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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, junho 19, 2012

Com seios de fora, mulheres fazem manifestação na Rio +20

COM BANDEIRAS E CARTAZES, ELAS CRITICAVAM O MODELO DE ECONOMIA VERDE DEFENDIDO NA CONFERÊNCIA
Agência Brasil - A Marcha Mundial das 
Mulheres no Brasil promoveu hoje (18) uma manifestação no Largo da Carioca, no centro da capital Fluminense. O ato começou com uma caminhada pelas principais vias da região central da cidade, começando no Sambódromo, passando pela Avenida Presidente Vargas, provocando um engarrafamento de 8 quilômetros, segundo a Companhia de Tráfego do Rio (Cet-Rio).
Após a manifestação no Largo da Carioca, elas seguiram para o Parque do Flamengo, onde está sendo realizado a Cúpula dos Povos, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Com bandeiras e cartazes, as mulheres criticavam o modelo de economia verde defendido na conferência.
"Nós temos que mudar esse modelo, porque o capitalismo é baseado justamente no lucro, e esse mecanismo vai explorar cada vez mais a natureza e o trabalho de homens e mulheres", disse Nalu Faria, coordenadora da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil.
No Largo da Carioca, as mulheres promoverem debates e atividades culturais referentes aos temas discutidos na Rio+20. O Batalhão de Choque da Polícia Militar, a Guarda Municipal e agentes da Cet-Rio acompanharam a caminhada, mas nenhum incidente foi registrado.

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