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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, junho 19, 2012

Pinheirinho: Representação ao CNJ pede punição a membros do Judiciário

por Conceição Lemes
Juristas e representantes de entidades de defesa dos direitos humanos têm audiência nesta terça-feira 19, às 11h, com a ministra Eliana Calmon, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília.
É para entregar à corregedora nacional de Justiça representação contra estas quatro autoridades do Judiciário paulista:
Ivan Sartori, presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo
Rodrigo Capez, juiz assessor da presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo
Marcia Faria Mathey Loureiro, juíza da 6ª Vara Cível de São José dos Campos
Luiz Beethoven Giffoni Ferreira, juiz da 18ª Vara Cível do Fórum Central João Mendes Júnior
A representação visa à apuração das responsabilidades disciplinares deles na desocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos.
Assinam a representação:
Fábio Konder Comparato, professor titular da Faculdade de Direito da USP
Dalmo Dallari, professor titular da Faculdade de Direito da USP
Celso Antonio Bandeira de Mello, professor titular de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
Cezar Britto, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Federal)
CSP Conlutas
Associação de Moradores do Pinheirinho
Terra de Direitos
Associação Democrática por Moradia e Direitos Sociais
Leia também:

http://www.viomundo.com.br/denuncias/pinheirinho-representacao-ao-cnj-pede-punicao-a-membros-do-judiciario.html

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