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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, junho 06, 2014

Metroviários mantêm a greve e adesão é geral

IMG_0396Os metroviários de São Paulo vão amanhã para o segundo dia da greve que já entra para história da categoria. A adesão é de quase 100%, atuando como fura-greves apenas os gerentes e supervisores que trabalham nos escritórios da Empresa. Na assembléia de hoje, os trabalhadores decidiram radicalizar nos piquetes a partir da meia-noite e fortalecer a greve para derrotar a intransigência do governo.
Durante todo o dia, o governo do PSDB, a imprensa e o a justiça do trabalho tentaram a todo momento colocar o povo de São Paulo contra os trabalhadores do Metrô. Contaram mentiras e puseram em funcionamento algumas estação, colocando para conduzir os trens os engenheiros dos escritórios. Esta é uma medida que coloca em risco a vida dos usuários de transporte, pois são profissionais que não contam com suficiente experiência para este tipo de tarefa. Está provado que, para o governador Alckmin, a vida do povo de São Paulo não tem importância.
Mostrando que os metroviários têm compromisso com atendimento à população, foi aprovado em assembleia que, caso o governo aceite manter as catracas livres, no dia de amanhã os trabalhadores doariam seu dia de trabalho, trabalhando de graça no funcionamento do metrô. O governo, no entanto, não deu resposta sobre a proposta.
É o momento de fortalecer a solidariedade com os metroviários, declarando apoio à greve que é direito de todo o trabalhador.
Redação São Paulo
*AVerdade

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