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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, agosto 24, 2010

TV Gazeta exibe debate entre candidatos ao Governo de São Paulo amanhã

23 agosto 2010 em Notícias, Slider por Administrador

A TV Gazeta exibe nesta terça-feira, 24 de agosto, o debate entre os candidatos ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante (PT), Celso Russomanno (PP), Fabio Feldmann (PV), Geraldo Alckmin (PSDB), Paulo Bufalo (PSOL) e Paulo Skaf (PSB).

O debate começa às 23h e terá duas horas de duração. A TV Gazeta, a Rádio Gazeta, a Rádio Eldorado e o Portal Estadão vão transmitir o debate, ao vivo.

Local: Auditório Gazeta, no prédio da Fundação Cásper Líbero -SP


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Horário: 23h


Mercadante e Alckmin duelam na educação


Petista perguntou se tucano colocaria os filhos em escola pública e o acusou de se esquivar na resposta; candidato do PSDB disse que os investimentos de sua gestão no setor foram superiores aos realizados pelo PT na prefeitura

Daniel Bramatti – O Estado de S.Paulo

O debate Estadão/TV Gazeta, que reuniu ontem candidatos ao governo paulista, foi marcado por um duelo entre Geraldo Alckmin (PSDB) e Aloizio Mercadante (PT) em torno do tema educação.
Outros supostos pontos fracos de gestões do PSDB no Estado foram usados pelos demais candidatos como forma de atingir Alckmin, líder nas pesquisas de intenção de voto.
Mercadante perguntou a Alckmin se ele colocaria os filhos em escola pública e acusou o tucano de não responder a esse questionamento em outras ocasiões. O tucano afirmou que um de seus filhos estudou em uma Fatec, uma escola pública, e que outros estudaram em Brasília.

O petista não se mostrou satisfeito e disse que a falta de uma resposta clara evidenciava o fato de que a situação da educação pública estadual não é boa, diferentemente do que Alckmin tem afirmado.

Ao se defender, o candidato do PSDB citou dados estatísticos e o fato de São Paulo ter obtido as melhores notas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), exame federal que mede a qualidade do ensino. No contra-ataque, Alckmin afirmou que o PT, na Prefeitura de São Paulo, reduziu os investimentos em educação – dado contestado por Mercadante.

O petista também criticou o que chama de aprovação automática de alunos em escolas públicas, mesmo os que não sabem ler e escrever. Afirmou ainda que metade dos professores do Estado não são concursados e acusou os sucessivos governos tucanos em São Paulo de não terem agido para resolver o problema. Criticou ainda a política de concessão de bônus por desempenho para professores e disse que estabelecer um plano de carreira é melhor forma de promover os educadores por mérito.

Logo no início do debate, Alckmin fez um ataque indireto a Mercadante. Afirmou que seu governo, caso seja eleito, não terá “aloprados” – referência ao escândalo que envolveu petistas na compra de um dossiê às vésperas da eleição de 2006.

Sem citar o principal adversário, Mercadante responsabilizou os tucanos pelo arquivamento de “cem CPIs” na Assembleia Legislativa.

Saúde. Celso Russomanno, do PP, acusou o atual governo de pagar baixos salários aos médicos e prometeu implantar um piso de R$ 12 mil para a categoria.

Paulo Skaf, do PSB, confrontou Alckmin no tema segurança. Atribuiu a queda no número de homicídios no Estado à aprovação do Estatuto do Desarmamento e disse que houve aumento de outros crimes, como roubos de cargas.

Mais uma vez o tucano recorreu às estatísticas – disse que São Paulo tem um dos menores índices de homicídios por 100 mil habitantes e prometeu aumentar em 6 mil o efetivo de policiais.

Skaf também criticou o alto valor dos pedágios nas estradas estaduais. Disse que as maiores empresas concessionárias tiveram, no ano passado, taxas de lucro superiores às alcançadas por bancos.

O candidato do PV, Fábio Feldmann, criticou a forma como PT e PSDB conduzem o debate sobre a educação. Ele destacou que é preciso adequar o ensino aos novos desafios do século 21.

Paulo Bufalo, do PSOL, criticou todos os adversários e atacou o acordo de refinanciamento da dívida paulista com a União que resultou, entre outros pontos, na federalização e privatização de ativos do Estado, como o Banespa. O debate foi mediado pela jornalista Maria Lydia, da TV Gazeta. Contou ainda com a participação de Silvia Correa e Paulo Markun (da emissora); e Luiz Fernando Rila e Celso Ming, ambos do Estado.

Confronto

GERALDO ALCKMIN (PSDB)
“Meu governo não teve e não terá aloprados. Vamos trabalhar para servir à população de SP”

ALOIZIO MERCADANTE (PT)
“Eu entendo que a grande oportunidade da juventude é a qualidade do ensino. Esse é o passaporte para o futuro”

CELSO RUSSOMANNO (PP)
“Não temos um serviço público no Estado de São Paulo, nem na administração direta nem na indireta, que realmente funcione. E é assim que vamos dar transparência ao governo de São Paulo”

PAULO SKAF (PSB)
“O que falta é as pessoas se sentirem seguras e essa segurança, lamentavelmente, ninguém sente no nosso Estado de São Paulo”

FÁBIO FELDMANN (PV)
“A política no Brasil da maneira como está sendo feita perdeu alma, perdeu encanto, perdeu conteúdo”

PAULO BUFALO (PSOL)
“Eu continuo sem gravata e meu filho está na escola pública porque eu acredito neste Estado. O PSOL defende um projeto em que as prioridades sejam definidas pelas necessidades da população”

Altos…
Os candidatos mantiveram o nível do debate alto, sem ofensas pessoais

Russomanno e Feldmann
saíram dos temas habituais e abordaram o pagamento dos precatórios no Estado

…e baixos
Mercadante usou a maior parte do tempo da primeira questão, sobre ética, para falar das
realizações do governo Lula

Russomanno não respondeu à pergunta de Feldman sobre pré-sal. Preferiu falar de Rodoanel

Paulo Skaf estourou o tempo da réplica sobre segurança pública. Na tréplica, Alckmin também passou alguns segundos

Paulo Bufalo escorregou no português mais de uma vez. Em uma delas, disse: “Aí está as raízes do problema”

* Luis Favre

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