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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, junho 21, 2014

Charge foto e frase do dia
































































































































Golaço só depende da FIFA

A Fifa deve por a mão na consciênciaO Brasil está dando um show de organização nesta Copa, apesar de toda campanha midiática contrária de um setor impregnado pelo complexo de vira-lata.

Milhares de turistas, de diversas nacionalidades, estão empolgadíssimos com a receptividade de nossa gente e com os diversos serviços disponibilizados, inclusive, como bem destacou o blog Conversa Afiada de PHA (clique aqui): GOVERNO DILMA LEMBRA JOÃO SALDANHA AO MONTAR CENTRO DE ATENDIMENTO A JORNALISTAS NO RIO, os Centros Abertos de Mídia (CAMs).

Portanto, o blog Megacidadania submete a tod@s uma inédita PROPOSTA coletiva à FIFA.

Considerando que nos tempos atuais o investimento global - privado e público - requer do país que sediar a Copa um enorme esforço, a FIFA deve urgentemente convocar suas instâncias decisórias e deliberar que, doravante, todo país que sediar a Copa do Mundo de Futebol, irá também sediar, por quatro anos consecutivos, a Copa do Mundo de Clubes.

Tal medida irá proporcionar ótimas condições de retorno dos investimentos, bem como consolidar as cidades-sede, utilizadas na Copa, como locais de referência esportiva, cultural e turística.

Ademais, contando com a censura da Rede Globo (clique aqui) e após a FIFA ter desprestigiado de forma vergonha o momento do chute inicial realizado pelo jovem paraplégico Juliano Pinto, de 29 anos, utilizando um inédito exoesqueleto, desenvolvido pelo neurocirurgião brasileiro Miguel Nicolelis, a entidade futebolística deve por a mão na consciência imediatamente e, assim, buscar se redimir.

FIFA, FAÇA ESTE GOLAÇO!



SE VOCÊ CONCORDA COM A INÉDITA PROPOSTA AUXILIE NA AMPLA DIVULGAÇÃO ENVIANDO O TEXTO A SEGUIR PARA OS SEGUINTES ENDEREÇOS:

Obs.: O site oficial da FIFA registra: "Por favor, note que nós só podemos responder a perguntas escritas em Inglês, Francês, Espanhol ou Alemão."

*

Considerando que nos tempos atuais o investimento global - privado e público - requer do país que sediar a Copa um enorme esforço, a FIFA deve urgentemente convocar suas instâncias decisórias e deliberar que, doravante, todo país que sediar a Copa do Mundo de Futebol, irá também sediar, por quatro anos consecutivos, a Copa do Mundo de Clubes.

Tal medida irá proporcionar ótimas condições de retorno dos investimentos, bem como consolidar as cidades-sede, utilizadas na Copa, como locais de referência esportiva, cultural e turística.

FIFA, FAÇA ESTE GOLAÇO!

*

Whereas nowadays global investment-public and private-requires the country to host the World Cup a huge effort, FIFA should urgently convene its decision-making bodiesand resolve that, henceforth, all over the country to host the soccer World Cup, willalso host, for four consecutive years, the FIFA Club World Cup.

This measure will provide optimum conditions of return on investments, as well asconsolidate the host cities, used in the Copa, as landmarks, cultural and sports tourism.

FIFA, MAKE THIS A GOAL!

*

FIFA - MENSAGEM PELO SITE OFICIAL (clique aqui)

@FIFAcom
@fifacom_pt
@FIFA2014Copa

FIFA Development Office Zurich (SUI)
Eva PASQUIER (Diretor de Desenvolvimento)
eva.pasquier@fifa.org

Confederação Brasileira de Futebol
cbf@cbf.com.br
@CBF_Futebol
*megacidadania
De garoto-propaganda a perseguidos: os atletas e os extremos na ditadura

Osvaldo Orlando da Costa e Stuart Angel são alguns dos personagens que, apesar do passado como atleta, ficaram marcados pela luta revolucionária. Ex-pugilista do Vasco, Osvaldão foi um dos líderes da Guerrilha do Araguaia, enquanto o filho da estilista Zuzu Angel, bicampeão carioca de remo pelo Flamengo, foi um dos membros do MR-8.
De garoto-propaganda a perseguidos: os atletas e os extremos na ditadura
Osvaldo Orlando da Costa e Stuart Angel são alguns dos personagens que, apesar do passado como atleta, ficaram marcados pela luta revolucionária. Ex-pugilista do Vasco, Osvaldão foi um dos líderes da Guerrilha do Araguaia, enquanto o filho da estilista Zuzu Angel, bicampeão carioca de remo pelo Flamengo, foi um dos membros do MR-8.
Por: Por Amanda Kestelman, Helena Rebello, Lydia Gismondi e Márcio Mará
Em meio à censura das matérias políticas e policiais, os destaques dos jornais estavam abertos às manchetes esportivas. Enquanto no Brasil os militares se desdobravam para controlar manifestações públicas contra a ditadura, mundo afora os atletas do país davam involuntariamente ao governo um prato cheio para usar as vitórias nas quadras, nos estádios e ringues como propaganda de tempos de glória. Referências em suas respectivas modalidades, Maria Esther Bueno, Amaury Pasos, Aída dos Santos e Éder Jofre, entre outros, tiveram seus feitos associados à imagem de uma nação unida e em crescimento.
Por outro lado, cidadãos em que a veia revolucionária pulsava mais forte do que a aptidão para o esporte sofreram com a tortura – e seus nomes passaram longe das páginas dos jornais no período. Osvaldo Orlando da Costa e Stuart Angel são alguns dos personagens que, apesar do passado como atleta, ficaram marcados pela luta revolucionária. Ex-pugilista do Vasco, Osvaldão foi um dos líderes da Guerrilha do Araguaia, enquanto o filho da estilista Zuzu Angel, bicampeão carioca de remo pelo Flamengo, foi um dos membros do MR-8.
No dia em que o golpe militar de 1964 completa 50 anos, o GloboEsporte.com conta, através de depoimentos de atletas, parentes e amigos, parte da história que passou longe das páginas dos jornais da época. Confira nos tópicos abaixo.
Éder Jofre é coagido a dar luvas a general
Recém-sagrada bicampeã mundial em 1962, a seleção brasileira de futebol era o carro-chefe da propaganda de esportes do governo ditatorial – que chegaria ao ápice com a Copa de 1970 e a música “Pra frente Brasil”. Mas os esportes olímpicos também viviam dias de grande apelo devido a uma boa safra de atletas. Entre os nomes de destaque, estava Éder Jofre. Atleta do Brasil nos Jogos de Melbourne 1956, o pugilista havia se profissionalizado no ano seguinte e conquistado seu primeiro título mundial no início da década de 1960 – o manteria até 1965, quando foi derrotado duas vezes, em lutas contestadas, pelo japonês Harada.
Quando voltou aos ringues, Éder estreou como peso-pena e construiu nova trajetória vitoriosa. Até que, em 1973, em luta em Brasília, faturou o cinturão do Conselho Mundial de Boxe (WBC) ao bater o cubano José Legra. De posse do novo título, o paulista estava pronto para cumprir a promessa de depositar as luvas da luta decisiva no túmulo de sua mãe, Dona Angelina, falecida dois anos antes. Uma pressão inesperada, porém, fez com que a homenagem fosse feita pela metade.
- Quando meu pai foi campeão em Brasília, sob as asas dos generais, ele foi orientado a dar as luvas da conquista para o presidente Médici. Meu pai falou que não, porque tinha prometido colocar no túmulo da minha avó, que tinha falecido em 1971. Ele tinha dito que, se fosse campeão, colocaria as luvas no túmulo dela como homenagem e reconhecimento. Mas ele foi meio que coagido a mudar de ideia. Disseram que teria que dar, houve a pressão. Aí ele falou que tudo bem, daria a mão direita para ele e a esquerda foi para a mãe – contou Marcel Jofre, filho do boxeador.
Professor de História do Brasil Republicano na UFF e na UFRJ, Marcus Dezemone lembra-se de ver a imagem de Éder ser utilizada como símbolo de sucesso do país, mas ressalta o cuidado que o governo tinha para que esta associação fosse indireta: sugerida, mas não oficializada.
- O regime oficialmente não usava os atletas como propaganda política. Mas empresas estatais e privadas do período se apropriaram desse poder do ufanismo que envolve o esporte. Eu me recordo de peças publicitárias que usavam as imagens de boxeadores, como Éder Jofre, e de esportistas bem-sucedidos em geral, com uma publicidade que se assimilava ao modelo empregado pelo regime. E, claro, o uso do futebol para isso era muito emblemático.
Basquete tem ajuda, mas aída pena em 1964
Os Jogos de Tóquio 1964 foram o primeiro grande evento do gênero após a implantação do regime e teriam grande importância para mostrar a valorização dos esportes olímpicos no novo governo. Nesse cenário, a Confederação Brasileira de Basquete era o elo perfeito para esse primeiro passo. Presidida pelo almirante Paulo Martins Meira desde 1938, a entidade contava com o time bicampeão mundial em 1963 e forte candidato ao pódio olímpico – ficaria com o bronze. Um dos expoentes da equipe, Amaury Pasos lembra que outros militares também acompanhavam o time de perto e faz questão de enfatizar a importância do trabalho deles para que os atletas pudessem competir internacionalmente.
- O almirante Paulo Martins Meira, o major Covas Pereira, que era uma espécie de assistente do Kanela (treinador), e outros militares acompanharam nossa equipe e aportaram toda espécie de dedicação e sacrifício, assinando até promissórias para que a equipe pudesse viajar, porque não havia fundos. Muito se deve a estes militares que se esforçaram abnegadamente e deram toda espécie de ajuda. E eu pertencia ao Partido Socialista Brasileiro, então é um comentário isento de qualquer ânimo político. Estou apenas externando uma verdade – afirmou Amaury.
Única mulher da delegação brasileira nessa edição olímpica, Aída dos Santos não teve a mesma sorte. Representante do país no salto em altura, a carioca viajou com uniforme emprestado e sem treinador. Ajudada por um atleta cubano, conseguiu com um representante de material esportivo a doação de um par de sapatilhas utilizadas por velocistas, com seis pregos na parte da frente – o dos saltadores tinha quatro pregos na frente e dois atrás no pé da impulsão.
Mesmo com condições precárias e o abalo emocional por uma lesão sofrida durante as eliminatórias, Aída terminou a disputa em quarto lugar, com 1,74m, dois centímetros a menos do que a russa Taisia Chenchik, medalhista de bronze. Quando voltou ao Brasil, veio a surpresa. Desconhecida do grande público quando viajou para o Japão, a atleta retornou com recepção de gala.
- Depois dos Jogos apareceu muita gente. Mas antes, quando eu mais precisava… Fui para o Japão sem técnico. A delegação masculina toda tinha uniforme, sapato, mas falaram que não tinha roupa para mim. Parecia que estavam torcendo para eu não ir. No Japão eu andava de bicicleta e chorava, não tinha como treinar, só consegui uma sapatilha de velocista na tentativa com o segundo fornecedor depois de chorar mais. Mas tinha que competir da mesma maneira, e estava tão chateada, preocupada com os brasileiros, que fui. Quando cheguei ao Brasil até fiquei espantada. Tinha Corpo de Bombeiros para me receber, flores… Mas falei que ali não interessava mais, que eu precisava antes – lembrou.
Remador do Fla, Stuart Angel é torturado e morre
O pulmão enchia de ar a cada remada nas águas ainda limpas da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, nos anos 1960. Foi no auge de sua adolescência, aos 18 anos, que Stuart Angel ajudou a levar o Flamengo ao alto do pódio do tradicional e badalado Campeonato Carioca de Remo, em 1964. Esse mesmo ano, marcado pelo Golpe Militar, mudaria sua vida para sempre. A veia política passou a pulsar mais forte do que a de remador. A luta contra a ditadura militar no Brasil viraria a missão prioritária do estudante de economia. Mas a fase como membro do grupo guerrilheiro de extrema esquerda MR-8 durou pouco e teve um fim trágico. O pulmão, antes acostumado a lhe trazer alegrias, não suportou as torturas de membros do Cisa (Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica). Aos 25 anos, o filho de Zuzu Angel morreu por asfixia e envenenamento com gás carbônico, em um dos casos mais emblemáticos desse obscuro capítulo da história brasileira.
- O caso mais conhecido de atleta envolvido no combate ao regime militar foi mesmo de Stuart Angel. Ele pertencia a essa juventude de classe média da extrema esquerda armada. O lado dele de atleta acabou ficando de lado. Tem tanta coisa para se explorar da vida dele que isso ficou em segundo plano – analisou o professor Marcus Dezemone.
De fato, em biografias, reportagens e documentários, a carreira de esportista de Stuart Angel sempre foi ofuscada por sua trajetória nos anos seguintes da conquista do bicampeonato carioca pelo Flamengo. Mas a paixão pela vida de atleta esteve aflorada em 1964 e 1965, aos 18 e 19 anos, quando participou ativamente das conquistas estaduais de seu time no remo. O filho da famosa figurinista e estilista Zuzu Angel, que também tinha nacionalidade americana, era um apaixonado por esportes. Chegou a praticar tênis, natação, capoeira e levantamento de peso. Foi dentro da Lagoa Rodrigo de Freitas, mais precisamente do tradicional barco Oito, conhecido como “Transatlântico de Luxo”, porém, que se descobriu atleta.
- Ele era um rapaz da Zona Sul, e o remo sempre foi um esporte muito grande, muito praticado por moradores de Ipanema. Ele foi um grande remador. Mas, quando entrou para valer na militância, teve de deixar o remo. Ser guerrilheiro não permitia nada além daquilo. No momento em que ele entrou para essa vida de clandestinidade, tudo que vivia antes se cessou. Ele começou uma vida completamente diferente – contou o cineasta Sérgio Rezende, que contou as histórias da famosa família no filme “Zuzu Angel”, lançado em 2006.
O jeito alegre, divertido e tranquilo do jovem Stuart Angel não deixava pistas de que, por trás do típico garoto da Zona Sul Carioca, havia um revolucionário prestes a trocar o remo pela luta armada. No início de sua carreira de atleta, os colegas de equipe e os adversários não desconfiavam do seu envolvimento político. Para se proteger e tentar preservar a vida das pessoas em sua volta, o remador escondia sua outra perigosa atividade.
- O Flamengo vencia todas as provas na categoria dele. Stuart era um remador excepcional. Não cheguei a competir diretamente contra ele, porque nossas categorias eram diferentes. Mas todo mundo o conhecia e eu o achava um cara divertido, brincalhão, um cara “light”. Até por isso, ninguém podia imaginar que ele tinha essa ligação com forças revolucionárias. Quando soubemos disso, ficamos muito chocados e preocupados com o drama que ele estava vivendo – revelou o jornalista Antônio Maria, ex-remador do Botafogo e colega de Stuart.
A dedicação cada vez mais perigosa e intensa às suas ideologias, porém, foi atrapalhando a carreira de atleta no fim dos anos 1960. O segredo já não tinha mais como ser guardado a sete chaves. As ausências nos treinos passaram a ser constantes, e a rotina e as companhias de Stuart começaram a entregar o outro viés do talentoso remador. Os amigos do esporte, porém, só tiveram a noção real do seu envolvimento com a luta armada quando seu técnico o encontrou na rua disfarçado.
- Ele tinha desaparecido. Ninguém sabia para onde ele tinha ido. Um dia o técnico do Flamengo, o Buck (Guilherme Eirado da Silva), viu um soldado que era a cara do Stuart. Quando ele estava indo falar com ele, o Stuart piscou, como se estivesse o mandando sair fora dali. Ele estava disfarçado, não podia ser desmascarado. E os problemas foram se intensificando. Lembro que chegou a morar escondido na garagem de barcos do Flamengo. Durante aquele tempo, não podia sair de lá para nada. Os seguranças buscavam comida para ele todos os dias na rua. Mas Stuart acabou tendo que sair de lá. Ele pensava muito nas pessoas, ficava com medo de acabar prejudicando alguém. Depois disso, ninguém nunca mais soube dele – lembrou Maria.
Quando os colegas do esporte voltaram a ter notícias, souberam que Stuart já estava morto. Embora os detalhes nunca tenham sido confirmados, o que se sabe é que o revolucionário foi levado para o Centro de Informação e Segurança da Aeronáutica em maio de 1971 e lá teria morrido em decorrência das intensas torturas sofridas. Na maior e principal delas, foi arrastado por um jipe com a boca no cano de descarga, causando a fatal asfixia.
Nos anos seguintes, Zuzu Angel travou uma luta incansável para encontrar o corpo do filho. A estilista, no entanto, morreu em março de 1976, em uma suspeita de atentado, sem descobrir ao certo o paradeiro do esportista e guerrilheiro.
Fonte: GloboEsporte.com

ONU recruta profissionais


A ONU está com diversas vagas abertas nas áreas de finanças, direito, economia, direitos humanos, tecnologia, fotografia, ciências políticas, comunicação, meioambiente, administração, tradução e interpretação, saúde e infância – acesse todas em em www.onu.org.br/especial/vagas

Esse ambiente asfixiante, em que a sociedade vê que só três ou quatro famílias tem força para fazer uma crítica sistemática ao governo e pautar a agenda política nacional -

Gilberto Carvalho e os xingamentos à Dilma

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É impressionante o cerco da mídia, e especialmente do Globo, a qualquer tentativa do governo de promover algum tipo de avanço democrático. E ela joga sujo. Criminaliza o governo, criminaliza a política e criminaliza os movimentos sociais.
O ministro Gilberto Carvalho, da secretaria geral da Presidência da República, organizou ontem mais uma rodada de conversas com ativistas sociais, jornalistas (que por acaso são blogueiros) e representantes da sociedade civil. Eu participei da primeira, há algumas semanas, quando o decreto da presidência da república ainda não tinha virado polêmica. Eu mesmo nem sabia direito o que era. Hoje entendo melhor.
Eu queria comentar a forma como o Globo se referiu hoje aos participantes do encontro com o ministro.
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Para mim, blogueiro full time, é até positivo que o Globo alimente essa obsessão em chamar qualquer interlocutor do governo, que não pertença a grande mídia, de “blogueiro”.
Quer dizer, seria positiva, não se tratasse de uma estratégia espúria de desqualificação, de mais uma tentativa de criminalizar a política. Para a mídia, um blogueiro politico de esquerda é uma espécie de bandido. Para a mídia, é um pesadelo que seu mundinho encantando, cartelizado, com jornalistas subservientes à orientação ideológica de seus patrões, esteja sendo ameaçado por esses subversivos.
A ordem da mídia hoje é “delenda blogueiros”. A referência a eles é sempre negativa, sempre no sentido de desqualificar sua independência, seu profissionalismo, sua integridade, sua importância crescente no debate público.
Os barões não admitem que possam existir indivíduos com independência política. É uma maneira inclusive de justificarem a escravidão ideológica imposta a seus jornalistas: olha, vocês são escravos nossos; mas ao menos não são blogueiros sujos, bandidos, e, supra-sumo da infâmia, governistas!
Confira a lista de participantes:
Henrique Carlos Parra Filho, do Instituto SEVA;
Pablo Capilé, do Fora do Eixo;
Marcelo Branco, ativista do Software Livre;
Beatriz Tibiriça, do Coletivo Digital (participação remota);
Fred Vazquez, do Blogoosfero;
Bia Barbosa, do Intervozes;
Pedro Abramovay, do Open Society (participação remota);
Haydee Svab, do Transparência Hacker;
Jader Gama, do Puraque;
Daniel Marostegan, do Nós Digitais;
Sady Jacques, da Associação Software Livre;
Ivana Bentes, da UFRJ;
Adriano de Angelis, da RiAV (Rede de Inovação Audiovisual);
Renato Rovai, Revista Fórum (participação remota);
Dalton Martins, da Universidade Federal de Goiás (participação remota);
Vera Masagao, ABONG.
A Ivana Bentes é uma professora, uma intelectual. Não é “blogueira”.
O epíteto de “pró-governo” é uma tentativa vil de desqualificar as pessoas. É uma linguagem agressiva, militante, uma linguagem de… blogueiro. O Globo virou um grande blog de direita.
Por aí se vê o preço alto pago por qualquer agente político (que não tenha a simpatia da mídia, claro) disposto a dialogar com o governo. A mídia, porta-voz da direita, não admite que nenhum ativista ou blogueiro ganhe espaço de interlocução em Brasília. É impressionante o nível de agressividade com que temos sido atacados pelos grandes jornais. É tanto que até já achamos normal. Só que não é. O Globo chega ao cúmulo de telefonar para os patrocinadores dos blogs, num esforço espúrio de chantagem e asfixia econômica.
A matéria do Globo foi ilustrativa, porque na conversa os ativistas e blogueiros disseram exatamente isso ao ministro. Eles são agredidos apenas por conversar com o governo, e aí o governo vai e joga toda a sua verba de publicidade na mesma grande mídia que faz política descaradamente partidária contra o governo, e agride covardemente os ativistas políticos e os blogueiros.
Para o Globo, e para a mídia em geral, os únicos ativistas que prestam são os que apenas dialogam com ela, com a mídia.
*
A mídia, astuta, trabalha 24 horas por dia para derrubar o governo.
A prova disso está no viés absolutamente igual dos jornalões em relação às frases de Gilberto Carvalho, sobre os xingamentos à Dilma. Elas foram rapidamente manipuladas para tentar neutralizar a forte reação nas redes sociais contra o que se entendeu como um grande desrespeito não apenas à presidenta da república, mas ao Brasil, visto que se tratava da abertura da Copa do Mundo.
Eu separei o trecho do vídeo em que o ministro faz a afirmação. São apenas 4 minutos. Assista para entender o contexto.
Carvalho falou a verdade, mas cometeu um erro político crasso, derivado de uma leitura pobre de um episódio que produziu um marco simbólico fundamental no processo eleitoral deste ano.
Quando se fala que a “elite branca” (no meu caso, troquei a expressão para “endinheirados truculentos”) xingou Dilma, não quer dizer que a classe média, ou mesmo os pobres, estejam integralmente satisfeitos com as coisas no Brasil.
A expressão significa que o núcleo duro da oposição ao que ainda existe de qualidade popular no governo vem das camadas ricas da sociedade. É lá que nasce o ódio, a intolerância, o terrorismo ideológico. É de lá que vem os ataques mais perigosos.
As estatísticas são claras. O próprio Gilberto Carvalho deixa bem claro em sua fala: o ódio à Dilma é um sentimento que nasce nas elites, toma as classes médias e está “gotejando” para as classes populares.
Carvalho tropeçou porque não entendeu que a reação aos xingamentos à Dilma foi mais importante que os xingamentos em si, pois ajudaram a criar uma polarização política que, embora expressa nas pesquisas, ainda não tinha vindo à tôna nas redes sociais. O ódio vem de cima, vem dos ricos. Não de todos os ricos. Mas daqueles que se deixaram dominar pelo egoísmo social, pelo patrimonialismo, pelo preconceito.
É um ódio não apenas ao PT, mas à própria política, e à própria democracia. Um ódio que esteve sempre presente, tristemente presente, em nossa epopéia republicana.
À mídia não interessa uma polarização social neste sentido, porque ela sabe que eleições são ganhas com o voto do pobre.
Carvalho, de qualquer forma, fez uma autocrítica dura: ele diz que o governo não enfrentou o debate na mídia.
Ele lembrou uma das crises do início do governo Dilma, gerada por escândalos midiáticos relacionados a contratos de ministérios com ongs. A presidenta, ao invés de enfrentar o debate, preferiu, como fez sempre (Pasadena é o exemplo mais recente), reagir açodadamente, com medo de ficar mal nos jornais, e baixou um decreto que enrijeceu e dificultou a relação do governo com entidades sociais. Carvalho lembra de uma entidade que ficou um ano sem poder construir cisternas de água por causa desse decreto. Esta foi a principal razão, também admitiu Carvalho, para as dificuldades vividas pelos pontos de cultura.
A falta de experiência política da presidenta foi explorada facilmente pela mídia, que manipulava escândalos e elogiava a postura submissa de Dilma, como uma grande virtude republicana. Foi o momento em que Dilma viveu seus píncaros de popularidade, mas frágil porque embasada apenas numa imagem construída na grande mídia.
Dilma parece ter acreditado nesses elogios, que na verdade apenas se inscreviam numa estratégia política para debilitar seu governo e afastá-lo da sociedade. O governo foi se afastando, até que parou definitivamente de dialogar com os movimentos sociais. A estratégia de comunicação, por sua vez, se baseou em recuar cada vez mais, esconder-se, não dar entrevistas, não conversar com ninguém. O país ficou como que sem liderança, e as manifestações de rua nasceram desse sentimento de insegurança, de não saber para onde vamos, de não saber o que está acontecendo.
O resultado está aí. O desemprego nunca foi tão baixo no país, e ao mesmo tempo cresce a desaprovação social às políticas federais de combate ao desemprego! Uma contradição que só se explica pelo fracasso estrondoso da comunicação do governo. O chefe da Secom, Thomas Traumann, é um bom rapaz, bem intencionado e progressista, mas não é um quadro político. É provavelmente mais um jornalista preocupado onde vai trabalhar quando não for mais ministro: que grande jornal ou revista irá empregá-lo? E por isso jamais ousará enfrentar aqueles que irão empregá-lo no futuro. Por isso mesmo que eu acho que a Secom deveria ser ocupada por não-jornalistas. Por médicos, cientistas, servidores de carreira. Tudo menos jornalistas, por conflito de interesse.
A Secom deveria propor políticas públicas criativas que, independente de uma lei de mídia que não sabemos se sairá nessa década, poderiam ajudar a trazer mais pluralidade ao mercado de opinião política.
O governo parece não entender que uma mídia mais plural – na área política – enriqueceria a nossa democracia e modernizaria o país, contribuindo inclusive para elevar nossa produtividade econômica.
A pluralidade na mídia não deveria ser encarada como uma reforma de “esquerda”. Não é. Não necessariamente. É uma bandeira antes liberal. Ela vai além da ideologia, porque sua maior importância é permitir a materialização de valores democráticos. É com essa toada que se poderá legitimá-la junto a setores mais austeros da sociedade, hostis a qualquer tentativa de coibir a liberdade de imprensa, mas abertos a reformas que possam melhorar a qualidade da nossa democracia.
Eu editei a conversa de Carvalho com os ativistas. Cortei muitos trechos porque o vídeo tinha mais de duas horas, e separei o que me pareceu mais interessante. Recomendo fortemente que assistam. As intervenções de Pablo Capilé e Renato Rovai são muito boas. Capilé observa que será muito difícil falar de participação social sem trabalhar a regulação da mídia. Rovai observa que o governo precisa assumir mais riscos. A necessidade de um sistema público de comunicação mais ousado, mais profissional, mais criativo, e um plano de banda larga mais arrojado, foram citados como condições essenciais para o sucesso de qualquer esforço do governo para mobilizar espectros mais amplos da sociedade em defesa de seus projetos.
A intervenção de Bia Barbosa, do Intervozes, é muito inteligente. Ela explicou que o governo atrapalha a luta histórica pela democratização da mídia quando toca no assunto apenas quando está sob ataque da imprensa. Isso é um erro tático grosseiro, porque dá margem à interpretação de que se trata de um processo que visa silenciar a crítica. Não é isso. A democratização da mídia visa aumentar o número de vozes críticas ao governo e às autoridades. Hoje a própria crítica ao governo é monopólio da mídia. A população, quando quer criticar o governo, precisa parar o trânsito nas grandes cidades. Esse ambiente asfixiante, em que a sociedade vê que só três ou quatro famílias tem força para fazer uma crítica sistemática ao governo e pautar a agenda política nacional, também pode ser uma explicação para a explosão de insatisfação. E a prova disso foi a hostilidade à imprensa corporativa que vimos nas ruas.
Assista o vídeo do encontro de Gilberto Carvalho e alguns ativistas:
Charge2014-xingamentos-789393
*: http://www.ocafezinho.com/2014/06/19/gilberto-carvalho-e-os-xingamentos-a-dilma/#sthash.7wXCgNe5.dpuf

"Identidade falsa que a Rede Globo forneceu ao torturador Sebastião Curió

Quase ninguém sabe disso: "Identidade falsa que a Rede Globo forneceu ao torturador Sebastião Curió - do livro "Mata!", de Leonencio Nossa.

Wikipedia: "(...) A guerra suja deixava de ser uma ação ostensiva para cair na clandestinidade, comandada diretamente pelo Centro de Informações do Exército, o CIE. Aparece na história, então, um personagem que se tornaria célebre na região: Sebastião Curió. Major à época, Sebastião Rodrigues de Moura, com curso de especialização no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), do Comando Militar da Amazônia, ex-lutador de boxe, foi enviado ao Araguaia com o codinome de Marco Antonio Luchini, um engenheiro florestal dos quadros do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), para montar uma operação de inteligência e aniquilar os últimos focos da guerrilha. (...)"
Descurtir


*
Stanley Burburinho
New York Times faz vídeo da Copa no Brasil e mostra, para o mundo, a festa pelo país. 
http://www.nytimes.com/video/sports/soccer/100000002935260/world-cup-2014-brazil-by-the-numbers.html?playlistId=100000002922114

sexta-feira, junho 20, 2014

Brasil lança primeiro nanossatélite

Chega ao espaço o primeiro nanossatélite Brasileiro


Equipamento consiste num cubo com cerca de 11 centímetros e custou cerca de R$ 800 mil

Primeiro Nanossatelite Brasileiro
Concepção artística do NanoSatC-Br1, primeiro nanossatélite brasileiro a operar no espaçohttp://www.jupiter.com.br
Programa Espacial Brasileiro lançou nesta quinta-feira (19), do primeiro nanossatélite nacional. Lançado da Rússia, ele chegou ao espaço com a missão de estudar a interação do campo magnético terrestre com a radiação solar.
O satélite foi levado por um foguete Dnepr russo, às 16h11 de ontem. O equipamento, batizado de NanoSatC-Br1, posicionou-se numa órbita de cerca de 600 quilômetros de altitude .
Estações de recepção em terra, no Brasil e em outras partes do mundo já captaram os sinais do satélite.
Nanossatelite brasileiro 2
Ele foi desenvolvido em parceria pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), segundo informações, ele é um cubo com cerca de 11 centímetros.
O NanoSatC-Br1 custou cerca de R$ 800 mil, incluído o lançamento.
Nanossatelite

Enquanto os olhos do mundo se voltam para a Copa, de forma discreta, o programa espacial brasileiro acaba de marcar um gol de placa. Foi lançado com sucesso da Rússia o primeiro nanossatélite nacional a chegar ao espaço, com o objetivo de estudar a interação do campo magnético terrestre com a radiação solar.

O Site Jupiter.com.br ainda diz que:  O Brasil já havia desenvolvido um nanossatélite antes (mas não um cubesat). Contudo, ele jamais chegou a ir ao espaço, tendo sido destruído no acidente com o VLS (Veículo Lançador de Satélites), em Alcântara, em 2003.
O sucesso brasileiro marca não só a entrada do país nesse segmento como a possibilidade de desenvolver uma séries de projetos semelhantes, fazendo evoluir a indústria aeroespacial nacional. Já são previstos outros três lançamentos de nanossatélites brasileiros ainda para este ano.
O baixo custo dos cubesats permite até que tenhamos sonhos maiores. Conversando com Otávio Durão, gerente do projeto na sede do Inpe, em São José dos Campos (SP), ele me disse que seria possível promover uma missão lunar nesses moldes por cerca de US$ 10 milhões — o mesmo preço que consumiu a primeira viagem tripulada nacional ao espaço, feita por Marcos Pontes em 2006.
Imagem: http://revistapesquisa.fapesp.br/wp-content/uploads/2014/05/016-021_CAPA_nanosatelite_219-1.jpg
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