Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Jornal GGN - Mais de cinco anos se passaram desde o início dos protestos no Oriente Médio, que ficaram conhecidos como Primavera Árabe. As revoltas foram desencadeadas contra presidentes que estavam entre 20 e 40 anos no poder. Mas as condições para os conflitos tinham motivações sociais: alto desemprego e economias estagnadas. Terreno ideal para o incentivo norte-americano, estrategista no investimento de milhões de dólares na disseminação de sua ideologia.
Zine al-Abidine Ben Ali estava há mais de 20 anos no poder da Tunísia, Hosni Mubarak há 30 no Egito, Muammar Khadafi governou a Líbia por 42 anos, e Bashar al-Assad sucede o governo de 30 anos de seu pai na Síria, país que até hoje é palco de guerra civil, obrigando ao deslocamento de boa parte de sua população, agora na condição de refugiados pelo mundo.
Mas não foi pelo meio bélico que os Estados Unidos defendeu seus interesses nos países orientais em 2011. A essa outra forma de "ataque", o estrategista militar norte-americano Thomas Barnett denominou antecipadamente "sistemas administradores", na apresentação da Technology, Entertainment, Design (TED) 2005, intitulada "The Pentagon’s New Map for War & Peace". O "ataque" é efetivado em países alvos de desestabilização econômica ou social, e ocorre por meios de comunicação, jornais, ONGs, redes sociais, ativistas, empresários, organizações.
Se condições similares são encontradas, atualmente, no Brasil, há quem defenda que não são coincidências.
Para entender como a geopolítica dos Estados Unidos atua, o GGN conversou com o cientista político Luiz Alberto Moniz Bandeira, autor de mais de 20 obras, entre elas "A Segunda Guerra Fria - Geopolítica e dimensão estratégica dos Estados Unidos" (2013, Civilização Brasileira). Aos 80 anos, lança mais um livro em maio deste ano, "A Desordem Internacional".
"A crise hoje no Brasil é dimensionada de forma tão absurda como está ocorrendo porque os Estados Unidos não admitem a emergência de outra potência na América do Sul", afirmou. O pesquisador trouxe detalhes de como instituições norte-americana trabalham: "não é somente a CIA. (...) As ONGs, financiadas pelo dinheiro oficial e semi-oficial, como a USAID e a National Endowment for Democracy, atuam comprando jornalistas, treinando ativistas. O programa da Primavera Árabe foi elaborado, ainda, no tempo de George Bush", contou. E acredita que o mesmo está sendo feito no Brasil.
Acompanhe a seguir e nos vídeos alguns trechos da entrevista:
GGN - Sobre essa nova geopolítica americana nas guerras nos países árabes, de que maneira que se dava a estratégia de insuflação, o uso de redes sociais?
Moniz Bandeira - Os Estados Unidos têm como objetivo os neoconservadores. São eles que hoje compõem o principal segmento do partido republicano, infiltrado no partido democrata também, porque o [presidente Barack] Obama manteve esses neoconservadores em um Departamento de Estado. O objetivo é o domínio completo, espaço, área de todo o universo. O domínio total.
E é preciso compreender que a crise hoje no Brasil é dimensionada de forma tão absurda como está ocorrendo porque os Estados Unidos não admitem a emergência de outra potência na América do Sul. A questão básica hoje está na moeda. A Rússia, assim como a China, estão empenhados em acabar com a predominância do petrodólar. Criar outro sistema financeiro internacional. Estão a fazer isso. Estou expondo isso com detalhe no meu novo livro, que vai sair em maio, "A Desordem Internacional".
Os Estados Unidos, quando não podem dominar, criam um caos. Agora, é preciso compreender que isso não é somente a CIA. A CIA gasta cerca de 80% do seu orçamento - que aliás, ninguém sabe, porque além do que há da ação oficial, ela tem empresas, até de agências de viagens, então tem um dinheiro muito diluído -, mas 80% que gasta do dinheiro oficial é em operações secretas. Isso já há muito tempo. Ao invés de coletar inteligência.
Porém, hoje, os Estados Unidos usam outras instituições. As ONGs, financiadas não só pelo dinheiro oficial e semi-oficial, como a USAID [United States Agency for International Development] e a National Endowment for Democracy, comprando jornalistas, treinando ativistas, pesquisadores. Há programa sobre isso. Esse da Primavera Árabe foi elaborado, ainda, no tempo de Bush.
Na Ucrânia, os cursos foram dados dentro da Embaixada dos Estados Unidos. Isso está tudo documentado.
GGN - Que tipo de conteúdo eles davam nesses cursos?
Moniz Bandeira - O tema é defesa da democracia, combater a corrupção. São temas que sensibilizam a classe média, mobilizam. Essas instituições não atuam no vazio. Sempre, claro, as condições existem. No Oriente Médio, há um desemprego muito grande, as economias estagnadas, desemprego, sobretudo, para os jovens, que se formam, se educam, mas não encontram emprego.
GGN - Nessa intervenção por meio de ONGs e ativismo político, todas as pessoas que eram ensinadas ou Organizações tinham conhecimento ou era uma forma de manipulação não explícita?
Moniz Bandeira - Eles financiam a criação dos jornais e blogs na internet, e rádios. Uma rádio foi criada em 2009, na Síria, mas funcionava na Inglaterra, com dinheiro americano. Os Estados Unidos destinaram na Síria, isso tudo documentado, entre 2005 e 2010 cerca de US$ 12 milhões. O orçamento de 2005 para 2006 foi de US$ 5 milhões.
GGN - A partir de 2002, após o atentado das Torre Gêmeas, teve a chamada Cooperação Internacional, que juntou o Ministério Público e as Polícias Federais de todos esses países para combater o crime organizado. Você chegou a analisar de que maneira os Estados Unidos estão se valendo disso, também, para as suas estratégias geopolíticas?
Moniz Bandeira - Eles faziam treinamentos como os militares na Academia do Panamá. Hoje eles não contam mais com os militares. Depois das ditaduras, eles viram que elas não deram certo. Por um lado, desmoralizaram os Estados Unidos, por causa dos direitos humanos. Por outro, os militares, de uma forma ou de outra são patriotas. Eles não estavam muito para o comunismo, mas não queriam ser submissos aos Estados Unidos. No Brasil, principalmente, no Peru, e mesmo na Argentina.
Eu tenho uma pesquisa em um dos livros meus sobre o voto do Brasil desde 1968 até o fim da ditadura. O Brasil votou muito mais vezes com os países neutros, e a União Soviética, a favor dos Estados Unidos. Eu tenho isso listado no livro "Brasil - Estados Unidos: a rivalidade emergente", quando eu estudo o regime militar. Inclusive, não obstante à custa dos direitos humanos, a Argentina também votou contra.
Eu não tenho dúvida de que no Brasil os jornais estão sendo subvencionados. De uma forma ou de outra, não sei como, mas estão. Não posso provar, mas é possível que por trás disso estejam as fundações de George Soros, que dão dinheiro aos jornalistas. Há jornalistas honestos. Mas há outros que estão na lista de pagamentos. Muitos desses jornalistas que eu sei estão nos Conselhos Fiscais de várias empresas estrangeiras. Ganham dinheiro com isso, escrevem no O Globo e em outros jornais.
Outro dia, o diretor geral da Polícia Federal declarou que muitos policiais, comissários e outros recebiam dinheiro da CIA diretamente em suas contas. Este é um conluio que devia acabar.
Por detrás disso tudo, não tenha dúvida que estão os recursos da USAID, que é um instrumento da National Endowment for Democracy, e das Fundações, que são várias, dos Soros e outras, por exemplo, que se opõem a certas construções de hidrelétricas no Brasil. Elas estão a serviço de empresas alemãs e usam como pretexto, sempre, a proteção da natureza, meio ambiente. A USAID, onde ela trabalha? Trabalha fora da embaixada. É uma organização "semi-oficial". A National Endowment for Democracy é financiada pelo Congresso, mas é também fora, recebe dinheiro do Congresso americano.
GGN - Se a gente pega a estrutura de poder dos Estados Unidos, falando da CIA, etc, não tem diferenças de orientação entre, por exemplo, o FBI, o Departamento de Estado, Departamento de Justiça?
Moniz Bandeira - Os Estados Unidos é um país muito complexo e contraditório. Isso está evidente na campanha eleitoral onde Sanders é dado como progressista, enquanto que, por parte dos republicanos, você vê a decadência. O Trump, em primeiro lugar, por que? Porque os outros são de Bush para pior. O Trump é maluco. Porém, a figura é o retrato da situação.
Quando recebi o Doutor Honoris Causa da Universidade da Bahia, eu disse que uma potência é muito mais perigosa quando está a perder a hegemonia do que quando constrói o seu império. Quando constrói o império, ela necessita ser aceita. Mas quando está perdendo... Como agora, os Estados Unidos não dominam mais, não têm mais o poder que tinham antes. Eu digo poder, porque, por exemplo, não influi mais sobre Israel. Os assentamentos continuam, não obstante a oposição dos EUA. Porque o lobby judaico dos Estados Unidos não deixa. E o governo de Israel mantem os assentamentos porque, realmente, não admite que haja dois estados. Isso, ideologicamente, já vem de muitos anos. Os Estados Unidos querem que todas as ideias se abalem.
Trilha sonora de Bon Jovi a Cazuza, celebridades de Regina Duarte a Alexandre Frota, canhões de luz e fumaça verde-amarela - uma estrutura sem precedentes - deram tom de espetáculo ao maior protesto visto na Avenida Paulista desde o Diretas Já, em 1984.
A independência judicial, com atuação dos juízes pautada pela ordem jurídica, é garantia para a sociedade; não é privilégio que os coloca acima do bem e do mal. A pior das ditaduras é a do Judiciário, pois nelas não se tem a quem recorrer. De um juiz se espera que respeite o ordenamento jurídico. Um cirurgião que sonega Imposto de Renda pode continuar sendo um grande médico, diferentemente de um juiz. Por isso, juízes não podem defender, em nome do corporativismo, o arbítrio judicial, a ascensão do fascismo, a supressão das garantias constitucionais e o sacrifício de direitos fundamentais.
Dispõe a Constituição que ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente. Na periferia das grandes cidades, o direito de ir e vir é constantemente violado com prisões para averiguação. Neste contexto de violação à Constituição, comentaristas televisivos justificam arbitrariedades. Mas anterior atuação marginal ao sistema legal não é fundamento justo para novas marginalidades. Praças podem ser brutalizados para executar política de extermínio de direitos e de vidas, na crença de que estão lutando contra o mal. Mas juízes devem saber que são guardiães da legalidade, marco civilizatório que nos distingue da barbárie.
O editorial do jornal ‘O Globo’ de 22 de outubro de 1965 dizia que “Não pode haver um Executivo pró-revolucionário, um Legislativo variante e um Judiciário neutro quando é a continuidade da Revolução que está em jogo. Os três Poderes, no que for essencial à Revolução, devem marchar juntos. Não se alcançará o objetivo, que tem que ser comum, sem que todos caminhem num só sentido. A direção quem dá é o presidente Castello Branco, expressão política da Revolução e seu único e autorizado intérprete”. Alguns juízes aderiram ao golpe empresarial-militar e lucraram. Outros preferiram o difícil papel de intérpretes independentes da Constituição, para garantia da cidadania, e foram perseguidos ou cassados. O obscurantismo se alastrou e, com eles, os lucros das empresas de comunicação. De juízes há de esperar que atuem como contrapoder, em prol da sociedade e dos cidadãos, e não como parceiros do Estado Policial, que já dispõe de força suficiente para atrocidades. Entre a toga e a Constituição eu fico com a Constituição!
*Juiz de Direito no Rio de Janeiro, Mestre em Ciência Política pela UFRJ e membro da associação Juízes para a Democracia.
PT cobra do governo Alckmin explicações à invasão do Sindicato dos Metalúrgicos
O Diretório Estadual do PT/SP e a Bancada dos deputados estaduais vêm à público manifestar o mais vigoroso PROTESTO contra a atitude autoritária , antidemocrática e ilegal da Polícia Militar paulista comandada pelo governador Geraldo Alckmin do PSDB, que na noite desta sexta- feira, dia11/3, invadiu a sede do Sindicato dos Metalúrgicos em Diadema, onde ocorria um ato de solidariedade ao ex presidente Lula e ao ex prefeito José de Fillippi.
Policiais ostensivamente armados invadiram e intimidaram centenas de homens e mulheres que ali participavam da atividade, pacificamente inclusive com a presença de vários deputados.
Para além da covardia e da tentativa de intimidar as pessoas, essa atitude remete aos piores anos da ditadura militar .
Trata- se de um atentado ao direito de organização e manifestação consagrados na Constituição brasileira.
A direção do Partido dos Trabalhadores em conjunto com os seus deputados exigem explicações do governo do Estado a este atentado à democracia e buscará o respaldo nas instituições que alicerçam o Estado Democrático de Direito.
Emídio de Souza Presidente Estadual do PT
Geraldo Cruz Líder da Bancada do PT, na Assembleia Legislativa
Publicação do Diretório Estadual do PT de São Paulo - Secretaria de Comunicação Março de 2016 - Edição n. 257
Em nota, PT-SP pede para a militância manter-se mobilizada e se preparar para o Ato do dia 18 Direção divulgou nota após reunião da executiva. Clique aqui.
Reunião ampliada do Diretório Estadual do PT-SP acontece segunda-feira
Atividade acontece segunda-feira, na sede do partido. Clique aqui.
2ª Edição do Seminário “O Modo Petista de Governar” acontece nos dias 16 e 17 em SP
Evento acontecerá na Assembleia Legislativa e vai reunir vários prefeitos e lideranças para falar dos projetos implantados em gestões petistas. Clique aqui.
Diretório Estadual do PT de São Paulo
Rua Abolição, 297, Bela Vista - 01319-010 - São Paulo - SP Telefone (11) 2103-1313
Final de tarde de domingo. Ao sair com meus cachorros para passear em uma das avenidas de minha cidade, começo a cruzar com carros – diga-se de passagem, apenas “carrões” – fantasiados com gente de verde e amarelo. A onda dos “moralistas” regressava para suas casas pós-manifestação contra o governo de Dilma.
Até aí, tudo bem. É um direito de todos. Porém, observando em detalhes, aqueles que foram manifestar contra a corrupção estavam, em sua grande maioria, fardados com a camisa da CBF – símbolo máximo da corrupção no futebol do Brasil. Ao mesmo tempo, muitas dessas pessoas, dirigiam sem cinto de segurança e bebendo latas de cerveja. Talvez por “ninguém estar vendo”. Outros, ainda mais ousados, entravam em cruzamentos pela contramão e passavam no sinal vermelho. Novamente, pessoas que se julgam moralistas, dando mau exemplo. Para essa gente, corrupção é só o que acontece na política?
E o que falar dos inúmeros empresários e patrões que estavam desfilando contra a “corrupção”, e amanhã, ao voltar para seus escritórios e empresas, continuarão a burlar a lei, sonegar impostos e explorar seus empregados? Só os petistas seriam corruptos?
Ou ainda, aqueles que continuaram com suas redes clandestinas de tv a cabo, dando “jeitinho” para tudo, sempre na intenção egoísta de levar vantagem. Pois é...eis o eleitorado que esteve revoltado tomando conta das ruas.
Quem é contra a corrupção, acima de tudo tem que dar bom exemplo. Não é apenas seguir um chamamento hipócrita de políticos corruptos, tirar selfies e posar no snapchat, fazendo às vezes de “patriota”. Há muito o que se aprender. Fico triste em saber como algumas pessoas, sem o mínimo de discernimento, entram na onda das “manifestações contra a corrupção” e do “fora Dilma”. Há muitos ignorantes úteis nesse meio. Desses, eu tenho pena. Dos oportunistas, não.
Aceitam passivamente o que a grande mídia vocifera aos quatro ventos: a corrupção é culpa do PT. Ao mesmo tempo, se esquecem dos escândalos do PSDB – já que a própria imprensa omite.
Pior ainda é a ingratidão por parte de alguns que, graças às políticas dos governos petistas, puderam finalmente comprar suas casas através do “Minha Casa, Minha Vida”; conseguiram um diploma de curso superior graças ao FIES e Prouni. Que as conquistas para os brasileiros foram grandiosas, ninguém nega. E por que não lembramos?
Recordo muito bem, na década de 90, quando criança, como a vida era sofrida. Meu pai ralava para conseguir nos dar qualidade de vida. Quando íamos ao mercado, mensalmente para evitar a desgraça da inflação que sempre estava acima dos dois dígitos, eu e minhas irmãs escolhíamos um único pacote de bolacha para ser dividida entre nós três. Com a chegada de Lula, essa realidade mudou não só para mim, mas para muitos cidadãos. Eu, que graças a Deus não passei grandes necessidades, sou muito grato. Mais ainda deveriam ser as outras pessoas, que saíram do mapa da pobreza. Muitas, infelizmente, não reconhecem isso e entram na conversa de uma oposição fascista e preconceituosa, que tenta, de qualquer modo, embutir na cabeça desses “inocentes úteis”, que a corrupção e toda a desgraça dos Brasil, é culpa do PT. Que o que se passa no país hoje é culpa do PT e nada mais. Que a Dilma é a culpada e por isso devem ir às ruas.
Peço que cada um pare e reflita. Pense como era sua vida durante o governo do PSDB e como ela é hoje. É claro que vivemos um período de recessão, por culpa de dois importantes fatores: a crise política interna, sustentada por uma oposição que joga contra o país; e uma nova crise do capitalismo, que afeta vários países – tal como foi em 2008. Vejamos por exemplo os índices de desemprego. Nossa taxa (7%) precisa sim recuar, mas está bem menor que país como Grécia (28%), Espanha (26%), Portugal (14%), Itália (13%) e França (11%), por exemplo. Hoje temos uma inflação que passou dos 10%, mas antes, todo mês ela se mantinha acima dos 12%! E olha que não tínhamos essa crise mundial!
O país enfrenta sim um momento turbulento, mas não é toda essa calamidade que querem nos fazer acreditar. Nossas reservas seguem seguras, a Petrobrás não está falida. O que se passa é a desvalorização mundial do preço do petróleo – como já ocorreu em outros tempos – além da instabilidade econômicas de nossos compradores, fazendo com que diminuíssem o consumo.
Querem mostrar o lado negativo para que entreguemos nossas riquezas via privatizações, tal como FHC fez durante 8 anos. O PSDB tenta o golpe branco para acabar com as reserva indígenas da Amazônia e permitir, assim, a exploração e “entrega” das reservas de nióbio aos interesses estrangeiros. Querem fragilizar nosso país por conta do BRICS, que com seu banco, surge como ameaça ao FMI e a hegemonia norte-americana. O PSDB tem uma dívida com os Estados Unidos e quer que nós, brasileiros, paguemos esse preço.
Sabem que com o PT no governo, as estatais jamais serão privatizadas e os estrangeiros serão dependentes de nossos produtos e nossas regras. Não se deixe enganar. Antes de vestir sua fantasia, procure se informar. Não pague esse mico. Já imaginou daqui alguns anos ter que falar para seus filhos e netos que você apoiou um golpe contra a democracia no Brasil?
Defendo sim o combate à corrupção, tal como o governo de Dilma vem fazendo, mas que seja uma investigação imparcial, sem interesses políticos e dentro da legalidade. Enquanto Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Carlos Sampaio, Vanderlei Macris, Bolsonaro e cia, tal como ignorantes que pedem a volta de uma ditadura militar e o rompimento da democracia estiverem à frente desse chamamento, continuarei achando que esses movimentos não passam de uma micareta burguesa fora de época, que arrasta falsos moralistas e ignorantes políticos. Para esse tipo de gente digo: não vai ter golpe!
Em tempo: alguém viu faixas/cartazes nas manifestações pedindo “Fora Cunha”? Alguma faixa cobrando o dinheiro da Máfia das Merendas Escolares de São Paulo? E sobre a Lista de Furnas?
*Biólogo e professor, Doutor em Etologia, Mestre em Ciências
Chega de tantos abusos e de tanta enganação. Os verdadeiros brasileiros estão fartos de hipocrisia e falsos moralistas. Basta defendermos o lado da verdade para sermos tratados como culpados e criminosos. Afinal, qual o nosso crime? Qual o crime em defender certas ideologias ou posturas?
Não sou petista, mas milito pela esquerda sim! Acredito nos princípios e ideais de uma sociedade igualitária que apenas o socialismo pode oferecer.
É direito de quem não concorda tentar humilhar e até mesmo ameaçar essas pessoas? Xingamentos gratuitos, em clara tentativa de intimidação, são constantes àqueles que ousam se posicionar perante os fatos. Basta defendermos a democracia, distribuição de renda, regimes assistencialistas e humanos para que sejamos menosprezados e açoitados, como se fossemos assassinos. Sair com uma camiseta vermelha, então, muito cuidado!
Talvez a pergunta não seja bem “qual o crime”, mas por que “os outros se incomodam tanto”? Tentam de qualquer maneira colocar na cabeça das pessoas ingênuas que toda a crise política que vivemos hoje, em escala mundial, é por culpa do governos do PT. Querem atribuir os anos de corrupção, ao governo do PT. Hoje, mais do que nunca, estou certo que o incômodo ocorre porque todos estão sendo investigados e todos os corruptos, revelados. Isso incomoda, afinal, até ontem, quem erguia bandeiras e comandava manifestações contra a corrupção, são os mesmos que estão na mira dos laços da Justiça.