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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, junho 15, 2014

Estudante desenvolve aplicativo para TV digital que “emudece” Galvão Bueno


A criação de um estudante da Universidade Federal do Piauí foi o centro das atenções neste segundo dia do IV Encontro Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em TV Digital, realizado no campus da Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais. Apelidado de Cala a Boca, Galvão!, o aplicativo desenvolvido por Maurício Coelho, mestrando em Ciência da Computação, permite àqueles que possuem televisores digitais assistir a qualquer transmissão “ao vivo” sem ter que obrigatoriamente ouvir os gloriosos comentários do tão aclamado locutor esportivo ou desativar o áudio de seus aparelhos no intuito de evitá-los. “Após analisar e mensurar mais de 250 horas de gravações da voz dele (Galvão), criei um algoritmo que permitisse ao aplicativo detectar e filtrar automaticamente sua faixa de frequência”, revelou Maurício. O aplicativo foi apresentado aos participantes do evento nesta manhã, durante a transmissão do amistoso entre Brasil e Japão. Mesmo exibindo necessidades de aprimoramento, o trabalho do desenvolvedor deixou o público satisfeito. Nos momentos de melhor atuação da seleção, o aplicativo chegou a provocar gargalhadas, já que alguns sons emitidos pelo apresentador, como vibrações e gemidos, não eram isolados e causavam a impressão de que alguém se masturbava ao lado dos comentaristas.
*CelinaRamos

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