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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, outubro 22, 2016



Em depoimento prestado ao juiz Sergio Moro, o ex-ministro José Dirceu fez um apelo dramático para que ganhe a liberdade e possa trabalhar para sustentar a filha de seis anos; “Não entrou um centavo na minha conta bancária que não esteja contabilizado”, disse ele; “Quero repetir: não houve nada de ilícito. Faturei 40 milhões de reais e ganhei seis em dez anos, 60 mil reais por mês. Se passou à opinião pública que eu tinha ganho 40 milhões e isso vai parecendo que sou uma pessoa que enriqueci de maneira ilícita e tenho um patrimônio que eu não tenho. A verdade é que eu não tenho”, disse ele, antes de pedir liberdade; na sequência, Moro afirmou que seus advogados são competentes em poderão recorrer a instâncias superiores


21 DE OUTUBRO DE 2016

247 – Em depoimento prestado ao juiz Sergio Moro, o ex-ministro José Dirceu fez um apelo dramático para que ganhe a liberdade e possa trabalhar para sustentar a filha de seis anos, segundo relato do blog de Fausto Macedo.


“Não entrou um centavo na minha conta bancária que não esteja contabilizado”, disse ele. “Quero repetir: não houve nada de ilícito. Faturei 40 milhões (de reais) e ganhei seis em dez anos, 60 mil reais por mês. Se passou à opinião pública que eu tinha ganho 40 milhões e isso vai parecendo que sou uma pessoa que enriqueci de maneira ilícita e tenho um patrimônio que eu não tenho. A verdade é que eu não tenho.”


Moro, no entanto, não cedeu aos argumentos do ex-ministro. “Sr. José Dirceu eu já decidi naquele caso, provas naquele processo que o sr. recebeu propinas inclusive quando estava sendo julgado na Ação Penal 470 (Mensalão). Minha compreensão foi essa.”


Dirceu, no entanto, argumentou que jamais representou ameaça à Justiça ou tentou obstruir o processo. “Não posso fazer contraditório, o sr. é o juiz eu sou réu. Evidente, o sr. tem o juízo do sr, é de lei, e me condenou. Mas se eu obstruísse a Justiça, fugisse ou fosse uma ameaça à ordem pública…Se o Supremo decidiu que prisão depois da segunda instância. A realidade da minha família toda é de dificuldade financeira. Não estou falando isso para que tenham piedade de ninguém, a responsabilidade é minha.”


Em seguida, ele foi mais enfático. “Deixa eu responder em liberdade meu processo, que eu vou cumprir a minha pena.”

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