem ré-nacionalizar alguns sectores, é só populismo, na verdade estão mesmo mal.
Mas a Argentina não está mal. Longe disso.
Aliás, desde que abandonou as políticas do FMI e do Banco Mundial está bem melhor.
O mito do boom das exportações é uma das maneiras com as quais os críticos justificam o crescimento económico do país, excluindo outras hipóteses. Mas, na realidade, a expansão económica foi impulsionada pelo consumo interno e pelo investimento. E isso aconteceu porque o governo argentino tem feito mudanças particularmente importantes nas escolhas macro-económicas: política fiscal, política monetária e taxas de câmbio. Isto é o que salvou a Argentina dos anos da Depressão (1998-2002) e que transformou o País numa das economias que mais crescem nas Américas.
As políticas que estão a impor-se nas economias da Zona NEuro (especialmente nas mais vulneráveis) são muito semelhantes às que foram implementadas na Argentina durante a depressão. Essas políticas eram pró-cíclicas, no sentido de que ampliavam o impacto da recessão. Juntamente com uma taxa de câmbio fixa e sobrevalorizada (Euro...diz nada?), a economia piorou.
Só com o facto de não pagar a dívida e desvalorizar a moeda, a Argentina tornou-se livre de mudar as suas políticas macro-económicas.
Se as autoridades europeias (Comissão Europeia, o BCE e o FMI) continuarem a bloquear (conscientemente) a recuperação económica da Zona NEuro, com a tão aclamada "austeridade", alguns Países serão obrigados a considerar alternativas mais razoáveis.
A experiência da Argentina, em termos reais ao invés das representações míticas, mostra qual o caminho: desvalorização da moeda, repúdio das dívidas, investimentos.
Muitos estão apavorados na Europa: "Eh, mas se não pagarmos a dívida mais ninguém aceitará fornecer os bens dos quais precisamos, não é?".
Não, não é. A Argentina, País com 40 milhões de habitantes, fez isso e hoje tem uma economia cuja taxa de crescimento está entre as maiores no globo. E não tem nada a ver com a soja ou com os preços das mercadorias.
Na Zona NEuro, pelo contrário, perante a falta de crescimento são cortadas as possibilidades de investimento, público em primeiro lugar e privado a seguir.
Falta trabalho? Então vamos facilitar os despedimentos.
Faltam investimentos públicos? Então vamos pôr rígidos limites para as despesas do Estado.
Falta investimento privado? Então vamos aumentar as taxas.
As pessoas estão mais pobres? Então vamos cortar os serviços.
É como ver uma pessoa afogar-se perto da praia e atirar-lhe um balde cheio de água.
O que mais será preciso para entender conceitos tão básicos?
Ipse dixit.
*InformaçãoIncorrecta
Aliás, desde que abandonou as políticas do FMI e do Banco Mundial está bem melhor.
O mito do boom das exportações é uma das maneiras com as quais os críticos justificam o crescimento económico do país, excluindo outras hipóteses. Mas, na realidade, a expansão económica foi impulsionada pelo consumo interno e pelo investimento. E isso aconteceu porque o governo argentino tem feito mudanças particularmente importantes nas escolhas macro-económicas: política fiscal, política monetária e taxas de câmbio. Isto é o que salvou a Argentina dos anos da Depressão (1998-2002) e que transformou o País numa das economias que mais crescem nas Américas.
As políticas que estão a impor-se nas economias da Zona NEuro (especialmente nas mais vulneráveis) são muito semelhantes às que foram implementadas na Argentina durante a depressão. Essas políticas eram pró-cíclicas, no sentido de que ampliavam o impacto da recessão. Juntamente com uma taxa de câmbio fixa e sobrevalorizada (Euro...diz nada?), a economia piorou.
Só com o facto de não pagar a dívida e desvalorizar a moeda, a Argentina tornou-se livre de mudar as suas políticas macro-económicas.
Se as autoridades europeias (Comissão Europeia, o BCE e o FMI) continuarem a bloquear (conscientemente) a recuperação económica da Zona NEuro, com a tão aclamada "austeridade", alguns Países serão obrigados a considerar alternativas mais razoáveis.
A experiência da Argentina, em termos reais ao invés das representações míticas, mostra qual o caminho: desvalorização da moeda, repúdio das dívidas, investimentos.
Muitos estão apavorados na Europa: "Eh, mas se não pagarmos a dívida mais ninguém aceitará fornecer os bens dos quais precisamos, não é?".
Não, não é. A Argentina, País com 40 milhões de habitantes, fez isso e hoje tem uma economia cuja taxa de crescimento está entre as maiores no globo. E não tem nada a ver com a soja ou com os preços das mercadorias.
Na Zona NEuro, pelo contrário, perante a falta de crescimento são cortadas as possibilidades de investimento, público em primeiro lugar e privado a seguir.
Falta trabalho? Então vamos facilitar os despedimentos.
Faltam investimentos públicos? Então vamos pôr rígidos limites para as despesas do Estado.
Falta investimento privado? Então vamos aumentar as taxas.
As pessoas estão mais pobres? Então vamos cortar os serviços.
É como ver uma pessoa afogar-se perto da praia e atirar-lhe um balde cheio de água.
O que mais será preciso para entender conceitos tão básicos?
Ipse dixit.
Na lambança geral...
A solidariedade das famílias Globo e
Abril
Veja: menino malcriado não aguenta
briga e pede ajuda pro irmão mais velho
Do Escrivinhador - publicada quarta-feira, 09/05/2012
às 18:16 e atualizada quarta-feira, 09/05/2012 às 19:31
por Rodrigo
Vianna
Não vou perder tempo aqui debatendo os argumento de ”O
Globo”. Até porque, dois blogueiros já fizeram a análise minuciosa do editorial
em que o jornal da família Marinho tenta fazer a defesa de Bob Civita – o dono
da Abril.
Miguel do Rosário e Eduardo Guimarães
deram uma surra de bons argumentos no diário carioca. O texto do Miguel você
pode ler aqui. E o do Eduardo
você encontra aqui.
O que me interessa não é o editorial
em si. Mas sua motivação.
Primeiro ponto. Chama atenção que Bob
Civita tenha ido pedir socorro à turma da Globo. A Abril lembra-me aquele menino
malcriado que quebra o vidro da vizinha, corta o rabo do gato, cospe no garoto
menor da casa ao lado. Aí, quando recebe o troco, sai chorando e pede ajuda pro
irmão mais velho. A revista mais vendida
do país não consegue se defender sozinha?
A Abril espalha por aí que a
“Veja” tem um milhão de tiragem! Isso não é suficiente pra encarar a briga com
meia dúzia de “blogueiros chapa-branca a serviço de setores radicais do
PT?”. Por si só, esse já é um fato a
demonstrar a mudança na “correlação de forças” da comunicação.
O velho jornalismo não se conforma
com o “contraditório”. Dez anos atrás, não havia uma ferramenta para rebater um
editorial de “O Globo”.Hoje, os
editorialistas escrevem besteiras e, no dia seguinte, lá estão os Migueís e
Eduardos a dar o troco na internet. Com categoria.
Não é a primeira vez que as
Organizações Globo passam recibo do incômodo. Em 2010, depois da segunda derrota
de Ali Kamel (a primeira ocorrera em
2006, com a reeleição de Lula, e a terceira aconteceria em 2012, no julgamento
das quotas, como se pode ler aqui), “O Globo”
passou recibo destacando em primeira página a entrevista de Lula aos
blogueiros.
Destilou ódio. Tentou nos atacar. Mas, sem perceber, revelou a força dos blogs.
Foi até engraçado. Agora, a história se repete.
Mas há um fato novo. Dessa vez, os
blogs não falaram sozinhos. A Record levou o caso “Veja-Cachoeira” para a TV
aberta. E a “Carta Capital” estampou a foto de Bob “Murdoch” Civita pelas bancas
de jornal de todo o país. A reportagem da Record e o texto de “CartaCapital”
também passaram a ser reproduzidos pelas redes sociais. Atingiram, com isso, um
público distante do debate sobre as comunicações. Soube de um caso ontem.
Uma pessoa da família ligou pra perguntar: “afinal por que estão falando tão mal
da “Veja? A revista é tão boa, todo mundo aqui no prédio assina, será verdade
isso tudo?”.
Ou seja, o ataque à “Veja” dessa
vez chegou ao público leitor da revista, provocando certo mal estar. Isso deve
ter apavorado Bob Civita.Ontem mesmo, circularam informações de que Fabio
Barbosa, executivo da Abril, teria pedido demissão por causa da crise. Civita
está fragilizado. Correu pro colo do irmão mais velho.
E há um terceiro ponto. ”O Globo” age
só como irmão mais velho protetor? Ou tem algum outro
temor?
O site 247 acaba de publicar na
internet um imenso arquivo digital com transcrições e grampos da Polícia
Federal, que eram guardados em sigilo. O que haveria nesses arquivos? Nos
próximos dias, blogueiros e tuiteiros vão decifrar os arquivos, enquanto “Globo”
e “Veja” tentarão escondê-los.
Até agora, não há nenhum indício de
que a Globo, institucionalmente, tenha-se comprometido com a rede criminosa de
Cachoeira. Tenho dito isso a blogueiros e comentaristas mais afoitos: “muita
calma, minha gente; uma coisa é ser conservador ou manipulador; e outra coisa é
se associar à bandidagem”.
A Globo, até onde se sabe, não se
associou a Cachoeira diretamente. Mas a Globo e o JN são “sócios” das
“reportagens investigativas” policarpianas. Isso desde 2005. Ali Kamel adotou a estratégia do telejornalismo por
escrito. Semanos a fio, o JN fazia a “leitura” das páginas de “Veja”,
repercutindo para o grande público as “apurações” de “Veja”. Sobre isso, já
escrevi aqui.
Ou seja, desmascarar a “Veja” é
também desmascarar o jornalismo de araque praticado por Ali Kamel nos últimos
anos, à frente da emissora da familia Marinho.
A Globo pode ser acusada de muita
coisa, mas jamais de ”abandonar um companheiro ferido na estrada” (copyright:
Paulo Preto). “Globo” e “Veja” jogaram juntas anos a fio. Na hora do aperto, os
irmãos Marinho não se recusariam a oferecer colo ao irmãozinho mais novo com
fama de traquinas. Ou fascista.
É a solidariedade das
famílias.
*GrupoBeatrice
Marco Aurélio Mello e a declaração de Gurgel
Enviado por luisnassif
Do
Terra Magazine
Marco Aurélio Mello, do STF, sobre ataque de Gurgel a “mensaleiros”: Foi
extravagante
POR
MARINA DIAS
O
ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello afirma que "não
se pode desviar o foco" da CPI do Cachoeira e misturar o assunto com o
julgamento do caso que ficou conhecido como Mensalão, previsto para acontecer
este ano.
"Precisamos
olhar sempre o lado positivo das práticas republicanas. Não se pode desviar o
foco. A CPI começou a trabalhar agora e não podemos nos precipitar e tirar
ilações, muito menos dessas extravagantes, que contrariam a razão",
afirmou o ministro a Terra Magazine.
Mello
contraria as declarações do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, alvo
da base aliada na CPI do Cachoeira. Gurgel acusa os réus do Mensalão de serem
os mentores das críticas contra ele. Isso porque, parlamentares envolvidos na
investigação contra a organização de Carlinhos Cachoeira afirmam que o
procurador-geral não cumpriu com seu dever, em 2009, quando a Operação Vegas,
da Polícia Federal, já apontava indícios das ações de Cachoeira e de sua
relação com diversos políticos.
Leia mais »
Altamiro Borges: Roberto Gurgel também é humorista - Efeito dominó do Cachoeira - #VejaVaiPraCPI
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Se tivesse que definir o Zeitgeist (clima intelectual e cultural do
mundo em uma determinada época) de nosso tempo, diria que vivemos a era
da hipocrisia e da desfaçatez. E tal fenômeno não é afeito só ao Brasil,
mas ao mundo, à época em que vivemos.
Os Estados Unidos, por exemplo, inventam que um país milenar do Oriente
possui “armas de destruição em massa”, mesmo que só tenha o petróleo de
que a potência precisa, e, assim, invadem-no, matam populações civis
como moscas e continuam posando como nação de super-heróis.
Aqui na América do Sul, uma casta de vigaristas depõe um presidente
legitimamente eleito, fecha o congresso e, depois que o golpe fracassa,
acusa o presidente reconduzido ao poder pelo povo de ser “ditador”
apesar de suas vitórias eleitorais serem inquestionáveis.
Assinar:
Postagens (Atom)