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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, setembro 20, 2013

FILME DE TERROR? NÃO, SÃO AS GLOBAIS DE LUTO






Atrizes Carol Castro, Rosamaria Murtinho, Nathália Timberg, Suzana Vieira e Barbara Paz, da novela Amor à Vida, posaram consternadas, e de preto, em protesto contra a decisão do ministro Celso de Mello, que assegurou a alguns réus da Ação Penal 470 a primeira oportunidade de apelação; pelo jeito, as atrizes não têm apreço pelas liberdades e garantias individuais; já houve um tempo em representantes das artes, como Tônia Carrero e Norma Bengell, lutavam contra a ditadura; hoje, elas parecem querer o arbítrio judicial

20 DE SETEMBRO DE 2013

247 - Quase sem maquiagem, e vestidas de preto, elas encaram a câmera. De Carol Castro, campeã da "Dança dos Famosos", parte um olhar indignado. De Rosamaria Murtinho, vem um ar sério, que parece mirar o abismo. Nathália Timberg lança uma lâmina afiada para quem a encara. De Suzana Vieira, o ar consternado, como de uma Pilar que acaba de ser traída pelo médico garanhão. E Bárbara Paz, com lápis preto sob os olhos, faz sua tradicional pose dark.

As atrizes globais, que fazem parte do elenco de Amor à Vida, de Walcyr Carrasco, não posaram juntas para promover um filme de terror ou a versão brasileira de "A família Adams". Elas estão em luto porque o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, garantiu a alguns réus da Ação Penal 470 a primeira oportunidade de apelação no, segundo a Globo, "julgamento do século".

Já houve um tempo em que atrizes, como Tônia Carrero e Norma Bengell, se uniam em defesa da liberdade e lutavam contra uma ditadura, como na imagem abaixo, da Passeata dos Cem Mil:


Hoje, as globais se unem em defesa do arbítrio e do atropelo ao direito de defesa. A sorte é que a opinião delas não tem a menor importância. A foto de 1968 entrou para a história. A de agora ficará restrita ao Instagram de Barbara Paz (leia ainda o texto de Kiko Nogueira sobre a "canastrice infringente" das atrizes globais no Diário do Centro do Mundo. Segundo Kiko, as globais acabaram pagando um mico tremendo)

* Blog Justiceira de Esquerda

Black Globs



Num beco escuro, eu fico na dúvida, se corro, grito, ou vomito!

 

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