CHEbola: Gorbatchev pode ser incriminado pela criação do Conselho de Estado da URSS

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.

É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.

É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.

Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.

Fernando Evangelista

segunda-feira, dezembro 28, 2015

Gorbatchev pode ser incriminado pela criação do Conselho de Estado da URSS

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Rede Revolucionária

Deputados da Duma Estatal de várias facções preparam uma solicitação em nome do Procurador-Geral Yury Chaika para a análise das ações de presidente soviético Mikhail Gorbachev durante o colapso da União Soviética. Os parlamentares esperam que, como resultado da investigação, seja instaurado um inquérito do Ministério Público contra Gorbachev

Os requerentes foram Yevgeny Fyodorov e Anton Romanov do partido Rússia Unida, Ivan Nikitchuk e Oleg Denisenko do Partido Comunista, e Mikhail Degtyarev do Partido Democrático Liberal. Os deputados sugerem que as ações da liderança soviética "causaram o colapso do país", enquanto a população da União Soviética no referendo havia votado a favor da preservação da União.

Gorbatchev pode ser incriminado pela criação do Conselho de Estado da URSS, a qual não foi de acordo com a Constituição da URSS como órgão de Estado. Foi exatamente o Conselho de Estado que reconheceu a independência das três repúblicas bálticas, embora, pela opinião dos deputados, tal poder não possuísse. Os autores do pedido lembram que em 4 de novembro de 1991 foi instaurado um processo contra Gorbatchov mas no dia seguinte cancelado.

Lembramos:
04 de novembro de 1991, o Chefe do Gabinete do Procurador-Geral da URSS para supervião da implementação de leis sobre a segurança do Estado VI. Ilyukhin, instauro processos penais contra o presidente soviético Mikhail Gorbachev por alta traição nos termos do artigo 64 do Código Penal da RSFSR. No entanto, a continuação da investigação do caso criminal não foi levada adiante. O ex-procurador-geral da URSS, NS Trubin reverteu a decisão de instaurar um processo criminal.

Os deputados sublinham que o crime cometido por Gorbatchev não tem data de prescrição. Feodorov chama Gorbatchov de “Espião a serviço dos EUA”, e Degtyarev considera que “as pessoas na Ucrânia morrem por culpa daqueles que há muitos anos atrás, no Kremlin, tomaram a decisão de destruir o país”, lembremos que Feodorov foi um dos iniciantes da lei que passou a considerar os meios de comunicação que recebem dinheiro do exterior como agentes estrangeiros. A Degtyaev pertence a iniciativa de proibir a posse e circulação de dólares americanos na Rússia, assim como a publicação de textos patrióticos nas páginas dos passaportes dos cidadãos russos.

A iniciativa é apoiada por diversos setores da sociedade civil que dentre outras coisas, pedem o julgamento de Gorbachev por:

- O colapso do Estado que lhe foi confiado;
- Um aumento na dívida externa de 5,5 vezes;
- O virtual desaparecimento das reservas de ouro da URSS;
- A guerra civil no Cáucaso, Moldávia e Tajiquistão;
- O colapso do exército e do declínio catastrófico na defesa do país;
- Roubo e empobrecimento da população.

Link com notícia completa:
http://www.sputnik-consulting.com/#!noticiasdarussia/c2488