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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, setembro 02, 2013

Dilma prepara reação dura aos EUA na sede da ONU

Espionagem: Dilma prepara reação dura aos EUA

Presidenta fará discurso contundente contra a bisbilhotagem patrocinada pelo governo de Barack Obama na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, que ocorre no dia 23 de setembro e, tradicionalmente, é aberta pelo Brasil

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Dilma prepara reação dura aos EUA na sede da ONU (Foto: AFP)
A resposta do governo brasileiro à espionagem patrocinada pelo Estados Unidos será dura. E feita em território americano. Ou melhor, das Nações Unidas. Mais precisamente, na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, que ocorrerá no dia 23 de setembro e que, tradicionalmente, é aberta com o discurso que cabe ao representante do Brasil.

Nesta tarde, depois de convocar uma reunião de emergência com diversos ministros para discutir a invasão de comunicações sigilosas da própria presidência da República, Dilma definiu que a Assembleia das Nações Unidas será o palco para a resposta que o Brasil dará aos Estados Unidos. Dilma pedirá uma ação multilateral em defesa da privacidade dos governos e dos cidadãos. A escolha da ONU é também acertada por outro motivo. Recentemente, a revista alemã Der Spiegel denunciou que o governo de Barack Obama também espionou a sede das Nações Unidas.
O tom duro que será adotado pela presidente não compromete, na visão de fontes ligadas ao Itamaraty, o encontro de cúpula entre Brasil e Estados Unidos, que será realizado em outubro, quando Dilma será recebida em jantar de gala na Casa Branca, em Washington. Big Brother Obama terá ali uma boa oportunidade para pedir desculpas.
*pragmatismopolitico

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