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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, agosto 25, 2010

Cinema Documentário "Brazil: A Report on Torture"






Filme "Brazil: A Report on Torture"


filme "Brazil: A Report on Torture"
Documentário raro que retrata o "Grupo dos 70", presos políticos da ditadura militar brasileira que foram libertados, narram e demonstram detalhes da tortura e do horror que viveram nos porões do DOPS.
Um filme forte e impactante que resgata a memória de um período sombrio da História do Brasil (1971, 60 min)

Sinopse: Após o seqüestro do embaixador da Suíça no Brasil em 1970, 70 prisioneiros políticos foram soltos das cadeias brasileiras e exilados no Chile em um acordo de troca. Os diretores deste filme, Haskall Wexler e Saul Landau, foram ao Chile e gravaram entrevistas de primeira mão com os ex-prisioneiros, revelando a tortura que fazia parte da rotina de investigação do dia-a-dia das prisões brasileiras. O filme reconstrói o "pau de arara" e outros "procedimentos" medievais e modernos administrados pela ditadura militar brasileira.

Diretor
Haskall Wexler e Saul Landau

Duração: 60 minutos
Ano: 1971
País: Estados Unidos
Idioma: Português

303MB - TVRIP

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