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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 24, 2013

EUA sem China, sem Rússia, sem Brasil, sem América Latina, sem Europa, opa, fica quase sem ninguém.

se eu entendi 



 


1. EUA escravos econômicos de seu ex-escravo e, hoje, maior parceiro, a China. 
2. EUA sem apoio militar internacional para invadir a Síria, porque Wikileaks ridicularizaram seus exércitos, depois de mostrar como crianças a bordo de helicópteros de última geração bélico-militar brincam de videogame com civis no Oriente Médio. 
3. EUA prendem Bradley Manning, o soldado que, no mais supremo gesto de bravura, acaba de assumir sua identidade feminina, como que para demonstrar que só uma alma de mulher seria capaz de levar adiante tão corajoso desejo de Justiça. 
4. EUA estão apavorados, porque não conseguem por as mãos em Julian Assange, vivendo de favor numa embaixada de ex-país bananeiro no marco zero do mundo: Londres. Assenge, outro revolucionário, está inutilizado por ora e, por isso, eles passam a perseguir o vasos comunicantes do sistema de vazamentos, na peneira aberta no planeta inteiro chamada www. 
5. EUA começam a rastrear um tal de Edward Snowden e descobrem que seu contato num jornal inglês mora agora no Brasil. 
6. EUA, numa ação grotesca e mal planejada, prendem em Londres um brasileiro, namorado do jornalista inglês, contato de Edward Snowden. 
7. EUA muito curiosos entram em nossos sistemas e passam a vigiar, e por que não?, a própria presidente da ex-República das Bananas. 
8. EUA perseguem Edward Snowden que, em fuga alucinada (que é o que sente quem está sendo vigiado pela maior e mais cruel "democracia" do planeta), recebe asilo da ex-temida e não menos cruel União Soviética. Quantos mísseis eles ainda têm? Alguém na máfia russa sabe precisar? 
9. EUA envergonhados diante de todo o planeta, depois do novo vazamento de Snowden que põe a nú toda a sórdida política praticada por Washington digo, em última instância, pelo Pentagono e pela indústria do óleo e seu sem-número de derivados. Na dúvida, meu caro, vai de óleo, é o que diria um dos falcões com status de conselheiro de Estado. 
10. EUA tem que engolir a indicação do principal prêmio de Direitos Humanos do Parlamento Europeu a nada mais, nada menos, do que ele mesmo, Edward Snowden. 
11. EUA recebem a notícia de que o Brasil não vai mais à cópola, digo, cúpula bilateral. Por trás da decisão de tal ex-subserviente vizinho está a notícia vazada por quem? Edward Snowden. 
12. EUA sem China, sem Rússia, sem Brasil, sem América Latina, sem Europa, opa, fica quase sem ninguém. 
13. EUA abrem as portas do mais importante "meeting" planetário: a Conferência da ONU em Washington para nada mais, nada menos, do que a furiosa Dilma Rousseff: mulher, ex-militante revolucionária, presa política, torturada nos porões da Ditadura Militar por agentes treinados pela CIA, cujo golpe fora financiado por quem mesmo? Por eles, os EUA. Alguém que vê-se logo nos olhos que tem sede de Justiça, quiçá, de vingança. 
The dream is over! Para quem põe fé nos números, o 13 aí acima é o mesmo número daquele partido que tem uma estrela, como é mesmo o nome? 
Senhoras e senhores, não por acaso o ano em que estamos é 2013. 
Como diria o poeta: "tem que morrer para germinar." (DoLaDoDeLá)
do Blog Na Ilharga

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