Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta brics. Ordenar por data Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta brics. Ordenar por data Mostrar todas as postagens

sábado, abril 04, 2015

Rússia ajudará a combater crise hídrica


Líderes dos países do BRICS durante a cúpula de G20 em Brisbaine

Rússia ajudará a combater crise hídrica no Brasil

© Sputnik/ Alexei Druzhinin

Vladimir Kultygin
Na quinta-feira (2), a Rússia abriu oficialmente o ano da sua presidência nos BRICS com uma conferência dedicada à “Parceria econômica dos países dos BRICS como base de um mundo multipolar”. É o primeiro evento dedicado aos BRICS que a Rússia realiza enquanto presidente rotativo do grupo.
O evento, hospedado pelo Instituto de Pesquisa Estratégica da Rússia (RISS, na sigla me inglês), contou com a participação de representantes do Brasil, China e Índia e, da parte russa, de vários nomes eminentes da política econômica nacional. A África do Sul não esteve presente por razões de trabalho, mas a embaixada mandou uma mensagem desejando aos BRICS uma boa presidência russa.
Na sua intervenção, o embaixador do Brasil na Rússia, Antônio José Wallim Guerreiro, destacou o futuro papel das novas instituições financeiras que estão sendo criados no seio do grupo, o Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS e o Arranjo Contingente de Reservas. Expressou também a esperança de que a presidência russa seja eficaz e haja muitos projetos conjuntos.
Já Xie Xiaoyong, ministro plenipotenciário da embaixada chinesa na Rússia, lembrou que “é pela primeira vez na história que o crescimento econômico não vem dos países desenvolvidos, senão dos emergentes”.
E o Conselheiro-Embaixador da Índia na Rússia, Rakhul Srivastava, disse que os BRICS não só buscam melhorar o futuro dos seus membros, senão de todo o mundo.
Aliás, foi tocado também o assunto da eventual ampliação dos BRICS. Vários especialistas advertiram que uma ampliação incessante pode ser perigosa (basta ver o exemplo da UE, diziam), por isso é muito cedo para discutir a adesão da Argentina ou qualquer outro país.
Negócio russo conquista o Brasil
Um dos temas importantes discutidos na conferência foi a participação do negócio russo no âmbito dos BRICS. Segundo Dmitry Burykh, vice-chefe do departamento dos EUA e América Latina do Centro de Pesquisa Euro-Atlântica e de Defesa do RISS, “há uma tendência de crescimento do intercâmbio comercial entre a Rússia e o Brasil”.
Burykh sublinhou que as revelações de Edward Snowden fazem o governo brasileiro cada vez mais aberto para aceitar as tecnologias informáticas russas, que afinal poderão substituir as estadunidenses, que são vistas como menos seguras após o escândalo de espionagem.
Exemplo do uso de tais tecnologias é a empresa russa ABBYY, especializada em linguística aplicada e captura de caracteres e dados. O software da ABBYY é utilizado, segundo a sua vice-presidente de Desenvolvimento Comercial, Ekaterina Solntseva, inclusive no Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil.
Mas há também outra vertente de cooperação, que agora parece ainda mais prática e necessária: o negócio russo participa da solução da crise hídrica no Brasil. Dmitry Kotenko, representante da empresa Voronezh-Aqua, vê “grande potencial” no emprego das suas tecnologias nas regiões do Brasil afetadas pela falta de água. Esta parceria acaba de surgir e terá ainda que se fortalecer, mas os especialistas presentes no evento de ontem acreditam que terá sucesso.
Parceiros, não aliados
A conclusão geral da discussão foi a seguinte: os países dos BRICS “não são aliados, senão parceiros”. Não são aliados porque aliados unem-se contra alguém, e os BRICS nem pretendem se colocar o objetivo de confrontar ninguém, afirmam os participantes do evento. Se há uma contraposição aos Estados Unidos, vem dos próprios Estados Unidos, sublinham.
O mundo multipolar, frisam os cientistas políticos e economistas, não significa uma mudança de polarização mundial transferindo o “centro” dos EUA para os BRICS, senão o fomento à diversidade. O Banco dos BRICS também não pretende substituir por completo o Banco Mundial, mas, sim, criar uma alternativa mais inclusiva.
E sendo parceiros, podem ser concorrentes. Por isso, é preciso definir (e talvez nas reuniões deste ano, inclusive na cúpula em Ufa) o modo de cooperação e ações conjuntas.
As propostas são muitas. Os palestrantes destacam a importância de fortalecimento da infraestrutura do grupo BRICS através da criação de instituições conjuntas, de uma arquitetura eficiente e segura das relações internacionais. A essência comum de todas as sugestões é que esta arquitetura comum tanto deve abranger os países ao nível internacional, quanto viabilizar concorrência interna, fomentando o desenvolvimento eficiente e sustentável.


Leia mais: http://br.sputniknews.com/mundo/20150403/653066.html#ixzz3WNgAiWr2

sábado, julho 12, 2014

BRICS se protege da arbitrariedade dos EUA e da Europa

BRICS, banco, finanças, economia

Os países do BRICS querem se proteger dos riscos políticos externos. A imprevisibilidade das decisões do FMI e do Banco Mundial incentiva os países a criarem sua própria alternativa a essas estruturas. Na próxima cúpula do BRICS, que irá decorrer no Brasil a 15 de julho, será assinado um acordo para a criação do Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS e do Pool de Reservas Cambiais.

Qual é a posição da Rússia relativamente aos mecanismos de funcionamento dessas novas estruturas? Em que áreas de trabalho se vai concentrar o Conselho Empresarial dos BRICS? Serguei Katyrin, presidente da Câmara de Comércio e Indústria da Rússia e presidente do Conselho Empresarial dos BRICS, falou sobre esses temas numa entrevista exclusiva à Voz da Rússia.
– Senhor Katyrin, em que consiste a posição da Rússia relativamente aos mecanismos de funcionamento do Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS e do Pool de Reservas Cambiais?
– Quanto ao Novo Banco de Desenvolvimento nós chegámos a um acordo sobre o mecanismo de distribuição das cotas. A Rússia e os outros países-participantes irão começar por contribuir com 2 bilhões de dólares cada um. Esse será o capital realizado do banco. Haverá ainda 50 bilhões de dólares de capital distribuído e 100 bilhões em capital autorizado. Esses montantes deverão ser reunidos durante aproximadamente sete anos. A direção do banco será colegial. Seu órgão colegial máximo será o conselho de administração e seu órgão executivo – a direção. O presidente do banco será eleito por um período de cinco anos.
Na realidade, o Novo Banco de Desenvolvimento não estará apenas aberto aos países do grupo BRICS, mas também aos restantes países que são membros da ONU. Mas a participação dos países do BRICS no capital do banco não poderá ser inferior a 55%. A atividade do banco se destina ao financiamento dos projetos de infraestruturas nos territórios dos BRICS.
Agora, quanto ao Pool de Reservas Cambiais. A razão principal para a sua criação são as dificuldades em prever as decisões da Reserva Federal dos EUA e do Banco Central Europeu. Assim, para apoiar a moeda de um ou de outro país em momentos difíceis de oscilações, foi decidida a criação de um pool de reservas cambiais. Esses montantes não serão transferidos para lado nenhum. Os valores acordados estarão depositados nas contas dos bancos centrais e, em caso de necessidade, esse dinheiro estará disponível para o país que necessite usá-lo.


– Quais são as áreas de trabalho do Conselho Empresarial dos BRICS que lhe parecem ter mais futuro?
– Em geral, nós nos dedicamos de forma responsável a todas as áreas de trabalho, mas podemos sublinhar algumas prioridades. Em primeiro lugar, é a promoção dos projetos bilaterais já preparados, ou em desenvolvimento, no âmbito do grupo BRICS.
Em segundo lugar, são os apoios aos projetos multilaterais. É difícil desenvolver um projeto em que estejam interessados os cinco países, mas existem áreas em que todos os membros do BRICS têm pontos em comum. Elas podem ser a economia ambiental, as energias alternativas, as biotecnologias ou as nanotecnologias. Estas são precisamente as áreas que podem reunir os esforços dos empresários e dos cientistas. Penso que nessa direção nós teremos um grande caminho a percorrer.
Claro que cada país tem suas próprias prioridades, que tenta sublinhar neste tipo de encontros, como a futura cúpula a realizar no Brasil. Os sul-africanos, por exemplo, dão grande importância à indústria mineira. É precisamente essa a área da cooperação que eles tentam desenvolver. O Brasil está interessado nos projetos conjuntos na indústria automóvel e aeronáutica.
Sem dúvida que existem temas comuns a todos. Eles são sobretudo a área financeira, os projetos de infraestrutura e o desenvolvimento da área dos serviços. Mesmo assim cada país anfitrião da cúpula adiciona algo próprio à agenda do encontro. Desta vez a cúpula será realizada no Brasil. Iremos ver até que ponto os futuros debates serão interessantes e produtivos.
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_07_11/BRICS-se-protege-da-arbitrariedade-dos-EUA-e-da-Europa-6069/

sexta-feira, março 22, 2013

Putin invita al BRICS intensificar su participación en política global

Presidente de Rusia, Vladímir PutinPutin llama a los BRICS a implicarse más en la política global

Moscú, 22 de marzo, RIA Novosti.
El presidente de Rusia, Vladímir Putin, abogó por convertir el grupo de las cinco grandes economías emergentes, BRICS, en un “mecanismo de interacción geoestratégica” capaz de afrontar principales asuntos de la actualidad política internacional.
“De un foro de diálogo para coordinar posturas, proponemos transformar gradualmente al BRICS en un mecanismo de interacción geoestratégica pleno que permita buscar vías para solucionar problemas clave de la política  global”, expresó el presidente ruso en una entrevista a la agencia Itar-Tass concedida en vísperas de la cumbre del grupo BRISC en Durban, Sudáfrica.
Según Putin, para el enevento se está redactando una declaración conjunta en la que se expone la postura del BRICS ante temas tan importantes como la crisis siria y los conflictos de Afganistán, Irán y Oriente Próximo. Al mismo tiempo, el líder ruso subrayó que la propuesta rusa no busca esatablecer una rivalidad geopolítica con Occidente y sus alianzas.
“No vemos al grupo BRICS como un rival geopolítico de los países occidentales o sus organizaciones. Al contrario, estamos abiertos al diálogo con todo aquel que esté interesado en dialogar en el marco de un mundo multipolar”, apuntó.
El mandatario ruso afirmó que Rusia concede gran importancia al desarrollo de la cooperación con el resto del BRICS en los ámbitos como el comercio exterior, la inversión y los negocios. En este sentido, adelantó que durante la cumbre de Durban se formalizará la creación del Consejo Empresarial BRICS.
En vísperas de la reunión, también tendrá lugar un foro empresarial que congregará a un millar de participantes, agregó Putin.
La quinta cumbre de los BRICS se celebrará los días 26 y 27 de marzo en Durban, ciudad sudafricana a orillas del Océano Índico. El presidente de Rusia y sus homólogos de Brasil, India, China y Sudáfrica abordarán los problemas clave de la economía mundial, así como se reunirán con dirigentes de la Unión Africana, de la Nueva Asociación para el Desarrollo de África y de algunas entidades subregionales de integración.
*NataliaForcat

quarta-feira, junho 10, 2015

China propone crear un mercado común para el BRICS



Los países del BRICS deben aspirar a un mercado común comercial y económico, reforzar la viabilidad de sus economías e incentivar su competitividad, afirmó Zhang Dejiang, el presidente del Legislativo chino.
"Debemos movernos hacia la creación de un mercado común comercial y económico, la creación de un mecanismo de acuerdos monetarios de múltiples niveles, nuevos proyectos de infraestructura y una cooperación más estrecha basada en el apoyo del pueblo. Los instrumentos clave al respecto incluyen al Nuevo Banco de Desarrollo del BRICS y al fondo común de reservas del BRICS", dijo Zhang Dejiang durante elprimer foro interparlamentario del BRICS en Moscú.
El presidente del Comité Permanente de la Asamblea Popular Nacional de China también resaltó, citado por RIA Novosti, que las estructuras de producción de los países del BRICS en gran medida se complementan unas a otras, por lo que el "potencial de cooperación es muy alto".
Aseguró que en la cumbre del BRICS en la ciudad rusa de Ufa (a celebrarse el 9 y 10 de julio) "podremos reforzar aún más nuestra organización".
Según Dejiang, "en la situación internacional difícil e inestable y ante la falta de recuperación de la economía global, los países del BRICS deben seguir aunándo esfuerzos para hacer frente a todo tipo de desafíos, así como incentivar la viabilidad de nuestras economías y elevar la competitividad".  
*RT

sábado, maio 16, 2015

El Banco de Desarrollo de los BRICS abrirá sus puertas a finales de año


El Banco de Desarrollo de los BRICS abre sus puertas este fin del añoReuters
El nuevo banco de los BRICS, que con un capital de 100.000 millones de dólares ofrecerá préstamos a los países en desarrollo, empezará a funcionar a finales de este 2015 o a principios de 2016, ha anunciado el Ministerio de Finanzas de China.
El viceministro de Finanzas de China, Shi Yaobin, en un comunicado publicado este viernes ha anunciado que la planificación estratégica para la apertura del Banco de Desarrollo de los BRICS está en marcha y está prevista para finales de 2015 o principios de 2016. Además, informó de que este julio en el marco de la séptima cumbre de los BRICS, que tendrá lugar en Rusia, también se celebrará la primera reunión de la junta del banco y se designarán su gobernador y vicegobernador.
"La instauración del banco BRICS es un hito en la cooperación financiera que promoverá los países BRICS y otros mercados emergentes, la construcción de infraestructura y el desarrollo sostenible en los países en desarrollo", consta en el comunicado. "Esto facilitará la reforma de la gobernanza económica mundial, que tiene una gran importancia", añadió Yaobin.
Asimismo, el funcionario chino ha señalado que "el Banco de Desarrollo de los BRICS y el Banco Asiático de Inversiones en Infraestructura se complementan y trabajarán juntos en la promoción del desarrollo de la infraestructura mundial y regional".

quinta-feira, dezembro 01, 2011

Uma visão da China:

 Os anos dourados para os Brics ainda estão por vir

Bandeira chinesa (AP)
Para especialista, China precisa cooperar mais com Brics, assim como grupo precisa dos chineses
Passaram-se dez anos desde o surgimento do conceito de Brics, um período muito curto se comparado com a história da humanidade como um todo. No entanto, a economia e a política mundiais passaram por um tremendo passeio de montanha-russa nesse tempo.
As velhas economias desenvolvidas estão agora perturbadas por crises e estão perdendo seu brilho. Enquanto isso, as nações do grupo Brics estão se desenvolvendo rapidamente e fornecendo grandes contribuições para a economia mundial. Com a formação da nova ordem internacional, os Brics se tornarão uma importante força emergente para ser considerada.

Frota combinada

Desde o início do século 21, os potenciais conflitos que borbulhavam por muitos anos se tornaram mais visíveis, e as crises que assolam a situação econômica e política mundial estão ficando mais sérias.
Embora nenhuma guerra em escala mundial tenha sido deflagrada, os conflitos militares regionais nunca pararam. Seguindo-se à tempestade financeira da Ásia, uma crise financeira global foi iniciada pelo distúrbio do subprime dos EUA. Enquanto as pessoas ainda esperam que a crise financeira tenha um fim, a crise da dívida europeia começa a se espalhar.
Enquanto o mundo enfrentava dificuldades políticas e econômicas, os países emergentes Brasil, Rússia, Índia e China - com seus recursos especiais e vantagens de população e mercado - aproveitaram a oportunidade e intensificaram imensamente os seus respectivos poderes nacionais.
Os quatro integrantes do grupo Bric - Brasil, Rússia, Índia e China - eram como uma frota combinada navegando pelos continentes. Depois que a África do Sul uniu-se ao grupo, os Brics estenderam a sua influência.

Uma década de desenvolvimento

A China precisa intensificar a cooperação com o grupo dos Brics, assim como o grupo precisa da participação chinesa.
A política de reformas que a China adotou nos últimos 30 anos permitiu ao país modificar-se a ponto de ficar irreconhecível - a China do século 21 é completamente diferente da China de 30 anos atrás. Nos últimos dez anos em particular, a China atingiu o que países desenvolvidos atingiram em várias décadas, ou até mesmo séculos.
O PIB da China cresceu de menos de 10 trilhões para quase 40 trilhões de yuans, pulando da 6ª para a 2ª posição no ranking mundial. O seu comércio exterior foi de menos de US$ 500 bilhões para quase US$ 3 trilhões, também chegando a segundo lugar no mundo.
O que é mais importante, a China se transformou de um país que tinha de importar capital, tecnologia e know-how em uma nação que exporta capital e manufaturas, fortalecendo ainda mais a influência do país na arena internacional.

Desafios para a China

Reunião de cúpula dos Brics durante encontro do G20 (Reuters)
Fubin diz que emergentes aproveitaram instabilidade dos países ricos e ganharam importância
No entanto, a China também enfrenta dificuldades no seu desenvolvimento: a apreciação do yuan tem sido muito acelerada, prejudicando as nossas exportações; a dependência das importações de petróleo é muito grande, e a população é imensa.
Existe o problema estrutural de encontrar as pessoas certas para os empregos certos, e a pressão do desemprego é forte. O aumento nos preços da habitação se soma à inflação alta, e o mercado de ações é volátil. O desafio ambiental também é sério.
Nós acreditamos que a China é capaz de resolver estes problemas. Nós temos vantagens especiais, tais como ricos recursos humanos de qualidade crescente, raros recursos naturais e de alta tecnologia e um grande mercado consumidor interno.
Além do mais, a China tem continuamente adotado uma política externa de benefícios mútuos, e mantido uma boa cooperação econômica e política com outros países, incluindo países desenvolvidos e, particularmente, com seus vizinhos. A influência da China no mundo está se fortalecendo, e o papel do país no grupo dos Brics está aumentando.

Boas perspectivas

Outros países do grupo dos Brics também estão obtendo rápido progresso. O crescimento anual do PIB da Índia é maior que 6,5%. A Rússia está acordando depois de um período de "choque". O PIB do Brasil está liderando a América do Sul, e depois que a África do Sul uniu-se ao grupo, o grupo ganhou mais representatividade global.
Nos Brics estão 42% da população do planeta e 30% dos seus territórios. Espera-se que, em 2015, o PIB dos Brics chegue a 22% do PIB mundial.
Com o desenvolvimento de seu poderio econômico, os Brics estão destinados a exercer um papel cada vez maior no cenário internacional.
* Professor da Academia Chinesa de Ciências Sociais e diretor do Instituto Chinês para a Pesquisa Econômica do Carvão, da Universidade Central de Finanças e Economia (China).

http://www.bbc.co.uk/worldservice/includes/core/2/screen/extras/slide_show/brics/img/portuguese/slide01.jpg*amoralnato

quinta-feira, julho 31, 2014

Intenção velada de a Alemanha integrar os Brics assusta os EUA


 
Intenção velada de a Alemanha integrar os Brics assusta os EUA. 20638.jpeg
Os piores pesadelos do presidente Barack Obama têm ganhado forma, em uma velocidade com a qual ele não contava, no front financeiro. Uma análise do doutor em Estatística Jim Willie, PhD na matéria pela Carnegie Mellon University, nos EUA, afirma categoricamente que a Alemanha está prestes a abandonar o sistema unipolar apoiado pela Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan) e os EUA, para se unir às nações dos Brics, o grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, razão pela qual a agência norte-americana de espionagem NSA ampliou suas escutas à lider germânica Angela Merkel e terminou flagrada por agentes do serviço secreto alemão, após as denúncias do ex-espião Edward Snowden.
Por Carl Edgard, com agências internacionais - de Nova York, EUA, Moscou e São Paulo
Em entrevista ao blogueiro Greg Hunter, editor do USA Watchdog, Willie afirmou que a verdadeira razão por trás do recente escândalo de espionagem da NSA, visando a Alemanha, é o clima de medo que ronda o governo norte-americano de que as potências financeiras da Europa estejam procurando fugir do inevitável colapso do dólar.Editor de um boletim financeiro a partir de Pittsburg, no Estado norte-americano da Pensylvania, Jim Willie afirma que o apoio dos EUA à Ucrânia e as consequentes sanções impostas à Rússia integram o esforço dos EUA de tentar segurar o êxodo europeu no campo econômico e político, em nível mundial.
"Aqui está a grande consequência. Os EUA, basicamente, estão dizendo à Europa: você tem duas opções aqui. Junte-se a nós na guerra contra a Rússia. Junte-se a nós nas sanções contra a Rússia. Junte-se a nós nas constantes guerras e conflitos, isolamento e destruição à sua economia, na negação do seu fornecimento de energia e na desistência dos contratos. Junte-se a nós nessas guerras e sanções, porque nós realmente queremos que você mantenha o regime do dólar. (Em contrapartida, os europeus) dizem que estão cansados do dólar...
 
Estamos empurrando a Alemanha para fora do nosso círculo. Não se preocupem com a França, nem se preocupem com a Inglaterra, se preocupem com a Alemanha. A Alemanha tem, no momento, 3 mil empresas fazendonegócios reais, e elas não vão se juntar às sanções".Willie continua: "É um jogo de guerra e a Europa está enjoada dos jogos de guerrados EUA. Defender o dólar é praticar guerra contra o mercado. Você está conosco ou está contra nós?". Quanto à espionagem da NSA sobre a Alemanha, Willie diz: "(Os espiões norte-americanos) estão à procura de detalhes no caso de (os alemães) passarem a apoiar a Rússia sobre o 'dumping' ao dólar.
Eu penso, também, que estão à procura de detalhes de um possível movimento secreto da Alemanha em relação ao dólar de união aos Brics. Isto é exatamente o que eu penso que a Alemanha fará".Willie calcula que, quando os países se afastarem do dólar norte-americano, a impressão de dinheiro (quantitative easing, QE) aumentará e a economia tende a piorar. Willie chama isso de 'feedback loop', e acrescenta:
"Você fecha o 'feedback loop' com as perdas dos rendimentos causados pelos custos mais elevados que vêm da QE. Não é estimulante. É um resgate ilícito de Wall Street que degrada, deteriora e prejudica a economia num sistema vicioso retroalimentado... Você está vendo a queda livre da economia e aceleração dos danos. A QE não aconteceu por acaso. Os estrangeiros não querem mais comprar os nossos títulos. Eles não querem comprar o título de um banco central que imprime o dinheiro para comprar o título de volta! A QE levanta a estrutura de custos e causa o encolhimento e desaparecimento dos lucros. A QE não é um estímulo. É a destruição do capital".
Na chamada "recuperação" a grande mídia tem batido na mesma tecla durante anos, Willie diz: "Os EUA entraram em uma recessão da qual não sairão até que o dólar tenha desaparecido. Se calcular-mos a inflação corretamente... Veremos uma recessão monstro de 6% ou 7% agora. Não creio que a situação melhore até que o dólar seja descartado.
Portanto, estamos entrando na fase final do dólar"."Você quer se livrar de obstáculos políticos? Vá direto para o comércio e negócios. Por que é que a Exxon Mobil continua realizando projetos no Ártico e no mar Negro (na Crimeia) com os russos e suas empresas de energia? Nós já temos empresas de energia dos Estados Unidos desafiando nossas próprias sanções, e mesmo assim estamos processando os bancos franceses por fazerem a mesma coisa. Isso é loucura. Estamos perdendo o controle", aponta.
Um mundonão norte-americanoNo Brasil, a cúpula realizada em Fortaleza, na semana passada, durante a qual foi criado o Novo Banco de Desenvolvimento, chamou a atenção do mundo para o próprio projeto de desenvolvimento do bloco, bem como para o papel da China e da Rússia nesta organização.
O vice-diretor do Instituto de Estudos do Extremo Oriente da Academia de Ciências da Rússia, Serguei Luzyanin, anda em paralelo à linha traçada por Willie. Leia, adiante, a entrevista que Luzyanin concedeu à agência russa de notícias VdR:- Foi referida a criação do embrião "de um mundo não norte-americano".
Porque é que os BRICS não gostam da América do Norte?- A cúpula brasileira ficou para a história enquanto o mais fértil encontro do "quinteto" - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A sua fertilidade não ficou apenas patente na criação de instrumentos financeiros - o Banco de Desenvolvimento e Arranjo Contingente de Reservas - mas, sobretudo, no nível de empenho dos líderes dos Brics - no auge da Guerra Fria 2.0, quando os norte-americanos tentam esmagar qualquer um que age à revelia das "recomendações" de Washington - em criarem o seu embrião "de um mundo não norte-americano". No futuro, outros projetos poderão estar ligados ao desenvolvimento dos Brics, como a Organização de Cooperação de Xangai (RIC).
O importante é que, de fato, existe a concepção "de um mundo não norte-americano" que se desenvolve ativamente e de forma concreta. Os Brics parecem prestes a se tornar o epicentro deste novo fenômeno. Não é preciso ser um político habilidoso para sentir que os povos e as civilizações dos países em vias de desenvolvimento estão cansados de "padrões norte-americanos" impostos. Aliás, padrões para tudo, economia, ideologia, forma de pensar, os "valores" propostos, vida interna e externa, etc. O mundo inteiro viu pela TV o aperto-de-mão dos cinco líderes dos Brics, ao qual, passado uns dias, se juntou praticamente toda a América Latina. É discutível se, neste impulso comum, existiu uma maior dose de contas pragmáticas ou de solidariedade emocional, mas, uma coisa é certa, nele não houve qualquer amor pela América do Norte. E isso ainda é uma forma polida de colocar as coisas.-
E quanto à adesão da Argentina, quem, no Sul, irá "apoiar" os EUA?-
Para a Índia os Brics são uma oportunidade de reforço na Ásia Austral e de desenvolvimento econômico fora da alçada da Ocidente. A motivação regional é conjugada com expectativas financeiras e tecnológicas que unem a África do Sul e o Brasil. No futuro, o "segmento" latino-americano poderá ser reforçado. Muitos peritos esperam que o "quinteto" seja alargado através da adesão da Argentina ao projeto. Ultimamente tem existido um desenvolvimento fulgurante das relações bilaterais da Rússia e da República Popular da China com países da América Latina, em setores como o tecnológico-militar, comercial, de investimento e energético. Neste quadro, as visitas em Julho de Vladimir Putin e de Xi Jinping marcaram o tendencial círculo de potenciais aliados dos Brics, nomeadamente Cuba, Venezuela, Nicarágua, Argentina, entre outros. Como é sabido, geograficamente, a America Latina "apoia", a partir do Sul, os EUA. O reforço dos Brics, nessa zona sensível para os norte-americanos, é um trunfo adicional para o mundo em vias de desenvolvimento.
- Relativamente à "descoberta" muçulmana dos BRICS. Como será a institucionalização?-
Também se estuda o prolongamento dos Brics da direção do Islã, onde também existe descontentamento face ao domínio norte-americano. Espera-se que, após a entrada da Argentina, a fila de adesão aos Brics seja engrossada pelo maior, em termos de população, país muçulmano do mundo (cerca de 250 milhões), ou seja, a Indonésia. Ela, seja pela sua ideologia, seja pela ambições, nasceu para aderir ao projeto e assim fechar a região do Sudeste Asiático. O novo governo indonésio confirma a sua intenção de desenvolver o relacionamento com os Brics. A entrada da Indonésia encerrará a "corrente regional" que englobará as principais regiões do mundo. Além disso, cada um dos países dos Brics irá representar a "sua" região, tornando-se no seu líder informal.
Brasil a América Latina, RAS a África, Rússia a Eurásia, China o Nordeste da Ásia, Indonésia o sudeste asiático. Os futuros cenários de desenvolvimento do projeto poderão ser diversos. Mas um deles já é atualmente equacionado e de forma bastante concreta. Num futuro próximo, os líderes dos BRICS deverão trabalhar no sentido da institucionalização do projeto, nomeadamente através da criação de um fórum de membros permanentes (atualmente são cinco Estados), e um fórum de observadores e de parceiros de diálogo.
- Há alguma chance de os EUA dialogarem?-
É possível que, com tempo, os EUA sejam obrigados a dialogar com os Brics. Porém, não parece ser algo que venha a ter lugar num futuro próximo. Hoje o projeto está em ascensão. Ele combina, organicamente, as vantagens de diversas civilizações, economias e culturas políticas. Aqui não existem imposições nem domínios de um só país. É claro que existem incongruências, algumas "divergências e visões diferentes quanto à concretização de alguns projetos internacionais. Mas não são diferendos estratégicos.
Trata-se de questões objectivas, que surgem, normalmente, nas relações internacionais do mundo político. Os Brics acabam por ser o reflexo bastante preciso do nosso mundo multifacetado e bastante complexo.

*Pravda

sábado, maio 31, 2014

VI Cúpula dos BRICS

Em Fortaleza, mais um passo para detonar Bretton Woods


Em Fortaleza, mais um passo para detonar Bretton Woods. 20393.jpeg 

Os BRICS e o fim de Bretton Woods
Fatos históricos importantes, muitas vezes, passam em branco para seus contemporâneos. Nos dias 15, 16 e 17 de julho, em Fortaleza, ocorre a VI Cúpula dos BRICS. As Cúpulas têm reunido os Chefes de Estado de Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul anualmente desde 2009. A reunião de Fortaleza deverá consolidar os BRICS como uma organização dotada de instrumentos concretos para influir na economia e política internacionais. Este evento não tem merecido a atenção devida na mídia, na academia e nos debates da internet.
por Igor Grabois, especial para o Viomundo, 25 de maio de 2014 às 13:07
Os círculos bem-pensantes e a mídia no Brasil se espelham na Europa e nos EUA. Desprezam a integração sul-americana e torcem o nariz para as iniciativas Sul-Sul. Uma política brasileira para a África provoca reações entre o escárnio e a ojeriza.
Promovem uma campanha sistemática contra o MERCOSUL. Querem a ALCA e o TAFTA (acordo de comércio e investimentos entre EUA e União Européia).
Quanto aos BRICS, a conversa é de que eles não têm nada em comum, exceto o tamanho. Pois eles têm muitas coisas em comum: o inimigo.

Os BRICS representam 43% da população mundial, 27% do PIB mundial e apenas 15% das cotas do FMI. Pelo critério do poder de compra, a China é a primeira economia mundial, a Índia a quarta, o Brasil a sétima e a Rússia a décima economia mundial. Estão fora do G-8, que voltou a ser G-7, após a expulsão da Rússia em função da crise ucraniana.
Crescimento econômico, agricultura, participação no comércio exterior, indústria, produção de energia etc, todos os dados mostram a ascensão dos BRICS e a estagnação do G-7.
 
Rússia, Índia. China e Brasil aumentam a cada ano fiscal seus gastos militares. Do G-7, apenas o Japão amplia seus gastos militares para se contrapor à China. Os outros cortam gastos, inclusive os EUA, apesar do gigantismo de sua máquina militar. A despeito da projeção dos países BRICS, há um movimento para obstar a influência política e econômica desses países.
Neste quadro, nada mais lógico do que a associação de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Desde a primeira cúpula dos BRICS em Ekaterinenburgo, em 2009, os acordos multilaterais e bilaterais se multiplicaram. Ciência e tecnologia, energia, compartilhamento de estatísticas, agricultura, energia, educação, defesa, espaço, em suma, a materialização de uma tirada de um diretor do Goldman Sachs é veloz.
Enquanto os BRICS aprofundam os laços, a reação de EUA, União Européia e Japão é cada vez mais barulhenta.
Não pode haver dúvidas dos verdadeiros alvos dos ataques dos EUA e União Européia na Ucrânia, na Síria e na Venezuela. Os EUA resolveram, agora, indiciar oficiais chineses por ciberespionagem... Snowden que o diga.
The Economist e Financial Times assumiram o papel de porta-voz dos rentistas brasileiros e estrangeiros na luta contra o que a política econômica brasileira pode ter de intervenção estatal e distributivista.
Desde 1945, o mundo capitalista foi regido pelos acordos de Bretton Woods, cidade do Massachusets, onde os vitoriosos da segunda guerra - sem a União Soviética - se reuniram para elaborar medidas para evitar crises como a de 1929.
Foi criado um banco de desenvolvimento, o Banco Mundial e um fundo para prevenir e combater crises cambiais, o FMI. E mais importante, elegeram o dólar como moeda de conversibilidade internacional. A solvência de um país passou a ser medida pela quantidade de dólares que possui.
Porém, o arranjo de Bretton Woods mostrou sinais de esgotamento a partir da crise do petróleo nos anos 70. A dívida dos países latino-americanos e do leste europeu explodiu. A terapia do FMI matava os doentes, ao invés de curá-los.
A América Latina enfrentou a recessão econômica e a tragédia social sob a égide do Fundo. E a política do Fundo não preveniu as crises cambiais, ao contrário, contribuíram para agravá-las.
China e Rússia, após a queda do socialismo real em 1989/90, não foram absorvidos no sistema Bretton Woods. Argentina e Brasil, principais clientes do Fundo, se livraram dos "empréstimos-ponte" na década passada. O Fundo passa a ser visto como um estorvo, não uma solução. O FMI se dedica, agora, a detonar as economias da Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda para garantir o euro e as aplicações de banqueiros alemães.
Em 2010, no auge da insolvência dos países do sul da Europa, chegou-se a um acordo no Conselho de Governadores do FMI. Haveria nova distribuição das cotas do Fundo, diminuindo o poder de EUA, União Européia e Japão. Em troca, os BRICS compareceriam com 70 bilhões de dólares. Um alívio para a Europa em crise. O Congresso estadunidense, simplesmente, rejeitou o acordo no início deste ano. A gestão do FMI continua como dantes e os 70 bilhões não vão aparecer. Como diz aquela subsecretária, f*-se a União Européia.
Fortaleza, julho de 2014. Os Chefes de Estado dos BRICS assinarão o acordo de criação do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco dos BRICS. Mais, assinarão um Acordo Contingente de Reservas. Um Banco Mundial e um FMI dos BRICS. China e Rússia fecharam acordo de fornecimento de gás nominado em rublos e yuans. Brasil e China já fazem parte do seu comércio nominado nas respectivas moedas nacionais.
As duas entidades financeiras, inicialmente, terão atuação nos países signatários. Nada impede que atuem junto a países fora dos BRICS. É só o começo. Afinal, para que acumular dólares, aturar as idiossincrasias das autoridades monetárias estadunidenses se os ventos batem em outra direção?
*Pravda