Desmascarar Marina e pôr em movimento a força do povo
A pesquisa Datafolha divulgada na noite desta sexta-feira
(29) confirma a ocorrência de brusca movimentação no quadro
pré-eleitoral, com o empate nos índices de intenção de votos entre a
presidenta da República, Dilma Rousseff, candidata à reeleição, e Marina
Silva, ambas com 34%.
As projeções de segundo turno indicam
vantagem para a candidata do PSB, com 50% das preferências, contra 40 da
presidenta. Os resultados do Datafolha confirmam a tendência revelada
por outras sondagens de opinião pública, divulgadas no meio da semana.
Não há por que extrair desses
levantamentos conclusões precipitadas, nem tomar os números das
pesquisas como a antecipação do resultado e o vaticínio da derrota.
Menos ainda aceitar a provocação das forças neoliberais e conservadoras,
com o ativo e militante apoio da mídia privada monopolista, quando
afirmam que o pânico e o terror tomam conta do comando da campanha de
Dilma e o espectro da derrota ronda a direção petista e o Palácio do
Planalto.
Temos pela frente cinco semanas de
campanha, que serão marcadas por duros enfrentamentos políticos e
acalorados debates, decisivos para que a maioria do eleitorado
brasileiro forme convicções e adquira plena capacidade de decidir o rumo
que pretende tomar.
Os dados revelados pelas recentes
pesquisas são surpreendentes porque indicam a alteração de um quadro de
liderança da presidenta Dilma que parecia consolidado. Mas nunca passou
pela cabeça de ninguém que teríamos eleições fáceis ou a vitória estava
dada. É de fato a primeira vez, desde que as forças progressistas
chegaram ao governo central, nas eleições de 2002, que surge um
questionamento tão claro e direto sobre o favoritismo dessas forças na
contenda eleitoral. Mas as vitórias precedentes, em 2002, 2006 e 2010,
também não foram fáceis. Em todas elas, a eleição presidencial foi
decidida no segundo turno e foram grandes as exigências e desafios
impostos à coalizão democrático-popular.
As pesquisas desta semana mostram que a
candidatura de Marina Silva capitaliza um sentimento difuso em prol de
mudanças em camadas da população que ainda não perceberam que a força
propulsora dessas mudanças são precisamente o governo progressista
liderado pela presidenta Dilma e a sua candidatura à reeleição. As
mudanças vêm sendo gradualmente feitas ao longo de 12 anos, em meio a
dificuldades, a crises internacionais, e enfrentando internamente uma
correlação de forças em que os setores reacionários detêm imenso poder.
A presidenta Dilma e os partidos que a
apoiam serão sem dúvidas mais explícitos, didáticos e contundentes no
mister de convencer o povo da novidade contida nas mudanças já
empreendidas e nas perspectivas que se abrem com mais um mandato. Este
segundo aspecto tem a ver com nitidez programática, arraigadas
convicções e audácia para enfrentar as contradições sociais e políticas
realmente existentes na sociedade.
É imperioso, como tarefa de primeiro
plano, desmascarar Marina Silva, a candidata das forças interessadas
antes de tudo na interrupção e reversão do ciclo político aberto com a
primeira vitória de Lula em 2002. A esta altura dos acontecimentos, são
acelerados e intensos os entendimentos nos bastidores para promover a
união das forças conservadoras em torno de Marina Silva, numa gigantesca
operação para fazer do seu eventual governo o retorno dos tucanos e
seus aliados ao poder.
Sem mais delongas, é necessário pôr em
evidência os compromissos de Marina Silva com o capital financeiro, com
os interesses antinacionais, seu desdém à democracia embutido no
messianismo e na retórica do “apoliticismo” ou da “nova política”. Mais
do que nunca, é necessário denunciar a candidata como a personificação
da luta anti-Dilma, do antipetismo e da luta contra a esquerda. Aquela
que vai, em nome de realizar mudanças, reverter as imensas conquistas
sociais a duras penas alcançadas nos últimos 12 anos.
Com seu messianismo e personalismo
exacerbado, Marina Silva pode representar mais uma caricata aventura,
como foram em momentos distintos Jânio Quadros e Collor de Mello. Um
eventual governo por ela liderado seria o prelúdio de crises e
retrocessos na vida democrática, com nefastas consequências para a luta
transformadora e emancipadora dos trabalhadores e do povo brasileiro.
O governo das forças progressistas sob a
liderança da presidenta Dilma e sua candidatura à reeleição representam
imensa força política e social, correspondem a anseios profundos do povo
brasileiro e já demonstraram ser a garantia de que continuará
acumulando vitórias na construção de uma grande e poderosa nação
próspera, progressista, democrática, soberana e solidária com os povos,
em benefício da cooperação internacional e da paz.
São milhões e milhões de eleitores e
ativistas, cuja força potencial precisa ser despertada, motivada e
mobilizada num momento tão decisivo da vida nacional. Desencadear a
força, a energia e a mobilização do povo, infundir-lhe vontade e
elevar-lhe a consciência é o dever maior dos que conduzem e protagonizam
a luta por mais mudanças e mais conquistas.Portal Vermelho