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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, março 14, 2016

continuarei achando que esses movimentos não passam de uma micareta burguesa fora de época, que arrasta falsos moralistas e ignorantes políticos.



Mais do mesmo

by biologosocialista
*Por Luiz Fernando Leal Padulla
Final de tarde de domingo. Ao sair com meus cachorros para passear em uma das avenidas de minha cidade, começo a cruzar com carros – diga-se de passagem, apenas “carrões” – fantasiados com gente de verde e amarelo. A onda dos “moralistas” regressava para suas casas pós-manifestação contra o governo de Dilma.
Até aí, tudo bem. É um direito de todos. Porém, observando em detalhes, aqueles que foram manifestar contra a corrupção estavam, em sua grande maioria, fardados com a camisa da CBF – símbolo máximo da corrupção no futebol do Brasil. Ao mesmo tempo, muitas dessas pessoas, dirigiam sem cinto de segurança e bebendo latas de cerveja. Talvez por “ninguém estar vendo”. Outros, ainda mais ousados, entravam em cruzamentos pela contramão e passavam no sinal vermelho. Novamente, pessoas que se julgam moralistas, dando mau exemplo. Para essa gente, corrupção é só o que acontece na política?
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E o que falar dos inúmeros empresários e patrões que estavam desfilando contra a “corrupção”, e amanhã, ao voltar para seus escritórios e empresas, continuarão a burlar a lei, sonegar impostos e explorar seus empregados? Só os petistas seriam corruptos?
Ou ainda, aqueles que continuaram com suas redes clandestinas de tv a cabo, dando “jeitinho” para tudo, sempre na intenção egoísta de levar vantagem. Pois é...eis o eleitorado que esteve revoltado tomando conta das ruas.
Quem é contra a corrupção, acima de tudo tem que dar bom exemplo. Não é apenas seguir um chamamento hipócrita de políticos corruptos, tirar selfies e posar no snapchat, fazendo às vezes de “patriota”. Há muito o que se aprender. Fico triste em saber como algumas pessoas, sem o mínimo de discernimento, entram na onda das “manifestações contra a corrupção” e do “fora Dilma”. Há muitos ignorantes úteis nesse meio. Desses, eu tenho pena. Dos oportunistas, não.
Aceitam passivamente o que a grande mídia vocifera aos quatro ventos: a corrupção é culpa do PT. Ao mesmo tempo, se esquecem dos escândalos do PSDB – já que a própria imprensa omite.
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Pior ainda é a ingratidão por parte de alguns que, graças às políticas dos governos petistas, puderam finalmente comprar suas casas através do “Minha Casa, Minha Vida”; conseguiram um diploma de curso superior graças ao FIES e Prouni. Que as conquistas para os brasileiros foram grandiosas, ninguém nega. E por que não lembramos?
Recordo muito bem, na década de 90, quando criança, como a vida era sofrida. Meu pai ralava para conseguir nos dar qualidade de vida. Quando íamos ao mercado, mensalmente para evitar a desgraça da inflação que sempre estava acima dos dois dígitos, eu e minhas irmãs escolhíamos um único pacote de bolacha para ser dividida entre nós três. Com a chegada de Lula, essa realidade mudou não só para mim, mas para muitos cidadãos. Eu, que graças a Deus não passei grandes necessidades, sou muito grato. Mais ainda deveriam ser as outras pessoas, que saíram do mapa da pobreza. Muitas, infelizmente, não reconhecem isso e entram na conversa de uma oposição fascista e preconceituosa, que tenta, de qualquer modo, embutir na cabeça desses “inocentes úteis”, que a corrupção e toda a desgraça dos Brasil, é culpa do PT. Que o que se passa no país hoje é culpa do PT e nada mais. Que a Dilma é a culpada e por isso devem ir às ruas.
Peço que cada um pare e reflita. Pense como era sua vida durante o governo do PSDB e como ela é hoje. É claro que vivemos um período de recessão, por culpa de dois importantes fatores: a crise política interna, sustentada por uma oposição que joga contra o país; e uma nova crise do capitalismo, que afeta vários países – tal como foi em 2008. Vejamos por exemplo os índices de desemprego. Nossa taxa (7%) precisa sim recuar, mas está bem menor que país como Grécia (28%), Espanha (26%), Portugal (14%), Itália (13%) e França (11%), por exemplo. Hoje temos uma inflação que passou dos 10%, mas antes, todo mês ela se mantinha acima dos 12%! E olha que não tínhamos essa crise mundial!
O país enfrenta sim um momento turbulento, mas não é toda essa calamidade que querem nos fazer acreditar. Nossas reservas seguem seguras, a Petrobrás não está falida. O que se passa é a desvalorização mundial do preço do petróleo – como já ocorreu em outros tempos – além da instabilidade econômicas de nossos compradores, fazendo com que diminuíssem o consumo.
Querem mostrar o lado negativo para que entreguemos nossas riquezas via privatizações, tal como FHC fez durante 8 anos. O PSDB tenta o golpe branco para acabar com as reserva indígenas da Amazônia e permitir, assim, a exploração e “entrega” das reservas de nióbio aos interesses estrangeiros. Querem fragilizar nosso país por conta do BRICS, que com seu banco, surge como ameaça ao FMI e a hegemonia norte-americana. O PSDB tem uma dívida com os Estados Unidos e quer que nós, brasileiros, paguemos esse preço.
Sabem que com o PT no governo, as estatais jamais serão privatizadas e os estrangeiros serão dependentes de nossos produtos e nossas regras. Não se deixe enganar. Antes de vestir sua fantasia, procure se informar. Não pague esse mico. Já imaginou daqui alguns anos ter que falar para seus filhos e netos que você apoiou um golpe contra a democracia no Brasil?
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Defendo sim o combate à corrupção, tal como o governo de Dilma vem fazendo, mas que seja uma investigação imparcial, sem interesses políticos e dentro da legalidade. Enquanto Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Carlos Sampaio, Vanderlei Macris, Bolsonaro e cia, tal como ignorantes que pedem a volta de uma ditadura militar e o rompimento da democracia estiverem à frente desse chamamento, continuarei achando que esses movimentos não passam de uma micareta burguesa fora de época, que arrasta falsos moralistas e ignorantes políticos. Para esse tipo de gente digo: não vai ter golpe!
Em tempo: alguém viu faixas/cartazes nas manifestações pedindo “Fora Cunha”? Alguma faixa cobrando o dinheiro da Máfia das Merendas Escolares de São Paulo? E sobre a Lista de Furnas?
*Biólogo e professor, Doutor em Etologia, Mestre em Ciências


Eu quero o impeachment…mas não da Dilma!

by biologosocialista

*Por Luiz Fernando Leal Padulla
Chega de tantos abusos e de tanta enganação. Os verdadeiros brasileiros estão fartos de hipocrisia e falsos moralistas.  Basta defendermos o lado da verdade para sermos tratados como culpados e criminosos. Afinal, qual o nosso crime? Qual o crime em defender certas ideologias ou posturas?
Não sou petista, mas milito pela esquerda sim! Acredito nos princípios e ideais de uma sociedade igualitária que apenas o socialismo pode oferecer.
É direito de quem não concorda tentar humilhar e até mesmo ameaçar essas pessoas? Xingamentos gratuitos, em clara tentativa de intimidação, são constantes àqueles que ousam se posicionar perante os fatos. Basta defendermos a democracia, distribuição de renda, regimes assistencialistas e humanos para que sejamos menosprezados e açoitados, como se fossemos assassinos. Sair com uma camiseta vermelha, então, muito cuidado!
Talvez a pergunta não seja bem “qual o crime”, mas por que “os outros se incomodam tanto”? Tentam de qualquer maneira colocar na cabeça das pessoas ingênuas que toda a crise política que vivemos hoje, em escala mundial, é por culpa do governos do PT. Querem atribuir os anos de corrupção, ao governo do PT. Hoje, mais do que nunca, estou certo que o incômodo ocorre porque todos estão sendo investigados e todos os corruptos, revelados. Isso incomoda, afinal, até ontem, quem erguia bandeiras e comandava manifestações contra a corrupção, são os mesmos que estão na mira dos laços da Justiça.

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