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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, junho 19, 2012

Erundina deixa chapa de Haddad após aliança do PT com Maluf


Erundina deixa chapa de Haddad após aliança do PT com Maluf
19 de junho de 2012  18h04  atualizado às 18h33

Não gostei, disse Haddad sobre desistência de Erundina. Foto: Léo Pinheiro/Terra
"Não gostei", disse Haddad sobre desistência de ErundinaFoto: Léo Pinheiro/Terra


MARINA NOVAES
Direto de São Paulo
A deputada federal Luiza Erundina (PSB) abandonou a chapa majoritária de Fernando Haddad (PT) e não concorrerá à vice-prefeitura de São Paulo nas eleições de outubro. O próprio Haddad confirmou a informação, depois de receber telefonema do governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos. A ex-prefeita ficou incomodada com a aliança firmada na segunda-feira entre PT e PP, do também deputado federal e ex-prefeito Paulo Maluf (PP).
"Não gostei. Evidentemente eu queria que ela permanecesse. Mas vou respeitar a decisão dela. Nós não esperávamos por isso. Por isso mesmo, não temos um plano B."
Apesar de ter perdido a pré-candidata a vice, Haddad afirma que segue contando com o PSB. "O governador Eduardo Campos me garantiu que a aliança com o PSB estará mantida em qualquer hipótese", disse o ex-ministro da Educação.
Haddad disse ainda que Erundina foi avisada sobre as chances "concretas" de o PT se aliar ao PP. "O próprio PSB já havia avisado ela sobre essa possibilidade de apoio do PP. A primeira coisa que eu fiz foi avisá-la sobre essa possibilidade. (...) Mas ela nunca colocou essa condição (de o PT não se aliar ao PP)", disse.
*Terra

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