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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, setembro 26, 2013

Artigo de editora do Portal AD está em obra indicada ao Prêmio Jabuti 2013


Obra é coordenada por Carolina Valença Ferraz, George Salomão Leite, Glauber Salomão Leite e Glauco Salomão Leite.

Manual-dos-direitos-da-pessoa-com-deficiencia
O livro “Manual dos Direitos da Pessoa com Deficiência”, da Editora Saraiva, está entre os 10 finalistas ao Prêmio Jabuti de melhor livro jurídico de 2013. Entre os diversos autores que colaboraram com a obra está a editora do Portal e TV Atualidades do Direito, Alice Bianchini, com o artigo Tutela penal da pessoa com deficiência, escrito em coautoria com Ivan Luís Marques.
O manual oferece ao leitor uma ampla análise abrangente e ao mesmo tempo aprofundada da proteção jurídica conferida à pessoa com deficiência, com fulcro especialmente na legislação brasileira e na Convenção da ONU de 2007. Trata-se de um trabalho amplo, que não se restringe a investigar um ramo específico do direito positivo, contendo estudos variados a respeito da tutela jurídica da pessoa com deficiência, de natureza constitucional, tributária, previdenciária, penal, trabalhista, consumerista, civil, dentre outros.
O objetivo da obra é contribuir com a discussão do tema e, especialmente, ajudar a divulgar ao máximo a necessidade de que as pessoas com deficiência saiam da “invisibilidade” na qual se encontram atualmente, a fim de que tenham os seus direitos respeitados como qualquer outra pessoa.
Sobre o prêmio - Criado em 1958, o Jabuti é o mais tradicional prêmio do livro no Brasil. O maior diferencial em relação a outros prêmios de literatura é a sua abrangência: o Jabuti não valoriza apenas os escritores, mas destaca a qualidade do trabalho de todas as áreas envolvidas na criação e produção de um livro. O Jabuti 2012 contempla 29 categorias. Anualmente, editoras dos mais diversos segmentos e escritores independentes de todo o Brasil inscrevem milhares de obras em busca da tão cobiçada estatueta e do reconhecimento que ela proporciona.
Receber o Jabuti é um desejo acalentado por todos aqueles que têm o livro como seu ideal de vida. É uma distinção que dá ao seu ganhador muito mais do que uma recompensa financeira. Ganhar o Jabuti representa dar à obra vencedora o lastro da comunidade intelectual brasileira, significa ser admitido em uma seleção de notáveis da literatura nacional. Mais informações sobre o prêmio em www.premiojabuti.com.br
*Terra

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