Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, agosto 25, 2010

Em Campo Grande, Dilma alerta os eleitores para as promessas infundadas dos que falam e não fazem


Lula fez um discurso histórico em Mato Grosso do Sul, mostrando as vitórias:
- sobre o preconceito;
- sobre a imprensa golpista;
- sobre Octávio Frias Filho, da Folha de São Paulo;
- da consciência sobre a opressão da elite;
- sobre a submissão demo-tucana frente aos estrangeiros;
- do aprendizado com consciência sobre o mero adestramento do pensamento colonizado, muitas vezes feito em pomposas universidades estrangeiras;

Sobretudo, mostrou a vitória da inteligência sobre a força bruta do poder conservador. Dilma deve ter 'vitória retumbante', diz Financial Times

2 horas, 6 minutos atrás

O jornal britânico Financial Times afirmou, em texto publicado na noite de ontem em seu site, que é difícil acreditar em um resultado diferente do que uma "vitória retumbante" na corrida presidencial brasileira da candidata governista Dilma Rousseff (PT). O texto assinado pelo correspondente do diário no Brasil, Jonathan Wheatley, cita as mais recentes pesquisas de intenção de voto, segundo as quais Dilma aparece com vantagem suficiente para vencer no primeiro turno.


O jornalista lembra que faltam 40 dias para a votação no dia 3 de outubro, o que "é bastante tempo em política". Mas nota que, no momento, é difícil acreditar na vitória do tucano José Serra. Wheatley diz que a campanha do candidato do PSDB está "desordenada". Segundo ele, o oposicionista parece concorrer com base em apenas um assunto: seus sucessos como ministro da Saúde, há uma década, e seus investimentos em saúde como prefeito de São Paulo e governador do Estado.

O artigo cita ainda o fato de Serra ocupar tempo da campanha acusando o presidente da Bolívia, Evo Morales, de não fazer o suficiente para combater o narcotráfico para o Brasil, além de acusar o PT de vínculos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo Luiz Inácio Lula da Silva de censurar a imprensa. O jornalista escreve, porém, que o País é um dos "menos censurados do mundo".

"Nada disso tem a ver com seu programa de governo", diz o jornalista, referindo-se a Serra. "Na verdade, é difícil saber qual é o programa dele", afirma. "Deveria ser continuar a reforma do Estado brasileiro iniciada nos anos 1990 por seu colega de partido, Fernando Henrique Cardoso. Ao invés disso, Serra deixou que Dilma se posicionasse como a campeã da ortodoxia e da responsabilidade fiscal, insinuando a possibilidade de um 'choque positivo' como o entregue por Lula em 2003, seu primeiro ano no governo."

Corte

O FT lembra que Lula começou cortando os gastos públicos, permitindo posteriormente que eles se expandissem. "Os assessores de Dilma estão prometendo reduzir a meta de inflação do governo e aumentar o superávit primário (antes do pagamento de juros - incluindo esses, o governo enfrenta um déficit). Se isso será uma aposta de curto prazo para conquistar os investidores ou o início de uma reforma abrangente, os brasileiros parecem que descobrirão em breve", escreveu Wheatley.

Já que a elite fala inglês-2: The book is on the table

Continuando na observação feita por Lula sobre como a Folha acha indispensável para os governantes brasileiros falar inglês, eu acrescento: seria bom que os donos dos jornais brasileiros soubessem, ao menos, ler inglês.

Estão fazendo uma onda – e coro com os luminares da liberdade José Serra e Da Costa – sobre as ameaças que a imprensa brasileira estaria sofrendo, com pressões do Governo federal.

Publico, abaixo, um trechinho de matéria de hoje do Financial Times, e, numa espécie de traddução simultãnea, em itálico, o que quer dizer na lingua de William Shakespeare.

Serra’s campaign is in disarray. (A campanha de Serra está uma bagunça). He seems to be running on a single issue (Ele parece estar batendo numa só tecla): his achievements as health minister a decade ago (seu sucesso como ministro da Saúde, dez anos atrás) and his investments in health services as mayor of São Paulo city and governor of São Paulo state (e seus investimentos em serviços de saúde como prefeito e governador de São Paulo). He has taken up valuable column inches accusing Evo Morales of Bolivia of running cocaine into Brazil (Ele ocupou importantes colunas de jornais acusando Evo Morales, da Bolívia, de mandar cocaína para dentro do Brasil), accusing the PT of links to the Farc in Colombia ( acusando o PT de ligação com as Farc na Colômbia) and accusing the government of censoring Brazil’s press – surely one of the most uncensored in the world ( e acusando o governo de censurar a imprensa do país – seguramente uma das menos censuradas do mundo).

Pronto, espero ter ajudado o pessoal da Associação Nacional dos Jornais, do Instituto Millenium, os editorialistas de O Globo e a D. Judith Brito, executiva da Folha que não cansa de alertar sobre os perigos que corre a liberdade de imprensa no Brasil.

A propósito: eu não falo inglês, mas, como diz o Lula a gente arranja um amigo tradutor. Aqui no tijolaco.com mesmo, já apareceu o leitor João Lucas, que trouxe ótimas contribuições. Uma delas:

“Serra doesn’t have a snowball’s chance in hell of be electetec”. Tradução: Serra não tem chance de ser eleito nem a pau”, Juvenal (por minha conta)!

*tijolaço

Nenhum comentário:

Postar um comentário