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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, junho 19, 2012

A Carta do Cacique Seattle, em 1855


Em 1855, o cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou esta carta ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), depois de o Governo haver dado a entender que pretendia comprar o território ocupado por aqueles índios. Faz mais de um século e meio. Mas o desabafo do cacique tem uma incrível atualidade.

A carta: "O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra. O grande chefe assegurou-nos também da sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Nós vamos pensar na sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra. O grande chefe de Washington pode acreditar no que o chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na mudança das estações do ano. Minha
palavra é como as estrelas, elas não empalidecem.

Como se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode então comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre as coisas do nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na crença do meu povo.

Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual ao outro. Porque ele é um estranho, que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, nem sua amiga, e depois de exaurí-la ele vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu pai sem remorsos. Rouba a terra de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos. Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende.

Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o zunir das asas dos insetos. Talvez por ser um selvagem que nada entende, o barulho das cidades é terrível para os meus ouvidos. E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo à noite? Um índio prefere o suave sussurro do vento sobre o espelho d'água e o próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de pinho. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar, animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo, ele é insensível ao mau cheiro.

Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo que possa ser de outra forma. Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais valioso que um bisão, que nós, peles vermelhas matamos apenas para sustentar a nossa própria vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo quanto acontece
Os nossos filhos viram os pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio e envenenam seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias. Eles não são muitos. Mais algumas horas ou até mesmo alguns invernos e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nestas terras ou que tem vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar, sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.

De uma coisa sabemos, que o homem branco talvez venha a um dia descobrir: o nosso Deus é o mesmo Deus. Julga, talvez, que pode ser dono Dele da mesma maneira como deseja possuir a nossa terra. Mas não pode. Ele é Deus de todos. E quer bem da mesma maneira ao homem vermelho como ao branco. A terra é amada por Ele. Causar dano à terra é demonstrar desprezo pelo Criador. O homem branco também vai desaparecer, talvez mais depressa do que as outras raças. Continua sujando a sua própria cama e há de morrer, uma noite, sufocado nos seus próprios dejetos. Depois de abatido o último bisão e domados todos os cavalos selvagens, quando as matas misteriosas federem à gente, quando as colinas escarpadas se encherem de fios que falam, onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águias? Terão ido embora. Restará dar adeus à andorinha da torre e à caça; o fim da vida e o começo pela luta pela sobrevivência.

Talvez compreendêssemos com que sonha o homem branco se soubéssemos quais as esperanças transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais visões do futuro oferecem para que possam ser formados os desejos do dia de amanhã. Mas nós somos selvagens. Os sonhos do homem branco são ocultos para nós. E por serem ocultos temos que escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos na venda é para garantir as reservas que nos prometeste. Lá talvez possamos viver os nossos últimos dias como desejamos. Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nunca esqueça como era a terra quando dela tomou posse. E com toda a sua força, o seu poder, e todo o seu coração, conserva-a para os seus filhos, e ama-a como Deus nos ama a todos. Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por Ele. “Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum."
*Jose C.B
Walter Fanganiello Maierovitch :  Brava Erundina. Parabéns pela postura ética inquebrantável



Brava Erundina. Parabéns pela postura ética inquebrantável. Erundina não se curva e atua sempre no interesse público.

Gente honesta como Vossa Excelência e que pensa na nação e no compromisso com os seus eleitores, não aceita aliança com quem, se sair do Brasil, será preso como delinquente internacional por lavar dinheiro sem origem lícita. 


Valeu. Não nos decepcionou.




 
*Mariadapenhaneles
 
 

O poema musicado 'O Navio Negreiro'


Nassif

Julian Assange escapa de prisão domiciliar e pede asilo ao Equador

Via Ópera Mundi
Fundador do Wikileaks estava detido no Reino Unido sob ameaça de ser extraditado para a Suécia
Após ter sua extradição para a Suécia determinada em última instância pela Justiça britânica, o fundador do Wikileaks, Julian Assange, escapou de sua prisão domiciliar e se alojou na Embaixada do Equador no Reino Unido. Ele agora pede asilo político ao governo de Rafael Correa.
A informação é do chanceler do Equador, Ricardo Patiño, que informou nesta terça-feira (19/06) que o jornalista australiano solicitou asilo político ao país. De acordo com o diplomata, o requerimento já está sendo avaliado.
Patiño disse à imprensa que Assange enviou uma carta ao presidente do país andino, Rafael Correa, na qual afirma que existe "perseguição" política contra ele.
Efe
"A perseguição da qual sou alvo em diversos países deriva não só de minhas ideias e ações, mas de meu trabalho ao publicar informações que comprometem os poderosos, de publicar a verdade e, com isso, desmascarar corrupção e graves abusos aos direitos humanos ao redor do mundo", diz Assange na carta lida pelo chanceler equatoriano.
No documento, Assange diz que considera "impossível" o retorno a seu país de origem após a "lamentável declaração efetiva de abandono" recebida pelo governo da Austrália.
A Corte Suprema britânica anunciou na última quinta-feira (14/06) que o recurso feito por Assange após ser condenado à extradição para a Suécia foi negado. A partir de agora não restam mais possibilidades de reversão da sentença do jornalista dentro da Justiça do Reino Unido.
Com a apelação julgada “sem mérito” pelos magistrados britânicos e com a autorização para extradição, a equipe de advogados de Assange havia ficado apenas com a opção de recorrer à Corte Europeia de Direitos Humanos em Estrasburgo.
"A Corte Suprema do Reino Unido desestimou o pedido apresentado por Dinah Rose, advogada do Sr. Julian Assange, que buscava reabrir sua apelação", declarou a máxima instancia judicial do país na ocasião.
Os magistrados haviam aprovado a extradição de Assange no fim do último mês de maio. Contudo, sua defesa decidiu reabrir imediatamente a causa requerendo a revisão da sentença que autorizava a extradição.
O fundador do WikiLeaks, que revelou milhares de documentos confidenciais da cúpula política, diplomática e militar dos EUA, foi detido em Londres mediante uma  ordem de extradição movida pelas autoridades da Suécia. Durante todo o decorrer de seu julgamento, viveu sob fortes medidas de segurança na mansão de um amigo seu no sudeste da Inglaterra. Ele recorreu da decisão ao Supremo depois de o Tribunal Superior aprovar seu envio à Estocolmo em novembro do ano passado.
*Com informações da Efe.
*GilsonSampaio

Erundina deixa chapa de Haddad após aliança do PT com Maluf


Erundina deixa chapa de Haddad após aliança do PT com Maluf
19 de junho de 2012  18h04  atualizado às 18h33

Não gostei, disse Haddad sobre desistência de Erundina. Foto: Léo Pinheiro/Terra
"Não gostei", disse Haddad sobre desistência de ErundinaFoto: Léo Pinheiro/Terra


MARINA NOVAES
Direto de São Paulo
A deputada federal Luiza Erundina (PSB) abandonou a chapa majoritária de Fernando Haddad (PT) e não concorrerá à vice-prefeitura de São Paulo nas eleições de outubro. O próprio Haddad confirmou a informação, depois de receber telefonema do governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos. A ex-prefeita ficou incomodada com a aliança firmada na segunda-feira entre PT e PP, do também deputado federal e ex-prefeito Paulo Maluf (PP).
"Não gostei. Evidentemente eu queria que ela permanecesse. Mas vou respeitar a decisão dela. Nós não esperávamos por isso. Por isso mesmo, não temos um plano B."
Apesar de ter perdido a pré-candidata a vice, Haddad afirma que segue contando com o PSB. "O governador Eduardo Campos me garantiu que a aliança com o PSB estará mantida em qualquer hipótese", disse o ex-ministro da Educação.
Haddad disse ainda que Erundina foi avisada sobre as chances "concretas" de o PT se aliar ao PP. "O próprio PSB já havia avisado ela sobre essa possibilidade de apoio do PP. A primeira coisa que eu fiz foi avisá-la sobre essa possibilidade. (...) Mas ela nunca colocou essa condição (de o PT não se aliar ao PP)", disse.
*Terra

Os abusos, os erros e as mentiras da grande mídia brasileira: da Escola Base ao "Mensalão"


*Opensadordaaldeia

Charge do Dia






«A promoção de lançamento de uma loja de discount na localidade fronteiriça de Süderlügum (norte da Alemanha), mobilizou dezenas de alemães e dinamarqueses prontos a despirem-se para conseguirem encher os carrinhos de compras com o que estava prometido aos primeiros clientes do supermercado.» [Diário Digital]


*Jumento

Com seios de fora, mulheres fazem manifestação na Rio +20

COM BANDEIRAS E CARTAZES, ELAS CRITICAVAM O MODELO DE ECONOMIA VERDE DEFENDIDO NA CONFERÊNCIA
Agência Brasil - A Marcha Mundial das 
Mulheres no Brasil promoveu hoje (18) uma manifestação no Largo da Carioca, no centro da capital Fluminense. O ato começou com uma caminhada pelas principais vias da região central da cidade, começando no Sambódromo, passando pela Avenida Presidente Vargas, provocando um engarrafamento de 8 quilômetros, segundo a Companhia de Tráfego do Rio (Cet-Rio).
Após a manifestação no Largo da Carioca, elas seguiram para o Parque do Flamengo, onde está sendo realizado a Cúpula dos Povos, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Com bandeiras e cartazes, as mulheres criticavam o modelo de economia verde defendido na conferência.
"Nós temos que mudar esse modelo, porque o capitalismo é baseado justamente no lucro, e esse mecanismo vai explorar cada vez mais a natureza e o trabalho de homens e mulheres", disse Nalu Faria, coordenadora da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil.
No Largo da Carioca, as mulheres promoverem debates e atividades culturais referentes aos temas discutidos na Rio+20. O Batalhão de Choque da Polícia Militar, a Guarda Municipal e agentes da Cet-Rio acompanharam a caminhada, mas nenhum incidente foi registrado.