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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 03, 2013

Planalto em alerta: Dia da Pátria pode ser de guerra




Presidência da República recebe informes das áreas de segurança; previstas hostilidades entre grupos como o dos Anonymous e o dos Black Blocs contra militantes do PT que saírem às ruas; falta de bandeiras claras para protestos no 7 de setembro acentua inclinação para o vandalismo; desta vez, grupos de esquerda suspeitam que manifestações serão guiadas por adversários à direita; dirigente petista Valter Pomar convoca militância para dar resposta "forte e clara" aos protestos organizados por "direitistas em geral"; Palácio do Planalto monta esquema especial de segurança; vai adiantar?

3 DE SETEMBRO DE 2013

247 – As manifestações previstas para acontecer no dia Sete de Setembro podem se tornar um grande confronto entre grupos que têm organizado protestos nas redes sociais, como o do Anonymous e do Black Blocs, e militantes do PT. Foi o que detectou a área de segurança da presidência da República, por meio de monitoramento em redes como Facebook e Twitter, onde conseguiu perceber ameaças de radicalização por esses manifestantes.

Dois momentos do dia serão cruciais, de acordo com o estudo elaborado pelo governo federal: pela manhã, durante o desfile militar da Esplanada dos Ministérios, com a presença da presidente Dilma Rousseff, e durante o jogo entre Brasil e Austrália, também em Brasília, no Estádio Mané Garrincha, às 16h15. Conforme divulgou a Folha de S.Paulo nesta segunda-feira, o Planalto já mandou reforçar a segurança no desfile, antecipando atos de vandalismo.

O grupo Black Blocs, conhecido por destruir estabelecimentos que simbolizem o capitalismo, como agências bancárias, tem organizado para o feriado da Independência protestos em todo o País nas redes sociais. Já o Anonymous, famosos por utilizarem a máscara do personagem "V", popularizado pelo filme V de Vingança, convoca para o que chama de "o maior protesto da história do Brasil" – assista vídeo com a divulgação da pauta de reivindicações.

ARROGÂNCIA IMPERIAL, TIRO PELA CULATRA E OCASO MELANCÓLICO

Os Estados Unidos, com extrema arrogância, recusam-se a encarar a arapongagem  que praticam sob a ótica das leis internacionais. Mesmo agora, ao serem flagrados espionando ninguém menos do que a presidenta do Brasil, deixam claro que continuarão agindo de acordo com as próprias leis e o resto do mundo que se dane. 

Da mesma forma, o presidente Barack Obama considera que só precisa do aval do seu Congresso para ordenar bombardeios à Síria. Com isto, a ONU perde a razão de existir. 

Se tivessem um pingo de dignidade, as demais nações dela se retirariam, já que seu papel é apenas de figurantes, enquanto o protagonista aplica a seu bel prazer a lei do mais forte.

* * *

Se dúvida havia sobre a perda de mandato de João Paulo Cunha, Valdemar Costa Neto, Pedro Henry e José Genoíno, condenados à prisão como  mensaleiros, não há mais nenhuma. A péssima repercussão da lambança perpetrada pela Câmara Federal, ao permitir que o presidiário Natan Donadon continuasse deputado, selou-lhes o destino e fechou o caixão. 

Então, se houve quem tenha livrado a cara de Donadon para abrir um precedente favorável ao quarteto, deu um formidável tiro pela culatra.

Certos aprendizes de feiticeiro de Brasília continuam ignorando os humores do cidadão comum e a capacidade da indústria cultural, de amplificar rejeições ao máximo. 

Quem é burro, pede a Deus que o mate e ao diabo que o carregue...

* * *

A imprensa dá destaque excessivo ao julgamento do  mensalão, como se ainda existisse algum coelho para ser tirado da cartola. 

Não há. As condenações serão confirmadas e as penas, cumpridas. A esta altura do campeonato, qualquer outra decisão deixaria a imagem do STF em frangalhos. E os ministros estão bem cientes disto.

Os advogados deram o seu showzinho, mas de antemão sabiam que nada mudaria. Os acusados jogaram fora o dinheiro que melhor fariam se tivessem guardado para pagar as multas.

É comum os revolucionários, tendo meios para escapar, não cumprirem decisões judiciais que consideram injustas. A questão é: o Zé Dirceu e o Genoíno ainda se veem como tais? 

E há outro aspecto, o da própria injustiça. Pois a opção pela fuga só se justificaria na hipótese de inocência, não na de terem sido condenados por práticas nas quais quase todos os políticos incidem sem ser punidos. 

Incomoda-me muito, admito, a perspectiva de ver o Dirceu e o Genoíno presos. O simbolismo será deprimente ao extremo. Por mais que eles tenham se distanciado dos ideais de 1968, a direita vai celebrar como uma vitória sobre os revolucionários da nossa geração.  Posso imaginar o triunfalismo estampado na capa da Veja, que tanto fez para colocar o Dirceu no pelourinho, chegando até a espioná-lo da forma mais abjeta.
Sem afirmá-lo taxativamente, o Cesare Battisti várias vezes deu a entender que, caso se tornasse inexorável sua extradição, preferiria a morte do que oferecer a cabeça para ser exibida na sala de troféus do Berlusconi. 

Mas, claro, tudo depende da convicção íntima de cada um. 

Melhor teria sido se os ex companheiros jamais houvessem superestimado seu poder e exposto o flanco de forma tão temerária. Deram sopa pro azar e estão pagando caro por isso.
*naufragodautopia

EUA espionam Dilma. Cadê a reação?


Por Altamiro Borges

O programa Fantástico, da TV Globo, divulgou neste domingo (1) uma grave denúncia, que exige imediata e dura reação do governo brasileiro. Documentos classificados como ultrassecretos, que fazem parte de uma apresentação interna da Agência de Segurança Nacional (NSA), confirmam que a presidenta Dilma Roussef foi alvo direto de espionagem do governo dos EUA. Entrevistado pelo programa, o jornalista Glenn Greenwald, relata que recebeu os papéis das mãos de Edward Snowden - o ex-analista da CIA e da NSA que denunciou o esquema criminoso do império.

Segundo o jornalista, os papéis foram repassados na primeira semana de junho, quando ele esteve com Snowden em Hong Kong. "Ele me deu os documentos com todos os outros do pacote original", que tinha milhares de documentos secretos. Durante uma semana em Hong Kong, Glenn analisou os papéis com Snowden. Dias depois, o ex-técnico da CIA e da NSA fugiu para a Rússia, onde passou 38 dias na área de trânsito do aeroporto de Moscou, até obter asilo. O "Fantástico" inclusive conversou com Snowden por um programa de bate-papo protegido contra espionagem:

Como é que a gente pode avaliar o documento e saber se foram operações que foram consumadas, e não apenas projetos?

“Ficou muito claro, com esses documentos, que a espionagem já foi feita, porque eles não estão discutindo isso só como alguma coisa que eles estão planejando. Eles estão festejando o sucesso da espionagem”, afirmou Glenn.


Motivos políticos e comerciais

Os documentos revelam que a espionagem atingiu a presidenta Dilma e seus principais assessores. A apresentação interna da NSA é intitulada "filtragem inteligente de dados: estudo de caso México e Brasil". O órgão de espionagem se jacta de que o programa permite encontrar "agulha no palheiro", vasculhando milhares de mensagens nas redes de telefonia, internet, servidores de e-mail e redes sociais. Um dos documentos, de junho de 2012, revela que Dilma foi espionada com o objetivo de "melhorar a compreensão dos métodos de comunicação e dos interlocutores da presidente do Brasil e seus principais assessores". Um gráfico mostra toda a rede de comunicações da presidente com seus assessores. No gráfico, cada bolinha representa uma pessoa.

No mês passado, o jornal O Globo também revelou, por motivos ainda desconhecidos, que os EUA interceptam milhões de comunicações no Brasil. Na ocasião, o embaixador ianque no país, Thomas Shannon, negou que e-mails e telefonemas de brasileiros fossem espionados. Já a revista Época, do mesmo grupo midiático, publicou com exclusividade uma carta comprovando que a espionagem dos EUA também tinha objetivos comerciais. Nela, o próprio Thomas Shannon agradece à NSA pelas informações repassadas antes da Cúpula das Américas. "Os mais de 100 relatórios que recebemos da agência nos deram uma compreensão profunda dos planos e intenções dos outros participantes da cúpula", elogiou.

Brasil "mais forte" incomoda os EUA
Agora, com as novas revelações, o assunto ganha ainda maior gravidade. "A tática do governo americano desde o 11 de setembro é dizer que tudo é justificado pelo terrorismo, assustando o povo para que aceite essas medidas como necessárias. Mas a maior parte da espionagem que eles fazem não tem nada a ver com segurança nacional. É para obter vantagens injustas sobre outras nações em suas indústrias e comércio em acordos econômicos", explicou Snowden ao Fantástico. Já Glenn Greenwald argumentou que a espionagem se deve ao fato de o Brasil ter se tornado "mais independente, mais forte... O país está competindo com os Estados Unidos, com as empresas americanas. Por causa disso, o governo americano está pensando diferente sobre o Brasil".

O Fantástico também entrevistou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, após a reunião de emergência convocada pela presidenta Dilma Rousseff na noite deste domingo. Ele informou que governo decidiu tomar três medidas diante das denúncias:  o Ministério das Relações Exteriores vai chamar o embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, para que ele esclareça os fatos; vai cobrar explicações formais do governo dos EUA; e vai ainda recorrer aos órgãos internacionais, como a ONU, para discutir a violação dos direitos de autoridades e cidadãos brasileiros.

"Se forem comprovados esses fatos, nós estamos diante de uma situação inadmissível, inaceitável, por que eles qualificam uma clara violência à soberania do nosso país. O Brasil cumpre fielmente com suas obrigações e gostaria que todos os seus parceiros também as cumprissem e respeitassem aquilo que é muito caro para um país que é a sua soberania", afirmou Cardozo. Espera-se que o governo brasileiro realmente reaja à altura diante desta grave violação da soberania nacional. Os EUA se preparam para desencadear uma nova carnificina, desta vez contra a Síria. Não dá mais para aceitar passivamente as ações terroristas do império! Cabe até rediscutir a viagem agendada para o próximo mês da presidenta Dilma aos EUA!

*carlosmaia

Espionagem dos EUA é ato de guerra

brics

Espionagem dos EUA equivale a ato de guerra. Mas a resposta é política.


Diante da lei brasileira, o crime cometido pelo Governo dos EUA ao espionar e-mails e telefonemas da Presidenta Dilma Rousseff pouco ou nada se diferencia de um ato de guerra.
Muito embora eletronicamente, trata-se de violar as comunicações da Chefe de Estado, de Governo e a comandante-em-chefe das Forças Armadas do Brasil.
Mesmo antes da revelação deste crime, diante das informações sobre coleta de dados no Brasil, o governo brasileiro já havia solicitado que os Estados Unidos só realizassem interceptações telefônicas ou cibernéticas com autorização judicial.
Semana passada, os EUA negaram-se a assumir este mínimo compromisso.
Não se trata, como se vê, de uma ação antiterrorismo.
É vigilância ilegal sobre outros países e governos, numa despudorada violação do direito internacional.
Só há uma maneira eficaz de responder a ela.
Suspender viagem da Presidenta aos EUA, chamar o embaixador, apresentar queixa na ONU, tudo isso pode e será feito, na hora adequada, e que não vai tardar.
Mas o essencial é que chegou o momento da confrontação entre a velha ordem internacional e a que emerge no século 21.
Cabe-nos provocar e coordenar a reação dos chamados Brics – além de nós a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul.
Somos, juntos,  42% da população global, 40% da superfície terrestre, 75% das reservas monetárias internacionais, e cerca de 20% do PIB, muito próximo dos 23% representados pelos EUA.
Chegou o momento de termos um peso geopolítico correspondente a essa força econômica.
O mundo unipolar dos últimos 24 anos, desde que o desaparecimento da União Soviética abriu caminho para o mando unilateral dos norte-americanos sobre o planeta, já não pode mais prosseguir, porque significou guerra, recolonização econômica, supremacia bélica intimidante e, agora, um intervencionismo ‘eletrônico” sobre os governos nacionais.
Não pretendemos – embora tivéssemos o direito internacional ao nosso lado – sermos um rato que ruge, como certamente não seremos, como já fomos, um gatinho que apenas mia, contrafeito.
Devemos ser – e é pena que não possamos (será mesmo que não podemos?) contar com a projeção internacional do ex-presidente Lula para o fazermos com o peso que isso mereceria – os estimuladores de uma mudança de patamar da influência mundial dos países em desenvolvimento.
As transformações não acontecem apenas porque as queremos, é preciso que as estruturas ultrapassadas revelem a profunda contradição entre o que dizem ser e o que são, na realidade.
Sem arroubos retóricos, apenas à luz dos fatos: os Estados Unidos tornaram-se um país criminoso.
E é dever da comunidade internacional por fim à esta atividade criminosa.
Não pelos métodos americanos de combater o que diz serem crimes contra as liberdades e os direitos civis, com seus mísseis de cruzeiro.
Mas com a força econômica e moral da maior parte da humanidade, que não aceita ser monitorada, vigiada e violada pela ânsia americana de poder.
Por: Fernando Brito
*Tijolaço
*dodomacedo 

Quem usufrui do nosso petróleo?



                 "Espero que o povo descubra que Libra, uma riqueza                    de US$ 1 trilhão, estará sendo doada em outubro próximo" 

*por Paulo Metri
do Brasil de Fato

A descoberta do pré-sal capacita o Brasil a ser um grande produtor mundial de petróleo e, também, um exportador. No entanto, não é garantido que o balanço dos impactos para a sociedade brasileira será positivo. Hoje, o pré-sal é foco da cobiça do capital internacional, em virtude da extraordinária lucratividade da produção petrolífera, da contribuição para o abastecimento mundial, do lucro com o refino no exterior e da compra em fornecedores estrangeiros de bens e serviços, que ele pode proporcionar.

Em 2011, 57% da energia consumida no mundo era proveniente de petróleo e gás natural. Em geral, as maiores economias do planeta não possuem petróleo, enquanto, os grandes excedentes de produção estão concentrados em países em desenvolvimento. Mesmo com o aumento da participação de outras fontes na matriz energética mundial, inclusive o polêmico xisto, eles ainda serão importantes fontes energéticas em décadas futuras. A ocorrência do pico da produção petrolífera mundial é passível de discussão. No entanto, o fato das empresas petrolíferas estarem investindo em novas áreas transmite a sensação que o petróleo e o gás convencional continuarão sendo importantes fontes, eventualmente mais escassos.

As forças políticas atuantes no país têm diferentes objetivos neste e em outros setores. A pressão exercida pelo capital internacional sobre o governo brasileiro é em direção conflitante com o interesse da sociedade. O povo não sabe quase nada do que seus representantes decidem em seu nome, tal o nível de alienação em que vive, e infelizmente, poucos destes representantes cuidam dos interesses do povo. Os tradicionais veículos de mídia, com raras exceções, não servem para conscientização da população, pois, na verdade, são instrumentos de convencimento do capital. O governo estadunidense, como maior representante do capital, manda seu vice-presidente distribuir recados aqui, que vão desde a presidente da Republica à presidente da Petrobras.

Quando o capital internacional ganha blocos no Brasil, além do lucro da atividade ir para o exterior, o país perde a possibilidade de fazer acordos com outras nações em que o suprimento de petróleo faria parte da negociação. Mas, o Brasil assinou contratos com petroleiras internacionais, que não permitem ao governo determinar para onde o petróleo brasileiro deve ir. Enfim, por estes contratos, o petróleo aqui produzido, se não é da Petrobras, não é mais brasileiro.

O monopólio estatal é a melhor opção de modelo para a atividade petrolífera de um país em desenvolvimento, se a maximização dos benefícios para a sociedade for o objetivo. Haja vista que o Brasil teve o suprimento de petróleo garantido nos últimos 60 anos, suportando várias fases de desenvolvimento e é detentor de inegável infraestrutura petrolífera, que inclui uma das maiores províncias petrolíferas do mundo, o pré-sal. Se não tivesse existido o monopólio, que deu origem à Petrobras, e só existissem empresas estrangeiras no Brasil, o pré-sal ainda não teria sido descoberto. A lógica das corporações, diferentemente da lógica do Estado, não visa atingir prioritariamente benefícios sociais.

O monopólio estatal foi extinto no Brasil na década neoliberal. Sem monopólio, a exploração de petróleo no mundo é feita a partir de três tipos de contratos entre empresas e Estados nacionais: concessão, contrato de partilha e contrato de serviços. Estão ordenados do de mínima possibilidade de controle pelo país e menor benefício para sua sociedade até o de mínima satisfação para as empresas. Em 1997, o Brasil optou pelo pior modelo para a sociedade, o das concessões (lei 9.478), em que só royalties sobram para ela. A empresa que descobre petróleo nem tem a obrigação de abastecer o país. Cerca de 900 blocos já foram concedidos através deste modelo, até hoje. Inclusive, 28% da área do pré-sal já foram concedidos.

No contrato de partilha, além de existirem os royalties, há uma contribuição da empresa para o Fundo Social e a entrega de parte do petróleo para o país comercializar. É o modelo dos novos contratos da área do pré-sal (lei 12.351). O contrato de serviços é o melhor para a sociedade pelo Estado ficar com todo lucro e todo o petróleo. Contudo, o governante precisa ter muita força política para aplicá-lo. Países em desenvolvimento com razoável grau de soberania tendem a assinar contratos de partilha ou de serviços.

Com a democracia que conseguimos ter, o Estado brasileiro está loteado entre grupos de interesse privado. O capital internacional está firme no setor de energia e mineração, com alguma participação do capital nacional. O autoritarismo dos diversos órgãos com responsabilidade sobre as decisões do setor do petróleo só é justificado pela prepotência de quem tem total controle da situação. Não prestam conta da razão da grandiosidade da entrega de blocos que fazem, dos anos de abastecimento garantido que resta ao país, dos volumes de petróleo a serem exportados e outras decisões. O próximo leilão de Libra, um campo do pré-sal, cujas reservas são avaliadas entre oito e doze bilhões de barris, é o maior exemplo deste autoritarismo. Entregar 70% da reserva conhecida deste campo a empresas estrangeiras, que sempre exportarão suas produções sem adicionar valor algum, nunca contribuirão para o abastecimento do país, dificilmente contratarão plataformas no Brasil, o item de maior peso nos investimentos, não gerarão muitos empregos aqui, não pagarão impostos, graças à lei Kandir, e só pagarão os royalties e uma parcela “combinada” do lucro é o exemplo máximo da desfaçatez.

O governo deveria entregar sem leilão este campo à Petrobras, que assinaria um contrato de partilha com a União, atendendo ao artigo 12 da lei 12.351, e ela faria o que as empresas estrangeiras não fazem. Determinado jornal econômico publicou que “as contas da União neste ano, só fecharão se essa receita do bônus de assinatura de Libra ingressar nos cofres públicos”. Assim, constata-se que o Brasil continua preso ao fechamento de suas contas. Creio que, propositadamente, exauriram a capacidade financeira da Petrobras com leilões desnecessários, pois o país está abastecido por mais de 40 anos. A partir da 11ª rodada, o capital internacional irá sempre ganhar vários blocos, graças a plano maquiavélico com aprovação do governo do Brasil.

Para fechar as contas, o governo fixou o bônus de assinatura de Libra, que é recebido no curto prazo, em R$ 15 bilhões, acima do esperado, abrindo mão de parte da parcela que irá para o Fundo Social. Em outras palavras, ele está trocando o recebimento de menos lucro durante 25 anos futuros por mais bônus agora, o que representa receber um empréstimo a 22% ao ano acima da inflação, um mau negócio.

As concessões não deveriam ser nunca assinadas, pelo menos, em novas fronteiras. O prejuízo para a sociedade brasileira será grande se ficar comprovado que a margem equatorial é uma província petrolífera, pois blocos dela foram arrematados para assinatura de concessões na recente 11ª rodada.

Para explicar o “furor entreguista” existente nas rodadas, a ANP argumenta que as bacias sedimentares brasileiras são pouco conhecidas. Porem, esta agência esquece que nem todas as áreas sedimentares são atrativas para a busca de petróleo, podendo-se citar, como exemplo, o setor SFZA-AR1 ofertado na 11ª rodada, onde existiam 56 blocos e somente dois receberam propostas. Outro erro da ANP é que assinar concessões, danosas para a sociedade, para buscar um melhor conhecimento das bacias não é inteligente.

A Associação dos Engenheiros da Petrobras nos informa que esta empresa já descobriu no pré-sal 60 bilhões de barris, em blocos arrematados através de leilões pela lei das concessões. Entretanto, ela só possui parte deste petróleo, porque, devido à pressa da ANP em leiloar, em muitos contratos, ela está associada a petroleiras estrangeiras. Gostaria de saber quanto já foi entregue de petróleo para as empresas estrangeiras, mas os dados disponíveis na ANP não permitem este cálculo.

Pensava-se que o pré-sal iria alavancar um desenvolvimento brasileiro, graças ao tamanho das suas encomendas. No entanto, está ocorrendo a compra de empresas nacionais genuínas, tradicionais fornecedoras da Petrobras, por empresas estrangeiras. A exigência da ANP de “conteúdo local mínimo”, que não é um conteúdo local genuíno, surte efeito junto à Petrobras, porém, há dúvida com relação às empresas privadas, porque os descumprimentos desta exigência não são divulgados pela ANP.

A boa novidade no Brasil são as manifestações de um povo que ainda titubeia entre as diversas reivindicações que querem que ele absorva. Visando sua maior conscientização, sugiro que movimentos sociais, centrais sindicais, sindicatos e associações de classe e de empregados sejam ouvidos. Espero que o povo descubra que Libra, uma riqueza de US$ 1 trilhão, estará sendo doada em outubro próximo. Meu receio é que o capital, péssimo perdedor, venha a usar algo mais drástico para continuar a dominação.
_______
*Paulo Metri é conselheiro do Clube de Engenharia.
Publicado originalmente no Jornal dos Economistas.
*Tecedora

Garoto amputado realiza sonho e nada com golfinho com prótese de cauda


Cieran Kelso, de 8 anos, perdeu parte das pernas por causa de meningite. Ele mergulhou nos EUA com o golfinho fêmea Winter, que perdeu a cauda.
Garoto que perdeu parte das pernas com o golfinho Winter (Foto: Jim Damaske/'Tampa Bay Times'/AP)
Garoto que perdeu parte das pernas com o golfinho Winter (Foto: Jim Damaske/’Tampa Bay Times’/AP)
Um garoto britânico de 8 anos que perdeu parte das duas pernas ainda bebê por conta de uma meningite realizou um sonho: mergulhar com o golfinho Winter, uma fêmea que perdeu sua cauda em um acidente com uma armadilha de caranguejos e posteriormente recebeu uma prótese do órgão.
O encontro aconteceu no tanque do Aquário Marinho de Clearwater, nos EUA, no dia 16 de agosto, mas a imagem foi divulgada no último domingo (1º) pela agência Associated Press.
Chamado Cieran Kelso, o garoto adora nadar, mas após as amputações passou por muita dificuldade para isso, de acordo com a Associated Press.
O pai de Kelso e sua madrasta conseguiram arrecadar milhares de dólares, após as amputações, para confeccionar um par de nadadeiras que poderiam ser adaptadas às proteses que o menino utilizada, para que ele pudesse mergulhar, afirmou o jornal “Daily Mail”, à época.
‘Flipper’
O uso das próteses rendeu o apelido de “Flipper” para o garoto em seu país.
Uma agência de viagens da Flórida soube da história do garoto e de sua “obsessão” pelo filme “Winter, o Golfinho” (“Dolphin Tale”, no título em inglês), que conta a história da fêmea nariz-de-garrafa Winter e teve a participação de atores como Morgan Freeman e Ashley Judd.
A agência , então, pagou a visita de Kelso e de sua família ao aquário da Flórida, onde o golfinho é mantido. O garoto pôde brincar na água com o animal e realizar seu sonho.
O aquário onde o animal é mantido correu o risco de fechar, quando passava por uma séria crise, em 2005, ano em que Winter chegou após ser vítima da armadilha. O golfinho passou a nadar sem o órgão e posteriormente se adaptou a uma prótese feita sob medida.
A presença de Winter quadruplicou o público do aquário e originou uma linha de brinquedos, livros e outros produtos que permitiram que o aquário permanecesse aberto.
*deficienteciente

quinta (5/9), CineProtesta debaterá desmilitarização

Dia 05/09 às 18:00 horas 
ECLA (Espaço de Cultura Latino América)
Rua. Abolição,244 – Bela Vista – SP

Filmes 
* Documentário Mães de Maio:
Um grito por justiça, 2012
* Entre Muros e Favelas,2005

Debate 
* Debora – Movimento Mães de Maio
* Danilo Dara – Movimento Mães de Maio
* Representante do Coletivo DAR (Desentorpecendo a Razão)

protesta

Danilo Gentili destila preconceito contra o Nordeste e Cuba

Danilo Gentili destila preconceito contra o Nordeste e Cuba


 

Para o “humorista” Danilo Gentili, o Nordeste é um lugar sem energia elétrica, sem água e sem comida. E papel higiênico – sugeriu o “intelectual” Roger (ex-Ultraje a Rigor) – também é uma preocupação da população nordestina.
Segundo Gentili, os médicos cubanos que vão trabalhar no Nordeste, através do programa Mais Médicos, “estão se sentindo em casa”.
Tudo isso  dito em pouco mais de 30 segundos e com ar de seriedade. Isto é, de piada pretensamente engraçada – piada que não se pretende engraçada não se leva a sério.

 
Danilo Gentile e Roger: uma dupla perfeita!
Utilizando preconceitos que nos anos 1960 já seriam considerados ofensivos, por debocharem da miséria humana e do sofrimento de milhões de pessoas, hoje, diante de uma realidade completamente distinta, que não guarda qualquer afinidade com a piada, Danilo Gentili soa não apenas como um dos incontáveis imbecis que habitam cidades do Sul e Sudeste.
Ele soa como alguém cujo “talento” depende da existência de imbecis como ele para se alimentarem continuamente do preconceito, da discriminação e da ignorância.
Nenhuma raiva do Gentili. Apenas asco – como tenho de qualquer pessoa preconceituosa e racista – e tristeza por constatar que ainda há muita gente que se identifica com esse tipo de “humor”.
E o Roger… ahh, o Roger… desse eu só tenho pena…
PS: O primeiro comentário no post me chama de “politicamente correto”. Bem, ”politicamente correto” é um termo criado por trogloditas pra justificar sua imbecilidade e pra desqualificar quem não aceita seus preconceitos. Não sou “politicamente correto” porque não tenho pretensão de ser “correto”, muito menos “moralmente correto”. Mas acho preconceito de qualquer espécie uma coisa de gente atrasada, que não saiu da Idade Média na escala de evolução humana.
*http://brasiliamaranhao.wordpress.com/2013/09/03/danilo-gentili-nordestinos/Danilo Gentili (Foto: Julia Chequer/R7)

segunda-feira, setembro 02, 2013

Dilma prepara reação dura aos EUA na sede da ONU

Espionagem: Dilma prepara reação dura aos EUA

Presidenta fará discurso contundente contra a bisbilhotagem patrocinada pelo governo de Barack Obama na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, que ocorre no dia 23 de setembro e, tradicionalmente, é aberta pelo Brasil

dilma espionagem eua obama onu
Dilma prepara reação dura aos EUA na sede da ONU (Foto: AFP)
A resposta do governo brasileiro à espionagem patrocinada pelo Estados Unidos será dura. E feita em território americano. Ou melhor, das Nações Unidas. Mais precisamente, na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, que ocorrerá no dia 23 de setembro e que, tradicionalmente, é aberta com o discurso que cabe ao representante do Brasil.

Nesta tarde, depois de convocar uma reunião de emergência com diversos ministros para discutir a invasão de comunicações sigilosas da própria presidência da República, Dilma definiu que a Assembleia das Nações Unidas será o palco para a resposta que o Brasil dará aos Estados Unidos. Dilma pedirá uma ação multilateral em defesa da privacidade dos governos e dos cidadãos. A escolha da ONU é também acertada por outro motivo. Recentemente, a revista alemã Der Spiegel denunciou que o governo de Barack Obama também espionou a sede das Nações Unidas.
O tom duro que será adotado pela presidente não compromete, na visão de fontes ligadas ao Itamaraty, o encontro de cúpula entre Brasil e Estados Unidos, que será realizado em outubro, quando Dilma será recebida em jantar de gala na Casa Branca, em Washington. Big Brother Obama terá ali uma boa oportunidade para pedir desculpas.
*pragmatismopolitico