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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 24, 2013

Wagner Moura sobre Marco Feliciano: "um imbecil"

Wagner Moura sobre Marco Feliciano: "um imbecil"

Wagner Moura disse que gostaria de fazer um filme que retratasse os bispos das igrejas neopentecostais (Foto: Agência Estado)

Wagner Moura disse que sonha em encarnar no cinema um pastor evangélico – “até que ponto estes caras acreditam no que falam ou é só proselitismo?”

O ator Wagner Moura é mais uma das celebridades que não aprovam as atitudes homofóbicas do deputado e pastor Marco Feliciano. O eterno intérprete do personagem Capitão Nascimento, do filme Tropa de Elite, deu uma recente entrevista à Carta Capital, onde demonstrou repulsa em relação a Feliciano. “Um imbecil que ganhou com esta história toda um cacife político gigante”, declarou o astro.

Ao ser questionado se há algum personagem que ele sonhe fazer no cinema ou na tevê, Moura surpreendeu e disse querer viver a história de um pastor. “Tenho um projeto com o Karim (Aïnouz, diretor), de fazer um filme que retrate os bispos das igrejas neopentecostais. Este é um fenômeno que me impressiona. Tem gente legal no universo protestante, pastores que admiro, e outros que são muito loucos”, contou.

Quando comentou sobre pastores insanos, logo lembrou de Feliciano. “É um cara que vai ser eleito ad-infinitum para o Congresso por falar um monte de imbecilidades”, declarou. “Este conjunto de intolerância moral e religiosa me interessa muito: até que ponto estes caras acreditam no que falam ou é só proselitismo? É só dinheiro, é só filha-da-putice, ou há de falto algo que eles acreditem ser uma experiência espiritual?”, finalizou.

* Blog Justiceira de Esquerda

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