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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, junho 24, 2012

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou neste domingo a retirada do embaixador venezuelano no Paraguai e a interrupção do envio de petróleo, após a destituição, na sexta-feira, do presidente Fernando Lugo pelo Senado paraguaio.


Chávez ordena retirada de embaixador do Paraguai e interrompe envio de petróleo

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou neste domingo a retirada do embaixador venezuelano no Paraguai e a interrupção do envio de petróleo, após a destituição, na sexta-feira, do presidente Fernando Lugo pelo Senado paraguaio.

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"Sentimos muito, mas não apoiaremos, de forma alguma, esse golpe de Estado", afirmou Chávez nas cerimônias de comemoração do 191º aniversário da batalha de Carabobo, em que tropas separatistas derrotaram as tropas espanholas.
"Digo ao ministro da Energia, Rafael Ramírez, que interrompa o envio de petróleo fruto do acordo energético de Caracas", declarou o presidente, arrancando aplausos entre os presentes.
Chávez voltou a classificar de "golpe de Estado ilegal e inconstitucional" o julgamento que destituiu Lugo, e assinalou que "sempre que a burguesia e a direita governam, acontecem essas coisas".
O presidente da Venezuela referiu-se a Franco como "o usurpador" que presume ter "salvo o Paraguai de se tornar um satélite chavista".
"Foi o mesmo que disseram quando derrubaram Zelaya (ex-presidente de Honduras). Usam a mim como desculpa. Veja você, são os mesmos que tornaram o Paraguai uma colônia ianque por vários anos", alfinetou.

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