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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, agosto 29, 2010

Pra quem não viu


Reproduzo, para quem não pode assistir, o programa da noite de Dilma Rousseff. Pesquisa Datafolha – acho que, pelo prazo antecipado de entrega de, não deu para preparar o Ibope – e preocupação em mostrar que Dilma alia experiência e capacidade admnistrativa com preocupações sociais. A saúde, tecla monocórdia de Serra, foi o tema central, com projetos em andamento e suas perspectivas de ampliação, nada semelhante da exploração da doença de pessoas que o “coiso” leva ao ar. Bons argumentos para discutir com que, porventura, esteja se enganando com a exploração dos problemas de saúde no Brasil.
Aliás, Serra não tem um programa de saúde, tem um programa e doenças.

*Tijolaço


Desnutrição infantil vai ficando no passado

As políticas sociais e a melhor distribuição de renda nos últimos oito anos mudaram o padrão das crianças brasileiras. O país está praticamente livre da desnutrição infantil; o déficit de altura, ligado à subnutrição, caiu significativamente, e o problema agora é o peso das crianças, que ultrapassa os padrões internacionais e atinge a obesidade.

O excesso de peso e a obesidade são problemas sérios de saúde, mas o que a Pesquisa de Orçamentos Familiares (2008-2009) recém-divulgada pelo IBGE revela de forma positiva é que a desnutrição já não é mais uma chaga significativa em nosso país. A subnutrição infantil, que se mede pela relação peso-altura da criança, é responsável por mais de 50% das mortes infantis e sua prevenção é estratégica para o desenvolvimento humano.

Segundo os dados da seção de Antropometria e Estado Nutricional da POF, o déficit de altura das crianças entre 5 e 9 anos caiu de 29,3% (1974-75) para 7,2% (2008-09) entre os meninos e de 26,7% para 6,3% entre as meninas. A questão está bem resolvida na maior parte do país, mas ainda exige cuidados no meio rural da região Norte, onde os indicadores de déficit ultrapassam os dois dígitos, ainda: 16% dos meninos e 13,5% das meninas.

Os déficits de altura revelam atraso no crescimento linear da criança ocorrido em algum momento, que pode ser desde a gestação, com prevalência nos dois primeiros anos de vida. Portanto, o déficit de altura na faixa etária entre 5 e 9 anos na POF 2008-2009 reflete a desnutrição infantil na primeira metade da década de 2000.

Já o déficit de peso entre a mesma faixa etária foi baixo em todas as regiões do país, ficando em torno da média nacional de 4%.

A importância de dados como estes é que eles revelam que um novo Brasil, como dizia Darcy Ribeiro, começa dentro da barriga materna.

Crescemos habituados a ver a fome e a mortalidade infantil em várias regiões do país e isso parecia a muitos um problema inssolúvel. Já tinha 500 anos e nenhum governo o solucionara. Agora, finalmente estamos com indicadores positivos, que provam que as políticas sociais estão trazendo resultados.

Crescimento econômico, do maior número de empregos e da redução das desigualdades se reflete, sim, até fisicamente num povo. Não é só nossa alma que desempena e cresce. O corpo, também.

Já a economia da roda-presa, o déficit, o “apertem mais os cintos” que ouvimos durante tantos anos as elites dizerem ao povo, nos apequenaram. Mas não tanto que não pudéssemos nos erguer e lutar.

Quero Poder Público






Cuba é uma miséria só


Ex-menina de rua de SP estuda Medicina em Cuba


Graças a alguns “papa-hóstias”, como costumo chamar meus amigos da igreja, fiquei sabendo da história dela durante um agradável almoço na Feijoada da Lana, na Vila Madalena, a melhor da cidade. Repórter vive disso: tem que andar por aí, conversar com todo mundo para descobrir as novidades, ficar sabendo de personagens cuja vida vale a pena ser contada.

É este o caso da jovem Gisele Antunes Rodrigues, de 23 anos, ex-menina de rua de São Paulo, nascida em Ribeirão Pires, que deu a volta por cima e hoje está no terceiro ano de Medicina. Detalhe: ela estuda no Instituto Superior de Ciências Médicas de La Habana, em Cuba, onde estão matriculados outros 275 brasileiros.

Gisele veio passar as férias no Brasil e, na próxima semana, volta a Cuba. Como ela foi parar lá? Ninguém melhor do que a própria Gisele, que escreve muito bem, para nos contar como é a vida lá e como foi esta sua incrível travessia das ruas de São Paulo até cursar uma faculdade de Medicina em outro país.

A meu pedido, Gisele enviou seu depoimento nesta sexta-feira e eu pedi autorização para poder reproduzí-lo aqui no Balaio. Tenho certeza de que esta comovente história com final feliz pode servir de estímulo e inspiração a outros jovens que vivem em dificuldades.

Para: Ricardo Kotscho

Olá!!!

Autorizo o senhor a publicar essa história. Caso deseje, pode corrigir os erros. Mas, por favor, sem sensacionalismo. Tente seguir mais o menos o texto abaixo. Desculpa por escrever isso, mas eu já tive problemas.

Gosto do seu blog, vou tentar acessar nele em Cuba.

Abraços

Gisele Antunes

***

Só mais uma brasileira

Saí de casa com 9 anos de idade porque minha mãe espancava eu e meu irmão. Não tínhamos comida, o básico para sobreviver. Meu pai nunca foi presente. É um alcoólatra que só vi duas vezes na vida. Minha mãe é uma mulher honesta, mas que não conseguia educar seus filhos. Já foi constatado que ela tem problemas mentais.

Ela trabalhava como cigana na Praça da República. Quando eu fugi de casa segui esse caminho, e encontrei uma grande quantidade de meninos e meninas de rua. Apresentei-me a um deles, este me ensinou como chegar em um albergue para jovens, e a partir desse momento passei a ser menina de rua. Só comparecia nessa instituição para comer, tomar banho e ter um pouco de infância (brincar). No meu quinto dia na rua, comecei a cheirar cola e depois maconha.

Alguns educadores preocupados com a minha situação tentavam me orientar, mas de nada valia. Foi quando me apresentaram a uma religiosa, a irmã Ana Maria, que me encaminhou para um abrigo, o Sol e Vida. Passei uns três anos lá e deixei de usar dogras. Esta instituição não era financiada pelo governo. Quando foi fechada, me encaminharam a outros abrigos da prefeitura, entre eles o Instituto Dom Bosco, do Bom Retiro. E assim foi, até os 17 anos.

Para alguém que usa droga, não era fácil seguir regras. Foi por muita persistência e um ótimo trabalho de vários educadores que eu consegui deixar a drogas, sair da desnutrição e recuperar a saúde após anemia grave.

Na infância, era rebelde, não queria aceitar a minha situação. Apenas queria ter uma família. Mas havia algo que eu valorizava _ a escola e os cursos que eu fazia na adolescência. Aos 14 anos de idade, comecei a jogar futebol, tive a minha primeira remuneração. Aos 16 anos, entrei em uma empresa, a Ericsson, que capacitava jovens dos abrigos para o mercado de trabalho. Essa empresa financiou meu curso de auxiliar de enfermagem e o inicio do técnico. O último não foi possível concluir.

Explico: existe uma lei nas instituições públicas segunda a qual o jovem a partir dos 17 anos e 11 meses não é mais sustentado pelo governo, tem que se manter sozinho. Como eu não tinha contato com a minha família, quando se aproximou a data de completar essa idade, entrei em desespero.

A sorte foi que a entidade, o Instituto Dom Bosco Bom Retiro, criou um projeto denominado Aquece Horizonte. Este projeto é uma república para jovens que, ao sair do abrigo, podem ficar lá até os 21 anos. Os coordenadores e patrocinadores acompanham o desenvolvimento do jovem neste período de amadurecimento.

As regras mais básicas da república são: trabalhar, estudar e querer vencer na vida. No segundo ano de república, eu desejava entrar na universidade, mas sabia que não tinha condições de pagar a faculdade de enfermagem ou conseguir passar na universidade pública.

Optei então por fazer a faculdade de pedagogia. É uma área que me encanta, e a única que podia pagar. No primeiro semestre da faculdade de pedagogia, um educador do abrigo, o Ivandro, me chamou pra uma conversa e me informou sobre um processo seletivo para estudar medicina em Cuba. Fiquei contente e aceitei participar da seleção.

Passei pelo processo seletivo no consulado cubano e estou desde 2007 em Cuba. Dou inicio ao terceiro ano de medicina no dia 06 de setembro de 2010. São 7 anos no país, sendo 6 de medicina e um de pré-médico.

Ir a Cuba foi minha maior conquista. Além de aprender sobre a medicina, aprendo sobre a vida, a importância dos valores. Antes de ir, sempre lia reportagens negativas sobre o país, mas quando cheguei lá, não foi isso que vi. Em Cuba, todos têm direito a educação, saúde, cultura, lazer e o básico pra sobreviver.

Li em muitas revistas que o Fidel Castro é um ditador, e descobri em Cuba, que ele é amado e idolatrado pelos cubanos. Escrevem que Cuba é o país da miséria. Mas de que tipo de miséria eles falam? Interpreto como miséria o que passei na infância. Em casa, não tinha água encanada, luz, comida.

Recordo que tinha dias em que eu, meu irmão e minha mãe não conseguíamos nos levantar da cama devido a fraqueza por falta de alimento. Tomávamos água doce pra esquecer a fome. Então, quando abro uma revista publicada no Brasil e nela está escrito que Cuba é um país miserável, eu me pergunto: se em Cuba, onde todos têm os direitos a saúde, educação, moradia, lazer e alimento, como podemos denominar o Brasil?

Temos um país com riqueza imensa, que conquistou o 8º lugar no ranking dos países mais ricos, mas sua riqueza se concentra nas mãos de poucos, com uns 60 % da população vivendo em uma miséria verdadeira, pior que a miséria da minha infância.

Cuba sofre um embargo econômico imposto pelos estados Unidos por ser um país socialista e é criticado por outros governos. No entanto, consegue dar bolsa para mais de 15 mil estrangeiros de vários países, se destaca na área da saúde (gratuita), educação (colegial, médio, técnico e superior gratuito para todos) e esporte (2º lugar no quadro de medalhas, na historia dos Jogos Panamericanos), é livre de analfabetismo.

A cada mil nascidos vivos morrem menos de 4. Vivenciando tudo isso, eu queria também que o Brasil fosse miserável como Cuba, como é escrito em varias revistas. Acho que o brasileiro estaria melhor e não seria tão comum encontrar tantos jovens sem educação, matando, roubando e se drogando nas ruas.

Vou passar mais quatro anos em Cuba e não quero deixar o curso por nada. Desejo concluir a faculdade e ajudar esse povo carente que sonha com melhoras na área da saúde, quero ajudar outros jovens a realizar os seus sonhos , como me ajudaram. Também pretendo apoiar meu irmão, que deseja estudar direito.

Tenho meu irmão como exemplo de superação. Saiu de casa com 13 anos de idade, mas não foi para uma instituição governamental. Morou em um cômodo que seu patrão lhe ofereceu. Enquanto eu estudava e fazia cursos, ele estava trabalhando para ter o pão de cada dia. Hoje, ele é um homem com 25 anos de idade, casado e tem uma filha linda, e mesmo assim encontra tempo pra me apoiar e me dar conselhos.

Foi muito bom visitar o Brasil. Depois de longos 13 anos tive um tipo de comunicação com a minha mãe. Isso pra mim é uma vitoria. Quero estar próxima dela quando voltar.

Conto um pouco da minha história, mas sei que muitos brasileiros ultrapassaram barreiras piores, até realizarem seus sonhos. Peço ao povo brasileiro que continue lutando. É período de eleições, peço também que todos votem com consciência, escolha a pessoa adequada pra administrar o nosso país tão injusto.

Gisele Antunes Rodrigues

Ser culto é o único modo de ser livre (José Martí)

FONTE: http://colunistas.ig.com.br/ricardokotscho/2010/08/27/ex-menina-de-rua-de-sp-estuda-medicina-em-cuba/

Mercantilização e Poder Econômico serão coisas do passado. Aqui anunciado o início do seu fim., Por uma sociedade livre e cuidada pelo poder Público.









Drogas descriminalizar tratar identificar usuários






*Brasilmobilizado

FHC panfleta em ajuda à campanha de Serra em São Paulo

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso resolveu dar um apoio ao candidato de seu partido, José Serra (PSDB) e, no dia em que o Datafolha mostrou forte de liderança de Dilma Rousseff (PT) em São Paulo, resolveu ganhar as ruas do centro da capital para fazer o que há muito tempo não fazia: panfletar. Ele pretende repetir o gesto no Centro da capital paulista, ao lado do governador Alberto Goldman e outros correligionários, nos próximos dias.
Para continuar lendo, Correio do Brasil
A reportagem só não fala onde FHC vai pafletar, com certeza não será na cracolândia, símbolo das gestões tucanas de São Paulo.
Cracolândia: onde Saroba, Hilda, Celso Jardim e eu, passamos ao ir visitar instalações do antigo DOPS

Questão da droga é séria demais para blefes de "ss Erra"*

O tráfico de drogas, a violência por ele desencadeada e a economia que movimenta são problemas extremamente complexos, que exigem ampla colaboração internacional para que se chegue a um nível razoável de eficácia. Só uma mente simplória como a de José Serra acha que a questão se resolve com patrulhamento de fronteiras e acusação aos vizinhos.

Agora mesmo, o mundo ficou chocado com o massacre de 72 imigrantes pelo cartel das drogas no México, entre os quais estava ao menos um brasileiro. E esse cartel atua pesadamente na zona de fronteira com os Estados Unidos, por onde entra a maior parte da cocaína, maconha e anfetaminas consumidas nos EUA. Sea solução fosse tão simples como prega Serra, os EUA, com seu poderio militar e de inteligência já teria resolvido a questão.

Mas o que se verifica é justamente o oposto. Segundo o Washington Post, os governos dos EUA e do México chegaram à conclusão de que o tráfico de drogas na frinteira entre os dois países movimenta de US$ 20 bilhões e a US$ 25 bilhões por ano e apenas 1% dessa renda é apreendida.

Como em toda atividade ilegal, existem muitos setores interessados nessas operações, e se as drogas consumidas pelos norte-amercanos entram no país via México, as armas e munições nas mãos dos cartéis mexicanos são compradas nos EUA, onde os cartéis têm representação em 200 cidades.

O dinheiro do tráfico é lavado no sistema bancário internacional, mas apesar do Pacto da Basiléia, em que os banqueiros concordaram em colaborar com o combate a essa movimentação, quase nada foi feito, como conta jurista Wálter Maierovitch, no Terra Magazine.

Será que Serra pretende atuar também sobre o sistema financeiro e atacar os bancos como coniventes com o tráfico de drogas, como fez em relação à Bolívia? O problema das drogas é grande e sério demais para ser tratado com blefes e falsas soluções como prega o tucano. Aliás, se essa questão realmente o aflige, e como suas perspectivas para as eleições não são das melhores, ele poderia se juntar a Fernando Henrique Cardoso, que participou de uma Comissão Latino-americana sobre Drogas e Democracia, para conhecer o que vem sendo feito no continente e ver se areja um pouco mais suas idéias.

*Brizolaço

*Chebola

Mercadante Já para acabar com os homens de palha






Mercadante janta com Lula para traçar ofensiva da campanha em SP

Aloizio Mercadante (PT), candidato a governador de São Paulo, janta, neste domingo, no apartamento do presidente Lula, em São Bernardo do Campo.

Animados pelo crescimento das intenções de voto nas pesquisas Ibope e Datafolha, os dois devem conversar sobre a estratégia para o último mês de campanha antes do primeiro turno das eleições, em 3 de outubro.

"O presidente me convidou e vamos conversar sobre as eleições", disse o candidato.

Na terça-feira, Lula tem um evento como presidente da República na comunidade de Paraisópolis, mas não haverá condições para um evento de campanha, no final do dia.

"Na terça-feira estarei no Senado, em Brasília, onde haverá um esforço concentrado. A gente tem reunião de líderes às 15h para fechar a pauta e eu tenho de participar do colégio de líderes", disse. "Mas já temos uma programação para São Paulo que será divulgada em breve".

Neste domingo (29), Mercadante participou de uma caminhada, ao lado do candidato ao Senado, Netinho de Paula (PCdoB), na cidade de Embu, na Grande São Paulo. No local, ele conversou com moradores - sobre temas como segurança, habitação e educação e visitou a feira de artesanato local. (Com informações do Portal Terra).

*amigosdopresidenteLula


São Paulo, o PSDB e os seus homens-de-palha


Mercadante, Netinho e Marta, surfam na crista da Onda Dilma

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São Paulo, o PSDB e os seus homens-de-palha

Pedro Ayres

A atual crise do capitalismo neoliberal globalizado tem contribuído para iluminar um crescente número de escândalos de corrupção nas mais diversas partes do planeta, a tal ponto que é difícil que alguém ainda sustente que se trata de um fenômeno conjuntural ou limitado a uma região determinada. Pelo contrário, a corrupção é intrínseca ao sistema e tem proliferado ao calor da "globalização feliz", do "capitalismo popular", da "economia criminosa" (narcotráfico, comércio de armas e um longo etcétera) e das sucessivas bolhas especulativas que vêm explodindo desde 2005.

Dentre as mais graves corrupções que aconteceram no mundo, houve uma que pode ser considerada como a corrupção-mor, que foi a quase destruição de Estados e povos, pela política desnacionalizadora e destruidora de direitos sociais, como aconteceu, por exemplo, na Argentina de Menem. Só não foram ainda consideradas como crimes lesa-pátria, porque isso significaria questionar a essência da economoa política do império e a moralidade de seus cúmplice nacionais. Dai que até hoje há quem digam que tais atos foram atos administrativos normais e constitucionais, embora a legitimidade ética inexista em todos os seus aspectos.

Um dos mais insidiosos meios que o sistema capitalista usa para evitar que a sua nudez seja denunciada, é o consumismo. Uma prática que se transforma em substrato individual, quase que uma aspiração espiritual, onde Ter é mais importante que Ser. Assim, ao se processarem essas alterações no comportamento do homem comum, também houve a necessidade de um especial tipo de homem público ou político - o homem de palha. Ou seja, um indivíduo que guarda semelhanças aos homens ocos, empalhados do poema do poeta americano T. S. Eliot, The Hollow Men.

Um homem de palha, no sentido descrito por Eliot é o candidato ideal para a manutenção do sistema pois, como não tem nenhuma capacidade crítica além dos limites do transitório tempo presente, é dócil a quem o comanda - o poder econômico - e muito hostil a quem lhe adversa. Entretanto, como em todo o processo, houve um período em que faziam experiências e até ousavam tentativas para a reprodução de famosos homens-de-palha da História, como Mussolini, Hitler, Pinochet e outros menos votados ditadores latino-americanos. Foi assim que surgiram políticos da linhagem de um Uribe, de um Fujimori , de um Menem .

Aqui no Brasil, esse procedimento obedeceu a um esquema menos ortodoxo, pois, quando o sistema sentiu que a estrutura ditatorial que tinham criado em 1964 estava a se tornar contraproducente, tomando o exemplo da farsa espanhola do "Pacto de Moncloa", em que todos fizeram um acordo, com exceção dos diversos povos que conformam a Espanha, também aqui no Brasil se forjou um "pacto" que iria ser consolidado por uma Assembléia Nacional Constituinte mista, que funcionou entre 1987/88. E a partir daí, surgiram nomes para dar continuidade ao que na época consideravam perene e imutável.

Como São Paulo era um Estado chave, não porque tivesse o maior parque industrial do país e uma agricultura já adaptada aos novos reclamos capitalistas, mas, principalmente, por deter a maior massa operária e trabalhadora sindicalizada do país, a luta pela conquista das mentes e corações dessa massa foi travada em dois claros movimentos táticos.

O primeiro deles, através da cooptação de amplos segmentos acadêmicos, dando sequência ao que o império já fazia desde os idos de 1960, gerava "formuladores" teóricos do que já fora elaborado por Friedrich von Hayek e Milton Friedman, ora no campo da economia, ora no campo das ciências sociais, criava as justificativas para esse novo tipo de Pasárgada ou de Terra da Promissão, em que todos seriam ricos, belos e felizes, bastando ter a coragem e a audácia sufientes para a todos derrotar nesta "selva" que é a vida.

O segundo, mais objetivo e concreto em termos políticos, porém talvez mais difícil e complicado, que era dar factibilidade à teoria, foi a conquista de quadros para viabilizar o projeto. Um projeto que precisava ter uma roupagem com cheiro e cara de novidade, quase que na mesma linha traçada pela alegoria carnavalesca da "terceira via" do Labour Party de Tony Blair, um falso êmulo da Dama de Ferro.

Como resultante desses dois movimentos táticos surgiu o PSDB e o ilusionismo da social-democracia brasileira, com abre-alas e tudo, com os ofuscantes adereços moralistas para disfarçar a sua já desmedida ambição pelo poder.

Embora muitos teóricos acadêmicos discordem, o fenômeno Collor fez parte desse processo de aggiornamento do imperialismo e de fortalecimento das principais linhas teóricas e práticas do PSDB. Foi um incrível período político, quando num curto espaço de tempo, fez-se o aprofundamento das teses reducionistas do Estado e da desnecessidade de existir um patrimônio público produtivo ou capaz de gerar renda. Paralelo a isso, como não poderia deixar de ser, ao sentirem que o eixo político poderia provocar modificações no eixo econômico-financeiro do país, coube aos políticos paulistas, numa exacerbação moralista quase ao estilo Jânio Quadros, decidir pela palavra de ordem - Delenda est Collor.

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Havia uma característica bem singular em todos esses novos Catões, tudo era motivo de crítica e condenação, excepto a pregação contra o Estado Brasileiro e seu patrimônio, quando, a bem da verdade, alí é que estavam as bases da imensa corrupção, pois, significava a eliminação de qualquer destino soberano para o país e seu povo. E aí, como diz Chico Buarque, no seu Vai Passar, veio uma das páginas mais infelizes de nossa história: "dormia a nossa Pátria Mãe tão disatraída, sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações." Pululavam as doutas explicações e até se forjavam "teorias" justificadoras da recém-extinta ditadura e da importância da rápida e pronta configuração desse novo pacto das classes dominantes brasileiras e o império. É quando o PSDB, já dentro das sinalizações do Consenso de Washington, passa a operar em dois campos: um, do conchavo político, que ficou a cargo de FHC, ungido como mentor intectual da inteligentsia nacional e o outro, de ação política junto às massas coube a Mario Covas, que personificava um símbolo liberal e democrata. Tudo para facilitar a vida dos interesses das empresas transnacionais financeiras, energéticas, de comunicações e de exploração mineral.

O poder político neoliberal-tucano paulista vai se tornar quase inamovível, pois, unia o imenso poder econômico e propagandístico do sistema aos dotes de Mario Covas, uma liderança nos moldes dos líderes do Partido Democrata dos Estados Unidos: simulação de competência e excelente marketing. Entretanto, como sempre há a necessária reposição de quadros e militantes, Mário Covas logo viu quem poderia servir de esteio e instrumento para futuras aventuras políticas em que pensava se lançar - o escolhido, Geraldo Alckmin. Era o vice-governador perfeito, não só por uma longa tradição política oligárquica familiar que unia São Paulo e Minas Gerais, porém, acima de tudo, por seu rígido treinamento para ser um homem de palha.

Todavia, como o destino, normalmente tem planos bem diferentes daqueles que as pessoas traçam para si mesmas, Geraldo Alckmin, com a morte de Covas, chegou ao poder de seu Estado mais do cedo do que pensava e embora tivesse aprendido algo com Covas, faltava-lhe a experiência e o faro político do santista. Porém, mesmo assim, com a ajuda de alguns seguidores, gradual e seguramente deu continuidade ao plano político de desmonte do Estado de São Paulo e à criação de uma rede de apoios, tendo o Tesouro e o Erário estaduais como suporte. Bases que lhe garantiram sair vencedor em alguns embates internos do PSDB paulista. Foram vitórias bem exclusivas e de uso quase doméstico, pois, nada produziram para a melhoria da administração pública do Estado, ao contrário, ampliaram-se algumas benesses como prêmio para aliados e reduziram-se serviços, para garantir com esses cortes de despesas, os meios para assegurar a continuidade dessas gentilezas.

Como Geraldo Alckmin é um fiel seguidor das teses de José Maria Escrivá, em que a obediência está acima de qualquer coisa, e as teses de José Maria Escrivá justificam e quase divinizam a sociedade de classes, portanto, o capitalismo, Alckmin era e é "the right man in the right place". É sempre bom lembrar, que um homem de palha, embora possa ter múltiplas utilidades para a sua ordem ou classe social, carece daquilo que dá ao homem o direito e o poder de ser livre, que é a visão crítica. Desse modo, mesmo que sejam enormes e poderosas as forças econômicas que lhe dão suporte, como é incapaz de compeender o mundo fora dos ínfimos limites da prisão ideológica em que vive, é alguém mais fácil de ser derrotado, da mesma forma que o outro homem de palha, José Serra, está sendo desfeito.

Basta uma forte ventania para que os homens de palha do PSDB se desfaçam. E essa mesma ventania serve para afastar os corvos. E desta vez, quem faz o vento é a força do povo. Ventos que encrespando as águas do mar, criaram a Onda Dilma Rousseff, que de embolada vem trazendo para o centro da cena política paulista, Aloizio Mercadante, para Governador do Estado de São Paulo e Netinho e Marta, para o Senado Federal por São Paulo.

Pedro Ayres

*GilsonSampaio


Lei tucana: o que é ruim, se esconde

Vocês lembram daquela frase “Eu não tenho escrúpulos. O que é bom a gente fatura, o que é ruim, esconde”, dita pelo ex-ministro Rubens Ricúpero e captada na parabólica durante a eleição de Fernando Henrique? A “lei” tucana continua valendo, ao menos se a gente considerar duas matérias – separadas – publicadas pelo Estadão.
Na primeira, talvez para demonstrar que a “pobre” Dilma se “pendura” no Lula, destaca que o presidente apareceu em 27% do tempo de sua propaganda na televisão. Um quarto do tempo? É até pouco, se ela é a candidata da continuidade do Governo Lula. Se Lula é Dilma e Dilma é Lula, porque esconder isso? E ela é isso sem perder sua personalidade, pois até a turma do Datafolha reconhece hoje que ela não está atraindo eleitores apenas por isso, mas pelo seu desempenho próprio.
Na outra, revela-se que a campanha do candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, está sendo “comedida” nas citações a José Serra.
Comedida? Sabe quanto tempo no total de 7 minutos por programa do Alckmin, nestes 11 dias de campanha?

DOIS, isto mesmo, DOIS SEGUNDOS! No total, não é por dia, não! Diz a matéria:

“Os cinco programas veiculados até agora no horário nobre da TV – que totalizaram 40 minutos de propaganda eleitoral – dedicaram apenas 2 segundos para mostrar imagens de Serra. O ex-governador paulista não ganhou destaque nem mesmo quando a publicidade alckmista prometeu dar continuidade a projetos criados por ele, como os Ambulatórios Médicos de especialidades (AMEs) e a Rede de Reabilitação Lucy Montoro.”
E olhem que o marqueteiro de Serra é o mesmo Luiz González que faz a campanha de Serra. O cara entende mesmo de marketing, sabe o que dá voto. Só não conta com o fato de que o paulista não é bobo e isso não vai evitar o segundo turno por lá.

*Brizolaço

sábado, agosto 28, 2010

Sal da Terra

ss Erra , alck mim. K assab DESASTRE na Educação






O ser humano tem duas habilidades natas fundamentais: aprender e ensinar. Aprendemos e ensinamos o tempo todo, durante toda a vida. Muitos decidem aprofundar esta prática quando descobrem que é uma vocação – e tornam-se professores. E não há outra razão em seguir este caminho que não seja o amor ao ofício. Jamais se viu um professor enriquecer através de sua profissão.

Qualquer um de nós, se puxar da memória, vai se lembrar de seus professores – especialmente daqueles que o acompanharam durante o processo de alfabetização. E mesmo que os tenhamos odiado em algum momento – por uma nota baixa recebida ou pela repetência que nos impuseram – guardamos um carinho especial por eles. Foram um pouco nossos pais e nossas mães naqueles tempos.

Dá pra imaginar nossos antigos professores apanhando da polícia? Ou recebendo um salário tão miserável que, para terem uma vida digna e condições de sustentar suas famílias, fossem obrigados a trabalhar 16 horas por dia, se alimentando mal, dormindo pouco e quase não tendo convívio com suas próprias famílias? E como se não bastasse, sentindo-se humilhados pela sociedade e impotentes diante da delinquência e do baixo aproveitamento de seus alunos?

É claro que me refiro aqui ao retrato do ensino público em São Paulo. Ao contrário das fantasiosas imagens veiculadas na TV pelo governo paulista, não há dois professores em sala de aula. Não há alegria nem entusiasmo por parte dos alunos. Não há professores sorridentes, bem dispostos e orgulhosos de seu nobre ofício. Muito menos alunos bem formados nas escolas públicas conquistando vagas no ensino superior.

Direto ao ponto: salvo raríssimas exceções, não há ensino algum nas salas de aula das escolas públicas de São Paulo. Os jovens de famílias humildes chegam ao segundo grau semi-analfabetos e incapazes de, sequer, resolver um simples exercício de aritmética. A maioria desiste e muitos se aproximam perigosamente das drogas e da marginalidade.

Os assaltantes, assassinos, sequestradores, traficantes, viciados, prostitutas e moradores de rua da São Paulo de amanhã, são os alunos de suas escolas públicas de hoje. Pode-se afirmar que, sob o sistema de ensino público do PSDB – que coloca o estado como campeão nacional do pior aproveitamento escolar – São Paulo é o maior produtor de semi-analfabetos do país.

Enquanto as elites paulistas vivem numa ilha cercada de bairros pobres e seus filhos recebem educação em escolas particulares, os governos demo-tucanos reservam o desprezo absoluto à educação pública. (Como acontece, aliás, em relação a TODOS os serviços públicos de São Paulo). Salas de aula superlotadas, instalações deterioradas, falta de material, merendas infectadas por coliformes fecais, salários de fome, falta de segurança, professores reféns da violência, alunos drogados…

Para amenizar o problema de superlotação, no lugar de investimentos, o governo do PSDB instituiu, desde 1996, um mecanismo excludente que chamou de Sistema de Progressão Continuada. Justificam o “moderno sistema” com uma baboseira psicopedagógica que nem vale a pena comentar. Na prática, a Progressão Continuada, ancorada à decadência da rede educacional paulista, não passa de um incentivo à vagabundagem que garante ao aluno passar de ano sem aprender nada e “liberar” a vaga.

É sabido que o baixo aproveitamento no ensino fundamental afetará o aluno no restante dos estudos e por toda sua vida. Porque existem fases para cada grau do aprendizado. O aluno não pode voltar para o início esperando recuperar-se da má formação fundamental. Não terá a mesma janela mental depois de adulto.

O PSDB não tem justificativas. Estão há 4 mandatos governando o estado e nada melhora. E a educação paulista é um lixo incontestável. Quantos mandatos mais precisarão para resolver os problemas nesta área que muito mais que recursos, exige vontade? Possuem o maior orçamento da união e sangram verbas astronômicas com uma obra faraônica, o Rodoanel, que há mais de uma década cultuam como um monumento sagrado ao desenvolvimento.

A propaganda televisiva, a blindagem aos governos do PSDB pela mídia paulista e a demonização do governo federal, reduzem as eleições estaduais a um jogo de cartas marcadas onde se revezam os mesmos políticos e mantêm-se o governo sob controle permanente do PSDB. O cidadão paulista que, do alto de sua arrogância, se considera superior e mantenedor do resto do país porque aprendeu a se autodenominar “locomotiva”, é, na verdade o grande ludibriado e também sofre na pele as consequências da exclusão social – mesmo pertencendo à “margem” das elites. Pois a enorme legião de fracassados produzidos no ensino público de São Paulo, faz da classe média sua principal vítima. Se não, de onde surgem os bandidos que atacam a população da classe média, praticando latrocínios, sequestros relâmpago, estelionatos etc e batendo recordes anuais de violência? Do nordeste? Claro que não. São prata da casa do PSDB mesmo.

Não existe saída: enquanto não houver consciência de que a exclusão imposta à maioria da população paulista pelas elites e seus governos voltará em forma de violência, o estado estará andando em círculos e potencializando seu caos. De nada adiantam grades, alarmes, guarda-costas, blindagem ou pitbuls. Eles estão lá, os excluídos, proibidos de sua cidadania e não há como ignorá-los.

Serra, Alckmin, Kassab, Maluf… são faces da mesma moeda. Suas políticas sociais são fotografias. Seu discurso, o medo e a ficção. São políticos profissionais, mercenários pragmáticos, montados em projetos pessoais de ascensão nas escadarias do poder, sem nenhum compromisso com o São Paulo e seu povo.

*oqseraqmeda


Isso é o PSDB na educação: Sem funcionários, escola de SP usa crianças na faxina

Com atraso em contratações, colégio estadual recorre a estudantes para fazer a limpeza das salas de aula

Segundo a Secretaria da Educação, 213 colégios já ficaram ou ficarão sem os terceirizados até o dia 3 de setembro

Os 15 minutos iniciais e os 15 finais das atividades na Escola Estadual Maria Helena Barbosa Martins, em Guarulhos (Grande SP), têm sido reservados para que os alunos tirem o lixo da sala de aula.

Funcionários que trabalhavam apenas com a merenda também precisam ajudar nessa limpeza.

Como outras unidades da rede estadual, a escola sofre com o atraso na contratação de empresas terceirizadas para o serviço, causado por mudança administrativa do governo -que obrigou à reabertura dos pregões para escolha de novas prestadoras.
Segundo a Secretaria Estadual da Educação, 213 colégios já ficaram ou ficarão sem os funcionários terceirizados até 3 de setembro. A rede de ensino possui 5.000 escolas.

Enquanto a situação não se normaliza, as unidades trabalham com agentes concursados. Também foram chamados temporários, que podem demorar até dois meses para assumir.

Em quatro colégios de Guarulhos visitados nesta semana pela Folha, todos contavam com cerca da metade do quadro de funcionários.

"Fica ruim para os alunos, que têm de catar lixo ou varrer a sala. Na última reunião, alguns pais se colocaram à disposição para ajudar", disse na terça-feira Edjane Lopes, 38, mãe de uma aluna da sexta série da escola Maria Helena Barbosa Martins.

Assim, além de contar com a ajuda dos alunos, os servidores tiveram de acumular funções -situação relatada à reportagem por outros três colégios de Guarulhos.
A Secretaria da Educação afirma que o problema é provisório e deve ser resolvido nos próximos dias, com a conclusão dos pregões para a escolha das empresas.

COOPERATIVAS

A dificuldade ocorre porque o governador Alberto Goldman (PSDB) vetou, em junho, a participação de cooperativas em licitações, agora restritas a empresas.
O Tribunal de Contas entende que, por exigirem subordinação, os serviços contratados pelo Estado não podem ser prestados por cooperativa -uma característica dessas organizações deve ser a ausência de subordinação.

A mudança fez com que concorrências em andamento tivessem de ser refeitas, para se adequarem ao novo padrão. Colégios que dependiam da conclusão dos pregões ficaram sem o serviço.

"Não houve nenhum planejamento para a mudança nas contratações", diz o presidente da Udemo (sindicato dos diretores de escola), Luiz Gonzaga Pinto. "Precisa ter concurso público. Enquanto houver terceirizações, haverá problemas assim."
O governo argumenta que economiza ao terceirizar. A empresa sofre desconto no pagamento se o serviço é mal avaliado pela escola.

"A mudança foi abrupta. Em muitos casos podia haver renovação de contrato, o que amenizaria o problema, mas eles não quiseram", diz a presidente da Cenacope (que representa parte das cooperativas), Janira Rangel Honório. Ela tenta derrubar na Justiça o decreto estadual.

O veto às cooperativas é a segunda mudança em dois anos na forma de contratar funcionários para as escolas.

Na primeira, o Estado proibiu que as Associações de Pais e Mestres pagassem pelo serviço, após pressão do Ministério Público. A saída foi abrir licitações do próprio governo para contratações. Até junho, as cooperativas podiam disputar os pregões.Folha dos tucanos