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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, junho 10, 2014

Governo do PSDB reforça a repressão e metroviários resistem

Sem títuloO governador Geraldo Alckmin (PSDB) iniciou uma verdadeira operação de guerra contra os metroviários em greve no Estado de São Paulo, provando que não tem intenção de resolver o problema do transporte na Região Metropolitana da Capital. O PSDB age dominado pelo ódio contra os trabalhadores, que denunciaram a corrupção no Metrô paulista, a qual afetou sensivelmente a vida da população.
Em uma manifestação realizada nesta terça-feira (09/06), às 7h, na estação do metrô Ana Rosa, o Governo enviou o Batalhão de Choque para lançar bombas de gás e bater com cassetetes em trabalhadores e na população que realizava um ato de apoio à greve. É uma atitude desesperada da parte do Governo, que não resolve em nada a situação que gerou a greve.
Ainda de manhã, o secretário de Transporte do Estado anunciou a demissão de 60 funcionários do Metrô por justa causa, o que é um claro descumprimento à lei de greve e à própria decisão do TRT, que considerou a greve abusiva, mas não ilegal.
A verdade é que São Paulo vive uma situação de extrema confrontação social às vésperas da Copa da Fifa, e a responsabilidade é do Governo, que só sabe responder com polícia e gás lacrimogênio a toda reivindicação social.
Redação São Paulo
 
*AVerdade

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