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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, junho 07, 2012

COMISSÃO NACIONAL: EXCESSO DE VERDADE FAZ MAL À SAÚDE

Comissão Nacional: Excesso de Verdade Faz Mal à Saúde
Carlos Alberto Lungarzo
Prof. Tit. (r) Univ. Est. Campinas, SP, Br.
6 de junho de 2012
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) do Brasil, instalada oficialmente em maio de 2012, passou desde 2010 por diversas transformações. Todas elas foram impostas pelos militares que não queriam sentir-se “difamados”.
Algumas dessas modificações mudaram totalmente o sentido do projeto.  A mais grave foi eliminar o termo repressão e restringir o objetivo da CNV a “examinar” as violações aos DH ocorridas no país. Isto permite que alguns pretendam investigar “todos os lados”, o que significa deixar tudo como está. Essa proposta abre a política do vale tudo, que pode ser expressada assim:
Alguns militares podem ter sido culpados de crimes, mas muito mais foram os guerrilheiros, os intelectuais, os sindicalistas, as mulheres estupradas, as crianças torturadas para coagir seus pais, e até os fetos de mulheres grávidas assassinadas.
Outro problema é o imenso período para investigar: 1946 a 1988. Será que vão investigar Dutra, Vargas, Quadros, Jango e outros? Aliás, o prazo de dois anos é considerado insuficiente, mas também é verdade que em outros países foram menores.
O número de membros é pequeno: 7 pessoas, das quais uma tem competência teórica e ativa em DH (Paulo Sérgio Pinheiro) e outra possui dedicação histórica à defesa de presos políticos: Rosa Maria Cardoso da Cunha.
Os outros são: um juiz que exige investigar as vítimas, um ex-procurador inimigo da genética e do aborto de anencefálicos, uma psico-jornalista, e dois juristas que já foram ministros.
Dito seja de passagem, o projeto dos direitos humanos é de natureza ética e social, e tem pouca relação com decorar códigos ou citar latinismos. Por sinal, esta CNV não se atribui a tarefa de julgar, o que faz desnecessária a sobrecarga de juristas. Em resumo, 72% da comissão se especializa em bacharelismo confessional, política conservadora e generalidades.
Apesar de tudo isto, a CNV é muito melhor que o silêncio, o que explica o apóio dado a ela por fortes figuras internacionais. Aliás, não é impossível (embora seja improvável) obter resultados substantivos.
Drácula no Banco de Sangue
Setores militares se sentiram inconformados por não ter sido chamados para integrar a Comissão, mas o ministro da defesa tentou os consolar com um argumento típico de diplomatas:
“A presença de militares na comissão não é uma reivindicação. O Brasil não é feito de civis e militares. Ele [o Brasil] é feito do povo brasileiro”, disse o ministro. (Vide)
Ora, se o Brasil é feito pelo povo, então também é feito pelos militares, que, obviamente, são parte do povo. Se o governo pretende uma comissão eclética, deveria incluir algum militar. Todavia, se colocasse um militar deveria também nomear uma vítima, para manter o equilíbrio. Aliás, o ministro parece ter sentido medo de dizer claramente que “não se pode colocar um membro da família Drácula para cuidar do banco de sangue”. O medo é um mal começo para uma entidade que se propõe analisar crimes horrendos, cometidos pela mais poderosa das castas.
Os que têm medo demais não devem meter-se com caras que usam sabres e bazucas. Para eles, seria melhor estimular outras instituições públicas, como a Bolsa-Família.
Jumentos de Tróia
Antes de começar seu funcionamento, alguns dos membros da CNV mostraram que traziam guerreiros ocultos, mas estes não eram gregos, como os que abriram as portas da cidade de Tróia para o ataque helênico.
Um magistrado que integra a CNV provocou a indignação do Comitê Paulista da Memória, Verdade e Justiça (CPMVJ). No começo das atividades, definiu o objetivo da Comissão com uma expressão que passou despercebida para muitos. Ele disse:
“É o compromisso do Brasil com a sua história, com o seu passado, com o esclarecimento da verdade. Uma chance de se reconciliar.”
(Grifo meu. Vide)
Numa sociedade dividida por guerra civil e genocídio, onde um grupo se propõe aniquilar parte do outro (como No Brasil) ou a totalidade (como na Argentina), levantar o princípio de reconciliação significa equalizar algozes e vítimas, torturadores e torturados, mutilados e mutiladores, atiradores e alvos. É dizer aos sobreviventes: “Vocês são quase tão bons quanto os soldados que estupraram vossas filhas e meteram vossos filhos no pau-de-arara. Não sejam vingativos e aceitem esta pechincha: serão tolerados de novo pelas gloriosas FFAA, se ficarem calados.”
A não reconciliação não implica revanchismo nem ódio. Apenas mostra um mínimo de saúde mental, uma repulsa ao cinismo, à hipocrisia e à covardia. Nunca conheci alguém que fizesse cafuné aos algozes de seus filhos, mas se isto acontecer é necessário lhe oferecer toda a assistência psiquiátrica possível.
O CPMVJ denunciou a parcialidade deste juiz, que atuou na Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorIDH) contra o direito dos familiares dos assassinados pelos militares. Portanto, ele não cumpre a condição de ser isento, como exige a lei.
Entre a bagagem de outros cavalos de Tróia estão os que afirmam a impossibilidade de revisar a Lei de Anistia. A CPMVJ deixa transparecer que o governo instalou esta Comissão apenas porque estava sendo julgado como réu pelo direito internacional. (Vide)
Quanto a Lei de Anistia, observemos o seguinte: é verdade que o STF considerou estupro, tortura, genocídio e outras atrocidades como crimes políticos, por causa do qual ganhou enorme repúdio internacional. Mesmo assim, os carrascos estão protegidos por esta lei. Isso não pode ser modificado. Entretanto, qualquer parlamento democrático pode derrogar uma lei, e criar outra que não proteja atrocidades.
Investigar Tudo
O juiz membro da CNV tirou novos coelhos de sua cartola. Disse que “Toda violação dos direitos humanos será investigada,” se referindo à necessidade de apurar também as “violações” aos DH cometidas pela guerrilha. (sic)
O bacharelismo faz confundir palavras com coisas. A expressão Direitos Humanos, na forma em que foi definida pelas Nações Unidas após a 2ª Guerra, é um termo técnico que indica os direitos básicos da pessoa humana (à vida, à integridade física e psíquica, à liberdade, à dignidade e outros).
A defesa desses direitos consiste na ação, jurídica, política ou de outra índole, contra os setores que possuem impunidade para violá-los, ou seja: o Estado e as forças paraestatais (parapoliciais, jagunços, corporações, empresas, igrejas apoiadas pelo estado, e outros).
Neste sentido específico, bem conhecido, “direitos humanos” não são o mesmo que “todos os direitos onde os agentes envolvidos são seres humanos”. Se assim fosse, salvo os direitos dos animais (atualmente muito estudados), todos os direitos seriam humanos.
Estacionar em local reservado é violar o direito de alguém (um humano, claro!), que era proprietário da vaga invadida. Um comerciante  viola o direito econômico (também humano), quando dá 10 centavos a menos no troco. A crença de que os direitos humanos são “qualquer coisa”, parece provir de uma confusão semântica dos leguleios ou, para sermos mais exatos, da simulação de que não estão entendendo seu significado, para fazer com que os algozes levem a melhor parte.
Isto me fez lembrar o prefeito de uma cidade do NO do México, que fez arrancar todas as árvores da prefeitura e mandou os funcionários estudar suas raízes. Explicou assim sua decisão: “Hoje, a profe de meu filho lhe mandou encontrar a raiz quadrada”.
Nenhuma comissão pode pesquisar as violações aos DH de pessoas sem poder, que estão fora dos setores dominantes, por razões bem simples:
1)    A Violação aos DH só pode ser feita de maneira sistemática por um aparato organizado, como a Inquisição, a Polícia, os Exércitos, os mercenários armados, etc., etc., etc.  As forças públicas podem matar, numa hora de bombardeio, tantas pessoas como um grupo particular, digamos al-Qai’dah, mata numa década.
Um particular que mata outro numa briga qualquer, por razões x ou y, está violando o direito dessa pessoa a viver, mas não é um violador dos DH no sentido do direito humanitário. A palavra “humano” é tão confusa para este magistrado da CNV, como a palavra “raiz” para o prefeito mexicano.
2)    As Comissões de Verdade, Justiça, Memória, etc., por simples definição, não são formas paralelas da polícia, do Detran, ou da Guarda Municipal. Elas são totalmente especializadas e têm como única e absoluta função investigar os crimes cometidos pelos agentes do Estado, apurando sua intensidade, gravidade, autoria, circunstâncias e punibilidade.
Além destas duas, há numerosas razões de mérito sobejamente sabidas: o diferente papel do estado e do indivíduo, a total desproporção entre os supostos crimes das vítimas e as aberrações dos carrascos, e o fato óbvio de que qualquer violação supostamente cometida pelas vítimas foi retaliada com penas atrozes muito além do mais aberrante código penal. Observem que não estamos falando nada sobre a superioridade de uma ideologia sobre outra.
Dividir os Brasileiros
Os algozes e seus marqueteiros temem que as investigações dividam os brasileiros. Ou seja, bizarramente, eles supõem que tortura e massacre mantêm a unidade!
O assunto da divisão da sociedade pretensamente criada pelas Comissões de Verdade foi explorado em todos os países que tiveram genocídios, para impedir que estes fossem apurados, e sempre coloca a mesma descerebrada ladainha.
A resposta a esta charada é trivial. A sociedade já está dividida. É óbvio que os torturadores e assassinos de centenas de pessoas indefensas estão em outra parte da divisão que aquelas que arriscaram suas vidas (e, às vezes, as perderam), para salvar seus companheiros. Um hierarca do DEOPS está bem no outro extremo da divisão que alguém alvejado pelo chumbo militar, quando participava da captura de um embaixador que financiava tormentos e massacres.
Aliás, coitada a sociedade sem diversidades! Isso só poderia ser bom num planeta perfeito, se existisse. Mas, mesmo assim, exigir essa unidade sugere o fetichismo nacionalista: por arte de mágica, é suficiente traçar uma fronteira num mapa, para que todos os que estão dentro sejam iguais.  A Unidade, pregada pelos fascistas e imperialistas é um eufemismo para um termo bem mais exato: totalitarismo.
O ex-ministro de defesa reconheceu que a CNV tinha sido negociada com os militares, e que foi prometido a eles que se investigariam os crimes dos “dois lados”. Ou seja, esta Comissão, como tantas outras, foi criada para acalmar as vítimas e não ofender os vitimadores. Entretanto, se surgir uma autêntica viligância popular, com ajuda internacional, a atividade da CNV pode tornar-se séria.
Lembremos que a CONADEP da Argentina foi criada como um simples espantalho. De 12 membros, apenas um, o filósofo Gregório Klimovsky (1922-2009), tinha tido contínua participação na defesa dos DH, mas não a nível internacional. Os outros eram politiqueiros, leguleios, líderes religiosos, e até colaboradores da ditadura. Apesar disso, o estado conseguiu, 27 anos depois, punir mais do 1% dos algozes, e quase 10% dos altos quadros.
Se não houver outras consequências, pelo menos, a CNV já está gerando consciência e ação política em muitos jovens, que se manifestam contras as atrocidades cometidas antes de seu nascimento. Ao mesmo tempo, surgem comissões estaduais e, como componente muito original, propõe-se a formação de uma CV para a Universidade de São Paulo, uma instituição que foi o celeiro dos ideólogos do fascismo na região.
Outro fato importante é que os blogues de ódio já manifestam seu medo. Eles dizem: “a esquerda vai difundir mentiras, que, após muito martelar, vão ser aceitas como verdades.”
Curiosamente, nós não temos esse medo. Eles podem falar as suas “verdades” e nós ficaremos contentes de que tenham podido expressar-se. Apenas veremos se a sociedade as engole.
*GilsonSampaio

Entrevista bomba com Cláudio Guerra, ex-delegado do DOPS, autor do livro 'Memórias de uma guerra suja'

 

Via Observatório da Imprensa
Alberto Dines entrevistou o ex-delegado do Dops Cláudio Guerra para o Observatório da Imprensa na TV exibido pela TV Brasil na terça-feira (5/6). Ele é o personagem central do livro Memórias de uma guerra suja, dos jornalistas Rogério Medeiros e Marcelo Netto, no qual relata assassinatos e torturas de que participou durante a ditadura militar e que serão investigados pela Comissão da Verdade.
O matador é agora pastor da Assembleia de Deus. Nesta entrevista exclusiva, a primeira depois da publicação do livro, ele não se furta em relatar as memórias de sangue que guarda dos anos de chumbo da repressão política. Veja a entrevista.
*GilsonSampaio

"Petrobrax"

 

Via Brasil de Fato
Tentativas de sufocar a empresa e até de difamar a imagem da companhia perante a sociedade eram evidentes
Redação
A Petrobras foi uma das poucas empresas estatais que não foi completamente vendida no governo FHC, muito em função da resistência dos petroleiros e de setores da sociedade.
No entanto, as tentativas de sufocar a empresa e até de difamar a imagem da companhia perante a sociedade eram evidentes. Diversos acidentes macularam a empresa naquela época.
A gestão do PSDB da empresa começou em 1995 com cerca de 60 mil trabalhadores. Em oito anos, nenhum concurso público para contratação foi realizado. Ao final da gestão, a empresa tinha reduzido o seu quadro de funcionários pela metade. Além disto, os funcionários da empresa passaram oito anos sem ter reajuste, nem da inflação. A gestão atual da Petrobras conseguiu aumentar o número de trabalhadores para cerca de 70 mil e repôs as perdas salariais.
De acordo com Sérgio Motta, um dos homens fortes do governo FHC, a gestão  tucana tinha o objetivo de desmontar a Petrobras “osso por osso”. Os tucanos chegaram a mudar o nome da empresa para “Petrobrax”, para tornar a marca mais “atrativa” para o mercado internacional.
*GilsonSampaio

O MENSALÃO CHEIROSO DO EDURATO AZEREDO ENTRA NA PAUTA DO STF


Mensalão mineiro entra na pauta do STF na quarta
Esquema foi usado para alimentar a campanha do tucano Eduardo
Azeredo à reeleição em 1998, relator do caso é o ministro Ayres
Britto
O fantasma que assombra os tucanos está previsto para entrar na pauta do Supremo Tribunal Federal da próxima quarta-feira (6). O chamado mensalão mineiro foi um suposto esquema de financiamento irregular – com recursos públicos e doações privadas ilegais – à campanha de reeleição, em 1998, do então governador mineiro e atual deputado federal Eduardo Azeredo. O esquema teria sido montado pelo empresário Marcos Valério. O relator é o ministro Ayres Britto.
Em denúncia apresentada em novembro de 2007 ao STF, o procurador-geral da República denunciou que o esquema criminoso, que veio a ser chamado de “valerioduto tucano”, foi “a origem e o laboratório” de outro escândalo que assombra a República e provocou o recente bate-boca entre o ex-presidente Lula e o ministro do STF Gilmar Mendes: o mensalão do PT.
O recurso que será julgado pela corte suprema é de natureza civil e envolve a acusação de mau uso de dinheiro público (improbidade administrativa). Foi apresentado por Eduardo Azeredo e pelo ex-presidente da Copasa, Ruy Lage. Os dois se debatem contra despacho que determinou a remessa à Justiça Estadual de Minas Gerais da ação civil pública por supostos atos de improbidade administrativa praticados em 1998 durante a campanha eleitoral de Azeredo.
No recurso, o que será discutido é se há ou não o chamado foro privilegiado (prerrogativa de foro) para os casos de autoridades que respondem ações cíveis de improbidade administrativa. Hoje, os casos de improbidade são julgados pela justiça estadual. Uma mudança no entendimento do Supremo provocaria efeitos não apenas no caso do mensalão mineiro, mas atingiria várias autoridades que respondem pela mesma infração, transferindo todos esses casos para o STF.
O Ministério Público Federal sustenta que a frustrada campanha à reeleição de Azeredo foi alimentada com recursos da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), Comig (Companhia Mineradora de Minas Gerais) e Bemge (Banco do Estado de Minas Gerais), captados a título de promoção de um evento esportivo, o “Enduro Internacional da Independência”.
Os recursos teriam saído principalmente da Copasa, estatal de saneamento mineira, repassados  às empresas de Marcos Valério, um dos donos das agências de publicidade e finalmente chegado à campanha tucana em Minas. Segundo a acusação, a SMP&B, agência de Marcos Valério levantou empréstimos junto ao Banco Rural para aplicar na campanha de Azeredo, e essas dívidas foram liquidadas com os recursos públicos.
Entre os réus apontados pelo MPF estão Marcos Valério, o então tesoureiro da campanha, Cláudio Mourão, e o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, atual presidente do PSB em Minas Gerais, que seria o coordenador da campanha de Azeredo - Walfrido nega. A defesa do ex-ministro alega que ele não participou da campanha. A de Valério diz que o empresário não recebeu dinheiro público.
O procurador-geral da República deu parecer contra recurso. O processo foi apresentado em mesa do STF para julgamento em 15 de dezembro de 2006. Poderia ter sido julgado pelo plenário na sessão de 16 de maio deste ano. Por maioria, o tribunal decidiu adiar, ficando vencido o ministro Marco Aurélio. Agora não dá mais para protelar o julgamento. Fonte 247.
*GilsonSampaio

Navio do Brasil grava 320 invasões aéreas de Israel no Líbano

Via BBC Brasil
Luis Kawaguti

Fragata Liberal (F43). Foto: Marinha/Divulgação
A fragata Liberal substituiu a fragata União na missão de paz no Líbano em maio
O navio de guerra brasileiro da missão de paz da ONU no Líbano registrou 320 invasões do espaço aéreo libanês por aviões militares de Israel nos últimos seis meses.
Segundo a diplomacia israelense, os voos têm caráter defensivo. Seu objetivo seria coletar informações sobre supostos foguetes do Hezbollah que poderiam atingir Israel.
Contudo, esses voos militares violam a resolução do Conselho de Segurança da ONU que estabeleceu um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah em 2006 e proíbe forças armadas estrangeiras de entrar no Líbano sem autorização do governo.
As 320 invasões aconteceram entre novembro de 2011 e maio de 2012, segundo o contra-almirante Wagner Lopes de Moraes Zamith, comandante da Força Tarefa Naval da ONU . Em média, elas representam mais de 12 invasões por semana.

Os voos suspeitos foram registrados pelo radar da fragata brasileira "União" e também gravados em imagens pela tripulação. Foram flagrados principalmente aviões de caça, de reabastecimento e "drones" - os aviões militares não tripulados.
"As violações de espaço aéreo são frequentes. Nosso navio tem capacidade de detectar essa atividade aérea. Inclusive isso é uma atividade subsidiária nossa que é muito bem-vinda pela Unifil (missão de paz da ONU no Líbano)", afirmou Zamith à BBC Brasil.
Radares
Os sobrevoos irregulares de Israel sobre áreas libanesas acontecem ao menos desde a retirada das tropas israelenses do sul do Líbano em 2000.
Eles são registrados pela ONU por meio de um radar terrestre instalado no quartel general da Unifil em Naqoura, no norte do país.
Porém, segundo Zamith, o equipamento não tem alcance adequado para monitorar a região próxima à fronteira com Israel.
O posicionamento da fragata brasileira durante missões no litoral sul do Líbano desde o fim do ano passado ampliou a capacidade de detecção da missão e possibilitou o atual registro de flagrantes.
Reação
Avião de carga e reabastecimento Hércules, israelense
Avião israelense de reabastecimento e carga, Hércules C-130, sobrevoa Hebron
Depois de captadas, as informações sobre os voos suspeitos são analisadas pela Unifil - que verifica se de fato houve violação do espaço aéreo.
Em seguida, a missão faz protestos formais ao Conselho de Segurança da ONU, exigindo que as IDF (Forças de Defesa de Israel) parem com os abusos.
"Esses voos violam a resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU. Eles estão minando nossa credibilidade junto à população do sul do Líbano", afirmou à BBC Brasil Andrea Tenenti, o porta-voz da Unifil.
Segundo ele, a ação diplomática é a única reação possível da Unifil, pois seu mandato não permite o uso da força para impedir as violações israelenses - a menos em caso de ataque a capacetes azuis.
A Força Tarefa Naval da ONU existe desde 2006. Desde que o Brasil assumiu o comando da frota no ano passado, um único incidente envolvendo forças navais das Nações Unidas e aviões de Israel foi registrado, em 2011.
Um caça israelense invadiu o espaço aéreo libanês e sobrevoou um navio de guerra da esquadra internacional. Na linguagem naval, esse tipo de ação é considerada atitude hostil.
A ONU entrou em contato com Israel e o caso foi tratado como um mal-entendido.
Defesa de Israel
Segundo o diplomata Alon Lavi, porta-voz da embaixada israelense no Brasil, foi o Hezbollah quem violou a resolução do Conselho de Segurança da ONU com violência praticada dentro do Líbano.
Segundo ele, Israel teria informações de inteligência segundo as quais o grupo extremista xiita estaria estocando foguetes em áreas libanesas.
Outro motivo para os voos seriam "ameaças abertas" feitas por líderes do Hezbollah de atacar cidades israelenses.
"Israel tem a obrigação de obter informações de inteligência sobre esses foguetes porque eles estão apontados para a nossa população de novo", disse.
"É por isso que Israel tem feito voos no espaço aéreo do Libano, mas não temos propósitos ofensivos. A prova disso é que nenhum lugar no Líbano foi ameaçado ou atacado", disse.
Segundo ele, apesar de não haver registro de ataques recentes do Hezbollah, os voos israelenses continuam acontecendo com o caráter de monitoração.
Já para o diplomata Jimmy Douaihy, encarregado da embaixada libanesa, os voos violam a soberania do Líbano. Segundo ele, não há sentido na afirmação de que eles ocorrem em defesa contra o Hezbollah.
"Há tropas das Nações Unidas lá (sul do Líbano). Eles é que monitoram a área e não levantaram esse tipo de atividade", afirmou.
Ele também afirmou que as violações da soberania libanesa por Israel ocorreriam também pelas fronteiras terrestre e marítima. "Desde 2006 foram mais de 10 mil violações. Acontece quase todo dia. Já apresentamos várias queixas ao Conselho de Segurança (da ONU)", disse.
Ciclos
O contra-almirante Zamith afirmou que os voos israelenses têm características de ações de reconhecimento. Segundo ele, a atividade israelense no espaço aéreo libanês varia de acordo com a conjuntura política da região.
"As situações aqui são cíclicas, às vezes pioram e às vezes melhoram. Obviamente, nos momentos em que a situação do entorno regional se agrava, a tendência é que essas atividades aéreas também aumentem proporcionalmente", disse.
Lavi afirmou, por sua vez, que a relação entre as forças de Israel e os militares brasileiros atuando no Líbano é "muito boa e próxima".
*GilsonSampaio

quarta-feira, junho 06, 2012


Cesar Maia, ex-prefeito do Rio, tem direitos políticos suspensos por cinco 5 anosCesar Maia (DEM) teve direitos políticos suspensos

  • Cesar Maia (DEM) teve direitos políticos suspensos
O TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) condenou o ex-prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM), três instituições e mais três pessoas a restituir aos cofres públicos a quantia de R$ 149 mil. Além disso, o político também teve os direitos políticos suspensos por cinco anos.

Maia, a Rio-Urbe (Empresa Municipal de Urbanização) e seu ex-presidente Jorge Roberto Fortes; Gerônimo de Oliveira Lopes e Lourenço Cunha Lana, respectivamente diretor de administração financeira e assessor jurídico da Rio-Urbe; a empresa Studio G Construtora Ltda e a Mitra Arquiepiscopal do Rio de Janeiro deverão pagar, individualmente, multa civil no mesmo valor da quantia acima.

Em 2004, o então prefeito do Rio autorizou a liberação da verba para a empresa de urbanismo contratar a construção da Igreja de São Jorge em Santa Cruz.

Segundo o juiz Ricardo Starling Barcellos, da 13ª Vara de Fazenda Pública da capital, ao utilizar dinheiro público para a construção de um templo de uma única religião, os réus violaram a Constituição Federal, que proíbe o Estado de subvencionar qualquer culto religioso, ficando, assim, configurado o ato de improbidade administrativa.

Jorge Roberto, Gerônimo Lopes e Lourenço Lana também tiveram os direitos políticos suspensos pelo prazo de cinco anos, bem como tiveram a proibição de contratarem com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios pelo mesmo prazo.

Maia contesta

À reportagem do UOL, o ex-prefeito Cesar Maia afirmou estranhar a decisão judicial e disse que durante a sua gestão reformou algumas igrejas da cidade com gasto superior ao investido na Igreja de São Jorge, que levou à sua condenação. "Eu mesmo na prefeitura, através da Fundação Roberto Marinho, fiz a restauração da Igreja Nossa Senhora do Carmo. E foram R$ 12 milhões, muito mais que os R$ 150 mil da capelinha de São Jorge, em Santa Cruz", contou.

Maia disse que participou de audiências anteriores sobre o caso e não foi questionado. Segundo ele, a promotora afirmou que "todo o processo estava financeiramente correto". O ex-prefeito informou que irá recorrer da decisão judicial que o fez perder os direitos políticos. "Essa tese do MP de que o estado é laico e não pode aplicar em Igrejas seja qual for, vai terminar, se for mantida em outras instâncias, no STF [Supremo Tribunal Federal]. Serão milhares de casos pelo Brasil afora. Só não sei o que isso tem a ver com mandato", encerrou.

Questionado sobre a diferença entre reformar uma igreja de valor histórico, como a Nossa Senhora do Carmo, citada por ele, e construir uma nova, fato que acabou levando à sua condenação, Maia disse: "E iluminar a entrada das igrejas evangélicas e católicas? E reformar sem este valor? Uma capelinha requerida pela comunidade em base a emenda de um vereador tem dimensão diferente? E aplicar numa procissão ou culto público? E quando se trata de um patrimônio de uma Igreja como uma rádio ou TV?", atacou.
A reportagem do UOL tentou contato com a arquidiciose do Rio de Janeiro, mas a resposta foi de que o "expediente jurídico" já havia encerrado e ninguém falaria sobre o caso.
(Com informações de Felipe Martins, do Rio de Janeiro)

Polêmicas entre Cesar Maia e Garotinho

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Brasil de Fato lança “Especial Privataria Tucana”

 
do Brasil de Fato

Após dois meses de campanha, o jornal Brasil de Fato encerrou, no dia 31 de maio, a arrecadação de fundos para levar o conteúdo do livro A Privataria Tucana a todos os recantos do Brasil.
Graças à colaboração de 497 brasileiras e brasileiros, nos foi possível arrecadar um total de R$ 56.883,13 – o que nos possibilitou a impressão de 400 mil jornais que já estão sendo distribuídos gratuitamente por várias regiões do país.
O jornal especial, obviamente, não reproduz todo o livro. Mas, com esta edição, o Brasil de Fato pretende somar-se ao corajoso e incansável trabalho feito pela blogosfera (blogueiros progressistas) na tarefa de popularizar as denúncias feitas pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr. em seu livro.
Mais do que isso, o especial conclama a população a pressionar os parlamentares para que instalem uma CPI da privataria tucana, no Congresso, em Brasília.
Você que contribuiu e que deseja receber em sua casa alguns exemplares, por favor, entre em contato com o jornal pelo email juliana@brasildefato.com.br
O jornal Brasil de Fato agradece a tod@s na certeza de que a divulgação do conteúdo desse livro é um grande serviço à sociedade brasileira, pois, acreditamos ser necessário que a população brasileira saiba quem sucateou e roubou o patrimônio público desse país, construído e legado pelas gerações que nos antecederam.
*Turquinho

Hollande volta a permitir que franceses se aposentem aos 60 anos

Divulgação
Foto: Divulgação

Da Redação do SUL21

O presidente da França, François Hollande, cumpriu nesta quarta-feira (6) a promessa feita durante a campanha eleitoral e anunciou que os franceses poderão se aposentar aos 60 anos e não mais aos 62, como havia fixado o ex-presidente Nicolas Sarkozy. A mudança na faixa etária para a aposentadoria foi um dos temas polêmicos durante a campanha presidencial. A decisão foi anunciada pela ministra dos Assuntos Sociais, Marisol Touraine, depois da reunião do Conselho de Ministros.
A ministra disse que a medida deve beneficiar cerca de 110 mil trabalhadores até o final de 2013 e causar um impacto de 1,1 bilhão de euros apenas neste ano e chegar a 3 bilhões até 2017 – quando acaba o mandato do presidente Hollande.
De acordo com dados do governo, os franceses favorecidos pela mudança são aqueles que começaram a trabalhar antes dos 19 anos e sempre contribuíram com a Previdência Social. Na prática, a medida exige que o trabalhador tenha contribuído por, no mínimo, 41 anos com a Previdência Social.
A ministra disse que a decisão é “uma medida de justiça para aqueles que foram mais duramente penalizados com a reforma de 2010” – que elevou de 60 para 62 anos a idade mínima para a aposentadoria.
A reforma anunciada hoje autoriza ainda que as mulheres tenham uma licença-maternidade de seis meses, e o direito de os desempregados recebam benefícios por dois trimestres. Segundo a ministra, as medidas passam a valer a partir de novembro.
Com informações da Agência Brasil
*Turquinho

El Gran Proyecto Secreto