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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, agosto 29, 2010

Drogas descriminalizar tratar identificar usuários






*Brasilmobilizado

FHC panfleta em ajuda à campanha de Serra em São Paulo

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso resolveu dar um apoio ao candidato de seu partido, José Serra (PSDB) e, no dia em que o Datafolha mostrou forte de liderança de Dilma Rousseff (PT) em São Paulo, resolveu ganhar as ruas do centro da capital para fazer o que há muito tempo não fazia: panfletar. Ele pretende repetir o gesto no Centro da capital paulista, ao lado do governador Alberto Goldman e outros correligionários, nos próximos dias.
Para continuar lendo, Correio do Brasil
A reportagem só não fala onde FHC vai pafletar, com certeza não será na cracolândia, símbolo das gestões tucanas de São Paulo.
Cracolândia: onde Saroba, Hilda, Celso Jardim e eu, passamos ao ir visitar instalações do antigo DOPS

Questão da droga é séria demais para blefes de "ss Erra"*

O tráfico de drogas, a violência por ele desencadeada e a economia que movimenta são problemas extremamente complexos, que exigem ampla colaboração internacional para que se chegue a um nível razoável de eficácia. Só uma mente simplória como a de José Serra acha que a questão se resolve com patrulhamento de fronteiras e acusação aos vizinhos.

Agora mesmo, o mundo ficou chocado com o massacre de 72 imigrantes pelo cartel das drogas no México, entre os quais estava ao menos um brasileiro. E esse cartel atua pesadamente na zona de fronteira com os Estados Unidos, por onde entra a maior parte da cocaína, maconha e anfetaminas consumidas nos EUA. Sea solução fosse tão simples como prega Serra, os EUA, com seu poderio militar e de inteligência já teria resolvido a questão.

Mas o que se verifica é justamente o oposto. Segundo o Washington Post, os governos dos EUA e do México chegaram à conclusão de que o tráfico de drogas na frinteira entre os dois países movimenta de US$ 20 bilhões e a US$ 25 bilhões por ano e apenas 1% dessa renda é apreendida.

Como em toda atividade ilegal, existem muitos setores interessados nessas operações, e se as drogas consumidas pelos norte-amercanos entram no país via México, as armas e munições nas mãos dos cartéis mexicanos são compradas nos EUA, onde os cartéis têm representação em 200 cidades.

O dinheiro do tráfico é lavado no sistema bancário internacional, mas apesar do Pacto da Basiléia, em que os banqueiros concordaram em colaborar com o combate a essa movimentação, quase nada foi feito, como conta jurista Wálter Maierovitch, no Terra Magazine.

Será que Serra pretende atuar também sobre o sistema financeiro e atacar os bancos como coniventes com o tráfico de drogas, como fez em relação à Bolívia? O problema das drogas é grande e sério demais para ser tratado com blefes e falsas soluções como prega o tucano. Aliás, se essa questão realmente o aflige, e como suas perspectivas para as eleições não são das melhores, ele poderia se juntar a Fernando Henrique Cardoso, que participou de uma Comissão Latino-americana sobre Drogas e Democracia, para conhecer o que vem sendo feito no continente e ver se areja um pouco mais suas idéias.

*Brizolaço

*Chebola

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