Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, junho 25, 2012

Irmandade Muçulmana elege presidente do Egito, a contragosto dos EUA e Israel

 

vi no osamigosdopresidentelula

O candidato da Irmandade Muçulmana, Mohammed Mursi, venceu a eleição presidencial no Egito.

Ele conquistou 51,7% dos votos na disputa contra o ex-premiê do antigo presidente Mubarak (o preferido dos EUA e Israel).

A Irmandade Muçulmana opõe-se às tendências seculares de algumas nações islâmicas e rejeita influências ocidentais. Defende a jihad (guerra santa), que inspirou desde grupos insurgentes islâmicos, até os mais radicais classificados pelos EUA como terroristas.

Há décadas, a Irmandade Muçulmana está muito envolvida na política, mas também atua fortemente no campo social, da caridade e nos sindicatos profissionais.

Mohamed Mursi fez campanha se apresentando como o "único candidato com um programa islamita" e partidário de um "projeto de renascimento" baseado nos princípios do islã. Mas prometeu garantias de governar respeitando a todos, para conquistar o voto das minorias cristãs e de jovens seculares.

Prometeu:
- preservar as conquistas da primavera árabe;
- trabalhar pela liberdade, pela democracia e pela paz;
- garantir os direitos da minoria cristã;
- servir a todos os egípcios, seja qual for sua opção política ou religiosa.
- não obrigar as mulheres a utilizar o véu;
- relações "mais equilibradas" com Washington;
- revisar o tratado de paz com Israel se os Estados Unidos bloquearem sua ajuda ao Egito;

Venceu o "PIG" egípicio

"Resistimos (à campanha negativa) dos meios de comunicação", explica à AFP Essam al-Eriane, vice-presidente da estrutura política da Irmandade, o Partido da Liberdade e da Justiça (PLJ).

Mursi dirige o PLJ, de longe o principal partido do país, e que obteve quase a metade dos assentos do parlamento após as recentes eleições legislativas.
A eleição foi invalidada em meados de junho pelo Tribunal Constitucional devido a irregularidades na lei eleitoral.

Perfil:

Mursi tem 60 anos, engenheiro graduado em 1975 na Universidade do Cairo. Em 1982 completou um doutorado na Universidade da Carolina do Sul (Estados Unidos).

Nenhum comentário:

Postar um comentário