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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, junho 20, 2012


Como voar usando jatos d’água

Para quem não está satisfeito em apenas nadar na superfície da água ou mergulhar no fundo do marchegou o insano Jetovator, uma espécie de veículo que usa água sob altíssima pressão como propelente. É um jetpack movido a água elevado ao quadrado.
A engenharia do dispositivo permite que você sente nele como se fosse uma motocicleta e os jatos de água dirigíveis permitem uma série de manobras inclusive voos de até de 9m de altura. Dá para entender porque os caras do vídeo abaixo estão usando capacete. Além disso é possível mergulhar a até 3m de profundidade, mas não é aconselhável, pois você pode estourar seus tímpanos sem equalizar o ar dos ouvidos.
A parte negativa é que você necessita estar permanentemente conectado a um barco com um poderoso motor que pressuriza a água a estes níveis.
Custa 9 mil USD nos EUA, cerca de R$ 18 mil, e não inclui o barco-motor. Por esta quantidade de cascalho talvez seja melhor comprar um veículo com motor próprio como um jetski ou uma Vespa.



*Nina

 

Ahmadinejad critica megalomania dos países ricos na Rio+20

Com discurso predominantemente religioso, Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, afirma na Rio 20: Nos reunimos hoje para remediar as velhas feridas .... Foto: Daniel Ramalho/Terra
Com discurso predominantemente religioso, Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, afirma na Rio 20: "Nos reunimos hoje para remediar as velhas feridas da sociedade mundial, para um futuro melhor"
Foto: Daniel Ramalho/Terra

Angela Chagas
Direto do Rio de Janeiro
Em um dos discursos mais aguardados do primeiro dia de reunião dos chefes de Estado na Rio+20, o presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad aproveitou os 15 minutos de sua fala para criticar os países ricos. "Nesta ordem mundial, um grupo minoritário de nações desenvolvidas está sempre impondo padrões e os outros precisam seguir seus passos. Esses eventos resultam do mesmo processo de megalomania pelo lucro, que dominou a mente dos mestres escravocratas, e que tem íntima relação com o sistema capitalista atual", disse na tarde desta quarta-feira.
Após protestos de ativistas dos direitos humanos contra a sua visita no Rio de Janeiro, o iraniano não poupou críticas ao modelo econômico atual, que, segundo ele, é responsável pela situação crítica do planeta em relação ao meio ambiente. "As regras da imoralidade levam-nos ao fracasso", disse ao citar como exemplo os longos períodos de colonialismo e escravidão e as guerras "injustas", como a do Vietnã. "Isso levou a níveis escabrosos de pobreza no mundo e foi responsável pela depredação dos recursos da natureza em escala global".
Ao fazer referências a Alá, ele disse que é preciso pensar em um novo modelo econômico baseado na justiça social. "Temos que aspirar um plano para um mundo mais justo e igualitário. O ser humano hoje é definido como um ser cujas preocupações estão no ganho, no lucro, na matéria". "Esses grupos minoritários se consideram superiores e impõe seu planos aos outros para seguir na busca incessante pelos seus interesses egocêntricos, a dispensa de povos menos poderosos. Essa é a ordem do mundo atual", criticou.
"Não devemos buscar a hegemonia às custas de outros povos. Há uma ideia de subserviência de algumas nações sobre outras, e isso levou a níveis escabrosos de pobrezas no mundo. Hoje, qualquer implementação de qualquer estratégia é um plano na mesma direção da mesma estratégia que dominou o mundo. As Nações Unidas, o Banco Mundial, estas são instituições que fazem parte dessa estratégia, precisamos alterar o padrão de comportamento delas", disse o presidente iraniano.
"No passado, nos reunimos aqui. Depois de muitos anos percebemos que a ordem internacional tinha fracassado em seus objetivos para o planeta. Nosso mundo precisa de planos inovadores. A brecha cada vez maior entre norte e sul, as crises, como de família, crises econômicas e os padrões de moralidade cada vez menores resultam da ordem internacional que prevalece ainda no mundo. Nos reunimos hoje para remediar as velhas feridas da sociedade mundial, para um futuro melhor."
Sobre a Rio+20
Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.
Depois do período em que representantes de mais de 100 países discutiram detalhes do documento final da Conferência, o evento se prepara para ingressar na etapa definitiva. De quarta até sexta, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Rio+20 com a presença de diversos chefes de Estado e de governo de países-membros das Nações Unidas.
Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Além disso, houve impasse em relação ao texto do documento definitivo. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.
*Terra

A descriminalização da maconha no Uruguai

 

Por Gerson
De Sul 21
Mujica quer legalizar venda e controle da maconha pelo Estado no Uruguai
Da Redação
Os principais veículos de comunicação do Uruguai afirmam que hoje à noite o presidente José Mujica irá anunciar um pacote de 16 medidas que fazem parte da guerra deflagrada pelo governo ao consumo e ao tráfico de cocaína, que tem gerado um aumento da violência no país. Uma dessas medidas será o controle e a comercialização da maconha por parte do Estado, como forma de fazer com que os usuários não tenham que recorrer a bocas de fumo para adquirir a substância e, assim, financiarem esses traficantes e ficarem suscetíveis à oferta de cocaína e outras drogas mais pesadas.
Mujica já vinha elaborando um projeto de lei nesse sentido junto a integrantes do seu gabinete de segurança e a um conjunto de técnicos de outras áreas. O texto ainda precisará passar por votações no Senado e na Câmara dos Deputados. O site de notícias Subrayado antecipou a informação nesta terça-feira (19) e detalhou as intenções do governo.
O projeto pretende criar um cadastro nacional de usuários de maconha, que poderiam comprar de forma legal e a preços acessíveis até 40 cigarros por mês para consumo individual – limite estabelecido por médicos, segundo o governo uruguaio. O Estado exerceria o controle de qualidade da substância e sobretaxaria os cigarros com um imposto destinado destinado à reabilitação de dependentes químicos. Ainda não se sabe, porém, onde serão vendidos os cigarros de maconha.
Em uma entrevista concedida no dia 25 de maio ao jornal Brecha, o presidente José Mujica disse que, pessoalmente, não tem uma posição favorável à legalização da maconha, mas considerou que não tem autoridade moral para impedir o uso, já que sempre fumou cigarro. “Não tenho uma posição favorável, mas não tenho autoridade moral para impedir que se cultive, já que fumei tabaco durante toda a minha vida. Vou agora ser um velho conservador? Mas, como tudo na vida, deve haver limites. Não há problema em se fumar um par de baseados, mas, claro, não é o mesmo que passar o dia inteiro chapado”, disse o presidente na ocasião.
*LuisNassif

Dilma e seus companheiros em interrogatório em 1972 Imagem&Visions


Quem controla o nosso futuro?!


Um documento da Rockfeller Foudation intitulado "Cenários de Futuro na Tecnologia e Desenvolvimento Internacional", (Link para o pdf) traça vários cenários, de entre os quais, um em que nos Jogos Olímpicos de 2012 em Londres, morrem 13.000 pessoas.

Outra previsão preocupante refere-se a uma pandemia que infecta cerca de 20% da população mundial.

Devido a esta pandemia, a Fundação Rockfeller descreve como os cidadãos irão ter um governo mais autoritário e um controlo mais apertado em todos os aspectos da vida, incluindo identificações biométricas para todos.


A Olimpíada de 2012 em Londres

No mesmo documento é "prevista" uma década "doom" entre 2010 e 2020. Será chamada dizem,  a "Década Doom", por causa de ondas de ataques terroristas, desastres naturais, colpasos financeiros e revoltas civis.
Nas Olimpíadas traçam um cenário em em que ataque de bio-terroristas matam 13.000 pessoas logo seguido por um terramoto na Indonésia, com 40.000 vítimas mortais, um tsunami que devasta quase todas as vidas humanas na Nicarágua e o regresso da fome na China, causada por uma seca, esta ligada claro está, às alterações climáticas.








Espelhando acontecimentos na vida real, o documento também prevê que em 2015 uma grande parte das forças armadas dos EUA ,"sejam chamadas  de países como o Afeganistão para serem colocadas no interior dos EUA".  Aparentemente o "Posse Comitatus" deixará de ser uma preocupação.

Em 2015, os EUA direccionam  uma grande parte de seus gastos para a defesa de interesses nacionais, saindo do Afeganistão, onde os Taliban tomam de novo o poder..

O documento descreve como as nações perderão poder sobre as suas próprias finanças, devido à enorme dívida, aparentemente entregando a soberania financeira para os tecnocratas bancários, Como está a acontecer.

Mas o documento não refere apenas a estes tópicos. A desconfiança crescente em vacinas é referida no documento Rockefeller, onde afirmam que devido à corrupção nos organismos nacionais e globais,  tais como a OMS, "falsas" vacinas irão resultar em mortes em massa. Segundo eles,  a desconfiança de um grande número de pais pelas vacinas será tal, que estes vão contornar o problema evitando-as, o que irá provocar uma subida da mortalidade  infantil  para níveis nunca  vistos desde os anos 1970.

No contexto dos Sistemas de Saúde fracos, corrupção e falta de atenção para padrões tanto dentro dos países como a partir de organismos mundiais como a Organização Mundial de Saúde vacinas contaminadoas entram nos sistemas Públicos de Saúde de vários Países em África.

Em 2021, 600 crianças na Costa do Marfim morrem de uma falsa vacina contra Hepatite B, que não é nada, em comparação com o escândalo provocado por mortes em massa, devido a anti-maláricos contaminados com drogas posteriores e por durante alguns anos.  As mortes e os escândalos resultantes afectam fortemente a confiança pública na administração da vacina, e assim os pais não só em África mas em outros Continentes, começaram a evitar a vacinação de seus filhos. Não tardará muito que a mortalidade suba em flecha.

A Tecnologia torna-se-à uma arma cada vez mais poderosa na batalha da "Década Doom", com o ciberterrorismo e organizações mafiosas de hackers cada vez mais generalizadas. Uma previsão preocupante descrita no documento é o que se refere ao "Bio-Hacking", "Biotech feito em casa" e ainda aos OGM. Tudo isto fará com que os apoiantes da globalização, dêem o passo em frrente rumo ao Transhumanismo.Curiosamente, nem todo o "hacking" é ruim.


Organismos Geneticamente Modificados (OGM) e  (DIY) biotecnologia do-it-yourself  tornam-se  actividades em laboratórios de quintal e garagem, produzindo avanços importantes. Em 2017, uma rede de cientistas renegados africanos que  retornam aos seus países de origem depois de trabalhar em multinacionais ocidentais, apresentam o primeiro de uma série de novos OGM que impulsiona a produtividade agrícola no Continente.

Assim como o desejado pelos globalistas há mais de cem anos, o Mundo desenvolvido começa a regredir de volta ao feudalismo, com o crescente fosso entre o rico e o pobre para níveis não vistos há centenas de anos: a classe média torna-se extinta.

Os ricos vivem em autênticas  fortalezas futuristas, enquanto os pobres são forçados a viver e mover-se em guetos. Em 2030, o documento refere que os termos de nações "desenvolvidas" e "em desenvolvimento"  deixam de ser relevantes ou distinguíveis.


A Fundação descreve que  o colapso da sociedade resulta num êxodo das zonas urbanas para as rurais, por questão de sobrevivência. Os ambientes urbanos não são os mais indicados para o cultivo de alimentos e as pessoas não conseguirão ser auto-suficientes.

A  previsão de que só os muito ricos terão a capacidade de viajar, também não foi esquecida; como os preços sobem rapidamente e as restrições em nome da segurança atingem níveis tão elevados, que os pobres simplesmente não podem viajar a partir das suas comunidades.




Mas passou a ser.
O documento diz ainda como sobreviverão os "smarts" aos dissabores que são previstos.


Conclusão

Tal como com outros documentos, como os divulgados pela RAND  (Link para o PDF, os mais curiosos e corajosos poderão dar uma vista de olhos) do Ministério da Defesa do Reino Unido, estes documentos com cenários são uma "janela" para os grupos de reflexão que ajudam os eventos mundiais a tomar forma. Os documentos são sempre retratados como previsões simples, mas, é importante perceber que muitos destas previsões têm sido assustadoramente precisas no passado e deve portanto  ser considerado, que  tais eventos se poderão desenrolar no futuro próximo. 
*guerrasilenciosa

O prémio Nobel da morte


O prestigioso diario New York Times costuma verificar minuciosamente suas fontes e contrastar por várias vias as informações que lhe transmitem, assim como não torná-las públicas até demonstrar que são efectivamente verídicas. Contudo, a grave acusação a que me refiro não recebeu desmentido por parte da Casa Branca nem suscitou ameaças de litígio legal e só provocou um embaraçoso silêncio confirmatório, bem como o desinteresse cúmplice de numerosos media internacionais.

A reportagem jornalística assegura que Barack Obama aprova directamente os nomes das pessoas que devem ser "neutralizadas", por constituírem um perigo para a segurança nacional do seu país, em qualquer parte do mundo. Estas sentenças extrajudiciais letais, e não recorríveis, são tomadas pelo presidente, mediante video-conferências, depois de ouvir as recomendações de um painel de uma centena de especialistas que analisam as biografias dos objectivos vivos. A tarefa de seleccionar as vítimas, e executá-las em caso positivo, cabe, segundo a informação, à CIA nos casos do Afeganistão e Paquistão, e ao Pentágono quando se trata do Iémen e zonas vizinhas.

Este poder sobre a vida e a morte, reservado aos antigos deuses e imperadores, foi dado ao líder norte-americano em virtude, se é que se pode usar esta palavra, de várias ordens presidenciais emitidas pelo seu antecessor George W. Bush, em plena histeria pós 11 de Setembro. Estas autorizavam a utilização de execuções extrajudiciais, a tortura e os maus-tratos em interrogatórios e o sequestro de pessoas na luta contra o "terrorismo internacional". E é a partir desta aberrante cobertura legal, totalmente unilateral e incontrolável, que se armou esta espécie de "Operação Condor" actualizada (e os latino-americanos sabem bem, à força de desaparecidos, a que me refiro) que deu lugar a uma longa lista de assassinatos ou a uma extensa e mundial rede criminosa de sequestros com os seus consequentes centros clandestinos de detenção e tortura – da qual Guantánamo é apenas a ponta do icebergue. O actual presidente norte-americano, pelo que se vê, não só não aboliu as citadas resoluções como também, como se fosse O Padrinho, de Coppola, ocupa-se pessoalmente de dirigir esta espécie de sindicato do crime. Trata-se na realidade de uma verdadeira organização terrorista internacional, terrorismo de estado no seu conceito mais puro e autêntico.

Não sei se depois de tomar decisões tão mortais e tão sérias este homem, evidentemente afável, de palavra fácil e sorriso agradável, ungido, pelo que se lê, com o poder sobrenatural de conceder o direito à vida ou à morte, pensará, ainda que por um breve e efémero instante, nas consequências mais que previsíveis das suas decisões. Refiro-me ao que cinicamente os seus porta-vozes oficiais denominam "danos colaterais", ou seja, que para abater um suposto inimigo haja que bombardear, ponhamos como exemplo, uma festa de casamento, uma aldeia ou um mercado, e que em reiteradas ocasiões a longa lista de vítimas inclua crianças, mulheres, anciãos. O já bem conhecido e constante reconhecimento por parte do exército dos EUA de "erros" em bombardeamentos com aviões não tripulados, conhecidos como drones, e os consequentes pedidos de desculpas revelam portanto, neste contexto, a sua verdadeira natureza. Simplesmente não há erros, matam-se civis e inocentes conscientemente e isto é só a parte suja e desagradável de uma "política". Uma política dirigida e verificada directamente pelo presidente dos estado-unidenses.

É de supor, pelas referências publicadas no New York Times, que os objectivos humanos perseguidos são pessoas de organizações ligadas a essa nebulosa que se conhece como Al Qaeda, ou de grupos afins a esse mundo. Neste sentido, torna-se mais que oportuna sublinhar que numerosas provas e documentos demonstram que estas organizações e personagens foram apoiados, financiados e armados, durante as décadas de 70 e 80 do século passado, pelos próprios norte-americanos e seus aliados, as monarquias autocráticas do Golfo Pérsico, como ferramentas da guerra fria anti-soviética no mundo muçulmano. O resultado foi algo assim como os corvos que acabam por bicar as mãos que lhes deram de comer.

Contudo, pressupor limites, regras e zonas territoriais nesta política criminosa, ou que todos são da Al Qaeda, pode resultar tão escorregadio e equívoco como tentar entender os arrevesados caminhos pelos quais muitas vezes transitam os chamados serviços de inteligência e seus sórdidos argumentos de segurança nacional ou assuntos de estado. Para além de constatar que o governo estado-unidense, sob a plena responsabilidade do seu presidente de turno, viola constantemente a soberania de países com os quais mantém relações, inclusive relações boas, como o Paquistão, Iémen ou Afeganistão (e quem sabe quantos mais), ou que comete crimes de lesa humanidade contrariando normas e tratados internacionais, com a anuência (e certamente com a necessária participação) de uma boa parte dos seus aliados europeus e organismos internacionais, a responsabilidade pessoal do sr. Obama sugere-me muito mais dúvidas do que certeza. Na minha mente, adestrada em questionamentos, acumulam-se muitas perguntas até agora sem respostas. Contudo, estou certo de que os documentos, que desclassificarão dentro de alguns anos, nos esclarecerão adequadamente todas as incógnitas – ainda que nessa altura já será demasiado tarde para todos. Para amostra, bem valem as revelações a posteriori de que a CIA praticou profusamente o magnicídio, leia-se o assassinato de dirigentes e líderes internacionais, supostamente inimigos dos EUA, nos anos 60 e 70 do século XX por ordem das suas autoridades máximas.

As atribuições (i)legais de Barack Obama referem-se só ao sistema planetário da Al Qaeda ou incluem outras organizações e pessoas que nada têm a ver com esse mundo? Os inimigos a abater também podem ser autoridades e sistemas políticos de países e nações? Mais concretamente, Barack Obama autorizou pessoalmente o derrube e assassinato de Muammad Al Kadafi? O presidente deu sinal verde para abrissem a caixa de Pandora (aquela que contem todos os males) na Síria? Autorizou ou deu aprovação aos seus eficientes serviços para que organizem planos de magnicídio ou derrube de regime contra dignitários latino-americanos inamistosos, incómodos ou indomáveis, como por exemplo o presidente venezuelano Hugo Chávez ou o equatoriano Rafael Correa (que diversos meios de inteligência estado-unidenses consideram o cérebro – velado – da rebelião latino-americana)? Este Nobel da Paz deu sua anuência a Israel (ainda que tenha sido com um ligeiro gesto de cabeça) para o assassinato selectivo e contínuo de cientistas iranianos vinculados ao programa de desenvolvimento civil da energia nuclear...? Perguntas e mais perguntas, dúvidas, interrogações com respostas certamente comprometedoras, questionamentos todos muito legítimos à luz das revelações do New York Times e do que a história contemporânea dos EUA nos ensina.

Finalmente, não sei o que admirar mais neste concurso de cínicos e malditos amparados no seu poder absoluto e portanto na impunidade: se a íntima foto familiar que se tira a Barack Obama depois de mandar "matar", a "sempre sincera" preocupação de Hillary Clinton pelos direitos humanos, dos humanos que vivem em lugares contrários e sempre distantes como China, Irão, Rússia, Síria, Cuba... ou as últimas desculpas dos porta-voz militar gringo de turno pelas crianças e mulheres mortas "acidentalmente" em alguns desses escuros e remotos lugares do mundo, onde segundo eles residem os maus deste filme.

Proponho muito sinceramente que a Academia sueca institua o Nobel da Morte e do Cinismo. Candidatos é que não faltam nestes tempos e já tenho uma lista de propostas encabeçada muito (in)dignamente por Barack Obama.
 
por José Miguel Arrugaeta  Historiador

O original encontra-se em www.resumenlatinoamericano.org


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Dez factos chocantes sobre os Estados Unidos



1. Maior população prisional do mundo
Elevando-se desde os anos 80, a surreal taxa de encarceramento dos EUA é um negócio e um instrumento de controle social: à medida que o negócio das prisões privadas alastra-se como uma gangrena, uma nova categoria de milionários consolida seu poder político. Os donos destas carcerárias são também, na prática, donos de escravos, que trabalham nas fábricas do interior das prisões por salários inferiores a 50 cents por hora. Este trabalho escravo é tão competitivo, que muitos municípios hoje sobrevivem financeiramente graças às suas próprias prisões, aprovando simultaneamente leis que vulgarizam sentenças de até 15 anos de prisão por crimes menores como roubar chicletes. O alvo destas leis draconianas são os mais pobres, mas, sobretudo, os negros, que representando apenas 13% da população norte-americana, compõem 40% da população prisional do país.
2. 22% das crianças americanas vive abaixo do limiar da pobreza.
Calcula-se que cerca de 16 milhões de crianças norte-americanas vivam sem “segurança alimentar”, ou seja, em famílias sem capacidade econômica para satisfazer os requisitos nutricionais mínimos de uma dieta saudável. As estatísticas provam que estas crianças têm piores resultados escolares, aceitam piores empregos, não vão à universidade e têm uma maior probabilidade de, quando adultos, serem presos.
3. Entre 1890 e 2012, os EUA invadiram ou bombardearam 149 países.
O número de países nos quais os EUA intervieram militarmente é maior do que aqueles em que ainda não o fizeram. Números conservadores apontam para mais de oito milhões de mortes causadas pelo país só no século XX. Por trás desta lista, escondem-se centenas de outras operações secretas, golpes de Estado e patrocínio de ditadores e grupos terroristas. Segundo Obama, recipiente do Nobel da Paz, os EUA conduzem neste momente mais de 70 operações militares secretas em vários países do mundo. O mesmo presidente criou o maior orçamento militar norte-americano desde a Segunda Guerra Mundial, superando de longe George W. Bush.
4. Os EUA são o único país da OCDE que não oferece qualquer tipo de subsídio de maternidade.
Embora estes números variem de acordo com o Estado e dependam dos contratos redigidos por cada empresa, é prática corrente que as mulheres norte-americanas não tenham direito a nenhum dia pago antes ou depois de dar à luz. Em muitos casos, não existe sequer a possibilidade de tirar baixa sem vencimento. Quase todos os países do mundo oferecem entre 12 e 50 semanas pagas em licença maternidade. Neste aspecto, os Estados Unidos fazem companhia à Papua Nova Guiné e à Suazilândia.
5. 125 norte-americanos morrem todos os dias por não poderem pagar qualquer tipo de plano de saúde.
Se não tiver seguro de saúde (como 50 milhões de norte-americanos não têm), então há boas razões para temes ainda mais a ambulância e os cuidados de saúde que o governo presta. Viagens de ambulância custam em média o equivalente a 1300 reais e a estadia num hospital público mais de 500 reais por noite. Para a maioria das operações cirúrgicas (que chegam à casa das dezenas de milhar), é bom que possa pagar um seguro de saúde privado. Caso contrário, a América é a terra das oportunidades e, como o nome indica, terá a oportunidade de se endividar e também a oportunidade de ficar em casa, torcendo para não morrer.
6. Os EUA foram fundados sobre o genocídio de 10 milhões de nativos. Só entre 1940 e 1980, 40% de todas as mulheres em reservas índias foram esterilizadas contra sua vontade pelo governo norte-americano.
Esqueçam a história do Dia de Ação de Graças com índios e colonos partilhando placidamente o mesmo peru em torno da mesma mesa. A História dos Estados Unidos começa no programa de erradicação dos índios. Tendo em conta as restrições atuais à imigração ilegal, ninguém diria que os fundadores deste país foram eles mesmos imigrantes ilegais, que vieram sem o consentimento dos que já viviam na América. Durante dois séculos, os índios foram perseguidos e assassinados, despojados de tudo e empurrados para minúsculas reservas de terras inférteis, em lixeiras nucleares e sobre solos contaminados. Em pleno século XX, os EUA iniciaram um plano de esterilização forçada de mulheres índias, pedindo-lhes para colocar uma cruz num formulário escrito em idioma que não compreendiam, ameaçando-as com o corte de subsídios caso não consentissem ou, simplesmente, recusando-lhes acesso a maternidades e hospitais. Mas que ninguém se espante, os EUA foram o primeiro país do mundo oficializar esterilizações forçadas como parte de um programa de eugenia, inicialmente contra pessoas portadoras de deficiência e, mais tarde, contra negros e índios.
7. Todos os imigrantes são obrigados a jurar não ser comunistas para poder viver nos EUA.
Além de ter que jurar não ser um agente secreto nem um criminoso de guerra nazi, vão lhe perguntar se é, ou alguma vez foi membro do Partido Comunista, se tem simpatias anarquista ou se defende intelectualmente alguma organização considerada terrorista. Se responder que sim a qualquer destas perguntas, será automaticamente negado o direito de viver e trabalhar nos EUA por “prova de fraco carácter moral”.
8. O preço médio de uma licenciatura numa universidade pública é 80 mil dólares.
O ensino superior é uma autêntica mina de ouro para os banqueiros. Virtualmente, todos os estudantes têm dívidas astronômicas, que, acrescidas de juros, levarão, em média, 15 anos para pagar. Durante esse período, os alunos tornam-se servos dos bancos e das suas dívidas, sendo muitas vezes forçados a contrair novos empréstimos para pagar os antigos e assim sobreviver. O sistema de servidão completa-se com a liberdade dos bancos de vender e comprar as dívidas dos alunos a seu bel prazer, sem o consentimento ou sequer o conhecimento do devedor. Num dia, deve-se dinheiro a um banco com uma taxa de juros e, no dia seguinte, pode-se dever dinheiro a um banco diferente com nova e mais elevada taxa de juro. Entre 1999 e 2012, a dívida total dos estudantes norte-americanos cresceu à marca dos 1,5 trilhões de dólares, elevando-se assustadores 500%.
9. Os EUA são o país do mundo com mais armas: para cada dez norte-americanos, há nove armas de fogo.
Não é de se espantar que os EUA levem o primeiro lugar na lista dos países com a maior coleção de armas. O que surpreende é a comparação com outras partes do mundo: no restante do planeta, há uma arma para cada dez pessoas. Nos Estados Unidos, nove para cada dez. Nos EUA podemos encontrar 5% de todas as pessoas do mundo e 30% de todas as armas, algo em torno de 275 milhões. Esta estatística tende a se elevar, já que os norte-americanos compram mais de metade de todas as armas fabricadas no mundo.
10. Há mais norte-americanos que acreditam no Diabo do que os que acreditam em Darwin.
A maioria dos norte-americanos são céticos. Pelo menos no que toca à teoria da evolução, já que apenas 40% dos norte-americanos acreditam nela. Já a existência de Satanás e do inferno soa perfeitamente plausível a mais de 60% dos norte-americanos. Esta radicalidade religiosa explica as “conversas diárias” do ex-presidente Bush com Deus e mesmo os comentários do ex-pré-candidato republicano Rick Santorum, que acusou acadêmicos norte-americanos de serem controlados por Satã.
Ainda haverá quem acredite que 

 

Project for the New American Century

 

PNAC, terminou em 2006?

 

Está-lhes no sangue...


Bispo argentino é flagrado com mulher em praia no México .




BUENOS AIRES — O Vaticano estuda nesta quarta-feira se vai punir ou forçar renúncia de Fernando María Bargalló, bispo da Diocese de Marlo-Moreno, em Buenos Aires, e presidente da Cáritas na América Latina e Caribe. Bargalló foi fotografado abraçado com uma mulher em um resort de luxo na costa mexicana. Os dois teriam um romance há meses.
Bargalló, de 59 anos, garante que a mulher é apenas uma amiga de infância. A Santa Sé já foi avisada das imagens do bispo. Segundo fontes eclesiásticas citadas pela agência argentina Diários y Notícias, Bargalló pode ser destituído do cargo imediatamente. Outras pessoas próximas ao caso, no entanto, dizem que o bispo já tinha apresentado sua demissão antecipada “para evitar um escândalo ainda maior”.
As imagens, que mostram o bispo junto com uma mulher na praia de Puerto Vallarta, no México, teriam sido tiradas em janeiro do ano passado. A mulher nas fotos seria uma empresária do ramo da gastronomia, dona de restaurantes em Buenos Aires.
A divulgação das imagens causou revolta entre membros da Igreja e políticos, sobretudo porque Bargalló, que também chefia a Cáritas na Argentina, contestou várias vezes o governo de Buenos Aires por políticas sociais e mais atenção aos setores mais pobres do país. Muitos se perguntam quem pagou o custo das férias em um resort de luxo. Além disso, a polêmica reacende a discussão sobre o celibato sacerdotal.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/bispo-argentino-flagrado-com-mulher-em-praia-no-mexico-5261125#ixzz1yM3GyWNK
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Fotos mostram bispo argentino abraçando loira em praia mexicana


O influente bispo Bargalló disse 
que a mulher é  amiga de infância
Uma emissora de TV a cabo da Argentina divulgou fotos nos quais aparece o bispo Fernando María Bargalló (foto), 57, presidente da organização Cáritas na América Latina, abraçando uma loira em trajes de banho em uma praia do México.

Bargalló confirmou que se encontrou com a mulher há dois anos “por coincidência”. Disse que se trata de uma “amiga de infância”, de uma família com quem tem amizade “a vida inteira”.

"Eu a conheço desde que me entendo por gente, e as imagens só podem ser explicadas no quadro de uma longa amizade."

Ele ele pediu desculpas pela “ambiguidade das fotos” e pelas conclusões “equivocadas” que elas podem suscitar. Garantiu que mantém fiel ao celibato.

O escândalo foi comunicado ao Vaticano pelo monsenhor Emil Paul Tscherrig, representante do papa na Argentina. Cogita-se a possibilidade de a Santa Sé exigir a renúncia de Bargalló da diocese de Merlo-Moreno, da província de Buenos Aires.
Encontro foi coincidência, diz bispo
Encontro ocorreu há dois anos
Com informação das agências.

TV mostra fotos do padre fundador de ordem com sua mulher e filha.

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Ex-pastor presbiteriano afirma sofrer perseguição por ter abandonado sua fé no cristianismo. Leia na íntegra




Ex-pastor presbiteriano afirma sofrer perseguição por ter abandonado sua fé no cristianismo. Leia na íntegra
O ex-pastor presbiteriano Josimar Álvaro dos Santos divulgou uma carta aberta à comunidade presbiteriana de Jaguapitã para revelar que tem sofrido perseguição por ter abandonado sua fé.
Em sua carta, Santos afirma que sua escolha não aconteceu de forma repentina: “Não acordei numa bela manhã de sol e decidi me tornar um agnóstico, foi um processo difícil! A cada descoberta ou a cada desconstrução produzida nesta busca, eu sentia um aperto no peito ao mesmo tempo que tal conhecimento me deslumbrava”.
A carta aberta, publicada no site ateu Bule Voador, traz a revelação que por conta de sua mudança, tem sido “repudiado” por evangélicos da cidade de Jaguapitã.
-Acreditei com devoção em tudo que pregava. Desejava intensamente formar uma igreja verdadeiramente bíblica, que honrasse a Deus em sua prática, mas, infelizmente, nunca consegui tal proeza. A igreja nunca se permitiu ser pastoreada de fato e sua liderança nunca esteve à altura de seu próprio discurso. Uma prova disso é a sede de sangue que algumas delas demonstraram possuir ao promoverem uma matéria repugnante contra mim num jornal da cidade e, como se não bastasse, distribuir panfletos pela cidade com o mesmo conteúdo – revela o ex-pastor Santos.
O agora Diretor de Cerimônias Humanistas da Liga Humanista Secular do Brasil (LiHS), uma entidade que congrega ateus e agnósticos formadores de opinião, afirma que um dos grandes motivos para abandonar sua fé foi a adesão doutrinária da Igreja Presbiteriana ao Calvinismo: “Desculpem-me pela sinceridade, mas cansei-me de servir uma igreja que ostenta ideais calvinistas, que crê na dupla predestinação, uma doutrina que afirma que Deus cria algumas pessoas já predestinadas ao inferno e outras ao céu”, frisa Santos.
Confira a íntegra da “Carta Aberta à Comunidade Presbiteriana de Jaguapitã”, escrita por Josimar Álvaro dos Santos:
Sei que é difícil de entender e até mesmo de aceitar que um pastor que alcançara muitas vidas para Jesus, agora apareça negando tudo aquilo que outrora pregava. Quero deixar claro que ninguém faz isso porque acha legal negar as coisas. Jamais quis ser repudiado por meus amigos e admiradores. Não acordei numa bela manhã de sol e decidi me tornar um agnóstico, foi um processo difícil! A cada descoberta ou a cada desconstrução produzida nesta busca, eu sentia um aperto no peito ao mesmo tempo que tal conhecimento me deslumbrava.
Muitos religiosos quando são confrontados com novos pensamentos, decidem fechar os olhos para não perderem o que construíram até o momento. Nas faculdades teológicas denominacionais, para que os alunos não sejam despertados ao conhecimento secular e ao livre pensamento, dificulta-se a leitura de livros progressistas e “liberais” afirmando que tais literaturas são perigosas e heréticas.
Minha conversão ao protestantismo se deu pelo intenso desejo da verdade. Sempre desejei ter encontrado na Igreja Presbiteriana a mais pura das verdades. Nunca fui desonesto com minha igreja devido minhas dúvidas em relação a algumas questões. Dúvidas todos temos e muitas delas não manifestamos para não colhermos os frutos amargos de árvores fundamentalistas.
Acreditei com devoção em tudo que pregava. Desejava intensamente formar uma igreja verdadeiramente bíblica, que honrasse a Deus em sua prática, mas, infelizmente, nunca consegui tal proeza. A igreja nunca se permitiu ser pastoreada de fato e sua liderança nunca esteve à altura de seu próprio discurso. Uma prova disso é a sede de sangue que algumas delas demonstraram possuir ao promoverem uma matéria repugnante contra mim num jornal da cidade e, como se não bastasse, distribuir panfletos pela cidade com o mesmo conteúdo.
Sofri muito ao tentar construir uma igreja minimamente decente. Poucos eram os membros dispostos a isso, os quais sempre agasalharei em meu coração, mesmo que me desconsiderem hoje.
Minhas decepções com a igreja me fizeram retomar a busca pelas respostas das questões polêmicas dos tempos de faculdade e de outras que foram surgindo durante minha vida pastoral. Foi então que conheci Nietzsche, filho e neto de pastor. Um filósofo que conhecia profundamente a bíblia e a teologia. Nietzsche me apresentou respostas consistentes e libertadoras através do seu O Anticristo e o Humano demasiado humano, que me salvaram do medo e da insegurança. Depois dele vieram outros como Schopenhauer, Bertrand Russell, Sócrates, os pré-socráticos e muitos outros. Até mesmo nossos contemporâneos, Richard Dawkins e Michel Onfray têm me influenciado muito. Claro que foram leituras muito superficiais, mas suficientes para trazerem respostas que não adquiri durante meus anos de leituras religiosas.
Alguns grupos também foram importantes nesse processo de mudança. O grupo irreligiosos, a LiHS (Liga Humanista Secular) e o The Clergy Project (Projeto Clero), criado pela Freedom From Religion Foundation e a Fundação Richard Dawkins. Todos tiveram um papel fundamental em minha vida nesse recomeço.
Desculpem-me pela sinceridade, mas cansei-me de servir uma igreja que ostenta ideais calvinistas, que crê na dupla predestinação, uma doutrina que afirma que Deus cria algumas pessoas já predestinadas ao inferno e outras ao céu. Numa definição simplista, que somos seres desprovidos de escolhas, incapazes de tomarmos nossas próprias decisões. Uma teologia que diz que o ser humano faz tudo o que Deus já predeterminou e nada mais. Não deixando espaço algum para o livre arbítrio. Me cansei de buscar uma explicação para isso. Não posso conceber a ideia de um deus que cria seres pensantes para proibi-los de pensar, criativos para proibi-los de criar e com corações para proibi-los de amar como bem entenderem. Não posso mais me alimentar de conceitos que subestimam a inteligência humana e que condenam aqueles que simplesmente balbuciam algumas contestações.
Estou enfastiado desse pensamento que julga como maior pecado o espontâneo ato de duvidar. Nunca olhei para a dúvida como sendo pecado, apenas como um ato de prudência e sobriedade. Posso afirmar que em minha caminhada como religioso nunca encontrei pecado mais malévolo que os dogmas. O dogma é o pai da intolerância, o fomentador de discórdias e guerras.
Sei que existem correntes que acreditam no livre arbítrio, mas isso só piorou minha situação. Não conseguia entender a bíblia apresentando um deus diferente a cada escorregar de versículos. Quem estuda a bíblia sabe do que estou falando. Em toda sua extensão ela apresenta um deus camaleão, que muda de “cor” conforme muda o agente do discurso.
Me indigna o fato de todas as denominações religiosas afirmarem que detêm a prerrogativa da verdade absoluta sobre a vida. Hoje as vejo como uma casa de almas pobres e ignorantes, que não conseguem ver que a única verdade absoluta é que não há verdade absoluta ao alcance dos nossos olhos. Se existe uma teia de pensamentos absolutos sobre a vida, ela transcende ontologicamente.
No divino retratado pelo humano, Hegel já dizia que este tem em sua natureza contradições, que está constituído de duas forças que determinam movimentos de direções opostas que existem ao mesmo tempo e resultam em um terceiro movimento de uma nova direção. É o problema da dialética da teodicéia, onde encontramos uma tese e uma antítese. A tese bíblica afirma que Deus é absolutamente bom em sua natureza, que não há maldade em seu pensamento, nem pecado em suas atitudes e que jamais criaria o mal. Também sustenta que ele é um ser onipotente, onisciente e onipresente, e que nada acontece no mundo senão pela sua soberana vontade. A antítese contrapõe esse argumento, deduzindo que, se tudo que existe, só pode existir pelas mãos de Deus, então Deus criou o mal e se não deseja eliminá-lo, ele próprio é mau. Mas como já dizia Hegel, duas proposições contrárias não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo. Uma proposição precisa ser eliminada, pois elas se contrapõem. Um novo movimento de uma nova direção se faz necessário diante desse dilema e é claro que esse novo movimento precisa ser construído fora do mundo bíblico e religioso.
Este nó, que os teístas judaico-cristãos não conseguem desatar é mais uma prova que o ser humano é incapaz de definir deus e seus atributos e que a bíblia, efetivamente, reverbera suas antinomias. Habacuque que o diga! Em Hc.1:13 ele deixa transparecer seu conflito quanto à teodicéia: “tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes contemplar; por que, pois, toleras os que procedem perfidamente e te calas quando o perverso devora aquele que é mais justo do que ele?”
Foi este conflito filosófico que me fez cair aos pés de grandes pensadores como Epicuro, que, caprichosamente, levantou a questão paradoxal acerca da relação de deus e o mal.
Enfim! Quero que todos compreendam que não estou me expondo com a intenção de me desfazer da igreja, também não é por arrogância ou insolência. Eu entendi que precisava fazer isto para não continuar prisioneiro do medo, pois quando nos rendemos a ele, temendo as perdas por causa do preconceito, somos acometidos pela angústia e a depressão que suga toda nossa alegria de viver.
Agora, quero ajudar outros pastores, padres e demais líderes religiosos a reencontrarem a alegria da vida.
Um carinhoso abraço a todos,
Josimar Álvaro dos Santos
diretor de cerimônias humanistas da Liga Humanista Secular do Brasil.
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