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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, outubro 03, 2016


Eleito em SP, João Doria 'perde' para brancos, nulos e abstenções



  • O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, João Doria, foi eleito no 1º turno
    O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, João Doria, foi eleito no 1º turno
O número de pessoas que não votaram em nenhum candidato a prefeito em São Paulo superou o total de votos obtido pelo candidato do PSDB, João Doria, eleito no primeiro turno.
Os votos em branco, nulos e as abstenções (eleitores que não compareceram à votação), somaram 3.096.304. Doria obteve um total de 3.085.187 votos.
O candidato do PSDB foi eleito porque o resultado da eleição para prefeito é definido apenas com base nos votos válidos. Os votos válidos são aqueles efetivamente destinados a um dos candidatos na disputa, ou seja, não incluem brancos, nulos e abstenções.
Doria ficou com 53,29% dos votos válidos. O segundo colocado, atual prefeito Fernando Haddad (PT), terminou com 16,7%. Assim, o tucano levou a Prefeitura de São Paulo já no primeiro turno. 
Em 2012, o número de abstenções, brancos e nulos em São Paulo também superou os votos conquistados, individualmente, pelos dois candidatos que passaram ao segundo turno.
Foram 2.490.513 (31,26%) abstenções, brancos e nulos. Naquela eleição, José Serra (PSDB) teve 1.884.849 votos (30,75%) e Fernando Haddad (PT), 1.776.317 (28,98%). 
No segundo turno da eleição de 2012, Haddad levou a Prefeitura de São Paulo com 3,3 milhões de votos (55,57%). Brancos, nulos e abstenções somaram 2,5 milhões (29,2%).

Recorde de abstenções

Esta foi a eleição na capital paulista com o maior índice de abstenções, brancos e nulos das últimas seis eleições municipais.
Neste domingo (2), deixaram de votar 1,9 milhão (21,84%) de eleitores paulistanos. O percentual de votos nulos foi de 11,35% (788 mil votos) e de votos em branco, 5,29% (367.471 votos).
Segundo os dados divulgados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a eleição municipal de 2012 já tinha tido recorde de faltantes desde a eleição municipal de 1996. A abstenção foi de 18,48% dos eleitores (1,6 milhão) em 2012. A soma de brancos, nulos e ausentes chegou a 2,5 milhões.

Não foi só em São Paulo

UOL
João Leite (PSDB), à esquerda, e Alexandre Kalil (PHS), à direita, duelam no 2º turno de Belo Horizonte
O número de votos brancos, nulos e de eleitores que não compareceram foi maior do que o dos candidatos que passaram para segundo turno em Belo Horizonte e noRio de Janeiro.
Em Belo Horizonte, os dois candidatos que disputarão o segundo turno na capital mineira tiveram menos votos juntos que o total de abstenções, nulos e brancos.

http://eleicoes.uol.com.br/2016/noticias/2016/10/02/eleito-em-sp-joao-doria-teve-menos-votos-que-brancos-nulos-e-abstencoes.htm
João Leite (PSDB) obteve a preferência de 395.952 eleitores (33,4%) e Alexandre Kalil (PHS) 314.845 (26,56%), o que soma 710.797. As abstenções (417.537), os votos nulos (215.633) e brancos (108.745) totalizaram 741.915.
No Rio de Janeiro, o total de brancos, nulos e abstenções no Rio é 1.866.621. Marcelo Crivella (PRB) teve 842 mil votos, e Marcelo Freixo (PSOL), 553 mil. Juntos eles receberam 1.395.625 votos. 

JOSIAS DE SOUZA: 'DISCURSO ANTIPOLÍTICO DE DORIA É FALACIOSO'


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